segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Devo pensar sobre a minha vida...

31 de dezembro
Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos
Jeremias 8:20

Não estou salvo! Esta é a sua triste situação? Advertido quanto ao julgamento por vir, chamado a escapar da morte para a vida, mas, apesar disso, agora mesmo você não está salvo! Você conhece o caminho da salvação. Lê sobre este caminho na Bíblia; dos púlpitos, ouve a respeito deste caminho; seus amigos o explicam para você, que o rejeita. Você ficará sem desculpas, quando o Senhor Jesus vier para julgar os vivos e os mortos.

O Espírito Santo colocou a sua benção sobre a Palavra que tem sido pregada para você. Tempos de refrigério vieram da presença de Deus. O seu verão e a sua sega passaram, e você ainda não está salvo. Os anos transcorreram, um após outro, rumo à eternidade, e seu último ano logo chegará. Tanto a aflição quanto a prosperidade falharam em impressioná-los. Lágrimas, orações e sermões foram desperdiçados em favor de seu coração endurecido. É provável que você continuará nessa condição? O tempo conveniente nunca chegou para você; por que ele deve chegar? Talvez você não achará qualquer tempo conveniente, até que esteja no inferno. Antes que outro ano se inicie, creia em Jesus, que é capaz de salvá-lo. Consagre as últimas horas deste ano, permitindo que elas o conduzam à fé humilde em Jesus. Tenha certeza de que este ano não terminará deixando-o com um espírito não-perdoado. Creia agora e viva. “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças” – [Gênesis 19:17].

SPURGEON, C. H. Leituras Diárias, Vol. 1.
São José dos Campos, SP. Fiel. 2004.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

ANO NOVO

Uma Oração Puritana


Ó SENHOR,

Os dias passados de nada me servem,

exceto os que foram passados na tua presença, em teu serviço, para tua glória.

Que a tua graça me preceda, siga, guie, sustente,

santifique, e auxilie a cada hora,

que em momento algum eu possa me apartar de ti,

mas seja guardado pelo teu Espírito

provendo cada pensamento,

falando em cada palavra,

dirigindo cada passo,

fazendo toda obra prosperar,

edificando cada linha de fé,

e fazendo-me desejoso de

espalhar teu louvor,

testificar teu amor,

levar adiante teu reino.

Lanço meu barco sob as águas desconhecidas deste ano,

tenho tu, ó Pai, como meu porto,

tu, ó Filho, como meu leme,

tu, ó Santo Espírito, enchendo minhas velas.

Guia-me ao céu com meus lombos cingidos,

minha lâmpada acesa,

meu ouvido aberto aos teus chamados,

meu coração cheio de amor,

minh’alma livre.

Dá-me tua graça para minha santificação,

teus confortos para encorajamento,

tua sabedoria para ensino,

tua mão direita pra guia,

teu conselho para instrução,

tua lei para julgamento,

tua presença para equilíbrio.

Que o meu temor seja temor a ti,

e teus triunfos sejam minha alegria.


Tradução: Márcio Santana Sobrinho

Extraído de: The Valley of Vision:

A Collection of Puritan Prayers & Devotions,

editado por Arthur Bennett, p.112.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Na simplicidade ele viu a glória de Deus

Lucas 2: 25-32

Não esperamos grandes acontecimentos para ver a glória de Deus?

Será que a revelação de Deus se resume nas minhas meras expectativas e exigências?

Simeão homem simples. As Escrituras definem este homem como justo e piedoso. Princípios básicos para um cristão. Era justo porque fazia bem aos homens. Tinha caráter. Tinha integridade. Era fiel. Piedoso porque vivia a risca os preceitos da lei. Cumpria os mandamentos.

Simeão era um diferencial. Na história do Antigo Testamento não há registrado da permanência do Espírito Santo na vida de alguém. Era passageiro e temporário. Deus assim fazia quando usava um homem ou uma mulher. Um rei. Um profeta. Mas em Simeão o Espírito Santo estava sobre ele, mesmo sem o acontecimento do Pentecoste. O termo é evidente, Simeão era um homem cheio do Espírito Santo.

Idoso. Esperançoso. Fiel a uma promessa que recebera do Espírito Santo que não morreria sem ver o Salvador. Ele creu. Presenciou. Mas como Simeão chegou ao templo? Ele não sabia que José e Maria levariam o menino Jesus para cumprir a Lei de Moisés. Ele foi conduzido pelo o Espírito Santo. Aqui está a diferença. A permanência do Espírito Santo em nós e a nossa sensibilidade para a sua ação nos conduz a lugares onde a glória Deus se manifestará.

Todos esperavam algo sobrenatural. Principalmente as facções políticas da época. Mas enrolado em panos, sem qualquer vestígio de majestade dos requisitos humanos estava o menino Jesus nos braços de Simeão. O Espírito Santo abre os seus olhos para enxergar naquela criança a revelação e a glória de Deus para todas as nações.

Precisamos de um redirecionamento da nossa visão. Além do mais, o que mais necessitados é sermos cheios do Espírito Santo para sermos conduzidos a lugares em que Deus se manifestará. Não mais em templos de pedras, concretos e aparatos da exuberância arquitetônica humana. Mas no interior da nossa alma. O templo agora é a nossa vida. As visões da ação de Deus que eram vistas nos templos de pedras, agora devem ser vistas nos templos de carnes – a nossa vida. Permita que o Espírito Santo abra os seus olhos para que você veja a glória de Deus nascer no seu coração. Que você e outros possam ver Jesus na sua vida com glória e poder. Seja simples, justo e piedoso e verás a glória de Deus.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O socialismo reina

por Ipojuca Pontes em 03 de dezembro de 2007

O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.

Resumo: Comparando-se as despesas da antiga nomenklatura russa com os gastos parasitários do governo Lula e agregados do PT, ver-se-á que Lenin tinha razão: a divisão das classes sociais entre explorados e exploradores é um fato.

“Para nós, socialistas, a divisão da sociedade em classes, no curso da história, é o fato essencial”

Lenin

O sanguinário Lenin, ele mesmo desfrutador de boas mordomias, estava, por vias tortas, coberto de razão: a divisão da sociedade entre os privilegiados dirigentes da máquina estatal e os demais integrantes da sociedade é um dado fundamental para o entendimento do universo socialista que se pretende “igualitário”.

Para se ter uma idéia real de como funciona a coisa, basta examinar - sem loucas pressas – os padrões de vida dos dirigentes de Cuba, China ou da extinta URSS – e, em seguida, confrontá-los com a forma de vida da classe proletária de cada um desses paraísos utópicos. Se o leitor quiser encarar a dura realidade dos fatos encontrará sobre o tema, por toda parte, centenas de livros, filmes, fotos, gravações, informes especiais e documentos (hoje tornados públicos e, até então, secretos).

Um dos exemplares pioneiros é o livro escrito pelo iugoslavo Milovan Djilas, nos anos de 1940, “A Nova Classe – Uma análise do sistema comunista” (Editora Agir, 4ª Edição, 1982). Nele, o ex-membro do Comitê Central do Partido Comunista, e um dos teóricos do sistema marxista-leninista, explica porque, uma vez no poder, a burocracia do partido socialista fatalmente monopoliza o Estado e se apropria de todos os seus bens. “A nova classe dirigente” – escreve Djilas – “torna-se uma classe exploradora, passa por cima de todos os valores morais e instala sua ditadura pela força, terror e controle ideológico. Seu objetivo é a própria emancipação”. Para Djilas, que viveu longo tempo no estomago da baleia revolucionária, um fato é incontestável: “A nova classe dominante só se interessa pelo proletariado e os pobres na medida em que eles lhes são necessários para o aumento da produção e a manutenção de privilégios”.

Para os interessados na leitura, recomendo o alegórico “Animal Farm” (A revolução dos bichos), de George Orwell (Penguin, NY, 1972), ou a textura filosófica de “Meu país e o mundo”, de Sakharov (Seuil, 1975), livros que descrevem a atmosfera de opressão tentacular criada pela elite comunista no poder. São obras consideradas obrigatórias. Mas para o conhecimento objetivo das mordomias desfrutadas pela “aristocracia vermelha”, o leitor encontrará, sem problemas, “A Nomenklatura – Como vivem as Classes Privilegiadas na União Sovietica”, do historiador Michael Voslensky (Editora Record, 2ª Edição, Rio, 1982), livro pouco metafórico, mas nem por isso menos substancial no exame da dolce vita levada pelas castas socialistas no poder.

Voslensky não brinca em serviço; entrega tudo de bandeja. Ele mostra como a elite dirigente goza a vida de privilégios em moradias e dachas de luxo; e se refina no uso de limusines importadas com motoristas full time; e na degustação de vinhos finos e pratos raros em restaurantes exclusivos; e no usufruto de produtos estrangeiros adquiridos gratuitamente em lojas sofisticadas; e na freqüência de clínicas de massagens (com direito aos prazeres do sexo) e de centros de repouso especiais; e nas viagens bem remuneradas com direito a tarjetas de crédito – em suma, o leitor se dará conta de como a canalha bolchevique flutuava num universo vertiginoso de mordomias nababescas, auferidas em cima do suor proletário.

Claro, Voslensky não se reporta aos privilégios usufruídos pela dinastia vermelha da China, a começar pelas prerrogativas do Grande Líder (genocida) Mao tse-Tung, que tinha sempre à mão, em inúmeros palácios, dezenas de adolescentes para o desempenho da sua lascívia degenerada. Nem tampouco faz o inventário preliminar da fortuna pessoal de Fidel Castro, proprietário (para o deleite próprio e da camarilha do PC cubano) de 59 mansões, residências e propriedades com piscinas (de proporções olímpicas), campos de golfe e caça, ginásios para a prática de esportes, zoológicos privados, rinhas de galo, estábulos para cavalos puro sangue, etc. etc. – para não mencionar a fortuna pessoal, avaliada pela revista Forbes em 900 milhões de dólares.

(A análise de Voslensky não fica só no registro das mordomias decorrentes do abuso do poder: ela vai à essência mesma da exploração ao identificar o parasitismo da elite socialista no momento em que ela passa a custar mais do que rende à sociedade).

E aqui chegamos ao cerne da questão: o escândalo das mordomias usufruídas pela elite petista estabelecida em Brasília, que atinge proporções avassaladoras. Segundo reportagens veiculadas no Globo, os três poderes ali instalados abusam em matéria de privilégios. Reportando-se, por exemplo, aos gastos da Presidência da República, o jornal revela que eles passaram de R$ 223 milhões, em 2003, para R$ 350 milhões, em 2006.

Em especifico, os milhões de reais são torrados em gastos com a manutenção dos palácios do Planalto e Alvorada (com 6 suítes, salas de cinema e música, academia de ginástica, piscina olímpica e aquecida, sauna com salas de massagens e adega para 3 mil garrafas), viagens e hospedagens, despesas com funcionários, seguranças, mordomos, serviçais e automóveis de luxo com motoristas full time. Mais ainda: com taças “de pé lapidado a mão e selo de ouro” e aquisições de bebidas importadas (Romanée-Conti, R$ 11 mil a garrafa) e gêneros alimentícios refinados - além do uso de cartões de créditos milionários, com pagamento de várias despesas consideradas “sigilosas” por causa da “segurança da sociedade e do Estado”.

Em suma, comparando-se as despesas da antiga nomenklatura russa com os gastos parasitários do governo Lula e agregados do PT, ver-se-á que Lenin tinha razão: a divisão das classes sociais entre explorados e exploradores é um fato. E ela reina absoluta a partir de Brasília, onde a elite do socialismo petista tem direito a tudo enquanto ao povinho miúdo só resta as 90 pratas do bolsa-família. Se tanto.



A revolução dos espertos

por João Nemo em 04 de dezembro de 2007
João de Oliveira Nemo é sociólogo e consultor de empresas em desenvolvimento gerencial.

Resumo: Nelson Rodrigues estava certo: num determinado dia um idiota subiu num caixote de cebolas e começou a fazer um discurso. De repente, os imbecis descobriram que estavam em número maior, e o desastre começou, durando até hoje.

Afinal, a quem pertence o mundo? Nos anos 70, quando a rua da badalação em São Paulo era a Augusta, surgiu uma historieta que nunca se soube se tem fundamento ou é pura invenção. Os mais “maduros” a conhecem e, resumidamente, é o seguinte: um boyzinho “esperto” enfia, rapidamente, o seu fusca na vaga em que um carrão estava prestes a estacionar. O dono do carrão reclama, dizendo que, evidentemente, já estava manobrando para estacionar ali. O garotão responde insolente: “o mundo é dos espertos” e segue para o barzinho. Então, o outro simplesmente dá uma ré e amassa todo o fusquinha com uma sonora pancada. Para o garotão perplexo ele diz pela janela antes de ir embora: “está enganado, meu filho, o mundo é dos ricos”.

Mais ou menos na mesma época, o nosso saudoso Nelson Rodrigues vergastava em colunas diárias as ridículas hipocrisias da esquerda brasileira, criando toda uma tipologia: o padre de passeata; a freira de mini-saia; Palhares, o canalha; a grã-fina de narinas de cadáver; a estagiária de calcanhar sujo; a psicóloga da PUC e por aí vai, com um certo destaque para a esquerda etílica do Antonio’s e Dom Helder, “o humilde”. Diferentemente de alguns imitadores ilustres de hoje que à época militavam na esquerda, Nelson jamais se preocupou em ser politicamente correto ou nada equivalente, já que essa terminologia lhe é posterior. Entre as inúmeras e saborosas crônicas, três ou mais abordaram, como paródia, um dos seus temas analíticos preferidos ou uma das suas obsessões, como preferia dizer: “a invasão dos idiotas”. Creio que o nome talvez recebesse certa influência orwelliana, mas a estrutura de análise faz-me recordar a Rebelião das Massas de Gasset.

Resumidamente, dizia Nelson que os cretinos sempre viveram bem adaptados ao mundo e o mundo a eles, porque esses personagens eram os primeiros a se reconhecer como tal e se esgueiravam nas sombras admirando os mais capazes. Havia um sadio equilíbrio. Os melhores faziam tudo e os idiotas, ora, faziam filhos e pronto. Citava como referência uma boa senhora, telefonista aposentada, que declarava sem constrangimentos não ser muito boa do “intelectual” e, respeitosamente, ele a considera a última idiota confessa de que teve notícia, pois nalgum dia um deles havia subido num caixote de cebolas e iniciado um discurso. Em poucos minutos juntara-se em torno uma multidão ululante: outros idiotas naturalmente. Dessa maneira descobriram que estavam em maior número e o resultado foi que, progressivamente, o mundo acabou ficando à mercê deles a ponto - dizia Nelson - de que só eles passaram a ter acesso a tudo: cargos, fortuna, influência, aplausos, prestígio, amantes etc. Citando textualmente: “...eles explodem por toda parte: - são professores, sociólogos, poetas, magistrados, cineastas, industriais. O dinheiro, a fé, a ciência, as artes , a tecnologia, a moral, tudo, tudo está nas mãos dos patetas”.

O efeito colateral disso seria que muitos dos “melhores”, para sobreviver, passaram a fazer-se passar por imbecis. Dizia Nelson que, freqüentemente, lambem as botas dos idiotas como cadelinhas amestradas. Diria eu que há os que aderem com entusiasmo aos “valores” e aos costumes da verdadeira classe dominante, mas há, também, quem cultive secretamente certo bom senso e até o desprestigiado exercício do raciocínio, embora de público assuma, prudentemente, a “persona” de idiota.

Não seria de esperar, porém, que esse fosse o fim da história e é a partir disso que gostaria de dar minha humilde contribuição. Creio que o quadro já evoluiu da seguinte maneira: surgiu uma outra categoria que espreitava o panorama e que prima pelo oportunismo. Trata-se do esperto. Na verdade, nada a ver com o garotão da Augusta e então vamos chamá-lo de “neo-esperto” ou, se preferirem, “esperto verdadeiro”. O representante dessa categoria pode ser mais ou menos talentoso, mas pode também ser mais ou menos estúpido, não importa. O que o distingue é a capacidade de tirar proveito da terra arrasada resultante da ascensão dos idiotas e da subseqüente submersão do mérito. Quem conheceu essa raspa de tacho que se encontra nos cargos de governo atualmente, sabe do que estou falando. De um modo geral eram o rebotalho das suas turmas na universidade: a “turma do fundão” a que já me referi uma vez. Só escapa o presidente, é claro, que lá nunca esteve e, justiça seja feita, nunca manifestou essa pretensão. Mas são todos tremendamente espertos embora, para continuar sendo justo, isso não seja um atributo exclusivo de petralhas e filopetralhas. Também não depende de inteligência nem de falta dela: é uma questão de adestramento. Ocorre que essa gente, quando adquire poder e cultiva seu viés revolucionário, torna-se um problema muito sério. A arte consiste em falar aos idiotas como se fosse um deles - o que não é necessariamente falso – e utilizar, sempre que possível, o talento dos simuladores, que para não se desmascararem submetem-se como se fossem, de fato, desprovidos de discernimento quando, na verdade, são desprovidos de caráter.

Uma das técnicas que melhor evidenciam o processo de hegemonia dos espertos é o manejo desonesto aplicado a idéias nobres como liberdade, democracia, justiça etc. Mais ainda a maneira como são usadas as instituições, ritos e formalidades, esvaziados do seu conteúdo, para legitimar abusos de toda sorte e impor sofregamente a vontade dos novos senhores. Não há escrúpulos porque, na verdade, não acreditam em nenhuma dessas coisas. Consideram-nas apenas úteis pois, segundo a sua mitologia, são instrumentos de dominação que eram antes usados pelas elites e que agora estão a seu serviço, ou seja, a serviço do bem. Como os idiotas não notam a diferença e os falsos idiotas fingem não perceber, a armadilha funciona à perfeição.

Exemplos dessas espertezas não faltam e podemos citar alguns:

- Entre nós, tornaram-se comum os decretos, medidas provisórias ou mesmo projetos de lei contendo os chamados dispositivos transgênicos, ou seja, no meio de um texto que estabelece regras para determinado assunto é embutido um artigo de natureza diversa que passa contrabandeado, porque os nossos legisladores, mesmo os que seriam contra, não costumam ler com atenção tudo o que votam nem querem se aporrinhar.

- São dados títulos que sugerem exatamente o inverso do que propõem. Que tal um “estatuto da igualdade racial” que, de cabo a rabo, implanta regras racistas, discriminatórias e divide a população em facções em litígio atrás de certas garantias ou privilégios?

- Vale a pena ler o conjunto de reformas constitucionais propostas pelo Napoleão de hospício que infelicita os venezuelanos. Como se trata de um plebiscito, junto com a reeleição eterna, criação do “Poder Popular” e outras técnicas bolchevistas, vêem umas iscas do tipo: redução da jornada de trabalho para 6 horas diárias.

- O presidente Callamares e seus inúmeros ministros apresentam argumentos incríveis para justificar a prorrogação da tal CPMF. Chegam a formar uma antologia de sofismas, mas a medalha de ouro, a meu ver, é ganha quando fingem ignorar que todos pagam esse tributo embutido em tudo. Mesmo que se trate de gente recolhida na “turma do fundão”, só pode ser uma esperteza na maior cara dura.

Agora, o que tira realmente essa gente do sério, o que fere os seus brios revolucionários levando-os à exasperação, é quando algum atrevido, além de não ser, se nega a aceitar o papel de idiota. Rejeitar as suas espertezas é a suprema injúria, desorganiza o seu mundinho mental, deixando-os com os brios “mais eriçados que as cerdas bravas do javali”, como diria o velho Nelson.

Chávez, depois de desrespeitar todas as normas da boa convivência diplomática, se pudesse mataria o Rei Juan Carlos por causa daquele “por qué no te callas?”. Callamares dispara perdigotos em discursos desconexos porque há quem esteja fazendo oposição à voracidade desmedida do primeiro e único bom governo “destepaís” em quinhentos anos. O ricaço da Augusta deu sorte, porque hoje nem os ricos escapam, a não ser que se façam de idiotas, coisa que já virou costume.

Conselho final: se você não está disposto a assumir o papel que lhe é destinado e “babar na gravata”, tome cuidado. Poderá ser vítima de algum “círculo bolivariano” ou então, na melhor das hipóteses, ser atingido por um perdigoto.