Diacronia: Nome com que se designa a transmissão de uma língua através do tempo e das gerações, sofrendo nesse transcurso mudanças fonéticas, mórficas, sintáticas, semânticas e léxicas.
O método foi desenvolvido em 1950 e definido por três discípulos de Bultmann: Gunther Bornkamn “Tradição e Interpretação em Mateus - 1948”, Hans Conzelmann “Teologia de Lucas – 1954”, e Willi Marxsen “Marcos, o Evangelista – 1956”. Foi este último quem primeiro usou o termo “história da redação”, que posteriormente veio a se chamar “crítica da redação”. Aqui o estudo não se concentrava muito em uma pré-história oral de formas discretas, mas na atividade editorial. Ele impuseram seu próprio carimbo teológico na leitura.
O que um crítico da redação faz? Ele procura desnudar as perspectivas teológicas de um escritor bíblico analisando as técnicas editoriais (de redação) e de composição e as interpretações empregadas por ele ao moldar e enquadrar as tradições escritas e/ou orais à sua disposição.
1. Aspectos Gerais
1.1. O lugar da crítica da redação
- Uma possibilidade seria deter-se na unidade textual, que parece ser a mais interessante para um estudo concreto da nossa finalidade e passar à crítica aos outros aspectos ligados a ela.
- Outra possibilidade, porém, seria continuar examinando a natureza e a história do texto compósito.
1.2. O objeto material da crítica da redação
- Um pensamento que dá na forma da crítica da redação é que, o seu objeto é um texto escrito, desde seu primeiro teor.
- Outros estabelecem a sua finalidade entre o primeiro relato escrito com o texto oral. O que se questiona é que, o autor do texto oral jamais tenha podido compor o texto escrito – a exemplo de um profeta.
- A crítica tem como objeto um texto não-unitário, porque pra ela, se o texto se apresenta unitário e homogêneo, não haveria espaço para a crítica da redação.
- De todas as formas tem que existir de uma maneira ou de outra no texto, um espaço para a crítica trabalhar, se eventualmente o texto (A) se for unitário, ele tem que aparecer no texto (B) e a crítica não irá trabalhar com o unitário, mas somente com o não-unitário.
2. Finalidade da crítica da redação
2.1. A crítica da redação ela se preocupa com todos os dados de acontecimentos como: Qual seria a cronologia das intervenções redacionais? Quais os recursos utilizados por cada uma delas? Quais suas peculiaridades culturais e religiosas? Qual a intenção das diversas reelaborações? E é preciso confronta-las umas com as outras, essas com a intenção do texto original.
Obs.: Somente assim, tendo todos estes esclarecimentos, se poderá ainda tentar identificar os autores dos diversos níveis do texto.
2.2. Alguns campos que a crítica da redação trabalha:
- Complicação de relatos – Tem a finalidade de verificar a forma ordenada dos acontecimentos, é um ciclo narrativo;
- Compilação e composição de um texto escrito - Esta obra composta de extratos de diversos escritos sobre um assunto e juntamente com a arte da produção literária, que trabalha dentro de vários acontecimentos, mas que visam um fim comum;
- Compilação, composição e redação – Aqui o diferencial é compreender a forma da escrita do autor, o seus métodos e recursos utilizados;
- Interpretação – É um estudo criterioso e particular de cada personagem
- Reelaboração – Se o método julgar que o texto contém glosas demais, ele esclarece o texto com mudanças reducionais.
3. Indícios da presença de várias redações
3.1. A existência da redação de um texto, ou seja, a obra de um escritor, esse é um pressuposto para detectar em um estudo da constituição do texto a presença de diversas unidades textuais independentes entre si.
3.2. Sendo isso afirmado, o texto pode apresentar, com grande dificuldade, várias redações textuais na sua compilação e composição.
3.3. É importante ressaltar que os critérios tratados nessa seção sugerem, ao contrário, vontade explícita de modificar, completar ou “melhorar” o texto.
Problemas encontrados na utilização deste método:
Ilustração: Um exemplo recente e notável é Eta Linnemann, ex-seguidora de Bultmann. Depois de passar por uma conversão genuína, ela repudiou seus escritos acadêmicos anteriores e hoje incentiva as pessoas a jogá-los literalmente no lixo, nega todo o valor do método histórico-crítico e considera que postular a dependência literária de um evangelho em ralação a outro é em empreendimento inerentemente anticristão.
1 – Uma das falácias mais arraigadas na moderna crítica da redação é que um autor não pode escrever teologia e história ao mesmo tempo. Alega-se que é inevitável que autores devotados com paixão a uma causa distorçam seus relatos históricos. É claro que essa afirmação é falsa. Alguns dos mais meticulosos cronistas do holocausto da Segunda Guerra Mundial eram judeus totalmente comprometidos em evitar que tais atrocidades se repetissem. Não foram eles, mas o historiadores revisionistas, que alegaram caluniosamente que o holocausto nunca aconteceu.
2 – Certo que este método foi muito mais aplicado depois de Bultmann, mas Schleiermacher foi o precursor disso tudo. Ele é considerado o pai do Liberalismo, que varreu toda a Europa. Dentro do ponto dois sobre a reelaboração do texto, para Schleiermacher o interprete deve reconstruir e explicar os motivos do autor e suas pressuposições implícitas, mediante um ato de identificação com ele. Para Schleiermacher, o interprete deve se esforçar para entrar na mente do autor num ato imaginativo e empático de compreensão, ou seja, é uma ação de tentar sentir o que o autor estava sentindo, para ele o interprete deve se identificar com o autor. Dessa forma, ele transfere o foco de todos os métodos hermenêuticos para a autocompreensão do leitor. Para ele, o que possibilita a interpretação e a comunicação com o texto bíblico não é a existência da verdade absoluta, mas o fato de que somos humanos e compartilhamos de um mesmo espírito.
3 – Dentro no ponto dois ainda, em estudos criteriosos vários estudiosos e autores de diversos materiais sobre este assunto afirmam que é impossível você recuperar a intenção do autor do texto sagrado. Eles afirmam que é uma falácia, pois não podemos mais recuperar essa intenção, especialmente no caso de textos antigos, como são os textos bíblicos. Não podemos saber o que estava na mente do autor ao escrever, quais seus sentimentos, é assim que pensa Schleiermacher, que assume que a religião e a fé em Deus está restritamente baseada em sentimentos, por isso é fácil pra ele, interpretar o texto bíblico. Outro fator importante dentro dessa falácia, é que, nem sabemos quem foram os autores de muitos do seus livros.
4 – O que marca tudo isto é que a crítica da redação assume que existe a liberdade do trato com o texto. Bom, se existe a liberdade tudo se contradiz com o pensamento liberal que utilizou deste método, pois a marca do liberalismo é o individualismo. A Europa foi dominada por este método tanto quanto os outros, mas todas as composições do método histórico-crítico atropelou e menosprezou outros métodos, porque ele consideravam a crítica a senhora de tudo que se refere à interpretação textual, isso vai contra a afirmação da liberdade do texto e da minha forma de trata-lo.
5 – A crítica da redação não trabalha com o unitário, mas somente com o não-unitário, ela exclui a primeira regra da hermenêutica que deve ser levada em conta, de que a Bíblia se explica por si mesma. Este método não aceita que um texto seja composta para viver por si mesmo. Pois quando ele tem vida própria, ele mesmo pode se explicar.
6 – Existe um fator que, todos os contemporâneos teólogos dos séculos dezoito, dezenove e vinte experimentaram a esterilidade da exegese histórico-crítica superficial para os problemas teológicos da atualidade. Por isso, este método é limitado e vazio na sua contribuição de sanar questões existencialista, espiritual, social e guerras como aconteceu no século vinte.
7 – Uma é questão é – Quem pode afirmar que um profeta não tenha escrito nada? E se seus escritos não estão contidos na Bíblia?
8 – Uma outra questão é – Se o método tem como ferramenta reconstruir o texto, examinar criteriosamente, porque ele se limita somente ao texto não-unitário? Porque ela não trabalha com um texto composto e completo de uma só unidade?
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