terça-feira, 24 de julho de 2007

Link para sermões...

Um novo link com os sermões que são pregados na Igreja Centenário dos Batistas.

Os sermões são de minha autoria e do meu amigo de ministério pastor Jonas.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Se é reza eu não sei, mas vale a pena orar assim...

Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde há ódio, que eu leve o amor.
Onde há ofensa, que eu leve o perdão.
Onde há discórdia, que eu leve a união.
Onde há dúvida, que eu leve a fé.
Onde há erro, que eu leve a verdade.
Onde há desespero, que eu leve a esperança.
Onde há tristeza, que eu leve a alegria.
Onde há trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
é morrendo que se vive para a vida eterna.

São Francisco de Assis

Apenas pensei em escrever algo...

É muito engraçado avaliar a vida, principalmente quando o próximo se torna o medidor do padrão de vida.

Para mim é decepcionante ver a garra e a determinação de grandes homens que não se cansam e não param de trabalhar seja na vida profissional, ou seja, na obra do Senhor. Fico triste porque não consigo ser assim, ou pior, tento forçar algo que não sou. Creio que aí está o problema. Mas me frustro com as minhas tentativas de ser um homem melhor, um profissional melhor e um pastor melhor. Penso diariamente quando olho para os grandes homens que merecem todo o respeito e me pergunto – “Caramba, como é que ele consegue ser assim?”.

Aprendi com um grande pastor e missionário Hudson Taylor – “Todos os grandes homens de Deus formas homens fracos que realizaram grandes feitos, porque confiavam que Deus estava com eles”. Entendo que muitas vezes me falta esta confiança – a ansiedade, o medo, a dúvida e a insegurança assolam o meu coração, sou um pecador.

Constantemente me pergunto, onde é que foi que estes pregadores modernos tiraram que os homens de Deus não têm medo, não tem dúvidas e não vacilam algumas vezes? Graças a Deus pela sua revelação das Escrituras e de toda história da humanidade que mostram que todos os homens que Ele levantou e usou os quais tenho uma profunda admiração e procuro conhecer as suas obras, foram homens que passaram pelas mesmas coisas que eu passo. Como disse Camões – “Os bons vi sempre passar no mundo grandes tormentos; e para mais me espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamento”.

Quantas vezes eu pensei em abandonar a fé, o ministério e chutar o pau da barraca, porque não é fácil a pressão. Mas eu não estou sozinho nestes sentimentos – os homens que revolucionaram a história da fé e da igreja me ensinaram muito, porque sofreram dos mesmos traumas. O beco da dúvida me faz encontrar a porta da fé.

Continuo na trilha, pois a graça tem me bastado para enfrentar cada dia o seu mal. Mas eu parei de comparar a minha vida com a de outras pessoas, porque eu tenho descoberto que as pessoas não são aquilo que elas representam. Quando eu tenho um relacionamento mais profundo com uma pessoa que admiro, e passo a freqüentar o seu dia a dia, descubro então, que ela é igual ou até pior do que eu.

Aprendi que não preciso mostrar nada para as pessoas, para que elas não venham ter uma impressão de algo que na verdade eu não sou. Simplesmente quero ser eu no meu dia a dia. Tentar e sempre tentar vencer os meus medos e pecados. Quero deixar de lado esta loucura da vida moderna de que para ser alguém de sucesso e ter espaços tenho que ser melhor ou igual a alguém. É a minha simplicidade que me fará alguém diferente.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Para pensar...

"Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente - assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros?..."

Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Luiz Mott recebe resposta do jornal Hora do Povo

Luiz Mott, líder supremo do movimento homossexual do Brasil, envia carta de protesto ao jornal Hora do Povo, por matéria não favorável aos interesses dos ativistas homossexuais. Vejam abaixo, na seção de cartas do jornal Hora do Povo, a carta de Mott e a resposta do jornal. Quem quiser enviar uma mensagem de elogio à postura corajosa do jornal pode enviá-la para este endereço eletrônico: mailto:hp@osite. com.br

Protesto veementemente contra matéria publicada no último número do Hora do Povo, onde se divulgam opiniões discriminatórias contra a cidadania homossexual. Que interesses escusos estão subjacentes a esses ataques contra mais de 10% da população brasileira constituída por gays, lésbicas e transgêneros? Como leitor deste jornal, que sempre adquiro de militantes do MR8 de Salvador, espero que haja um pedido de desculpas formal deste periódico à comunidade homossexual, divulgando-se esta carta e as demais que porventura chegarem a esta redação. Atenciosamente,

Prof. Dr. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia e comendador da Ordem do Rio Branco

Nota da Redação: Prezado Prof. Dr. Comendador Luiz Mott: não acreditamos que o senhor esteja tão desligado da realidade que não atine com nenhuma motivação legítima para a crítica à promoção do homossexualismo. Mas, como foi o que o camarada alegou, esclarecemos: não constitui consideração pela "cidadania homossexual" iludi-la a respeito da grave disfunção, deformação, de que é portadora. Essa deformação, inevitavelmente, acarreta-lhe enormes prejuízos, limitações, e é importante que ela saiba disso. Além disso, e mais importante do que isso, milhões de jovens estão neste momento enfrentando as dificuldades sempre inerentes à identificação com o seu sexo e lutando para alcançar uma identidade adulta. A tentativa de encobrir o caráter patológico do homossexualismo é um desestímulo e uma repressão ao esforço dos jovens para superar as dificuldades, e um incentivo a que eles capitulem na formação de sua personalidade, atrofiem e reprimam a sua sexualidade, adotando arremedos regressivos profundamente frustrantes e penosos. Por outro lado, a atrofia da sexualidade expressa também repressão da agressividade, e ambas, atrofia e repressão, implicam em imensas dificuldades para o pleno exercício da cidadania. Esta é a verdade científica sobre o homossexualismo, camarada Mott, e não conte conosco para encobri-la.

A maior parte das expressões que empregamos em nossa matéria, embora jocosas e populares, não constrangeriam qualquer homossexual, inclusive você. Talvez o que não lhe tenha agradado foi a expressão "aberrações". Mas o que acabamos de descrever é precisamente isso, camarada Mott: uma aberração, uma perversão. Leia no Aurélio: "perversão. Med. Desvio ou perturbação de uma função normal, sobretudo no terreno psíquico". Não é tão fácil para ninguém admitir que é portador de uma perversão, mas isso é um motivo a mais para que não se pavimente o caminho de sua propagação. Quem o faz não é um porta-voz da "cidadania homossexual" , mas presta um desserviço a ela e a todos.

Não lhe devemos nenhuma desculpa, camarada Mott. Mas aceitaremos as suas, se e quando você se encorajar a apresentá-las.

O Evangelho segundo Luiz Mott

Por Olavo de Carvalho, de Washington, DC


O líder gay Luiz Mott (foto), que se diz "Professor Doutor" e talvez o seja mesmo, já que os portadores desses títulos abundam nesta parte do universo, enviou ao jornal eletrônico Mídia Sem Máscara uma carta em que faz restrições literárias e teológicas ao meu artigo "Conspiração de Iniqüidades" (aqui publicado em 25 de junho,
http://www.olavodec arvalho.org/ semana/070625dc. html). Sob o primeiro aspecto, ele o chama de "prolixo e pedante texto". Achei particularmente adorável esse negócio de "tetexto" logo na entrada de uma reprimenda estilística. Mas deixemos isso para lá. Os professores doutores, no Brasil, escrevem assim mesmo, e de há muito já desisti de fazer algo por eles.

No que diz respeito ao conteúdo, meu artigo, segundo o referido, "peca pelo abuso dos silogismos e calúnias contra a estratégia do Movimento Homossexual Brasileiro em ter reconhecido seus direitos elementares de cidadania: do mesmo modo como os pastores e padres não podem nos púlpitos ou nas suas televisões citar e defender os versículos bíblicos que estimulam e abençoam o racismo, a discriminação contra as mulheres e a intolerância religiosa, assim também, a Lei deve proteger os homossexuais dos ataques e calúnias de quantos abusam do santo nome de Deus para semear o ódio contra cidadãos homossexuais que jamais foram condenados pelo Filho de Deus, Nosso Senhora Jesus Cristo. Portanto, Olavo de Carvalho, o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva podem espernear à vontade, pois a história mais cedo que se espera, fará justiça contra esses fariseus, reconhecendo que também os homossexuais são templos do Espírito Santo e revelam, quando discriminados, a verdadeira face de Jesus. É legal ser homossexual!”.

Eu gostaria de responder a isso, mas creio que não posso fazê-lo. A mensagem, breve o quanto seja, traz tantos pressupostos subentendidos que o simples esforço de elucidar o seu sentido vai consumir praticamente todo o espaço desse artigo.

Em primeiro lugar, se há na Bíblia "versículos que estimulam e abençoam o racismo, a discriminação contra as mulheres e a intolerância religiosa", então, evidentemente, o delito nefando de homofobia não está só nuns quantos padres, pastores e rabinos que "abusam do santo nome de Deus", e sim na própria Bíblia. O livro sagrado dos cristãos e judeus, segundo o Professor Doutor Mott, é criminoso em si. O Professor Doutor se faz de humilde e inofensivo, fingindo criticar apenas uns tantos abusados, quando na verdade ataca e criminaliza duas religiões na sua base mesma, na raiz da sua tradição.

O Professor Doutor não prega abertamente a proibição do livro, mas deixa claro que só está disposto a permitir sua leitura em voz alta se ele for expurgado de todos os trechos considerados inconvenientes. A pergunta "Quem fará a seleção?" é ociosa, pois, de um lado, o Professor Doutor já considerou desqualificados para essa função "o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva", subentendendo por esta expressão latina todos os desafetos do movimento gay; de outro lado, ele próprio já fixou o critério seletivo: devem ser excluídos todos os versículos desagradáveis aos gays, às feministas, aos abortistas, aos adeptos de religiões fetichistas e animistas, bem como aos não-cristãos e não-judeus em geral, que se sentem barbaramente discriminados ao ouvir dizer que os primeiros são Filhos de Deus e os segundos são o Povo Eleito. Também não é preciso perguntar o que sobrará da Bíblia depois dessa amputação. Não sobrará nada daquilo que hoje se entende por judaísmo ou cristianismo. O resíduo final não soará ofensivo a ninguém, exceto aos cristãos e judeus, esses discriminadores malditos.

Com relação aos versículos condenados, o Professor Doutor afirma taxativamente que os sacerdotes "não podem" citá-los ou defendê-los nem mesmo dentro de seus templos respectivos. Notem bem. Ele não diz que eles "não devem" fazê-lo. Ele não diz que eles "não poderão" fazê-lo se for aprovada uma lei que os proíba. Ele diz simplesmente "não podem", no presente do indicativo. A proibição vigora, portanto desde já, independentemente de aprovado ou não o projeto de lei dito "anti-homofóbico”. E não estão proibidos só os versículos anti-homossexuais, mas também os anti-feministas, anti-fetichistas, etc. etc. Estão proibidos não por alguma lei aprovada no Congresso, mas pela decisão soberana do Professor Doutor. Mais ainda: a expressão "não poder" não significa apenas ilegalidade ou proibição. Significa impedimento real, impossibilidade objetiva. Tão logo o Professor Doutor anunciou sua vontade, ela se impõe por si mesma como uma lei cósmica, e contrariá-la se torna tão inviável quanto reverter o curso dos astros ou fazer com que dois mais dois dêem cinco.

Se os leitores duvidam que a autoridade do Professor Doutor seja divina, onipotente e onipresente, leiam com atenção. Ele acaba de impugnar o texto da Bíblia, e no instante seguinte fala em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só podemos concluir que a fonte de onde ele recebeu a mensagem divina não é a Bíblia nem as tradições baseadas nela. É uma revelação direta, que revoga a anterior e traz ao mundo um novo corpo de mandamentos. Mas, se os senhores, com algum ceticismo, perguntam como chegou ao Professor Doutor essa revelação, é porque não entenderam a dupla afirmativa essencial da sua carta: "Os homossexuais são templos do Espírito Santo e revelam, quando discriminados, a verdadeira face de Jesus". Com relação à primeira parte, é claro que templos do Espírito Santo somos todos nós, membros da espécie humana. O Professor Doutor não iria descer do seu pedestal só para repetir uma mensagem velha de dois mil anos. A novidade que ele introduz aí é formidável: os homossexuais são templos do Espírito Santo não enquanto meros seres humanos, mas enquanto homossexuais. Há, portanto uma forma especial de ser templo do Espírito Santo, a qual não deriva da condição humana em geral, mas da prática do homossexualismo. O macho da espécie torna-se um templo do Espírito Santo no instante em que vai para a cama com outro igual. A sodomia tornou-se o oitavo sacramento, revelado ao mundo pelo Professor Doutor.

Mas não pensem, por favor, que ele é apenas um profeta a mais, um Jeremias ou Isaías qualquer. Seu verdadeiro estatuto espiritual, infinitamente superior, é elucidado na segunda parte da afirmativa, onde ele declara que o homossexual discriminado - ele próprio, modéstia à parte - "revela a verdadeira face de Jesus".

Eis aí resolvido o enigma das fontes da revelação. O Professor Doutor não "recebeu" a revelação de parte alguma, ele simplesmente é a revelação, é o Logos encarnado que vem ao mundo castigar os fariseus, rasgar as páginas da Bíblia e instaurar a nova legalidade cósmica com a lista do que pode e do que não pode.

A diferença, a novidade radical desse acontecimento é que Cristo, na sua primeira vinda ao mundo, excluiu categoricamente a possibilidade de mudar uma só letra que fosse da Lei e dos profetas. O Segundo Advento copidesca, modifica e exclui páginas inumeráveis, institui o sacramento da sodomia e destina às penas do inferno todos aqueles que, como os profetas hebraicos, enxerguem nessa prática alguma coisa de errado.

Tão logo compreendido o sentido da mensagem do Professor Doutor, nota-se facilmente que ela não pode ser respondida. Não se discute com a autoridade divina, sobretudo quando ela não vem pelos canais indiretos da profecia e da tradição, mas pela própria presença do Verbo que se fez banhas e foi sacudi-las na Parada Gay.

Tudo o que posso fazer diante de acontecimento de tal magnitude é imergir em profundo silêncio contemplativo.

***

Não poder responder à mensagem do Professor Doutor não impede, no entanto, que eu faça a respeito uma distinção básica entre o paranóico megalômano ostensivo e o camuflado. O primeiro declara abertamente que é Deus. O segundo deixa isso subentendido nas entrelinhas. O primeiro desmoraliza-se a si mesmo instantaneamente. O segundo fascina a platéia com um discurso apenas vagamente incoerente, mas ao mesmo tempo envolto na aura misteriosa de uma autoridade desconhecida. Uma vez analisado o discurso, ele se revela, ao contrário do que parecia, uma construção lógica perfeitamente coerente, com um só ponto absurdo: a premissa oculta que o sustenta, a fonte mesma da sua credibilidade. Assim, por exemplo, o Professor Doutor pode ao mesmo tempo impugnar a autoridade da Bíblia e falar em nome do Cristo que a consagrou como definitiva e imutável. Parece incoerente, não é mesmo? Vindos logo em seguida um ao outro, esses dois trechos revelariam na mente do seu autor uma desatenção patológica, uma incompreensão radical do sentido do que ele próprio diz. O Professor Doutor Mott, nesse caso, seria apenas um idiota. Mas, por favor, compreendam que o Professor Doutor é o próprio Cristo reencarnado, e a impressão de incoerência se dissipará no mesmo instante. O megalômano ostensivo é apenas um louco vulgar inflado de mania de grandeza. No megalômano camuflado, a mania de grandeza soma-se à astúcia de um sociopata manipulador, capaz de fazer da sua própria loucura uma fonte de autoridade. Ele é muito mais louco, evidentemente, do que o megalômano vulgar, mas não é nem um pouco idiota, como não o era o Doutor Mabuse. É esperto ao ponto de vender sua loucura, com sucesso, como sabedoria divina.

A eficácia hipnótica desse tipo de discurso deriva, na verdade, de um truque bem elementar. A mensagem tem de vir simultaneamente em dois planos: o da contradição aparente e o da premissa oculta que a resolve trocando-a por uma absurdidade substantiva. A contradição, entrevista de longe, provoca no ouvinte um vago desconforto intelectual. Mas, se é um ouvinte de boa vontade, disposto a aceitar o orador como guia confiável, ele atribuirá essa contradição a um erro de percepção dele próprio, não do orador, e por mero automatismo apostará na existência de alguma explicação mais profunda que lhe escapa no momento. Como essa explicação profunda existe realmente, mas o ouvinte não sabe que ela é absurda, a absurdidade oculta adquire então a força estupefaciente de um atrativo mágico, de uma fonte de autoridade secreta e inapreensível. Só a análise integral do raciocínio implícito pode desfazer o encantamento, mas raros ouvintes terão a prudência - e os meios intelectuais - de realizá-la.

Se o Professor Doutor houvesse inventado essa técnica ele seria, além de Deus, um gênio. Mas ela é de uso corrente no movimento revolucionário desde o século XIV pelo menos. O homem são, sabe quanto é difícil agir com justiça para com seus próximos. Mas desde aquela época têm aparecido milhões de pessoas que se julgam habilitadas a implantar o reino da justiça no planeta inteiro. Implícita nessa promessa está a pretensão de deslocar o Juízo Final da eternidade para o tempo. De passagem mística para o supratempo que transcende o fim da História, o Dia do Juízo torna-se um episódio da própria História, trazido ao mundo pelas mãos humanas dos revolucionários gnósticos. Cada revolucionário é, portanto o próprio Cristo vingador, que baixa dos céus com o látego divino para castigar todos os fariseus, entre os quais, é claro, "Olavo de Carvalho, o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva".

Não há, pois, grande originalidade no ardil empregado pelo Professor Doutor. Original, sim, é o ato falho que ele comete logo no início da sua mensagem, ao imputar ao meu artigo o delito de "abuso de silogismos". A acusação é monstruosamente extemporânea, pois esse artigo é uma descrição e análise psicológica de certos fatos, e não uma demonstração silogística do que quer que seja. Ao proferi-la, o Professor Doutor nada disse a meu respeito, mas também não atirou no vazio. Acertou em si mesmo. Não pode haver maior abuso da técnica silogística do que usar uma contradição como anzol para fisgar o ouvinte numa premissa oculta absurda, psicótica em sentido estrito.

Para a desgraça da humanidade, esse tipo de discurso é o de uso mais freqüente entre os revolucionários, profetas do mundo novo e justiceiros globais em geral. Tão freqüente, que já o empregam por mero automatismo e rotina, sem nem precisar conscientizar a intenção maligna com que o fazem.

Se o Professor Doutor usa desse ardil demoníaco para se fazer de portador do Espírito Santo, podem estar cientes de que isso é bem mais grave do que todos os pecados sexuais - homossexuais ou heterossexuais, pouco importa - que ele possa ter cometido ao longo da vida. Quando o Apóstolo disse: "Nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e as potestades das trevas", estava aí implícita a seguinte distinção: o que leva o ser humano aos pecados do sexo é o apelo da carne e do sangue. Nenhum crente genuíno e inteligente "combate" esses pecados, nem em si mesmo nem nos outros, mas tenta, com suavidade e paciência, canalizar para algum objetivo espiritualmente legítimo o impulso primário que os move, sabendo, como disse Agostinho, que "as virtudes são feitas da mesma matéria dos vícios". Mas carne nenhuma e sangue nenhum podem inspirar a um ser humano a idéia satânica de fazer-se passar pelo Verbo Divino encarnado para rasgar as páginas do livro que Ele declarou sagrado e intocável. Essa inspiração não tem nada a ver com sexualidade, homo ou hetero: ela vem diretamente dos principados e das potestades, e estes não podem ser melhorados ou transmutados. Não há alquimia, humana ou divina, que devolva o demônio à sua condição originária de anjo.

Espiritualmente, o Professor Doutor está numa encrenca dos diabos, no sentido mais literal da expressão. No fundo, ele sabe disso perfeitamente. Não espanta que deposite suas esperanças não no Deus eterno cuja autoridade ele usurpa, e sim na pretensa justiça da deusa História, essa velha prostituta que muda de clientes a cada geração, servindo a quem lhe pague mais.