terça-feira, 15 de julho de 2008

Um grande pensador...

Calvino disse: “Os homens são, de fato, indignos do cuidado de Deus, se leva em consideração somente a eles mesmos. Mas, visto que eles carregam a imagem de Deus gravadas neles, Deus mesmo é violado nos seres humanos. Assim, embora ele não tenham nada deles mesmos pelo que possam obter o favor divino, Deus olha para seus próprios dons neles e, dessa maneira, é levado a amá-los e a cuidar deles. Contudo, deve-se observar cuidadosamente essa doutrina, visto que ninguém pode prejudicar seu irmão sem ferir a Deus mesmo. Se essa doutrina estivesse fixada mais profundamente em nossa mente, relutaríamos mais quando fossemos praticar algo danoso”. [1]

Essa idéia é admirável: Deus contempla o que Deus fez. Deus observa que as criaturas humanas de Deus são imagens da própria pessoa de Deus. Deus observa que elas refletem a Deus, que elas são a imagem de Deus, que elas são semelhantes a Deus. Deus se deleita nisso. Isso serve de base ao amor de Deus. De fato, Deus se deleita em todas as suas obras. Mas os serem humanos se destacam das outras criaturas pelo fato de que elas refletem as próprias perfeições de Deus. Conseqüentemente, maltratar um de nossas semelhantes é maltratar uma daquelas criaturas com as quais, acima de tudo, Deus se deleita. Na realidade, é verdade que a exigência de justiça se baseia em nossa própria natureza – especialmente, no fato de que ser um ser humano é ser uma criatura que mantém aquela relação especial de imagem e Deus.

[1]
MCKIM, Donald K. Grandes Temas da Tradição Reformada. São Paulo: Pendão Real, 1998, p. 275.

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