por Israel Belo de Azevedo
O ex-árbitro de futebol Oscar Roberto de Godói foi baleado num assalto em São Paulo. Depois de sair do hospital, fez a seguinte declaração:
-- Eu tinha certeza que não morreria, mas não digo milagre, e sim por tudo que eu sou e faço eu não merecia. Se é Ele (Deus) que leva, não ia me levar.
Reorganizando a frase, fica mais clara a teologia por trás dela: "Eu tinha certeza que não morreria. Se é Ele (Deus) que leva, não ia me levar, não por milagre, mas porque eu não merecia, por tudo que eu sou e faço".
Talvez pudéssemos, então, concluir: quem morre num assalto morre porque não merece ficar vivo.
Estamos, portanto, cercados pela ideologia do mérito, contra a teologia da graça.
A ideologia do mérito é sedutora. A teologia da graça não tem charme nenhum.
A ideologia do mérito é onipresente. A teologia da graça habita um ponto minúsculo no horizonte.
A ideologia do mérito pressupõe que Deus é justo. A teologia da graça pressupõe que Deus é bom.
A ideologia do mérito produz culpa. A teologia da graça espouca em liberdade.
A ideologia do mérito é natural. A teologia da graça é espiritual.
A ideologia do mérito exalta o ser humano. A teologia da graça exala o perfume da cruz de Cristo.
Nascemos com a ideologia do mérito. Só vivemos bem com a teologia da graça.
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