terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tem música “evangélica” que não é cristã...



Obviamente que não estou aqui para generalizar, porém, o que existe no mercado religioso denominado evangélico é nada mais que o subproduto da mediocridade.


O chamado povo de Deus perdeu o senso da arte e da beleza. A maioria dos deuses surge da mentalidade do homem ou de uma projeção de si mesmo. Arte produzida pelos evangélicos do Brasil é a criação de um “Deus” feio, repetitivo e violento.


Pergunto-me com freqüência a razão de uma imaginação de um “Deus” carrancudo e vingativo. Penso também porque chamam de arte músicas que no máximo possuem três ou quatro notas. É uma pura simplificação da incapacitação da produção da qualidade musical.


O simples fato de a Bíblia ser citada numa música não lhe concede o direito de ser cristã. Músicas que não acrescentam nada. Triunfalistas que negam o sofrimento da vida e jogam no lixo a rica teologia do reino de Deus que no final e não agora derrotará todo mal.


Estas supostas músicas evangélicas que são cantadas nas igrejas conduzem o povo na sua ignorância ao precipício da heresia. Todo movimento gnóstico utiliza linguagem cristã, mas sem conteúdo cristão. Os gnósticos falam de Deus Pai e de salvação. O problema está no conteúdo. Está diametralmente oposto ao conteúdo bíblico ensinado pelos apóstolos e pais da igreja. Portanto, o que é cantado nas igrejas é um gnosticismo sincretista. É uma mistura de idéias – religiões de mistérios pagãs e cristianismo (somente as palavras).


Bem disse certa vez João Alexandre que gosto não se discute, se lamenta. Devemos lamentar a arte pseudocristã. Devemos lamentar a miséria de capacidade de produzir arte e beleza. Isto pode ser o fato da falta de comunicação com toda a realidade de Deus presente no universo que a igreja abriu mão.


Existe uma canção “Jeová é o teu cavaleiro” do cantor Kleber Lucas. A letra diz o seguinte: “Jeová é o teu cavaleiro, que cavalga para vencer”. Isso parece mais com São Jorge do que com o Deus da revelação bíblica. As pessoas igualam Deus a um santo. É o sincretismo velado. Alessandra Samadello, cantora muito conhecida, numa canção chamada “Meu mundo não é aqui” ela chama as pessoas para uma alienação. Aquele que canta não pensa no que canta. A letra é assim: “Pai, o mundo não é pra mim. Não quero mais ser daqui / Pai, cansado estou de ver. Pessoas sem esperança. Que não querem o Senhor”. Ué, como é que fica o significado da Missão da Igreja neste caso? É para sairmos ou sinalizarmos o reino de Deus? Não quero nem entrar no mérito daqueles que dizem que voarão nas asas do Espírito e que tocarão a Deus. Daqueles que entrarão na dimensão sobrenatural e que declararão palavras de poder que mudarão o estado das coisas.


Sempre vale a boa e velha recomendação de Paulo de que o culto deve ser com inteligência, razão, mente e também com o coração. Bem já dizia Jonathan Edwards de que nenhuma verdade chega ao coração sem antes passar pela mente.


Recomendo a leitura de duas obras fabulosas que abordam muito bem esta e outras questões:


JOHNS, Peter. Ameaça Pagã. Cultura Cristã.


VIEIRA, Samuel. O Império Gnóstico Contra-Ataca. Cultura Cristã.

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