quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um mal devastador. A minha experiência com os viciados do crack...



O crack, droga derivada da cocaína, está se tornando um flagelo nacional, espalhada pelo país em diferentes classes sociais e tomando até salas de aula.

Simbolicamente a imagem dos santos despedaçados numa escola de Maceió é a demonstração do poder do crack na vida daquelas crianças que freqüentam a escola unicamente para consumir a droga.

O atendimento especializado para o vício das drogas relata um aumento significativo de pessoas de classes sociais das mais distintas. Recentemente num congresso de pastores que participei, ouvi de um amigo que um pastor na cidade de São Paulo estava envolvido com o crack. Abandonou o ministério.

O Brasil está entre os países da America Latina que mais consome drogas. São mais de 8 milhões de usuários. Cerca de 100 mil jovens dependentes.

Nos últimos anos o consumo de cocaína cresceu cerca de 75%. A maconha cresceu 160%. As drogas sintéticas cresceram 170%. O mal devastador que é o crack cresceu 125%.


O Brasil tem hoje o serviço pronto entrega das drogas. Basta uma ligação e a droga é entregue na sua residência.

A grande maioria dos usuários de drogas teve a sua primeira experiência na escola. A influência dos colegas é determinante para o início. Ainda na tentativa de dar um raio-x do problema, o psiquiatra especializado no tratamento de dependentes do crack Pablo Roig apresentou na última quarta-feira, na Câmara dos Deputados, uma estimativa feita com base em dados do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Segundo ele, a idade média para início do uso da droga é 13 anos. O dado foi divulgado no lançamento da Frente Parlamentar Mista de Combate ao crack.

Existe um poder letal na substância do crack. Estima-se que mais de 80% de quem experimentou viciou-se na droga. A droga chegou no Brasil de forma epidêmica no ano 2000. Existe no Brasil mais de 600 mil usuários de crack.

Um testemunho de uma usuária de crack é que o seu efeito e vício produz solidão, medo, fome. A pessoa tem medo de tudo. Nada mais é que o reflexo de um histórico de vida. Sociologicamente essas pessoas são vistas como ameaça. Dificilmente serão tratadas com dignidade.

Neste ano o governo brasileiro gastará em torno de R$ 410 milhões no combate contra as drogas. Acontecerá também um investimento contra o tráfico de R$ 120 milhões. Outra verba destinada no valor de R$ 100 milhões para reinserção social. Cerca de R$ 90 milhões para a saúde e outros R$ 100 milhões para a prevenção. Estes dados podem parecer animadores. Podem criar alguma chama de esperança. Uma pergunta, porém, deve ser feita – será que isto é o suficiente para aqueles que estão nas ruas? O serviço de saúde pública não consegue atender a demanda do problema da química. A grande maioria dos hospitais não tem um preparo e o mesmo acontece com os profissionais.


Atualmente estou numa outra vertente. Mais uma para somar com outras áreas que tenho atuado. Tenho trabalhado com jovens com o problema do vício.

Toda quarta e sexta-feira trabalho com terapia comunitária. Na verdade é um aconselhamento comunitário. É uma extensão do ministério pastoral o qual Deus vocacionou-me. Lidar com a realidade do vício do crack não é fácil. Olhar para jovens com tanto potencial e vê-los jogando isso fora machuca o coração. Conhecer famílias destruídas e ver que muitas vezes parece que não há o que fazer, é desesperador.

Tenho experimentado que a amizade e o ombro amigo são fundamentais para a recuperação. Às vezes será necessário sentar com a pessoa na calçada. Outras tirá-lo do chão em volto de muita sujeira. Ocasiões em que haverá a necessidade de sair com a pessoa e andar sem rumo. Parece estranho, mas funciona.

No domingo passado preguei num lar de recuperação para jovens com o vício das drogas. Muitos viciados no crack. Encontrei um amigo, filho de um grande amigo. Estava ali. Perdeu esposa, emprego e o respeito próprio e da sociedade. Encontrei um jovem que liderei quando fui líder de adolescentes. Filho de uma grande amiga da família. Está em processo de recuperação. Lamentei. Entristeci-me. Mas voltei com esperança. Deus está fazendo a obra e ele sente o chamado para ser um missionário. Espero que o Senhor confirme e prepare este caminho.

Preguei no Salmo 36. Enfatizei o versículo 9. Desenvolvi a proposta para que Deus seja a única fonte de plena satisfação. Abordei o conceito de Blase Pascal de que o nosso vazio é do tamanho de Deus. Somente a sua glória pode satisfazer o homem e restaurá-lo por inteiro. Muitas lágrimas. Arrependimento. Muitas orações. Foi um culto pentecostal. É o estilo deles. É a forma de mantê-los firmes e fervorosos. Nada contra. Vi muita sinceridade. Olhei de perto que o poder de Deus pode transformar a desgraça em graça. Contemplei a graça de Deus que muda o mal em bem. Aqueles jovens vivem isso hoje.

Havia ali um ex-traficante do Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Altamente perigoso. Muitas mortes na bagagem da vida. Voluntariamente se dispôs a mudar. Procurou o lar para se libertar. Para aqueles que já estavam foi uma surpresa e muito medo. Muitos ali estavam em débito com ele. No entanto, ele perdoou a todos e esqueceu a dívida. Não era mais um traficante matador. No culto ele chorava muito durante a exposição da Palavra de Deus. A sua esposa foi visitá-lo. Ambos choravam. Estava ali a reconstrução de uma nova família. Novos sonhos. Um horizonte límpido inaugurado pela presença de Cristo. Não há nada melhor do que ver esta imagem.

Conheci a história do pastor que é responsável pelo lar. É um ex-morador de rua e um ex-viciado. Deus restaurou aquele homem. Sentiu no coração de abrir um lugar para recuperar os jovens. Sozinho ele mantém o lugar. Deus dia-a-dia provê o necessário para o sustento de todos. Aprendi que quando o Senhor chama ele nunca, nunca, nunca, deixará faltar nada. Ainda que você esteja sozinho na empreitada, o Senhor da empreitada é o grande provedor. Deus não parou de realizar milagres.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Crentes e ateus no templo do pop...




por Mariângela Guimarães



Segundo a pesquisa mais recente (de 2007), 44% dos holandeses se declaram ateus, 28% católicos, 19% protestantes, 5% muçulmanos e os outros 4% de outras religiões.

Mesmo com a maior parte da população ainda se declarando religiosa, o fato é que as igrejas do país estão cada vez mais vazias e não raro acabam ganhando outro fim: viram café, livraria, salão de cabeleireiro, pista de dança, restaurante, casa de shows...

Alguns exemplos são o Café Olivier, em Utrecht, a livraria Selexyz, em Maastricht (apontada pelo jornal inglês The Guardian como a livraria mais bonita do mundo), a pista de dança do Hotel Arena, em Amsterdã, e a mais famosa casa de shows da capital holandesa, o Paradiso.

Conhecido como o “templo do pop”, o Paradiso fica numa igreja do século 19, próxima à Leidseplein, no coração de Amsterdã, e toda banda e cantor pop que se preze tem que passar por ali - dos locais aos grandes nomes internacionais.

Mesmo pra quem só vai estar de passagem pela cidade, vale checar a programação da casa, que sempre tem bons shows na agenda. Os ingressos, que podem ser comprados pela internet, costumam ter preços bem razoáveis, mas em geral se esgotam rapidinho...

Quem passou por lá estes dias pra fazer sua pregação foi Seu Jorge, acompanhado pela banda Almaz. Os "fiéis" adoraram!


Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/

Igreja é para hipócritas, mentirosos e fracassados...






Uma megaigreja no sudeste do Michigan está deixando um monte de pessoas desconfortáveis com sua nova campanha. Eles usam outdoors para anunciar que a igreja é para hipócritas, mentirosos e fracassados. “Mas essa é a verdade”, diz o pastor Brad Powell, da Igreja de Northridge, e ele deseja comunicar isso para toda a comunidade.

“Quando você entra no ministério, começa a perceber que há uma visão errada fora da igreja sobre o que a igreja realmente é. Ela está cheia de pessoas que acreditam ser melhores do que as outras. Há também uma visão errada dentro da igreja sobre as pessoas de fora – que elas são ruins “, disse. ”A realidade é que todos os seres humanos são iguais. Todos erram. Somos todos iguais, os de dentro [da igreja] e os de fora. Também somos falhos, fracassados… hipócritas”, continuou o pastor.

Mas Powell compreende porque esses equívocos existem. Ele vê um monte de igrejas construindo muros, voltando-se para dentro, servindo a si mesmas e jogando na defesa. Nesse sentido, as igrejas não refletem a natureza de Cristo. ”Jesus não colocou cercas mais altas no céu para manter as pessoas ruins longe dele. Pelo contrário, Jesus veio à terra e habitou entre as pessoas. Quando você olha para a Palavra de Deus, vê que ele nunca se voltou para dentro. Ele olhava para fora.”

Faz quase um mês que a igreja lançou a campanha publicitária. Nove outdoors, anúncios em ônibus e nos shopping em todo o sudeste do Michigan: “Northridge é para os mentirosos”, “Northridge é para os fracassados”, e “Northridge é para os hipócritas”.

Os anúncios levaram algumas pessoas da comunidade a pensar “quem está atacando a igreja?” Alguns cristãos exigiram que os anúncios fossem retirados, enquanto ameaçavam nunca ir a um culto em Northridge. No entanto, para outros, os anúncios serviram como ponto de partida para conversas sobre a igreja. De maneira geral, a campanha está fazendo exatamente o que Powell esperava – gerando diálogo.

Um membro da igreja de Northridge estava andando de carro com vários colegas de trabalho, quando passaram por um outdoor. Eles perguntaram “o que está acontecendo com a sua igreja?” Ele conseguiu explicar que as pessoas não precisam ser perfeitas antes de ir à igreja. “Discussões dessa natureza estão acontecendo em toda a comunidade”, comemora Powell.

Powell não se considera um pastor típico nem mesmo gosta que usem o título de “pastor”, embora esteja servindo como ministro há mais de 25 anos. Em entrevista recente, insistiu em ser chamado de “Brad” em vez de “pastor Powell”.

Ele tem usado abordagens pouco convencionais e lutado contra os paradigmas culturais desde que começou a liderar a Northridge. Ela deixou de ser uma igreja velha e decadente para tornar-se uma das que crescem mais rapidamente nos EUA. Powell observa que “Northridge sempre foi um ministério bastante irreverente, no aspecto cultural. Embora a igreja reúna mais de 20.000 pessoas por semana, está totalmente comprometida com a verdade, sem fazer barganhas e permanecendo distante da cultura e do linguajar das igrejas tradicionais.

Ele acredita que “cristãos tradicionais” detestam outdoors como os que ele criou. “Nem passa pela mente das pessoas tradicionais, petrificadas, como isso pode ser espiritual”, continua. ”A igreja é para os mentirosos? Eles não entendem.”

Elogiando a ousadia da megaigreja, Bill McKendry, que trabalhou com Powell na campanha publicitária, afirma: “Com a Northridge não há muito medo.” McKendry, chefe de criação da agência Hanon McKendry, explicou que o ministério da Northridge é voltado para os que não se preocupam com o assunto, onde igreja sequer faz parte da vida daquela pessoa. Para muitos que não estão envolvidos com uma igreja, a percepção geral é que alguém precisa ser perfeito para frequentá-la.

Powell explica: “Estamos continuamente em busca de novas pessoas que estão destruídas ou feridas. A qualquer momento que alguém entrar na igreja, deve entender que este é um lugar onde pode ser aceito, onde não há problema se está ferida… poderá encontrar redenção e seguir em frente. ” Um dos temas-chave em Northridge é que “um fracasso não é o fim de tudo.” ”[Northridge] é um lugar onde todos estão no mesmo nível, enquanto procuramos descobrir e conhecer a Deus e seu poder que pode transformar as nossas falhas e usá-las para a sua glória”, disse Powell. “Estamos nesta comunidade de pessoas falhas que encontraram a redenção e querem compartilhar isso com os outros.”

A campanha está programada para continuar até o início de novembro. Se for bem-sucedida, McKendry disse que pode haver prolongamentos da campanha, usando outros estereótipos da igreja.



Fonte: Christian Post. Tradução e edição Jarbas Aragão. Direitos de tradução reservados

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

As entranhas do sistema, ou: o desabamento do Capitão Nascimento...



Martim Vasques da Cunha

1. Sem dúvida, Tropa de Elite 2 é melhor que o primeiro. Evitou-se deliberadamente o aspecto catártico do anterior. É uma continuação anti-climática. O capitão (agora coronel) Nascimento não se torna um Rambo brasileiro e resolve fazer justiça com as próprias mãos. Sim, ele espanca o Secretário de Segurança, mas eu faria a mesma coisa no lugar dele; de resto, ele age dentro da legalidade, quando faz a sua denúncia na assembléia. Outra coisa interessante foi como resolveram o chamado “impasse ideológico” do primeiro filme - não havia impasse nenhum, mas a crítica tinha visto alhos e bugalhos, seja do lado da esquerda como a de uma direita que nunca existiu neste país. Nesta visão tacanha que os realizadores souberam subverter de maneira admirável, Nascimento representaria a visão de “direita” enquanto Fraga representaria a da “esquerda”. Contudo, a tensão entre os dois personagens não é social ou política, mas sim pessoal – ambos têm a mesma mulher como objeto de desejo e ambos gostam do filho de um deles. Isso provoca, em especial no ato final, a reviravolta “ideológica”, em que Nascimento e Fraga têm de se unir não porque são de pólos opostos de um mesmo problema político, mas sim porque há um problema pessoal – a vida do filho – que os fazem esquecer as diferenças ideológicas e buscarem um denominador comum para o bem geral da sociedade. Ou seja, o filme não é de direita, nem de esquerda: é sobre dois pais que vêem o filho se tornando vítima da guerra do “sistema”.

2. O que impressiona no filme é a direção de José Padilha. Tem ritmo, não se perde nas diferentes histórias que se cruzam, sabe filmar como macho; desta vez, dá espaço para a reflexão (o que faltava no filme anterior, que caía na ação pela ação), sem deixar que a exposição dos personagens através da ação se perca em um emaranhado de informações pouco claras. O grande exemplo é a sequencia inicial da rebelião em Bangu, filmado com precisão de mestre, ouso dizer (e olha que eu digo isso de poucos, em especial diretores brasileiros, como todos sabem).

3. Não podemos esquecer de Wagner Moura. O olhar dele no momento da assembléia diz tudo; é o homem que perdeu todas as batalhas, mas não a sua dignidade. (Aliás, esquecem de dizer que Nascimento pode ser um homem truculento, mas sobretudo é um sujeito honesto e com uma noção profunda de uma consciência moral.)

4. O roteiro de Bráulio Mantovani e do próprio Padilha é muito bom, com uma carpintaria rara de se encontrar na dramaturgia visual brasileira; há pelo menos umas três cenas de diálogos – a conversa de Nascimento com Mathias na prisão militar, a conversa de Rosane com Fraga enquanto discutem a prisão do filho e a conversa de Nascimento com seu filho enquanto lutam judô – que são aulas sobre diálogos que dizem mais no silêncio do que as palavras em si. A elegância de como o espectador descobre os dados dos personagens é formidável; os detalhes da camiseta do Human Rights Aid e como sabemos que Fraga se tornou o marido de Rosane são engenhosos. Outra coisa que marca é como a visão do “sistema” é inspirada em The Wire, a fantástica série de David Simon; o tema do indivíduo x instituição é abordado como uma tragédia grega, em que Nascimento se mostra impotente e, por isso mesmo, em um desabamento moral que desmistifica a figura icônica do primeiro Tropa.

5. Fica aqui meu repúdio à crítica de cinema ao analisar o filme; alegaram que ele seria niilista; acho que é duro, sombrio, mas não tem nada de niilista; afinal, em um filme que só mostra podridão, um pai ver o filho abrindo os olhos e saindo do coma é algo deveras esperançoso, não acha, meu caro leitor?

Enquanto isso, no ateísmo militante…


Joel Pinheiro

Ateus e secularistas se reuniram em Los Angeles para discutir o futuro do movimento. Em meio a falas de Richard Dawkins e Sam Harris, o debate que ganhou o evento foi: devem adotar uma postura mais cooperativa com os religiosos ou partir para o confronto aberto? Chris Mooney defendeu a posição conciliadoa, e PZ Myers, famoso por ter queimado o Alcorão e desecrado a Hóstia Consagrada, defendeu – com uma postura que lembra mais um menino mimado e birrento do que qualquer outra coisa – o conflito.

Além desse evento, os irmãos Hitchens (Christopher, o ateu, e Peter, o cristão anglicano) travaram um debate amigável em Washington sobre se a civilização pode sobreviver sem Deus. É de certa forma um prelúdio para o debate mais formal – com vencedor e perdedor – entre Christopher e Tony Blair (que se converteu ao Catolicismo depois de deixar o poder), que será realizado em novembro com a pergunta: “A religião é uma força de paz ou conflito no mundo moderno?”.

É uma pena que essa cultura do debate franco com questões claras e posições bem demarcadas não exista no Brasil. Faz falta.

A Doutrina da Expiação Particular...



John Owen


Um estudo detalhado de 1 João 2.1-2


Esta é outra passagem das Escrituras freqüentemente usada por aqueles que iriam argumen-tar que morte de Cristo é para todos e cada um dos homens. Diz-se que a expressão "todo o mundo" tem que significar "todas as pessoas do mundo", e que a expressão contrastante "não somente pelos nossos" inclui, deliberadamente, todos e cada um dos homens como aqueles pelos quais Cristo morreu, além dos crentes.

Eu poderia responder isso abreviadamente, dizendo que como em outras passagens "o mundo" significa "as pessoas que vivem no mundo"; assim "todo o mundo", não significa mais do que "pessoas vivendo em todo o mundo", como é mencionado em Apocalipse 5.9, a respeito dos redimidos. Mas visto que esse texto em 1 João é tão usado, vou sugerir que se faça um estudo mais detalhado, usando para isso quatro perguntas.

1. A quem João está escrevendo? Embora seja verdade que as Escrituras são para toda a Igreja, contudo, muitas de suas partes foram escritas a determinadas pessoas em particular. Tais partes devem ser entendidas à luz dessa verdade. Notemos portanto que:

a. João foi especialmente um apóstolo aos judeus – Gálatas 2.9
b. Ele escreveu àqueles que ouviram previamente a Palavra de Deus (1 João 2.7) e nós sabemos que a Palavra de Deus era "primeiro ao judeu".
c. o contraste que João fez entre "nós" e "o mundo" deixa claro que ele escreve à-queles que, como ele mesmo, eram judeus.
d. João freqüentemente adverte contra os falsos profetas por exemplo, 1 João 2.19. Visto que ele escreveu que tais mestres "saíram de nós", ele está obviamente escre-vendo aos seus compatriotas.

Lembrando a aversão nacional dos judeus contra todos os gentios e a opinião judaica de que só a nação deles constituía o povo de Deus, o que poderia ser mais natural do que João enfatizar que Jesus morreu não somente pelos judeus crentes, e sim por todos os crentes espalhados pelo mundo inteiro? Temos um outro versículo das Escrituras que enfatiza a mesma coisa: João 11.52. João está claramente desejando evitar que os judeus-cristãos cai-am no velho erro de supor que eles são os únicos cristãos. João insiste em que havia gentios cristãos, também, no mundo inteiro. Não há aqui uma doutrina no sentido de que Cristo morreu por todos os homens.

2. Por que João estava escrevendo? Ele escreveu para confortar os crentes angustiados por seus pecados, a fim de que eles não se desesperassem. "Se alguém pecar..." Daí, observamos que:

a. somente os crentes seriam confortados pelo fato de Cristo ser o seu advogado.
b. somente os crentes podem ser confortados; os incrédulos estão sob a ira de Deus.
c. João descreve como "filhinhos... cujos pecados são perdoados".

Em outras palavras o alvo de João se aplica somente aos crentes. Como pode servir de con-forto aos crentes, dizer-lhes que Cristo morreu por todos e por cada um dos homens, muitos dos quais não são salvos? Este versículo não oferece nenhum conforto, a menos que seja entendido como significando que Cristo é o Salvador de todos os crentes em qualquer parte do mundo.

3. Qual é o significado de "propiciação"? A palavra grega aqui traduzida como propiciação está relacionada com a palavra traduzida como "propiciatório", em Hebreus 9.5. Isso nos dá um entendimento do significado da palavra. O "propiciatório" era a sólida placa de ouro usada para cobrir a arca na qual estavam as tábuas da lei (Êxodo 25.17-22). A lei, que acu-sava os homens de serem pecadores, estava escondida pelo propiciatório. Essa era uma ilus-tração de como Jesus Cristo, pela Sua morte, escondeu a lei de Deus, de modo que ela não pode acusar nenhum daqueles que crêem nEle. Jesus é a propiciação (propiciatório) do crente. Poderia ser dito que todos e cada um dos que estão no mundo são livres de serem condenados como pecadores? Poderia ser realmente discutido que Cristo é a propiciação de todo o mundo, nesse sentido?

4. Qual é, então o significado de "todo o mundo"? Esta frase ocorre várias vezes no Novo Testamento, e freqüentemente não significa todos e cada um dos homens. Por exemplo:

Lucas 2.1 – Mas o alistamento somente aconteceu no Império Romano.

Romanos 1.8 – Mas muitas partes do mundo não tinham ouvido a respeito da igreja de Roma naquele tempo.

Colossenses 1.6 – Mas muitas partes do mundo ainda não haviam recebido o evan-gelho.

Apocalipse 3.10 – O mundo inteiro deve sofrer – mas isso não significa todos, sem exceção, pois alguns serão preservados disso.

Nessas e em outras passagens, todo o mundo significa nada mais que muitas pessoas, inde-finidamente.

Além disso, em certos versículos das Escrituras, frases como "toda a carne" significam nada mais que todos os tipos de pessoas, como por exemplo: Salmo 98.3; Joel 2.28 (cumprida em Atos 2.17).

Algumas vezes, de fato, o mundo significa todos¸exceto os crentes, como por exemplo: 1 João 5.19; Apocalipse 12.9.

Esses exemplos nos mostram, claramente, que não é essencial entender a expressão "todo o mundo" como sentido de "todos inclusive". O sentido não precisa ser outro senão o que o contexto da expressão sensatamente permite.

Concluo que esta passagem das Escrituras se refere à obra de Cristo para todos os crentes, judeus e gentios, igualmente. A passagem diz que Cristo é verdadeiramente a propiciação deles. Ninguém argumenta com seriedade que todos os homens, em todos os lugares, são realmente salvos por Cristo. Também de nada adianta sugerir que Cristo é uma propiciação suficiente para todos e cada um dos homens. Jacó não teria sido confortado pelo simples fato de ouvir dizer que havia bastante trigo no Egito. Ele teria morrido de fome se o trigo não houvesse se tornado possessão dele. Da mesma maneira, Cristo só pode ser um conforto para aqueles que, em todo o mundo, são realmente salvos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PMs do Bope montam banda gospel, os "Caveiras de Cristo"...



DIANA BRITO
DO RIO

Folha de SP

Sete policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a tropa de elite da PM do Rio, acabam de gravar um CD de música gospel.

O grupo se chama Tropa de Louvor, mas é conhecido como "Caveiras de Cristo" --a caveira é o símbolo da corporação. Eles se apresentam com botas e roupas semelhantes ao uniforme da tropa. Nas costas das camisetas pretas, está estampada a frase "Se queres a paz, prepara-te para guerra".

"É um projeto pioneiro no Brasil, já que o Bope sempre foi conhecido como uma tropa de guerra. Hoje vem combatendo com palavras, com esperança", diz o sargento Luiz André Monteiro, 39, baterista e compositor.

Os policiais militares ensaiam pelo menos duas vezes por semana numa capela improvisada no terceiro andar da sede do Bope em Laranjeiras, zona sul do Rio.

O grupo já se apresentou em São Vicente, no litoral de São Paulo, e recebeu convites para ir a Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo.

"Antes do show, apresentamos uma palestra. Vamos pagar as viagens com o dinheiro da venda de nossas camisetas e dos CDs [da banda]. A intenção é pregar a paz", diz o sargento.

Cabo do Bope há dez anos, o contrabaixista Alexander Silva da Costa, 36, diz que fazer parte do grupo de música gospel "ameniza o estresse".

Há alguns anos, durante um confronto na Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio, Costa matou um traficante.

Ele diz que não se sente dividido entre trabalho e religião. "Já me perguntaram: como é que pode você, sendo evangélico, ter que matar? Não estamos ali para matar, mas para servir e proteger."