quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

MEC irá distribuir KIT GAY nas escolas para crianças de 7 a 10 anos, veja vídeo...


Crianças das escolas públicas de todo o Brasil receberão um DVD com cenas de homossexualismo, que será distribuído em 2011. Já existe até uma petição contra essa ação do Ministério da Educação (MEC) na internet.

O deputado Jair Bolsonaro (RJ) reage de forma veemente, em plenário, a essa vergonha que foi firmada em um convênio entre o Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos), conforme publicou o Correio Braziliense.


MEC irá distribuir KIT GAY nas escolas para crianças de 7 a 10 anos...



Crianças das escolas públicas de todo o Brasil receberão um DVD com cenas de homossexualismo, que será distribuído em 2011. Já existe até uma petição contra essa ação do Ministério da Educação (MEC) na internet.

O kit gay conterá um DVD com uma história onde um menino vai ao banheiro e quando entra um colega, ele se diz apaixonado pelo mesmo e assume sua homossexualidade, se dizendo Bianca. Veja vídeo e matéria completa a respeito deste tema, no mínimo estranho, polêmico.


REPORTAGEM DO CORREIO BRAZILIENSE


Kit Gay para alunos conterá um DVD com uma história aonde um menino vai ao banheiro e quando entra um colega, se diz apaixonado pelo mesmo e assume sua homossexualidade

Ele ainda nem foi lançado oficialmente. Mas um conjunto de material didático destinado a combater a homofobia nas escolas públicas promete longa polêmica. Um convênio firmado entre o Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos) produziu kit de material educativo composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais que será distribuída para 6 mil escolas da rede pública em todo o país do programa Mais Educação.

Parte do que se pretende apresentar nas escolas foi exibida ontem em audiência na Comissão de Legislação Participativa, na Câmara. No vídeo intitulado Encontrando Bianca, um adolescente de aproximadamente 15 anos se apresenta como José Ricardo, nome dado pelo pai, que era fã de futebol. O garoto do filme, no entanto, aparece caracterizado como uma menina, como um exemplo de um travesti jovem. Em seu relato, o garoto conta que gosta de ser chamado de Bianca, pois é nome de sua atriz preferida e reclama que os professores insistem em chamá-lo de José Ricardo na hora da chamada.

O jovem travesti do filme aponta um dilema no momento de escolher o banheiro feminino em vez do masculino e simula flerte com um colega do sexo masculino ao dizer que superou o bullying causado pelo comportamento homofóbico na escola. Na versão feminina da peça audiovisual, o material educativo anti-homofobia mostra duas meninas namorando. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, afirma que o ministério teve dificuldades para decidir sobre manter ou tirar o beijo gay do filme. “Nós ficamos três meses discutindo um beijo lésbico na boca, até onde entrava a língua. Acabamos cortando o beijo”, afirmou o secretário durante a audiência.

O material produzido ainda não foi replicado pelo MEC. A licitação para produzir kit para as 6 mil escolas pode ocorrer ainda este ano, mas a previsão de as peças serem distribuídas em 2010 foi interrompida pelo calor do debate presidencial. A proposta, considerada inovadora, de levar às escolas públicas um recorte do universo homossexual jovem para iniciar dentro da rede de ensino debate sobre a homofobia esbarrou no discurso conservador dos dois principais candidatos à Presidência.

O secretário do MEC reconheceu a dificuldade de convencer as escolas a discutirem o tema e afirmou que o material é apenas complementar. “A gente já conseguiu impedir a discriminação em material didático, não conseguimos ainda que o material tivesse informações sobre o assunto. Tem um grau de tensão. Seria ilusório dizer que o MEC vai aceitar tudo. Não adianta produzir um material que é avançado para nós e a escola guardar.”

Apesar de a abordagem sobre o adolescente homossexual estar longe de ser consenso, o combate à homofobia é uma bandeira que o ministério e as secretarias estaduais de educação tentam encampar. Pesquisa realizada pelas ONGs Reprolatina e Pathfinder percorreram escolas de 11 capitais brasileiras para identificar o comportamento de alunos, professores e gestores em relação a jovens homossexuais. Escolas de Manaus, de Porto Velho, de Goiânia, de Cuiabá, do Rio, de São Paulo, de Natal, de Curitiba, de Porto Alegre, de Belo Horizonte e de Recife receberam os pesquisadores que fizeram 1.406 entrevistas.

O estudo mostrou quadro de tristeza, depressão, baixo rendimento escolar, evasão e suicídio entre os alunos gays, da 6ª à 9ª séries, vítimas de preconceito. “A pesquisa indica que, em diferente níveis, a homofobia é uma realidade entendida como normal. A menina negra é apontada como a representação mais vulnerável, mas nenhuma menina negra apanha do pai porque é pobre e negra”, compara Carlos Laudari, diretor da Pathfinder do Brasil.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A sobrevivência dos mais devotos...


por Phillip Longman

"Deus morreu?". Eu tinha 11 anos quando vi aquela capa até hoje famosa da revista Time de 1966 sobre a mesinha de café do meu tio. A notícia de que Deus estava, se não morto, ao menos ausente, eu absorvi com a literalidade de quem ainda não era bem ainda um adolescente. Certamente parecia possível, já que eu nunca o tinha visto, apesar de muito tempo de igreja. E Deus também não parecia estar envolvido nos acontecimentos do mundo, agora que eu começava a entendê-los. Ninguém que eu conhecia invocava a autoria pessoal de Deus para explicar o mundo tal como eles sabiam que estava sendo deixado para minha geração. Como disse aTime, citando o teólogo jesuíta John Courtney Murray, "A grande máxima americana é: 'A religião é boa para as crianças, embora eu mesmo não seja religioso.'" No fim da infância, em uma época secularista, parecia ser mais ou menos isto, mesmo. Deus estava na mesma categoria que o Papai Noel.

Hoje, é claro, Deus voltou para valer, ao menos nas notícias. Na verdade, Deus está tão de volta que os assim chamados neo-ateus - Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Sam Harris, e outros - estão em fúria, escrevendo livros que denunciam o crescente papel do fundamentalismo religioso nos assuntos mundiais, da inspiração que dá aos terroristas islâmicos até a mobilização dos "votantes com valores", nos Estados Unidos. Como isto aconteceu?

Para os secularistas, a explicação menos perturbadora depende da conhecida desculpa das "forças da reação". Mudanças demais, liberdade demais e as ofuscantes luzes de neon da razão afetam algumas pessoas como um vírus, fazendo elas regredirem a um "pensamento mágico" e/ou "se agarrem" a outras formas de primitivismo. No Oriente Médio, insiste esta narrativa, a rápida urbanização, a modernização e a alienação criaram um ressurgimento do fundamentalismo religioso. Para as fileiras crescentes da Direita Cristã, continua este raciocínio, a "revolução nos valores" desencadeada nos anos 60 - feminismo, direitos dos gays, auto-realização, multiculturalismo - foi simplesmente demais para eles. Eles vão superar isto com o tempo, dizem eles, tentando se tranqüilizar; se não, a maioria dos seus filhos vai.

Eis aqui um sério problema com esta teoria: as pessoas muito religiosas de hoje tendem a ter um número relativamente grande de filhos, enquanto que os secularistas têm cada vez menos, quando os têm. Se você acredita na evolução (e qual secularista não acredita?), então você tem que levar em consideração esta explicação totalmente naturalista para o retorno de Deus.

Claro: tanto nos países pobres como nos ricos, sob todas as formas de governo, as taxas de natalidade estão declinando, por todo o globo. Mas elas estão declinando menos entre os que seguem leis religiosas estritas e possuem uma fé literal na Bíblia, na Torá ou no Corão. Na verdade, o padrão da fertilidade humana agora se encaixa neste padrão: os que tem menos probabilidade de procriar são os que não professam nenhuma fé em Deus; aqueles que se descrevem como agnósticos ou simplesmente espiritualistas têm apenas um pouco mais de probabilidade de permanecerem sem filhos. Subindo no espectro, os tamanhos das famílias crescem entre os unitaristas, judeus reformados, evangélicos convencionais e católicos relaxados, mas as taxas de natalidade encontradas nestas populações ainda estão muito abaixo dos níveis de reposição. Apenas quando vamos nos aproximando da esfera da prática e da fé religiosa marcadas por uma intensidade que poderíamos chamar, por falta de uma palavra melhor, de "fundamentalismo", é que nós encontramos bolsões de elevada fertilidade e, conseqüentemente, rápido crescimento populacional.

De acordo com um estudo publicado no American Journal of Sociology, três quartos do crescimento do protestantismo conservador nos Estados Unidos é explicado pelas taxas de crescimento populacional mais altas desta população, durante o século passado, em comparação com as dos evangélicos convencionais. Além do mais, a correlação entre a fé fundamentalista e altas taxas de fertilidade vão ainda mais longe no espectro da convicção e da prática religiosa. Assim, os Amish da linha conhecida como Andy Weaver, que são, talvez, os mais severos de todos em sua rejeição à modernidade, têm uma taxa de fertilidade mais alta (em média 6.2 filhos por família) do que os Amish da linha conhecida como Nova Ordem (4.8 filhos), que, tendo começado nos anos 60, fizeram concessões ao progresso, como permitir eletricidade em suas casas.

Da mesma forma, em Israel, os judeus ultra-ortodoxos, ou Haredim, com uma média de quase sete filhos por família, estão se reproduzindo muito mais do que os judeus simplesmente ortodoxos, para não falar dos israelenses mais seculares. Deste modo, observa-se agora uma profunda diferença de gerações na sociedade israelense, a qual reverte o padrão histórico que até as pessoas muito religiosas já supuseram que levaria inevitavelmente ao declínio dos antigos costumes e fé. Hoje, só 2.3 por cento dos israelenses com mais de 80 anos são Haredi. Mas tamanho é o impulso demográfico desta denominação que 16 por cento de todas as crianças israelenses com menos de 10 anos estão em seu rebanho.

Quando têm que se haver com o fato de que estão sendo ultrapassados demograficamente, os secularistas frequentemente respondem que muitos, se não a maioria dos filhos nascidos em famílias muito religiosas, irão rejeitar a fé de seus pais - tamanha é a suposta sedução da liberdade e da individualidade. Este raciocínio se encaixa na experiência de vida de muitos da geração Baby Boom que atiraram longe as cadeias da autoridade tradicional, nos anos 60 e 70, e não conseguem imaginar por que a humanidade não terminaria por alcançá-los e mesmo ultrapassá-los.

Testemunhando contra este raciocínio, entretanto, estão alguns obstinados fatos demográficos. Ocorre que nas famílias fundamentalistas, a coisa funciona mesmo. E quanto mais exigente a fé, mais esta regra se aplica.

Apenas cinco por cento das crianças nascidas entre os amish mais conservadores, por exemplo, migra para outra fé ou outros estilos de vida. A taxa de deserção é maior entre os amish da Nova Ordem, os mórmons e outras comunidades fundamentalistas comparativamente menos exigentes. Além disto, as deserções que eles possam experimentar são mais do que compensadas pelas conversões, com o saldo final líquido favorecendo as doutrinas mais conservadoras, de acordo com dados de pesquisa reunidos pelo Centro Nacional de Pesquisa de Opinião, da Universidade de Chicago. Desta forma, observa-se que 21 por cento dos convertidos abandonam denominações mais moderadas e liberais em favor de outras mais fundamentalistas e só 15 por cento fazem o caminho inverso. Há muitas correntes e contra-correntes que nos afetam a todos nós como indivíduos, mas, entre uma taxa mais alta de fertilidade e uma doutrinação mais bem sucedida, a corrente demográfica principal da história está claramente fluindo a favor do fundamentalismo.

Estas e outras descobertas relevantes feitas pela sociologia da religião aparecem em um impressionante livro novo de Eric Kaufmann, entitulado Shall the Religious Inherit the Earth?: Demography and Politics in the Twenty-First Century [Os religiosos herdarão a Terra? - Demografia e política no século 21.] O livro foi lançado no Reino Unido e será publicado nos Estados Unidos na próxima primavera. Formado em Ciências Políticas pela Universidade de Harvard e atualmente lecionando na Universidade de Londres, Kaufmann não apresenta quaisquer argumentos baseados na fé e não precisa deles para expor sua tese. O bom e velho darwinismo, aplicado empiricamente às condições modernas, já bastam.

Num mundo onde ter filhos raramente é acidental e quase nunca é economicamente recompensador, as taxas de nascimento cada vez mais refletem as escolhas de valores. E assim, pelo processo darwininano, os que seguem as tradições que preservam e celebram a antiga ordem para se "crescer e multiplicar", acabam plantando mais dos seus genes e idéias no futuro do que os que não o fazem. Como Kaufmann mostra, a fertilidade, com o tempo, funciona como os juros compostos. Ou seja, mesmo que as famílias fundamentalistas tenham apenas uns poucos filhos a mais do que as seculares ou moderadamente religiosas, se elas conseguirem fazer seus filhos manter firmes sua fé e seus valores fundamentalistas (sobretudo com relação à reprodução), a passagem das gerações vai multiplicar seu número e influência. Da mesma forma, os secularistas e os outros que escolhem ter apenas um ou dois filhos e que passam adiante estes valores para eles verão, com o tempo, sua população declinar rapidamente.

Ironicamente, a estrutura e a sensibilidade da sociedade secular estão causando sua própria morte. Nos anos 60, um secularismo em expansão pode ter feito a religião refluir severamente como uma força histórica, mas, ao fazê-lo, ele fortaleceu os demais bastiões da fé e pôs em marcha estruturas de reprodução e aculturação que podem permitir às formas mais fundamentalistas reconquistarem o futuro. Embora possa haver, é claro, uma razão mais profunda, não se precisa acreditar em nada além disto para entender por que o Deus que estava ausente em minha infância retornou.





Phillip Longman é membro da New America Foundation escreve no Washington Monthly. Seu último livro, em co-autoria com Ray Boshara, é The Next Progressive Era: A Blueprint for Broad Prosperity [A próxima era progressiva: um mapa para a prosperidade geral]



Fonte: www.midiasemmascara.org

Dá para haver “Paz na Terra” quando não há “Paz no Útero”?

por Bryan Kemper



Como podemos falar de amar uns aos outros e acabar com as guerras quando travamos guerra contra os seres humanos mais inocentes e vulneráveis do planeta terra?

22 de dezembro de 2010 (Notícias Pró-Família) - Selecionando a árvore de Natal com as crianças, cantando hinos de Natal na igreja, ensinando meus filhos sobre o nascimento de nosso Salvador... Eu poderia continuar falando de muitas coisas que trazem alegria para mim durante a época de Natal; é uma época verdadeiramente cheia de encanto no ano.

Passo também boa parte da época de Natal sofrendo, triste e angustiado ao observar o que está acontecendo com nosso mundo. O Natal é um tempo para amor falso, paz fajuta e para as pessoas se iludirem na ideia de acharem que amam a Deus. A maior parte do que vemos é blasfêmia e não agrada nem um pouco a Deus.
Deus conhece os nossos corações e sabe que a maior parte das celebridades que nos fazem mamar veneno e sujeira o ano inteiro só estão celebrando os feriados da boca para fora. Esse tipo de elogio fajuto e fé indiferente não agrada a Deus; não está de forma alguma enganando a Ele.

A época de Natal parece tornar todo mundo "cristão" por duas semanas; infelizmente, não funciona desse jeito. Às vezes acho que Deus se entristece mais na época de Natal do que em qualquer outra época do ano. O terceiro mandamento é que não devemos tomar o nome do Senhor em vão, e é exatamente isso que acontece quando o que falamos para Deus ou de Deus é da boca para fora.

Alguns de vocês podem estar pensando que preciso apenas me alegrar; afinal, é época de Natal. "Vamos lá, Bryan, apenas veja o lado bom de tudo e goze os feriados; não seja tão 'ranzinza'". Garanto-lhe que estou gozando meus momentos em casa neste exato momento, e toda a beleza e encanto desta época do ano.

Meu problema é que quando realmente penso na essência desta estação, não consigo ignorar as mentiras que estão fazendo com que a escuridão engula a sociedade. Se eu continuar a olhar para essa escuridão com cegueira nos olhos e apenas fingir que tudo está bem, então desperdicei minha oportunidade de brilhar a Luz da Verdade e da Esperança.

Um dos dizeres mais famosos que se ouve na época de Natal é de Lucas 2:14: "Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens". (Lucas 2:14)

"Paz na terra": tal simples sentimento é algo que ouvimos tantas vezes nesta época do ano. A maioria das pessoas parece querer paz na terra nesta época do ano: nada de guerras e nada de crimes, só todo mundo amando uns aos outros.

O problema com muitos que pedem paz na terra é que eles também defendem uma epidemia de violência que está varrendo a terra e tirando vidas inocentes aos milhões todos os anos. Na semana passada um tão chamado tribunal de "direitos humanos" ordenou que um país que protege a vida humana inocente comece a permitir a destruição da vida.

Nosso atual presidente foi eleito com a promessa de continuar a deteriorar as proteções aos nossos cidadãos americanos que estão ainda em gestação e até fortalecer as forças que querem matar esses americanos. O presidente Obama, que afirma ser seguidor de Cristo, na verdade louva e apoia uma das organizações mais malignas, destrutivas e cheias de ódio do planeta terra, a Federação de Planejamento Familiar*.

Anos atrás, a Federação de Planejamento Familiar zombou publicamente do conceito de "Paz na terra" ao distribuir cartões de Natal que declaravam "Escolha** na terra". Neste ano, a Federação de Planejamento Familiar está vendendo cupons que as pessoas podem usar para cobrir as despesas para matar seu próprio filho [em gestação numa clínica de aborto].

O lugar mais seguro para todas as crianças deveria ser, de fato, o útero de suas mães. Contudo, para milhares de crianças nos EUA todos os dias, esse é o lugar mais perigoso de se estar.

Como é que podemos verdadeiramente esperar ter paz na terra quando não há nenhuma paz no útero? Como podemos falar de amar uns aos outros e acabar com as guerras quando travamos guerra contra os seres humanos mais inocentes e vulneráveis do planeta terra?

Desde 22 de janeiro de 1973, nós como nação estamos roubando a oportunidade de mais de 53.000.000 de bebês de terem seu primeiro Natal.

Mais de 53.000.000 de menininhos e menininhas nunca conhecerão a alegria de desembrulhar papéis de presente e gritar de alegria ao verem o que está dentro.

O que está acontecendo é o contrário. Eles estão gritando, sem que ninguém os ouça, enquanto são despedaçados do útero de suas mães. Eles nunca serão embrulhados num cobertor e colocados nos braços de seus pais. Eles, como os papéis de presente na manhã de Natal, acabarão no lixo: jogados fora.

Enquanto isso continuar acontecendo na terra, não dá mesmo para haver paz.

Uma semana depois do Natal vem outro dia importante, o Dia de Ano Novo.

Todo ano, milhões de pessoas fazem decisões e promessas de Ano Novo de fazerem mudanças para o ano que está chegando.

Vou pedir que você faça comigo uma decisão de Ano Novo. Passei os últimos vinte quatro anos de minha vida lutando para acabar com o holocausto do aborto e vou me comprometer a continuar essa luta até dar meu último suspiro.

Quero saber se você quer fazer uma decisão comigo de assumir uma posição mais forte do que nunca antes, de levantar a voz mais do que nunca antes, de clamar mais alto do que nunca antes e de brilhar a luz de Cristo mais do que nunca antes.

Você tomará essa posição conosco?



Tradução: Julio Severo

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

O que colocaram no lugar?



Sem dúvida alguma estamos numa época que autoridade, verdade e absolutos estão fora de moda. No espaço religioso cristão falar de pecado não faz parte da pauta.

Tantas críticas que levantaram de que o homem viveu tanto tempo escravizado por autoridades religiosas, que nesta altura ninguém respeita ninguém.

O homem esteve por muito tempo reprimido com medo de expressar desejos, sentimentos e vontades, que hoje tudo está aflorado.

Disseram que Deus cerceia a liberdade do homem, então, decidiram tirar Deus de cena, e outra vez se confirma a máxima de Dostoiévski: “Se Deus não existe, tudo é possível”. Para que Deus? O homem resolve tudo, pois é a razão de tudo.

Com a revolução sexual, e, diga-se de passagem, que Marquês de Sade merece destaque, as coisas complicaram. A mulher se tornou meramente um objeto de desejo e consumo. Depois a mulher conseguiu independência e assumiu o “poder”. É livre. As mulheres assustam muito mais do que os homens no que tange o assédio sexual.

Argumentaram que a droga era um método para se relacionar com o transcendente (Aldous Leonard Huxley). Hoje é uma epidemia e a causa da destruição da sociedade.

Afirmaram de forma tão categórica de que família não é estar junto. Dividir casa, dor, alegria, vitoria, derrota – isto não é necessariamente uma família. Ser casal pode ser cada um na sua casa e vivendo individualmente.

Lutaram para mudar o conceito da educação. Criaram o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Antigamente os pais disciplinavam os filhos. Muitos não entraram em veredas de morte, pois tiveram pais que não eram simplesmente amigos: eram pais. Corrigiam, batiam e castigavam. Hoje os filhos corrigem, batem e castigam os pais. Filhos processam os pais por maus tratos. Outros matam.

Enfatizaram que a doença da sociedade era a repressão sexual. O ser humano foi feito para expressar os seus instintos. Os casais de namorados começaram a transar a vontade pelos campos ao som da música. Mulheres decidiram que deveriam tirar a roupa e se apresentarem assim. Foram mais longe. Elas decidiram que deveriam transar a vontade e todos deveriam assistir. Foi um caos. Famílias destruídas. Mulheres e homens destruídos no vício do álcool, drogas e jogo. Uma sociedade em alerta máximo. Problema de saúde pública. O aumento das doenças. Mas disseram que isto era bom.

Passamos por tantas modificações. As estruturas foram mexidas. O edifício foi colocado ao chão. Os fundamentos foram dinamitados. Muitas críticas. Muitas desconstruções. Mas fica a pergunta que não quer calar – o que colocaram no lugar?

As pessoas estão perdidas. Não possuem rumo. Tudo é volúvel. A ditadura do efêmero impera.

Os idealistas queriam mudar o mundo. Mudar a si mesmos. Na verdade acabaram com a sociedade em geral. Se não tinham nada para substituir para que mexer?

Vivemos uma luta para resgatar valores e princípios para reger a vida novamente. Mas tudo fica mais difícil quando se diz respeito a este instantâneo universo cibernético.

A palavra do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, quando fez referência a situação do Complexo do Alemão, disse: “É preciso refundar a cidade”. Penso que esta seja a mesma realidade para a vida humana. Necessitamos de um novo ressignificado para a vida em sociedade e particularmente para nós mesmos. Não há duvida de que os velhos-novos fundamentos precisam ser recolocados.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A preciosidade do tempo...





Sermão de Jonathan Edwards



Efésios 5.16



Remindo tem mais relação com alguma coisa que tanto está perdida, ou que de alguma forma perdemos, ou que no mínimo está pronta para ser perdida, ou tomada de nós.

Remindo o tempo porque os dias são maus”. Os dias sendo maus, vemos outros desperdiçando seu precioso tempo; mas você se esforçará para remi-lo?

O verso pode ter relação também com o desperdício de tempo no passado. Ou pode dizer respeito ao grande perigo do tempo ser perdido, em razão do fato de os dias serem tão maus, se eles nao tivessem um grande cuidado, o tempo se deslizaria de suas mãos, e eles não tirariam nenhum benefício dele ou finalmente pode dizer respeito quanto à necessidade de remirmos o tempo dessas terríveis calamidades que Deus trará sobre os ímpios. O tempo pode ser remido como se ele fosse salvo da terrível destruição que quando vier, colocaria um fim à paciência de Deus.

O tempo é uma coisa que deveríamos ter em alto valor.

DOUTRINA: O TEMPO É UMA COISA EXCESSIVAMENTE PRECIOSA.

Pelas seguinte razões:

1. Porque a eternidade depende do aproveitamento do tempo. As coisas são preciosas na proporção da sua importância, ou em razão do nível de relação com o nosso bem-estar. Isso faz com que o tempo seja um bem imensamente precioso, porque o interesse pelo nosso bem-estar, depende do aproveitamento do tempo. Ele é precioso porque o nosso bem-estar nesse mundo depende do seu aproveitamento. Ele é precioso porque se não o aproveitarmos, nós correremos o risco de atrairmos pobreza e desgraça. Mas acima de tudo é importante porque a eternidade depende dele... de acordo com o nosso aproveitamento ou perda do nosso tempo, seremos felizes ou miseráveis na eternidade.

2. O tempo é muito curto, o que o torna muito precioso: A escassez de algum bem faz com que o homem coloque um grande valor sobre ele, especialmente se é uma coisa necessária de ser tida e sem a qual nao pode viver. O tempo é tão curto, e o trabalho que temos a fazer é tão grande, que não podemos desperdiçar nenhuma parte dele. O trabalho que temos que fazer para nos prepararmos para a eternidade deve ser feito no tempo, ou nunca será feito; e esta é um obra que envolve grande dificuldade e labor.

3. O tempo dever ser visto por nós como algo muito precioso. Porque sua continuidade é incerta. Nós sabemos que ele é muito curto, mas não sabemos quão curto ele é. Nós não sabemos o quão pouco nos resta, se um ano, ou muitos anos, ou apenas um mês, ou uma semana, ou um dia. Nao há nenhuma experiência que possa ser mais bem verificada do que essa.

Quanto mais muitos homens valorizariam seu tempo, se eles soubessem que tinham apenas uns poucos meses, ou uns poucos dias a mais nesse mundo; e certamente um homem sábio valorizaria seu tempo ainda mais... essa é a condição de milhares agora no mundo que agora gozam de saúde, e não vêem nenhum sinal do avanço da morte. Muitos, sem dúvida alguma, estão para morrer no próximo mês, e muitos morrerão essa semana, muitos morrerão amanhã e não sabem nada disso, e não pensam sobre isso. Quantos morreram fora dessa cidade num tempo ou outro, quando nem eles nem seus vizinhos viam nenhum sinal de morte uma semana antes. E provavelmente existem muitas pessoas agora aqui presentes, ouvindo o que eu digo agora, que vão morrer dentro de pouco tempo, e que não tem nenhuma percepção disso.

4. O tempo é precioso porque quando ele passa nao pode ser recuperado. O que é bem aproveitado não é perdido; embora o tempo por si mesmo se vá, o seu benefício permanece conosco. Cada parte do nosso tempo é como se fosse sucessivamente oferecida a nós, a fim de que possamos escolher se o faremos nosso o não. Mas se o recusamos, ele imediatamente é tomado, e nunca mais oferecido.

A eternidade depende do aproveitamento do tempo; mas quando o tempo de vida se vai, uma vez que a morte venha, nós não temos mais o que fazer com o tempo.

APROVEITAMENTO
Uso I. Auto-exame. Para levar as pessoas a considerarem o que fizeram com tempo. Quando Deus criou você e lhe deu uma alma racional, ele o fez para a eternidade; e lhe deu o tempo aqui a fim de prepará-lo para a eternidade. Considere o que você fez com o tempo passado. Existem muitos de vocês que podem muito bem concluir que metade do seu tempo já se foi. O seu sol já passou o meridiano. Quando você olha para o passado da sua vida percebe que foi numa grande medida vazio? Quanto pode ser feito em um ano? Para que propósito você gastou o seu tempo?

Uso II. Reprovação, para aqueles que desperdiçaram o seu tempo. A raça humana age como se o tempo fosse uma coisa que tivesse em grande quantidade, e tivesse mais do que precisa, e não sabe o que fazer com ele. Há muitas pessoas que deverão ser reprovadas com essa doutrina que eu agora vou particularmente mencionar:

Primeiro. Aquelas que gastaram grande quantidade do seu tempo em ociosidade. Suas mãos recusam-se trabalhar; e em vez de trabalhar, eles deixam sua família sofrer e eles próprios sofrerão. Muitos gastam grande parte do seu tempo em ociosidade e conversa não proveitosa.

Segundo. São reprovados pela doutrina aqueles que gastam o seu tempo em trabalhos ímpios, que não apenas gastam o seu tempo fazendo nada para nenhum propósito bom, mas gastam o seu tempo em propósitos maus. Eles ferem e matam a si mesmo com isso. Por isso, esses que tiveram a oportunidade de obter a vida, trabalham para a sua própria morte. Eles gastaram o seu tempo corrompendo e infectando as cidades e locais onde vivem. Alguns gastaram muito do seu tempo em contendas. Isso não é apenas perda de tempo, é a pior forma de abusar do tempo do que meramente desperdiça-lo. Eles não apenas desperdiçam o seu tempo, mas consomem o tempo de outros. Eles contraíram aqueles hábitos pecaminosos que tomarão tempo deles para serem mortificados. O pecado é um grande devorador de tempo.

Terceiro. São reprovados por essa doutrina, aqueles que gastam seu tempo em apenas propósitos mundanos, negligenciando suas almas.

O tempo foi dado para a vida na eternidade. Foi designado como um tempo de provação para a eternidade. Se os homens não aproveitam seu tempo para os propósitos da eternidade, eles o perdem.

Uso III. É uma exortação para aproveitarmos o tempo ao máximo.

Primeiro. Você é responsável diante de Deus pelo seu tempo. Tempo é um talento de Deus dado a nós. Ele estabeleceu o nosso dia, e esse dia não nos foi dado para nada – foi designado para algum trabalho.

Segundo. Considere quanto tempo você já perdeu. Você deve aplicar a si mesmo o mais diligentemente possível para o aproveitamento da parte de tempo que lhe resta, para que você possa viver como se fosse para remir o tempo perdido.

1. Sua oportunidade agora é menor. O seu tempo por mais longo que seja é muito pequeno e se o todo da sua vida é tão pequeno, quão pequeno é o que lhe resta.

2. Você tem o mesmo tipo de trabalho que tinha para fazer primeiro, e isso sob maiores dificuldades. Não apenas o seu tempo para trabalhar se tornou menor, o seu trabalho se tornou maior.

3. Você perdeu o melhor do seu tempo. Não apenas se foi o melhor, e ainda assim todo o seu trabalho permanece; e não apenas isso, mas com mais dificuldades do que nunca. Que loucura é uma pessoa se entregar ao desencorajamento, assim como negligenciar o seu trabalho porque o seu tempo é muito curto? Deus o chama para se levantar, e se aplicar ao seu trabalho

Terceiro. Considere como muitos valorizam o tempo quando estão perto do fim da vida.

Quarto. Considere aqueles que desperdiçaram todas as oportunidades para obterem a vida eterna, e foram para o inferno, que pensamentos você pensa que eles tem sobre a preciosidade do tempo?

Eu concluirei fazendo três advertências em particular.

1. Aproveite o seu tempo sem de nenhuma maneira atrasar.

2. Seja especialmente cuidadoso para aproveitar aquelas partes do tempo que são mais preciosas. O tempo santo é mais precioso do que o tempo comum. Esse tempo é mais precioso para o nosso eterno bem-estar. Portanto, acima de tudo, aproveite os seus domingos; e especialmente aproveite o tempo de adoração pública, que é a parte mais preciosa do tempo santo - o tempo de operações do Espírito de Deus é mais precioso do que qualquer outro tempo - esse é o tempo quando Deus está próximo. É o dia da salvação.

3. Aproveite seu tempo de lazer dos negócios mundanos. Você pode proveitosamente gastar o seu tempo em conversação com pessoas santas sobre coisas das mais alta importância, em oração e meditação, e lendo livros proveitosos. Você precisa melhorar cada talento... e oportunidade ao máximo, enquanto o tempo ainda perdura.



Fonte: http://palavraplena.typepad.com/accosta/2009/06/a-preciosidade-do-tempo.html

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Por quê o brasileiro lê pouco?


Raphael Soeiro

Fiquemos com a resposta da maior autoridade no mundo, a Unesco. Para o setor da ONU que cuida de educação e cultura, só há leitura onde: 1) ler é uma tradição nacional, 2) o hábito de ler vem de casa e 3) são formados novos leitores. O problema é antigo: muitos brasileiros foram do analfabetismo à TV sem passar na biblioteca. Para piorar, especialistas culpam a escola pela falta de leitores.

“Os professores costumam indicar livros clássicos do século 19, maravilhosos, mas que não são adequados a um jovem de 15 anos”, diz Zoara Failla, do Instituto Pró-Livro. “Apresentado só a obras que considera chatas, ele não busca mais o livro depois que sai do colégio.” Muitos educadores defendem que o Brasil poderia adotar o esquema anglo-saxão, em que os clássicos são um pouco mais próximos, dos anos 50 e 60, e há menos livros, que são analisados a fundo. Mas aí teria de mudar o vestibular, é isso já é outra história.



Fontes: Instituto Pró-Livro, ANL, Centro Regional para el Fomento del Libro en América Latina, el Caribe, España y Portugal (Cerlalc).

Pensamentos soltos...


por Lya Luft

Como raramente cumprimos esses mandados, já ao levantar de manhã nos acompanha a sensação de que algo está errado conosco: dúvida e frustração. Somos severos cobradores das nossas próprias ações.

No esforço de realizar tarefas que talvez nem nos digam respeito, tememos olhar em torno e constatar que muita coisa falhou. Se falharmos, quem haverá de nos desculpar, de nos aceitar, onde nos encaixaremos nesse universo de exitosos, bem-sucedidos, ricos e belos? Pois não se permite o erro, o fracasso, nesse ambiente perfeito. Duro dizer “amei torto, ignorei meus filhos, falhei com minha parceira ou parceiro, votei errado, fracassei na profissão, não ajudei meu amigo, abandonei meus velhos pais e esqueci meus sonhos”.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Não Matarás: Em busca de uma cultura de PAZ...



por Ed René Kivitz



“Não matarás” é o sexto mandamento do Decálogo, que consta da Torah, Lei outorgada por Deus a Moisés como fundamento para a formação da identidade do povo, nação e Estado de Israel. A interpretação do imperativo de não matar deve ser feita no contexto da moldura da tradição judaico-cristã, e deve também levar em consideração o conjunto de princípios que a ele foram somados ao longo da saga do povo hebreu, incluindo a pessoa, vida e obra de Jesus de Nazaré e seus apóstolos.

SETE, SETENTA E SETE

A construção dos limites éticos e morais relativos ao trato da vida humana tem início no primeiro homicídio registrado no Gênesis, quando Caim mata seu irmão Abel. Mesmo antes da Lei Mosaica ser promulgada e conhecida, e mesmo antes do surgimento do Estado de Israel, estava claro que matar consistia pecado diante de Deus, que adverte Caim já afetado pela intenção homicida: “Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” [Gênesis 4.7]. Consumado o pecado, Deus amaldiçoa Caim e o faz caminhar errante pelo mundo. Aterrorizado pela sua maldição, Caim reclama com Deus, que lhe faz promessas de preservação da vida: Disse Caim ao Senhor: “Meu castigo é maior do que posso suportar. Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará”. Mas o Senhor lhe respondeu: “Não será assim se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança”. E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse.

A vida de Caim passa a valer a vida de sete homens. Não demorou para que a desproporcionalidade do valor da vida se desenvolvesse de maneira cruel: uma vida passa a ser vingada sete vezes e depois setenta e sete vezes. Lameque fala com suas mulheres e se vangloria de sua fúria e poder de destruir: “Disse Lameque às suas mulheres: “Ada e Zilá, ouçam-me; mulheres de Lameque, escutem minhas palavras: Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou. Se Caim é vingado sete vezes, Lameque o será setenta e sete” [Gênesis 4.23,24].

OLHO POR OLHO

A Lei Mosaica aparece como um salto qualitativo na preservação da vida humana. Para normatizar e conter esse ciclo de extremada violência, a conhecida Lei de Talião vai estabelecer limites para a reparação dos danos causados nos conflitos sociais: “Se alguém ferir uma pessoa ao ponto de matá-la, terá que ser executado. Quem matar um animal fará restituição: vida por vida. Se alguém ferir seu próximo, deixando-o defeituoso, assim como fez lhe será feito: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente. Assim como feriu o outro, deixando-o defeituoso, assim também será ferido. Quem matar um animal fará restituição, mas quem matar um homem será morto. Vocês terão a mesma lei para o estrangeiro e para o natural da terra. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês” [Levítico 24.17-22].

A Lei de Talião e sua famosa expressão “olho por olho, dente por dente” não é um incentivo à vingança, mas um instrumento de contenção da retribuição exagerada do dano sofrido. Não é uma legitimação da violência, mas uma forma de conter o ímpeto vingativo, que tende à desproporcionalidade do “sete vezes mais” de Caim e “setenta vezes mais” de Lameque. Aquele que teve um boi roubado não pode tomar todo o gado do vizinho, e quem teve um filho morto não matar toda a família do vizinho e ainda tocar fogo em sua fazenda. Esse é o significado da Lei de Talião: não permitir que a pena sofrida pelo infrator seja desproporcional ao dano que por ele foi causado.

NÃO MATARÁS

O sexto mandamento do Decálogo deve ser interpretado nesse contexto. Sua finalidade é estabelecer uma base para o ordenamento das relações sociais. A lei existe para normatizar a vida em sociedade e estabelecer limites para os direitos e obrigações de todos os que convivem e dividem um mesmo espaço. A força da lei está em sua penalidade. Por esta razão, fica também estabelecido que “quem mata, morre” (Êxodo 21.12).

Não são poucos os que acreditam que a partir de Jesus de Nazaré a Lei de Moisés perdeu seu valor. Isso equivale a um engano. Jesus mesmo advertiu: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5.17), pois, se é verdade que “o homem não foi criado para o sábado, o sábado foi criado para o homem” (Marcos 2.27), não menos verdade que a lei tem por função promover o bem do homem individual e socialmente considerado e, por isso, não deve ser negligenciada.

A legimitidade da lei para a manutenção da ordem social é também afirmada pelo apóstolo Paulo: “Pois (a autoridade) é serva (sacerdote) de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva (sacerdote) de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal” (Romanos 13.4).

A OUTRA FACE

A compreensão do significado do mandamento “não matarás” recebe nova dimensão com a mensagem de Jesus:

“Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’ e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá será levado ao tribunal. E qualquer que disser: ‘Louco!’, corre o risco de ir para o fogo do inferno. Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta. “Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão. Eu lhe garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo”. (Mateus 5.21,22)

“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra”. (Mateus 5.38,39)

Jesus oferece uma alternativa para a Lei de Talião e também para o mandamento de não matar. A perspectiva cristã aponta na direção do perdão e da reconciliação: “vá primeiro reconciliar-se com seu irmão”, e também da resposta não violenta: “virar a outra face”.

O apóstolo Paulo, que afirmou a lógica de Moisés quanto à necessidade da lei para a ordem social e legitimou a autoridade que porta a espada para coibir o mal e promover a justiça para o bem comum, também afirma a mesma lógica de Jesus:

“Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei” diz o Senhor. Ao contrário: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”. (Romanos 12.17-21)

André Chouraqui, linguista e tradutor da Bíblia, ao comentar a recomendação de Jesus no Sermão do Monte a respeito da não-retribuição do mal e da violência, afirma que “o homem perfeito ultrapassa as normas que garantem a ordem social: vive na oblação (oferta) de seu ser a IhvH (Deus), de quem ele reconhece a presença em toda criatura, daí sua renúncia”.

A LEI E O AMOR

Estamos diante de recomendações distintas e aparentemente conflitantes. A primeira, baseada na necessidade da lei, afirma que é legítimo que as autoridades atuem com vigor e até mesmo com o uso da força visando a coibir o mal e promover a justiça para o bem comum. A segunda, baseada na ética do amor, afirma que não devemos resistir o homem mal, sempre responder a violência de maneira pacífica, e jamais pagar o mal com o mal (revogação do “olho por olho, dente por dente” e da penalidade de morte para quem mata).

As duas abordagens podem ser conciliadas na compreensão de que a lei é fator determinante das relações sociais e o amor é fator determinante das relações pessoais. Parece simples, e de fato, bem usual que assim seja praticado. Por exemplo, a ética da lei recomenda que o assassino de uma criança seja julgado e condenado nos termos da legislação de sua sociedade (relação social). Mas, é recomendação da ética do amor que o assassino seja perdoado pelos pais da criança assassinada (relação pessoal).

A afirmação da ética do amor implica um salto qualitativo no coração e na consciência de quem a pratica, sendo essa a grande e extraordinária contribuição da tradição cristã à interpretação e aplicabilidade do mandamento “não matarás”.

MATAR, NÃO; AMAR, SIM

O sexto mandamento, não matarás, deve ser interpretado e aplicado no equilíbrio da ética da lei e da ética do amor. Abrir mão do valor, relevância e necessidade da lei é devolver a sociedade ao mundo de Lameque, quando a maldade do coração humano, ferido e aviltado pela violência e pela injustiça, promovia mais violência e mais injustiça, alimentando o ciclo interminável de vinganças. Abrir mão da ética do amor mantém o coração humano cativo do mal que lhe foi impingido: somente o perdão promove a reconciliação e a restauração do malvado, bem como a libertação e sanidade do vitimado e injustiçado.

À luz desse necessário equilíbrio entre a ética da lei e do amor, podemos afirmar quatro significados presentes nas entrelinhas do mandamento “não matarás”.

1. Não construirás uma sociedade que mata (diferença qualitativa do Egito)

A Lei é outorgada por Deus a Moisés imediatamente após a saída do povo hebreu do Egito. Um povo nascido e criado sob escravidão, oprimido pela força de um império inescrupuloso, está diante da possibilidade de construir uma nação e um projeto de Estado diferenciado em sua ética e seu culto. O mandamento “não matarás” adverte que o modelo do império dominador não pode ser reproduzido, e que a vida humana, e sua equivalente dignidade, deve ser preservada.

2. Não agirás movido pelo ódio (o ódio é péssimo senhor da razão)

Na base da vingança estão o ódio, a mágoa e o ressentimento. Os atos de vingança retribuem o mal com mal ainda maior. Uma consciência ferida e machucada pela violência sofrida é uma péssima senhora da razão.

3. Não farás justiça com tuas próprias mãos (a consciência ferida é um péssimo tribunal)

Assim como a consciência ferida é péssima senhora da razão, também é um péssimo tribunal. Não é possível julgar com justiça quando o juízo é guiado pelo sofrimento e pela dor.

4. Não assassinarás

O consenso dos intérpretes bíblicos faz distinção entre matar e assassinar. Matar em legítima defesa, em estado de necessidade ou no estrito cumprimento do dever legal, para defender a vida contra o mal e a violência, é diferente de assassinar. Assassinar seria, portanto, matar tendo o ódio como motivação, matar por vingança ou para “fazer justiça com as próprias mãos”. Por exemplo, o soldado que mata o bandido que troca tiros com a polícia , mata, mas não assassina; diferentemente do soldado que executa o bandido rendido e com mãos na cabeça. O soldado que executa o bandido se arvora como tribunal, júri e executor da pena, e coloca-se acima da lei e do Estado de Direito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na cruz do Calvário e no corpo ensanguentado de Jesus Cristo vemos a face de um Deus que, entre matar e morrer, escolhe morrer. Tal expressão de amor é o imperativo ético para todo aquele que deseja seguir os passos de Jesus, o Príncipe da Paz.



Fonte: http://forumcristaoprofissionais.com/

Você precisa assistir a este vídeo para entender a juventude de hoje. Simplesmente fantástico e realista...