quarta-feira, 17 de março de 2010

O Domínio da Religião...



O protestantismo não é um tipo de ideal que foi construído a partir do nada. É diante dos seus longos anos e marcas irrefutáveis que a sua história se formou, e hoje existe uma concepção do que é ser protestante. Esta visão infelizmente não está acessível à camada eclesiástica dominada. Esta leitura é feita por alguém que se desprendeu das correntes. Alguém que não vive mais nas gaiolas doutrinais que matam e sufocam a vida de muitos.

Em sua trajetória o protestantismo lutou para quebrar a união com a igreja católica. Em certa medida foi como chover no molhado. Em alguns segmentos a união permaneceu por um único propósito: destruir aqueles que se levantavam contra a Santa Doutrina da Religião.

Notemos os inimigos da religião: liberdade, modernidade, mundanismo e o evangelho social.

Aquilo que poderia ser tão belo se tornou institucionalizado. Estruturas sacralizadas que são consideradas divinas.

Desde seu período medieval a religião que domina Deus tem se levantado para combater tudo que é contra a sua forma de verdade de vida. Pensamentos e raciocínios não são tão aceitos como benefícios para o crescimento da religião (protestante / evangélica) em alguns ambientes. Somos tão falsos e farisaicos como aqueles que perseguimos por terem uma doutrina sem base e sem verdade bíblica. Nunca na verdade nos mantivemos longe deles. Somos amigos de velhos tempos, pois toda essa reforma surgiu dentro de seus seios.

Para utilizar uma expressão de Rubem Alves, O Protestantismo da Reta Doutrina usa de suas verdades e posições para monopolizar toda espécie de crescimento humano, expressivo em sua forma de ser, pensar e sentir. Combatemos isso como se fosse heresia. Tantas inquisições foram feitas, por quê? Somente pelos nossos inimigos católicos? Não, somos seus amigos da verdade. O protestantismo (evangelicismo) entrou em contradição quando disse que pessoas tinham acesso ao livre exame das escrituras. Quando alguém interpretava de forma contrária era considerado um herege, morto em praça pública pela inquisição.

A religião tira a qualidade de vida das pessoas. Tudo se torna vontade de Deus – está passando fome? Está morrendo? É Deus revelando a sua vontade. Cadê a esperança? Ela foi perdida junto com a perda de foco da nossa fé cristã. Não há conversão verdadeira, se não houver dor e sofrimento. Parece que o fim da dor é a conversão. A religião apresenta a solução “Cristo”, mas será que tudo acaba por aqui? Acabou o sofrimento? Não, agora existe o outro lado da moeda – sofrer agora é bom, pois isso nos trará recompensa e glória. Então será mesmo que a conversão é o fim da dor? As pessoas já não são pessoas, por que digo isto? Pessoas têm sentimentos, desejos, sonhos e prazeres, mas a religião reprime e mata.

A moralidade da religião determina que o crente deve se abster do pecado. Surge então, os repetidos “nãos” que a caracterizam. Mas por que o crente se abstém daquilo que, do ponto de vista do corpo, parece bom e agradável? Por que não se expressa na dança? Por que não vive o domingo como o dia da expressão do corpo? Por que se furta ao amor, a fim de pertencer à Igreja? Por que? Por que a vida e o amor se reprimem diante de uma proibição que lhes diz não? Por medo. As ações proibidas, no universo da religião, estão ligadas com o “mundo”, e o mundo se liga com o inferno. Assim, a fim de ganhar a vida futura e o céu, é necessário negar a vida e a terra. E por isso o prazer momentâneo que tais atos possam produzir não compensa a eternidade de sofrimento que se lhe seguirá. E o medo se expressa na possibilidade da volta de Cristo, no momento da ação proibida. Se isto acontecer, não haverá mais ocasião para o arrependimento, e a alma irá inevitavelmente para o inferno. Tantas leis. Tantas ordens. Tudo isto leva a uma vegetação que neutraliza todo o ser.

Deus não vai ser benevolente para comigo, pois tive uma vida mais livre dos padrões humanos estabelecidos como verdade. Isto revela uma religião firmada no: medo, opressão, jugo imposto as pessoas. Sendo assim, fica fácil para controlar as pessoas e manipulá-las. Isto me faz lembrar que a religião tem um trato para com os seus novos adeptos na fé tão insensível ao que eles têm para nos acrescentar, para nos ensinar e até mesmo para mudar alguns conceitos. A igreja é o centro do saber, e seus líderes é que sabem o que é bom ou mau para os seus membros. Esta ditadura das ações tornam pessoas vivas e volicionadas em robôs e fantoches que não sabem para onde ir. Esta é a ética e a moralidade que indicam quem é de fato um verdadeiro cristão. Aquele que se rende e se deixa dominar, este é de fato um cristão, mas quem ousa ir contra será rotulado como um rebelde sem causa. É proibido pensar diferente da massa cauterizada da membresia dominada. Isto é o domínio da religião.

Se a igreja se libertasse do monopólio da verdade que é tão puro e santo e acabasse com o discurso de que possui a verdade absoluta, mas entendesse que a verdade é o que nos possui, então haveria menos doença dentro das igrejas e nas pessoas que por elas passam. Vamos deixar a verdade nas mãos de Deus. Prossigamos com grandes impulsos em direção a verdade até a encontrarmos na eternidade.

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