Lembro-me neste exato momento das palavras de João Calvino de que toda mente humana cria para si mesma um ídolo.
O cristão em certa medida não é tão diferente de um ateu ou de um incrédulo. O que precisa ficar claro é que todo homem é criador dos seus próprios ídolos.
Tem cristão que idolatra a Bíblia. Tem cristão que idolatra a igreja. Tem cristão que idolatra o pastor. E tem muitos cristãos que se auto-idolatram.
A mesma força e o mesmo impulso maléfico que destruímos os altares de outras pessoas e de outras religiões, devem ser convergidos para a nossa direção e causar em nós uma profunda tragédia – a queda da nossa torre de Babel.
Nos tornamos os nossos próprios deuses. Tenho pra mim que muitos cristãos são adeptos do “homo mensura”. Pensam que são medida de todas as coisas. É muito fácil criticarmos os “pagãos” idólatras. No tribunal do juízo da fé de outras pessoas convocamos os melhores promotores de acusação, mas no nosso tribunal convocamos os melhores promotores de defesa. Porque não destruímos os nossos deuses? A nossa idolatria é a mais suja e subversiva que existe. Maquiamos a nossa vida com uma falsa espiritualidade e fé fervorosa, quando na verdade o que estamos fazendo é diminuir o outro e nos exaltando como superespirituais – que falácia. É preciso reconhecer que a nossa adoração é voltada para nós. Sempre que vamos ao culto temos a sensação de que o culto não foi bom – não cantou a música que eu queria, o pastor não foi tão bem e a direção estava horrível. A impressão que dá é que o culto tem que estar do jeito que eu quero porque na verdade sou eu que serei adorado. Quando eu estou à frente tudo é perfeito, porque eu sou bom. Derrube imediatamente o seu poste ídolo. Seja um iconoclasta. Mate o deus que é você mesmo. Coloque por terra o seu altar. O cristão autentico adora somente um Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário