segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Responsabilidade sobre o mundo criado...

“Assumir a responsabilidade sobre o mundo criado é uma característica básica distintiva do ser humano a diferenciá-lo dos animais. No exercício do seu domínio sobre o mundo, o homem deve lembrar sempre que não é o dono, mas somente o administrador. Deve reconhecer-se criatura, não pretendendo ocupar o lugar de Deus. Mas, tampouco, deveria renunciar ao domínio responsável sobre o mundo, ficando no nível do animal. O ser humano é mesmo humano quando aceita, por uma parte, que é criatura, e, por outra, que não é um animal. Quando o ser humano se ilude e pretende ficar no lugar de Deus acaba violentando e destruindo o mundo criado e, concomitantemente, se autodestruindo. Quando o ser humano quer ficar no nível animal, não assumindo a sua responsabilidade sobre o mundo acaba imperando entre os homens a lei brutal do mais forte. Quer dizer, o homem animaliza-se”.

RUBIO, Garcia. Unidade na pluralidade: o ser humano à luz da fé e da reflexão cristã.

Métodos ineficazes para se relacionar com Deus...

Não é moderno o conceito de aplacar a ira divina. Este terror perturba a mente humana. Constantemente fórmulas, métodos e regras são desenvolvidas para que o sagrado seja mais benevolente.

Esta prática não pertence às Escrituras. O povo de Deus tem por hábito muito ruim adaptar elementos pagãos a fé cristã.

Muito antigamente o povo de Deus, Israel, entrou nesta furada. Buscou defesa nos cultos mágicos. Este recurso era utilizado para afastar seres demoníacos e dos efeitos negativos das forças da natureza. O intuito era para que estas forças servissem o homem. A idéia sempre antiga do ser humano dominar tudo, inclusive a tentativa da divinização.

Portanto, para vencer a insegurança e o medo do não revelado o povo buscou nos ritos mágicos uma segurança falsa. A cultura cananéia influenciou e tentou Israel por muito tempo. Os seus rituais mágicos eram uma espécie de aceitação da divindade. De fato, Israel se contaminou com práticas repugnantes. Por isso, vemos constantemente Deus repreendendo o povo. O Senhor chama o povo de adúltero.

A compreensão equivocada de Israel e de outros era a possibilidade de dirigir positivamente o destino da própria vida bem como influenciar negativamente a vida dos inimigos.

Para Israel vivenciar a salvação de Deus foi preciso abandonar estas práticas. Israel tinha que se abrir para a vontade de Deus. Confiar na fé que salva. Descansar no cumprimento da palavra do Senhor.

Isto não é diferente em nossos dias. Pessoas freqüentam casas de supostos gurus da fé. Desejam receber uma palavra ou revelação. Acreditam que podem driblar o destino. O presente tanto quanto o futuro podem ser manipulados por uma espécie de mágica.

Muitas igrejas e denominações caminham por esta mesma perspectiva. Criam métodos mágicos que não trazem segurança. O número é cada vez maior de pessoas desesperadas que não conseguem obter o que prometeram. O desejo de controlar o divino é cada vez maior. Deus precisa estar na palma da mão destas pessoas. Temem o castigo divino. Na esperança de que a ira de Deus seja aplaca, as pessoas criam uma fantasiosa ilusão de um culto pagão.

Uma outra questão é que os inimigos serão destruídos desta forma. Além de tentarem manipular Deus, pensam que os inimigos serão eliminados por cumprirem estes rituais. Nada diferente de certas campanhas de oração que existem hoje. É uma loucura que se passa na mente atormentada. Estas práticas visam à derrota do inimigo. Por exemplo: algumas pessoas pensam que ir ao culto no domingo de manhã e a noite aplacará a ira de Deus. A idéia é tipo assim – olha Deus, estou fazendo tudo direitinho. Estou indo a igreja. Ou a pessoa que simplesmente ora para que Deus veja a sua oração. Não existe o desejo de orar e manter comunhão com Deus. Não há prazer. Não há alegria. Não há espontaneidade. Existe unicamente uma obrigação e prestação de contas. É uma oração bate-ponto. Uma espécie de emprego. O individuo ora para não se sentir culpado. Isso não funciona. É muito pior do que ficar um mês sem orar.

O ser humano deve se unir a Deus e viver em segurança e confiança. Deus é fiel as suas promessas e a sua palavra tem eficácia real. Fora aos métodos ineficazes.

Métodos ineficazes para se relacionar com Deus II...


Acredito que não é somente no ambiente católico que existam as beatas. No contexto protestante existem beatas e beatos.

Na minha adolescência sempre brincávamos para descobrir quem eram as pessoas que controlavam a vida de outras na igreja. Chamávamos de “policias da ordem da fé”. Quando alguém faltava a E.B.D. (Escola Bíblica Dominical), estava lá a tal pessoa para criticar e denunciar a suposta falta cometida por alguém.

A história do povo de Deus é marcada por uma série de erros na tentativa de se apropriar do favor divino. Existia uma classe de pessoas que observavam as leis e tinha uma profunda crença no valor do culto a Iahweh. Agiam assim como um mecanismo para obter o favor divino e garantir a salvação. Na verdade tudo não passava de mera ilusão e falsa segurança. Cumprir a lei e observar a cerimônia do culto não garante nada. Algumas pessoas são tão certinhas na observância do culto. São tão detalhistas. Cumprem tudo rigorosamente. Estão em todas as atividades da igreja. Moralmente inquestionáveis. Mas na verdade a vida é oca. A preocupação é externa. O interno está doente. São pessoas que não demonstram amor e misericórdia com o próximo. Não lutam pela justiça do pobre e do injustiçado. Obedecer a regras não assegura proteção e muito menos salvação. A pessoa que assim procede comercializa a fé no relacionamento com Deus. Não existe pessoalidade. O próprio humano tão respeitado por Deus é ignorado.

Penso que existe um número significativo de pessoas que são falsas na sua religiosidade. Pensam que podem manobrar a Deus e que o mesmo é devedor delas. Ele deve pagar por suas obras e derramar favores. O critério é o seguinte: já que eu fiz a minha parte, nesta relação mercantilizada, Deus está obrigado a fazer a sua.

Deus jamais poderá ser medido pela atitude do homem. Deus é livre e irrompe quando quiser na vida do homem. O homem quando acolhe a vontade de Deus e o obedece voluntariamente ele está no caminho verdadeiro da segurança da salvação. Nada substitui a entrega total e voluntária a Deus.

NILSON DO AMARAL FANINI (1932-2009)...

FALECIMENTO DO PR. NILSON DO AMARAL FANINIFaleceu, no dia 19 de setembro de 2009, em Dallas (EUA), o pastor Nilson do Amara Fanini. Ele tinha 77 anos de idade, tendo nascido em 18 de março 1932.

Fonte: www.prazerdapalavra.com.br

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pastor Fanini internado em coma nos EUA...

O pastor Nilson do Amaral Fanini, 77 anos, que atualmente dirige a recém-criada igreja Batista Memorial, depois de 41 anos de ministério à frente da I Igreja Batista de Niterói, está internado em coma em um hospital de Houston, nos Estados Unidos, em consequência de um acidente vascular cerebral. O pastor viajou a Dallas com a esposa Helga para conhecer a neta mais nova, Nataly, filha de Margareth e Jeronimo Aviles.

A comunidade evangélica está orando pela saúde do líder religioso nascido em Curitiba, Paraná, e que aos 12 anos ingressou na Igreja Batista. Além de 11 mandatos na Convenção Batista Brasileira, Fanini foi presidente por um triênio da Aliança Batista Mundial, que congrega mais de 100 milhões de evangélicos, e foi convidado pelo Papa João XXIII para um encontro no Vaticano.


Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/gilson/posts/2009/09/17/pastor-fanini-internado-em-coma-nos-eua-224262.asp

Pastor Fanini continua vivo e necessitando de orações...


Ao contrário de rumores que afirmam que o pastor Nilson do Amaral Fanini teria falecido, ele continua internado em estado grave em um hospital da cidade de Dallas, no estado do Texas (EUA), informou o pastor David Schier - familiar do pastor Fanini - na manhã desta sexta.

O pastor Fanini e sua família devem continuar sendo alvo das orações dos batistas brasileiros.

Segundo informações do pastor David Schier, o pastor Fanini estava em viagem pelos Estados Unidos com sua esposa Helga para conhecer a sua mais nova netinha.

No entanto, durante a viagem de avião ele teve uma pneumonia e posteriormente um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que atingiu três partes de seu cérebro.


Fonte: Convenção Batista Brasileira - http://www.batistas.com/

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Orientações do homem que possui uma das maiores fortunas pessoais do mundo – Bill Gates...

1) A vida não é fácil, acostume-se com isso.

2) O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

3) Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone a disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

4) Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

5) Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avôs têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

6) Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

7) Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagarem as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração passada dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

8) Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isso não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido... RUA! Faça certo da primeira vez!

9) A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros funcionários o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

10) Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11) Seja legal com os CDF´s (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns bobos). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Noites de luta e reggae enchem igrejas evangélicas no Brasil...

The New York Times
Alexei Barrionuevo*

Em São Paulo


A atmosfera estava elétrica na igreja Renascer em Cristo na noite de "Extreme Fight". Seguidores da igreja vestiam jeans e tênis, muitos com bonés virados para trás, e se alinhavam num ringue de boxe temporário para aplaudir lutadores de jiu-jitsu de peitos desnudos.

Eles gritavam quando o favorito dos fãs, Fabio Buca, resistiu ao seu oponente após vários minutos. Eles ficaram frenéticos quando o Pastor Dogão Meira, de 26 anos, abateu o seu opositor, segurando ele com uma chave de braço por apenas 10 segundos de luta.

Com a multidão ainda vibrando, o pastor Mazola Maffei, vestido em calças militares e camiseta, pegou o microfone. Maffei, que também é o treinador de luta de Meira, então deixou a multidão absorta com um sermão sobre a ligação entre esportes e espiritualidade. "Vocês precisam praticar mais o esporte da espiritualidade", ele recomendou. "Vocês precisam lutar pelas suas vidas, pelos seus sonhos e ideais".

A Renascer em Cristo está entre o crescente número de igrejas evangélicas no Brasil que estão encontrando maneiras de se conectar com pessoas mais jovens para aumentar suas fileiras. De noite de luta à música reggae, de videogames a tatuadores no local, as igrejas ajudaram a fazer o movimento evangélico o movimento espiritual que cresce mais rápido no Brasil.

Igrejas evangélicas estão atraindo brasileiros para longe do catolicismo romano, a religião dominante no Brasil. Em 1950, 94% dos brasileiros disseram ser católicos, mas o número caiu para 74% em 2000. Enquanto isso, a percentagem daqueles que dizem ser evangélicos se multiplicou por cinco neste período, atingindo 15% em 2000. Um novo censo do governo deve sair no ano que vem.

Apesar da grande conexão do Brasil com o catolicismo, mais e mais brasileiros querem experimentar e escolher sua própria religião, diz Silvia Fernandes, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que escreveu um livro sobre o movimento evangélico no Brasil.

Ela disse que mais brasileiros foram atraídos para as igrejas evangélicas ou o pentecostalismo, para uma "flexibilidade na expressão religiosa". Eles vêem igrejas como a Renascer como lugares onde eles podem se expressar mais livremente e "não apenas procurar soluções para problemas pessoais, mas também encontrar um lugar para conhecer pessoas e socializar".

Meira disse que para jovens que procuram salvação, o evangelismo pode preencher uma lacuna. "Aqui eles entram na igreja, às vezes para ver uma competição de luta, recebem a palavra de Jesus Cristo, e começam uma transformação. Eles vão deixar as drogas, começar a respeitar sua família e começar a curar doenças da alma, como ansiedade, depressão, drogas, álcool e prostituição", disse.

No meio do movimento jovem, a Renascer em Cristo sofreu sua parcela de controvérsia. Os líderes da igreja, Estevam e Sonia Hernandes, voltaram ao Brasil no mês passado depois de passar vários meses em uma prisão americana por tentar entrar clandestinamente com mais de US$ 56.000 nos Estados Unidos, incluindo US$ 9.000 escondidos numa Bíblia. Eles ainda enfrentam acusações de fraude, apropriação indébita, evasão de impostos e lavagem de dinheiro no Brasil.

A Renascer tenta encontrar pastores mais jovens, que podem se relacionar melhor com adolescentes. Meira é um pastor de meio período; ele também trabalha, durante o dia, em marketing para uma empresa familiar de tintas e estuda propaganda à noite.

Na noite do Extreme Fight, dezenas de jovens pairavam em volta da igreja. Na sala da frente, barracas vendiam cachorro-quente e pizza e jovens se alinhavam em um canto para fazer tatuagens com temas religiosos, como "Eu pertenço a Jesus". Na sala principal, havia videogames, um DJ tocando uma mistura de hip-hop e funk, e uma tela de projeção mostrando um DVD do Harlem Globetrotters.

Apesar de a maioria ter vindo para o evento principal, o Extreme Fight, eles deixam-se ficar. Depois de quatro lutas e do sermão de Maffei, os membros formaram pares. Um colocou sua mão na testa do outro e falou de Jesus Cristo, o outro fechou bem os olhos.

O crescimento do movimento evangélico jovem visa brasileiros de todas as classes. Na igreja Bola de Neve, jovens profissionais se misturam a outros de famílias de renda mais baixa e problemáticos.

Pastores lideram um rebanho de mais de 2.500 membros nas noites de domingo estimulados por músicas de reggae e rock, com letras religiosas projetadas em uma enorme tela.

O "apóstolo" da igreja, Rinaldo Pereira, disse que teve uma experiência próxima à morte relacionada a drogas e hepatite 17 anos atrás, antes de um evento "sobrenatural" o levar a dedicar a sua vida a Deus.

Em 1999, Pereira e outros poucos surfistas ávidos fundaram a Bola de Neve, inspirados pela ideia de que uma bola de neve começa pequena mas pode crescer e ficar grande. A igreja recebeu seu impulso inicial de um empresário de roupas de surf, que emprestou um auditório para a igreja. Precisando de um altar para sua primeira cerimônia, Pereira pegou uma prancha de surf que viu no corredor e a colocou em algumas cadeiras.

Hoje a igreja diz ter cem unidades, a maioria no Brasil. Uma delas, na Barra da Tijuca, área do Rio de Janeiro perto da praia, começou três anos atrás, com sete pessoas, e agora tem cerca de 3.000 integrantes.

Esportes e música "superam todos os tipos de limites", disse Pereira em uma entrevista."As pessoas podem não entrar numa igreja, mas definitivamente vão assistir a uma luta, a um campeonato de surf, a um evento musical", ele disse. "Tanto o esporte quanto a música transmitem uma mensagem para o público".

Em São Paulo, a igreja é verdadeiramente um assunto familiar. Num domingo, Pereira, de 37 anos, fez um sermão que durou três horas, ainda usando uma prancha de surf de cabeça para baixo como seu púlpito. A mulher dele, Denise, que também é pastora, aqueceu a multidão, cantando com força letras com uma banda de rock às suas costas.

No porão da igreja, o filho deles de 16 anos de idade, Nathan, liderou uma multidão de adolescentes e jovens. O pastor "em treinamento", de cabelo espetado, fez um sermão sobre Jesus Cristo com habilidade de talk-show. Em determinado momento, ele segurou um recipiente de plástico branco e estimulou os jovens seguidores a fazer doações, assegurando a eles que Deus "daria de volta em dobro" o que quer que eles oferecessem.

Escadas acima, onde seu pai fazia um sermão, um homem e uma mulher jovens tomam o palco e declaram seu amor. Pereira parabeniza pelo menos dois jovens casais por seus novos bebês, segurando-os para o alto para todos verem.

À medida que seu sermão atinge o clímax, os membros fecham seus olhos firmemente e seguram os braços, como num transe, cantando e se balançando com a música enquanto lágrimas escorrem em seus rostos.

Depois da cerimônia, Dom Luiz Bayeux, de 22 anos, contou como chegou ali. Ele cresceu num lar problemático, onde seu padrasto, um viciado em crack, morreu de Aids. Aos 13 anos, um rebelde Dom começou a sua vida no crime. Cinco anos depois, sua busca para escapar do vício o levou a muitos lugares e a várias religiões.

Depois de fracassar em um exame para entrar para as Forças Armadas, ele se lembrou de ter ouvido falar sobre a Bola de Neve. No dia em que ele chegou, o pastor disse aos membros: "Vocês estão aqui para entrar para o Exército de Jesus Cristo".

Para ele, era uma intervenção divina. "O fato de que aqui as pessoas falam a mesma língua e vivem no mesmo estilo de vida que eu foi o que realmente me atraiu a este lugar, e o que me ajudou a me manter aqui", ele disse.




*Com a colaboração de Mery Galanternick, no Rio de Janeiro




Tradução: Marcelle Ribeiro

A África às avessas...

por Olavo de Carvalho


O terceiromundismo, que foi uma invenção de Stálin, acabou por se tornar - e é até hoje - uma das fontes maiores da autoridade do espírito revolucionário, instilando na alma da civilização ocidental um complexo de culpa inextinguível e obtendo dele toda sorte de lucros morais, políticos e financeiros. Subscrita pelos organismos internacionais, alimentada por fundações bilionárias e várias dúzias de governos, trombeteada por incansáveis tagarelas como Noam Chomsky e Edwaid Said, entronizada como doutrina oficial por toda a grande mídia da Europa e dos EUA, essa ideologia toda feita de mendacidade oportunista acabou por se impregnar tão profundamente na opinião pública que qualquer tentativa de contestá-la, mesmo em tom neutro e acadêmico, vale hoje como prova inequívoca de "racismo".

Um de seus dogmas principais é justamente a acusação de racismo, atirada genericamente ao rosto de toda a cristandade por incontáveis exércitos de intelectuais ativistas e, nas últimas décadas, por todos os porta-vozes do radicalismo islâmico. Imbuído da crença na inferioridade congênita dos negros, o homem branco europeu teria sido, segundo essa doutrina, o escravagista por excelência, dizimando a população africana e financiando, com a desgraça do continente negro, a Revolução Industrial que enriqueceu o Ocidente.

Tudo, nessa teoria, é mentira. A começar pela inversão da cronologia. Os europeus só chegaram à África por volta da metade do século XV. Muito antes disso o desprezo racista pelos negros era senso comum entre os árabes, como se vê pela palavra de alguns de seus mais destacados intelectuais. Extraio estes exemplos do livro de Bernard Lugan, Afrique, l'Histoire à l'Endroit (Paris, Perrin, 1989):

Ibn Khaldun, o historiador tunisino (1332-1406), assegura que, se os sudaneses são caracterizados pela "leviandade e inconstância", nas regiões mais ao sul "só encontramos homens mais próximos dos animais que de um ser inteligente. Eles vivem em lugares selvagens e grutas, comem ervas e grãos crus e, às vezes, comem-se uns aos outros. Não podemos considerá-los seres humanos".

O escritor egípcio Al-Abshihi (1388-1446) pergunta: "Que pode haver de mais vil, de mais ruim do que os escravos negros? Quanto aos mulatos, seja bom com eles todos os dias da sua vida e de todas as maneiras possíveis, e eles não lhe terão a menor gratidão: será como se você nada tivesse feito por eles. Quanto melhor você os tratar, mais eles se mostrarão insolentes; mas, se você os maltratar, eles mostrarão humildade e submissão."

Iyad Al-Sabti (1083-1149) escreve que os negros são "de todos os homens, os mais corruptos e os mais dados à procriação. Sua vida é como a dos animais. Não se interessam por nenhum assunto do mundo, exceto comida e mulheres. Fora disso, nada lhes merece a atenção."

Ibn Butlan, reconhecendo que as mulheres negras têm o senso do ritmo e resistência para os trabalhos pesados, observa: "Mas não se pode obter nenhum prazer com elas, tal o odor das suas axilas e a rudeza do seu corpo".

Em contrapartida, teorias que afirmavam a inferioridade racial dos negros não se disseminaram na Europa culta senão a partir do século XVIII (cf. Eric Voegelin, The History of the Race Idea. From Ray to Carus, vol. III das Collected Works, Baton Rouge, Louisiana State University Press, 1998). Ou seja: os europeus de classe letrada tornaram-se racistas quase ao mesmo tempo em que o tráfico declinava e em que eclodiam os movimentos abolicionistas, dos quais não há equivalente no mundo árabe, de vez que a escravidão é permitida pela religião islâmica e ninguém ousaria bater de frente num mandamento corânico.
O racismo antinegro é pura criação árabe e, na Europa, não contribuiu em nada para fomentar o tráfico negreiro.

Característica inversão do tempo histórico é o estereótipo, universalmente aceito, do colonialista europeu invadindo a África com um crucifixo na mão, decidido a impor a populações inermes a religião dos brancos. O cristianismo foi religião de negros muito antes de ser religião de brancos europeus. Havia igrejas na Etiópia no tempo em que os ingleses ainda eram bárbaros pagãos. Mais de mil anos antes das grandes navegações, era na África que estavam os reinos cristãos mais antigos do mundo, alguns bastante cultos e prósperos. Foram os árabes que os destruíram, na sanha de tudo islamizar à força. Boa parte da região que vai desde o Marrocos, a Líbia, a Argélia e o Egito até o Sudão e a Etiópia era cristã até que os muçulmanos chegaram, queimaram as igrejas e venderam os cristãos como escravos. Quatro quintos do prestígio das lendas terceiromundistas repousam na ocultação desse fato.

À inversão da cronologia soma-se, como invariavelmente acontece no discurso revolucionário, a da responsabilidade moral. Não é nem necessário dizer que a fúria verbal dos árabes de hoje contra a "civilização cristã escravagista" é pura culpa projetada: se os europeus trouxeram para as Américas algo entre doze e quinze milhões de escravos, os mercadores árabes levaram para os países islâmicos aproximadamente outro tanto, com três diferenças: (1) foram eles que os aprisionaram - coisa que os europeus nunca fizeram, exceto em Angola e por breve tempo -; (2) castraram pelo menos dez por cento deles, costume desconhecido entre os traficantes europeus; (3) continuaram praticando o tráfico de escravos até o século XX. O escravagismo árabe foi assunto proibido por muito tempo, mas o tabu pode-se considerar rompido desde que a editora Gallimard, a mais prestigiosa da Franca, consentiu em publicar o excelente estudo do autor africano Tidiane N'Diaye, Le Genocide Voilé (2008), que comentarei outro dia.

Mas não são só os árabes que têm culpas a esconder por trás de um discurso de acusação indignada. A escravidão era norma geral na África muito antes da chegada deles, e hoje sabe-se que a maior parte dos escravos capturados eram vendidos no mercado interno, só uma parcela menor sendo levada ao exterior. Quando os apologistas da civilização africana enaltecem os grandes reinos negros de outrora, geralmente se omitem de mencionar que esses Estados (especialmente Benin, Dahomey, Ashanti e Oyo) deveram sua prosperidade ao tráfico de escravos, do qual sua economia dependia por completo. Especialmente o reino de Oyo, escreve Lugan, "desenvolveu um notável imperialismo militar desde fins do século XVII, buscando atingir o oceano para estabelecer contatos diretos com os brancos. Já antes disso, a força guerreira de Oyo, especialmente sua cavalaria, permitia uma abundante colheita de escravos que ela aprisionava ao sul, entre os Yoruba, e no norte entre os Bariba e os Nupê. Tradicionalmente, os numerosos cativos tornavam-se escravos no seio da sociedade dos vencedores. Com a aparição do tráfico europeu, uma parte - mas só uma parte - foi encaminhada ao litoral."

Num próximo artigo mostrarei mais algumas inversões prodigiosas que o discurso terceiromundista opera na história da escravidão africana.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Escândalo do Comportamento Evangélico...



Por que os evangélicos estão vivendo exatamente como o resto do mundo?

Quem nós somos e quem Deus nos chama a ser? Os evangélicos afirmam crer nos valores bíblicos e no poder de Deus de transformar vidas. Contudo, pesquisas demonstram que muitos não vivem de modo diferente do resto do mundo. De dinheiro a sexo, de racismo a realização pessoal, um escandaloso número de cristãos não vivem o que pregam. O Escândalo do Comportamento Evangélico revela a profundidade do problema e contrasta-o com o ensino bíblico.

De vez em quando, alguém precisa ‘pisar no calo’ da igreja. A leitura deste livro pode fazer com que a dor fique estampada em seu rosto, mas essa dor do auto-exame vale a pena. Faça-o chegar às mãos de seu pastor, de seu grupo de estudo bíblico, de seu professor de escola dominical. Incentive-os a encarar esses sérios desafios e a despertar a igreja para as demandas do discipulado
David Neff, editor e vice-presidente da revista Christianity Today

Nos últimos trinta anos, desde que Ronald Sider colocou o dedo na ferida da consciência dos evangélicos com a publicação de Cristãos Ricos em Tempo de Fome, o evangelicalismo perdeu o status de ser uma contracultura. O Escândalo do Comportamento Evangélico nos convoca, mais uma vez, a levarmos a sério o evangelho. Para o bem da sociedade — e de nossa própria alma
Randall Balmer

Quando o comportamento de membros de um grupo religioso é um pouco melhor — ou às vezes pior — que o de seus vizinhos, líderes e membros desse grupo devem ficar atentos. Devem fazer algumas perguntas profundas, não apenas sobre seu comportamento, mas também sobre os sistemas que o produzem e sustentam. O Escândalo do Comportamento Evangélico me estimula a fazer esse tipo de pergunta
Brian McLaren

Se você já se perguntou por que os evangélicos de hoje não exercem a influência social que seus números deveriam sugerir, Sider oferece uma resposta em O Escândalo do Comportamento Evangélico
Duane Littin, presidente do Wheaton College


Sobre o autor:
Ronald Sider é professor de teologia, ministério holístico e de políticas públicas. É presidente dos Evangélicos pela Ação Social. Orador e escritor mundialmente conhecido, falou em seis continentes e publicou vinte e sete livros e vários artigos. O seu livro Cristãos Ricos em Tempo de Fome foi reconhecido pela Christianity Today com um dos cem livros religiosos mais influentes do século 20. É editor da revista PRISM e colaborador de Christianity Today e de Sojourners. Leciona em diversas universidades ao redor do mundo, incluindo Yale, Harvard, Princeton e Oxford.


Estou com vergonha de ser evangélico...


por Augustus Nicodemus Lopes

Leiam o que escreveu Reinaldo Azevedo por conta da presença do "apóstolo" Hernandes, a "bispa" Sônia, junto com outros "bispos" evangélicos, em cerimônia com Lula e Dilma, quando da institucionalização do dia da Marcha para Jesus. Mais importante, leiam os mais de cem comentários. Vocês vão acabar como eu, com vergonha de ser evangélico.

Os apóstolos evangélicos modernos -- bem como o católico -- são um desvio do Evangelho, uma desvalorização da autoridade dos verdadeiros apóstolos cujo ensino se encontra nas Escrituras. Eu sei que nem todos que se arrogam de apóstolo hoje foram apanhados contrabandeando dólares, mas é difícil não pensar que todos eles têm sede de mais poder e mais autoridade na hierarquia que eles mesmos criaram.

"Apóstolos" e "bispos" não representam os evangélicos, são representantes dos neopentecostais, igrejas pós-evangélicas ou neo-evangélicas, das quais os evangélicos históricos, pentecostais, tradicionais, sérios e bíblicos, se distanciam arrepiados, horrorizados e com vergonha. Apesar disto, somos confundidos com eles e sempre sobra para nós. Lula e Dilma têm o direito de receber quem quiserem. Mas, ainda assim, é triste, lamentável, vergonhoso, que "apóstolos" e "bispos", inclusive presos e processados, vão "representando" os evangélicos.

O que está se formando no Brasil é outra coisa diferente de uma igreja evangélica, bíblica, saudável, séria. Conheci na África do Sul a igreja zionista (nada a ver com o movimento pró-Israel), um sincretismo de igreja cristã com religião animista de invocação dos ancestrais. Não se podia dizer que eram realmente cristãos, tal a quantidade de elementos estranhos, pagãos, misturados na sua teologia e prática. É a mesma coisa que está acontecendo aqui no Brasil com estas igrejas neopentecostais. Não tenho a menor idéia onde isto vai parar, mas uma coisa eu sei: a não ser que haja uma profunda interferência da parte de Deus, um movimento de purificação e reforma, dias difíceis estão por vir aos que ainda aderem ao Evangelho puro e simples da graça.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Divórcio pela Internet

Os processos de separação judicial e divórcios consensuais poderão em breve ser agilizados na Justiça. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na manhã desta quarta-feira em caráter terminativo projeto que autoriza o uso da internet para acelerar a separação entre casais.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), relatora da matéria, destacou que a proposta possibilitará aos cônjuges dar entrada nesses processos sem precisar se deslocar a um fórum ou cartório.

O projeto de lei também normatiza a partilha dos bens comuns, a concessão da pensão alimentícia e a regularização dos nomes dos cônjuges. Para entrar em vigor, a matéria depende de aprovação na Câmara e sanção do presidente da República.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Somente a graça...

“Deus, nosso Senhor, instituiu seu mais alto ministério de modo muito singular: ele o atribuiu aos pregadores, esses pobres pecadores e mendigos, que dizem e ensinam, mas dificilmente vivem de acordo. Assim, a força de Deus anda sempre na fraqueza e, quando mais fraco ele for em nós, tanto mais ele será forte” (Martinho Lutero)

Nada pode vencer a verdade...

Nada podemos contra a verdade, mas somente a favor da verdade
[II Coríntios 13:8]

Aprendi a não defender-me das acusações que recebo. Por estar em Cristo, tenho a certeza de que a verdade aparecerá. Além disto, vou deixar de fazer coisas relevantes no meu ministério enquanto preparo ou apresento uma resposta.
O silêncio é uma arma para a vitória!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que você pensa sobre isto?

Baixa atividade em região cerebral estimula espiritualidade, diz estudo
colaboração para a Folha Online


A experiência espiritual das pessoas pode ser explicada pela falta de atividade em uma das regiões do cérebro responsáveis pela afirmação da identidade individual. É o que aponta um estudo realizado pelo neurocientista americano Brick Johnstone, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, e divulgado na edição de novembro do jornal científico "Zygon".

A área em questão --o lóbulo parietal direito-- é onde as pessoas definem quem são elas. É a região, por exemplo, onde o cérebro processa as preferências e gostos pessoais, reconhecem as habilidades e os interesses amorosos da pessoa.

O estudo sugere que são justamente as pessoas que têm essa região menos ativa, com menos "definidores próprios", as mais suscetíveis a levar vidas espiritualizadas.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores testaram pacientes com essas áreas afetadas e compararam com estudos anteriores que mostram as especialidades de cada região do cérebro.

Eles notaram que, entre as 26 pessoas analisadas, as mais espirituais apresentavam um lóbulo parietal direito menos funcional. Este estado físico indicaria menos foco pessoal e menos autoconhecimento.

Abnegação
A descoberta sugere que uma das principais características da experiência espiritual é a abnegação, um comportamento antiegoísta, diz Johnstone.

Quanto à idéia disseminada por vários outros estudos que ligam a espiritualidade à saúde mental e física, Johnstone aponta um paradoxo. Ele afirma que esses benefícios podem ser provenientes de uma preocupação maior da pessoa com o outro do que em si mesma. Isso seria uma conseqüência natural da diminuição na atividade de autodefinição da pessoa.

O estudo ainda aponta que o maior silenciamento dos "definidores próprios" são mais comuns nos estados mais profundos de meditação ou oração. Johnstone diz que é quando as pessoas descrevem sentimentos de desligamento de todo o Universo.

"Se você observar a Torá, o Velho Testamento, o Novo Testamento, o Corão, uma porção de textos sufistas, textos budistas e textos hindus, todos eles falam sobre abnegação", disse o neurocientista.