sábado, 28 de fevereiro de 2009

Os invernos escuros da alma...

A inquietação é horrível. O desassossego gera perturbação. A noite da alma é fria e melancólica. Quem pode suportar?

A angústia acelera o coração. O medo causa estagnação. O suor corre frio no rosto e nas mãos. Quem pode compreender isso?

Nada surpreende. O abatimento vem repentinamente. A solidão não quer ir embora. O choro é a única companhia. A tristeza quer consolar. A ansiedade sufoca a alma. Quem consegue conviver com isso?

O dia se transforma em noite. Não há paladar. O encanto se perde. Os clássicos não entusiasmam mais. O salutar é mais apropriado do que o divertimento. Não há amigos. Não há um guia. O abandono se torna uma realidade cinzenta. Quem espera por isso?

Esta é a situação que qualquer ser humano normal passou, passa ou passará. É inerente a nossa condição e formação. Feliz foi Fernando Pessoa que abrilhantou a sua obra com o título: “Livro do Desassossego”. Cada ser humano tem este livro na estante da sua vida. A pior coisa a ser feita é ignorá-lo.

A compreensão de um grande e notável poeta inglês mudou a minha visão destes fatos. Quero trazer a baila à perspectiva do ilustre poeta George Herbert, ele assim disse: “Deus, por vezes, retira o descanso de nossas almas, não para nos fazer infelizes, mas para que o desassossego nos lance em seu peito”.

Se esta é a sua condição atual, quero encorajá-lo a vive-la intensamente. Vai doer, mas vale a pena. Sábio foi o grande pastor Santo Agostinho que disse: “Nossa alma só encontrará descanso em ti”. Viva este momento.

Inexplicável...

Aprendi com a minha curta existência de vida o valor do sofrimento. Alguém já disse que ninguém pode falar do sofrimento se ainda não sofreu. É falar ao vento. A pior palavra que existe numa perda é – meus pêsames. A pessoa que profere esta palavra – na sua imaginação fraca é um consolo – nunca perdeu nada e ninguém. Como pode tal pessoa falar que sente algo se não perdeu um ente querido ou padeceu a dor do outro? É uma falácia. É uma hipocrisia. Melhor é o silêncio. Ele expressa a verdadeira compaixão. Mas por que disse tudo isso? Para que este rodeio todo? Simplesmente para dizer que o botão do sofrimento pode ter um gosto amargo, mas a flor será doce.

Devemos nos arrepender...

Um pastor, um líder, uma igreja conhecerão a alegria do perdão e a bênção de Deus, se forem verdadeiramente humilhados e quebrantados diante de Deus e se buscarem com arrependimento a sua face.
Thomas Watson, ministro puritano piedoso, nos forneceu um resumo conciso da doutrina do arrependimento:

O arrependimento é um remédio espiritual constituído de seis componentes especiais:

1) A visão do pecado;

2) Tristeza pelo pecado;

3) Confissão do pecado;

4) Vergonha pelo pecado;

5) Ódio ao pecado;

6) O abandonar o pecado.

Se qualquer desses componentes for ignorado, o arrependimento perderá a sua virtude.

É preciso que haja arrependimento. Estamos dispostos a ouvir a voz do Espírito de Deus e a arrepender-nos, se Ela falar ao nosso coração? Ou entristeceremos o Espírito e continuaremos a justificar e defender nosso comportamento e nossas práticas? Isto fica com você.

Por que existem problemas na liturgia do culto?

Existem discussões e brigas em algumas igrejas sobre a questão da música. Tem a ala dos idosos que preferem o Cantor Cristão (CC) e o Hinário Para o Culto Cristão (HCC), quando não existem divisões entre eles. A aqueles que adotam somente o Cantor Cristão – é uma ala mais radical. Por outro lado, existe a presença dos jovens que são adeptos das canções contemporâneas. O choque das gerações acontece. É inevitável. Porém, a graça que salva deve ser a graça que une. Não é simplesmente uma questão de gosto, preferência ou diversidade de geração. A luta não é entre música contemporânea no culto e hinos. O problema é que não existem mártires suficientes durante a semana. Sendo assim, muitos esperam do culto um momento de lazer e entretenimento. Esperam que suas vontades sejam satisfeitas. E aqui surge uma pergunta – de que modo cultos voltados para entreter as pessoas, com o propósito de serem leves e amistosos podem ajudar uma pessoa a se preparar para o sofrimento? Ou pior, prepará-la para a morte? Quando abraçamos mais aflições, por causa do valor de Cristo para nós, haverá mais fruto no culto a Cristo.

“Culto é a manifestação do extraordinário valor de Deus revelado em Jesus Cristo

William Cowper (1731-1800)...

Escrito há tanto tempo, mas como uma verdade tão atual. Este poema descreve a realidade caótica tanto do sistema educacional quanto da presença paternal.
O que se torna manifesto aqui é um clamor agudo pela participação do pai na formação de seu filho. É um apelo poderoso aos pais, mesmo no século vinte e um, para que estejam ao lado de seus filhos, para que amem seus filhos e que dêem atenção especial à sua educação. Muitos filhos no futuro sentirão falta da companhia dos pais em sua formação.


Se tu desejas que teu filho se torne beberrão ou relapso,

Lascivo, cabeça-dura, ou tudo isso de vez

E que, no tempo oportuno, o gosto final do adolescente

Por gastos folgados e desperdício com coisas da moda

Se torne a tua ruína, e finalmente a dele,

Eduque-o na escola pública, com uma ralé de meninos,

Que são crianças apenas no fazer travessuras e barulho,

E no mais, em cinco a cada de são crescidos como homens,

Em infidelidade e luxúria.

Ali ele aprenderá, antes de dezesseis invernos de idade,

Que os livros são mais úteis, quando penhorados ou vendidos,

E que pedantismo é tudo que as escolas ensinam,

Enquanto que as tavernas ensinam o conhecimento do coração.


Será que os olhos de um pai pouco significa

Que aqueles muitos momentos voem sem proveito?

E será que ele está realmente contente que seu filho não encontre

Comida para alimentar a sua mente que cresce,

A não ser conjunção de verbos e declinação de substantivos?

Para tais, toda a comida mental é fornecida

Por coches públicos no negócio escolar.

Os que alimentam o intelecto de um pupilo com estoques

De sintaxe, e um pouco mais, verdadeiramente

Rejeitam as preocupações deles, quando encerram a aula,

Governados por um relógio, eles mesmos são máquinas.

Talvez um pai abençoado com alguma capacidade de pensar

Não consideraria um abuso ou esforço vão,

Melhorar este dieta, sem ter que gastar muito,

Com verdade saborosa e senso comum salutar,

Para guiar seu filho, por prospecto de deleite,

A alturas, não muito excessivas, mas filosóficas,

Para ali exibir diante de seus filhos admirados,

Mundo que se revolvem além, sua distância e seu tamanho.


Para mostrar-lhe, num inseto ou numa flor

Provas microscópicas de habilidade e poder,

Ocultas de épocas passadas, mas que agora Deus exibe

Para combater com elas, nos dias modernos, o ateísmo.


[Ó Pai] A natureza puxando em teu coração

Condena a parte não paternal e imprudente.

Tu não serias capaz surdo ao pedido mais meigo da natureza,

De jogar teu filho à mercê das ondas de um mar tumultuoso,

Nem de dizer, vá até ali, consciente de que lá existe

Um ninho de vespas, ou areia movediça em seu caminho;

Portanto, governado pela mesmo regra

Da compaixão natural, não o envie para a escola.

Não – Guarde-o melhor. Não é ele teu,

Tu mesmo em miniatura, tua carne e teu osso?

E não esperas tu (esta é a esperança de todo pai),

Já que tua força com os anos haverá de passar,

E que precisarás de algum conforto para suavizar

O último adeus da saúde, como bastão da tua velhice,

Que então, como recompensa por todos os teus cuidados

Teu filho mostre respeito pelos teus cabelos brancos?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mais um passo rumo ao Suicídio da Águia: as escolhas de Obama para a área “social”...

por Heitor De Paola

Em Anestesia Obâmica (http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=536), de 26 de novembro, eu advertia que a verdadeira Change, Yes We Can, de Obama nada tinha a ver com economia, mas com a revolução cultural que foi desencadeada desde os tempos em que Obama exercia a única atividade “profissional” que jamais exerceu: ‘organizador comunitário’, isto é, agitador social, sob o comando do agitador comunista Bill Ayers, Mark Rudd, Jeff Jones da organização terrorista Weather Underground (http://en.wikipedia.org/wiki/Weatherman_(organization)).

O esforço da Mídia para ocultar as verdadeiras raízes de Obama e suas ligações com Bill Ayers pode ser visto neste artigo (http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=612).

Um artigo publicado por Publicola em 20/12 p.p. no Republican Liberty Caucus of Illinois (http://www.rlcil.org/), Obama’s social policy appointees reveal his radical agenda (http://www.rlcil.org/2008/12/20/obamas-social-policy-appointees-reveal-his-radical-agenda/), vai mais a fundo. Obama tem conseguido enganar com sua política econômica e militar até mesmo Karl Rove (http://www.rove.com/) e o Vice-Presidente Dick Cheney, mas a explicação é simples: Obama sabe que será totalmente englobado pelas estruturas burocráticas de Washington, D.C. e não terá como avançar a sua ‘utopia’ socialista e suas fantasias militares durante seus parcos quatro anos de mandato. Portanto, ele está nomeando vários membros do establishment para estes postos mais evidentes.

Mas ele sabe muito bem que ‘implementar as idéias de seus ídolos da Escola de Frankfurt, com sua mistura tóxica de comunismo e freudismo’ levará muito tempo e só será conseguida através da política social. E seus assessores nesta área são líderes da campanha abortista e chefetes do lobby homossexual e, através deles ‘refazer os EUA à sua própria imagem. Se forem bem sucedidos os EUA parecerão Greenwich Village durante as paradas de Haloween, incluindo todos os acessórios gays como coleiras, correntes e roupas justas’.

Além dos já citados por mim no artigo anterior (http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=583) seguem-se outros nomes em cargos importantes:

Ellen Moran (http://teamemily.org/newsroom/releases/20050418.html), escalada para assumir a Diretoria de Comunicações da Casa Branca é ex-executiva da Emily’s List (http://www.emilyslist.org/), um dos mais importantes comitês de ação pró-aborto.

Dawn Johnsen (http://www.lifenews.com/nat4590.html), ex Diretora legal da NARAL Pro-Choice America (http://www.naral.org/), será nomeada para a Equipe de Revisão do Departamento de Justiça e certamente será nomeada associate attorney general, (uma assessora do Ministro da Justiça, entre nós).

Melody Barnes (http://www.americanprogress.org/issues/2008/11/barnes.html) nomeada como Assessora Política para Assuntos Domésticos (Assuntos Interiores, uma espécie de assessora do Ministro do Interior) é uma radical ex apparatchik de Ted Kennedy, ex membro do Conselho da Emily’s List e Vice Presidente Executiva para Assuntos Políticos do Center for American Progress (http://www.americanprogress.org/issues/2008/11/barnes.html), uma organização política radical fundada por George Soros. Neste cargo Melody terá acesso direto e diário a Obama, coordenando e liderando os gabinetes de Serviços Humanos, Justiça, Trabalho, Educação, Moradia e Desenvolvimento Urbano.

Arne Duncan (http://www.cps.k12.il.us/AboutCPS/people/Duncan/duncan.html) será o chefe do Departamento de Educação. Duncan inovou em Chicago criando a primeira escola de segundo grau para ‘gays, lésbicas e transgênicos’.

Tom Daschle (http://www.politico.com/news/stories/1108/15780.html), que está metido num escândalo (http://www.nationalreview.com/moore/moore090803.asp) que será Secretário de Saúde e Serviços Humanos, é um ex Senador de South Dakota e líder democrata no Senado é um amigo da comunidade LGBT e o jornal Bay Windows (http://www.baywindows.com/), o maior jornal GLBT da Nova Inglaterra assegura que sete dos integrantes desta comunidade fazem parte da sua equipe de transição. Como disse Lisa Keen, do Bay Windows: “… até o momento a maioria das escolhas de Obama são ótimas notícias para a comunidade GLBT”.

Prossegue Publicola: ‘Como outros marxistas culturais, Marcusianos e Gramscistas, Obama sabe que a maneira de destruir o Ocidente e o capitalismo é desde dentro através do lento colapso cultural e moral. Institucionalizar o relativismo moral é o primeiro objetivo de Obama e suas escolhas são as melhores para a próxima batalha contra a sobrevivência da civilização americana’.

Gary Bauer, ex-assessor de Política Doméstica de Ronald Reagan e Presidente da Campaign for Working Families (http://www.cwfpac.com/), escreveu em Human Events, Obama: no Closet Centrist, (http://www.humanevents.com/article.php?id=29983): ‘As escolhas de Obama deixaram o lobby homossexual feliz. (…) Tim Carpenter, Diretor Nacional do Progressive Democrats of América (http://pdamerica.org/) diz que Obama confirmou nossas suspeitas de que estaria se cercando de pessoas da centro-direita. Mas esperamos que isto seja tudo e possamos ter nomeações progressivistas autênticas’.

Bauer acrescenta alguns nomes à lista:

Dr. Steven Chu, a escolha de Obama para Secretário de Energia, laureado pelo Nobel, tem dito que o carvão é um pesadelo e apóia o aumento dos impostos aos níveis europeus. Neste caso não é uma posição moderada, pois o carvão é a maior fonte de energia dos EUA e os preços do gás nos EUA são duas a três vezes maiores do que na Europa.

Alexander Aleinikoff, escolhido para a política de imigração e Homeland Security da equipe de transição, foi alto funcionário do governo Clinton onde dirigiu um programa chamado Citizenship USA destinado a acelerar o programa de legalização de um milhão de pedidos de imigração, um verdadeiro desastre burocrático que permitiu a entrada de milhares de criminosos através de fraude.

Cecile Richards, Diretora Executiva da Planned Parenthood (www.plannedparenthood.org) declarou que a Secretária de Estado Hillary e a Embaixadora na ONU, Susan Rice, constituirão ‘uma equipe forte que defenderá, com a seriedade que merecem, os direitos e a saúde das mulheres e o planejamento familiar’.

Quatro anos é realmente muito pouco tempo para destruir completamente uma tradição de mais de dois séculos, mas é muito para causar estragos irreversíveis. Mormente com uma maioria expressiva de anti-americanistas Democratas nas duas casas os quais, há décadas – desde o governo socialista de Roosevelt – tentam virar de cabeça para baixo a tradição dos Founding Fathers. Assume importância fundamental a exigência do casal Clinton em abocanhar o segundo cargo mais importante da Nação e exatamente o que lhe dá poderes extraordinários de levar adiante a agenda da ‘comunidade internacional’ de submeter os EUA aos desmandos da maioria de ditaduras e teocracias que domina a ONU. Em tudo e por tudo parece que o fim dos Estados Unidos, tal como os conhecemos hoje – o campeão das liberdades individuais e do liberalismo – está próximo. É. Como venho advertindo, o SUICÍDIO DA ÁGUIA!

Por que não sou um fã de Charles Darwin...

por Olavo de Carvalho

As festividades bilionárias em comemoração aos duzentos anos de nascimento de Charles Darwin tornam momentaneamente invisíveis alguns fatos essenciais da vida e da obra desse homem de ciência.

Desde logo, Darwin não inventou a teoria da evolução: encontrou-a pronta, sob a forma de doutrina esotérica, na obra do seu próprio avô, Erasmus Darwin, e como hipótese científica em menções inumeráveis espalhadas nos livros de Aristóteles, Sto. Agostinho, Sto. Tomás de Aquino e Goethe, entre outros.

Tudo o que ele fez foi arriscar uma nova explicação para essa teoria – e a explicação estava errada. Ninguém mais, entre os autoproclamados discípulos de Darwin, acredita em “seleção natural”. A teoria da moda, o chamado “neodarwinismo”, proclama que, em vez de uma seleção misteriosamente orientada ao melhoramento das espécies, tudo o que houve foram mudanças aleatórias. Que eu saiba, o mero acaso é precisamente o contrário de uma regularidade fundada em lei natural, racionalmente expressável. O darwinismo é uma idéia escorregadia e proteiforme, com a qual não se pode discutir seriamente: tão logo espremido contra a parede por uma nova objeção, ele não se defende – muda de identidade e sai cantando vitória. Muitas teorias idolatradas pelos modernos fazem isso, mas o darwinismo é a única que teve a cara de pau de transformar-se na sua contrária e continuar proclamando que ainda é a mesma.

Todos os celebrantes do ritual darwiniano, neodarwinistas inclusos, rejeitam como pseudocientífica a teoria do “design inteligente”. Mas quem inventou essa teoria foi o próprio Charles Darwin. Isso fica muito claro nos parágrafos finais de A Origem das Espécies, que na minha remota adolescência li de cabo a rabo com um enorme encantamento e que fez de mim um darwinista, fanático ao ponto de colocar o retrato do autor na parede do meu quarto, rodeado de dinossauros (só agora compreendo que ele é um deles). Agora, graças à amabilidade de um leitor, tomei conhecimento dos estudos desenvolvidos por John Angus Campbell sobre a “retórica das ciências”. Ele estuda os livros científicos sob o ponto de vista da sua estratégia de persuasão. Num vídeo fascinante que vocês podem ver em http://www.youtube.com/watch?v=_esXHcinOdA, ele demonstra que o “design inteligente” não é apenas um complemento final da teoria darwinista, mas a sua premissa fundamental, espalhada discretamente por todo edifício argumentativo de A Origem das Espécies. O “design inteligente” é, portanto, a única parcela da teoria darwiniana que ainda tem defensores: e estes são os piores inimigos do darwinismo.

É certamente um paradoxo que o inventor de uma explicação falsa para uma teoria preexistente seja celebrado como criador dessa teoria, porém um paradoxo ainda maior é que a premissa fundante da argumentação darwiniana seja repelida como a negação mesma do darwinismo.

Puramente farsesco, no entanto, é o esforço geral para camuflar a ideologia genocida que está embutida na própria lógica interna da teoria da evolução. Quando os apologistas do cientista britânico admitem a contragosto que a evolução “foi usada” para legitimar o racismo e os assassinatos em massa, eles o fazem com monstruosa hipocrisia. O darwinismo é genocida em si mesmo, desde a sua própria raiz. Ele não teve de ser deformado por discípulos infiéis para tornar-se algo que não era. Leiam estes parágrafos de Charles Darwin e digam com honestidade se o racismo e a apologia do genocídio tiveram de ser enxertados a posteriori numa teoria inocente:

“Em algum período futuro, não muito distante se medido em séculos, as raças civilizadas do homem vão certamente exterminar e substituir as raças selvagens em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos... serão sem dúvida exterminados. A distância entre o homem e seus parceiros inferiores será maior, pois mediará entre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o caucasiano, e algum macaco tão baixo quanto o babuíno, em vez de, como agora, entre o negro ou o australiano e o gorila.”

Imaginem, durante as eleições americanas, a campanha de John McCain proclamar que Barack Hussein Obama estava mais próximo do gorila do que o candidato republicano!

Tem mais: “Olhando o mundo numa data não muito distante, que incontável número de raças inferiores terá sido eliminado pelas raças civilizadas mais altas!”

Para completar, um apelo explícito à liquidação dos indesejáveis:

“Entre os selvagens, os fracos de corpo ou mente são logo eliminados; e os sobreviventes geralmente exibem um vigoroso estado de saúde. Nós, civilizados, por nosso lado, fazemos o melhor que podemos para deter o processo de eliminação: construímos asilos para os imbecis, os aleijados e os doentes; instituímos leis para proteger os pobres; e nossos médicos empenham o máximo da sua habilidade para salvar a vida de cada um até o último momento... Assim os membros fracos da sociedade civilizada propagam a sua espécie. Ninguém que tenha observado a criação de animais domésticos porá em dúvida que isso deve ser altamente prejudicial à raça humana. É surpreendente ver o quão rapidamente a falta de cuidados, ou os cuidados erroneamente conduzidos, levam à degenerescência de uma raça doméstica; mas, exceto no caso do próprio ser humano, ninguém jamais foi ignorante ao ponto de permitir que seus piores animais se reproduzissem.”

Notem bem: não sou contra a hipótese evolucionista. Do que tenho observado até hoje, devo concluir que sou o único ser humano, no meu círculo de relações próximas e distantes, que não tem a menor idéia de se a evolução aconteceu ou não aconteceu. Todo mundo tem alguma crença a respeito, e parece disposto a matar e morrer por ela. Eu não tenho nenhuma.

No entanto, minha abstinência de opiniões a respeito de uma questão que considero insolúvel não me proíbe de notar a absurdidade das opiniões de quem tenha alguma. Há muito tempo já compreendi que os cientistas são ainda menos dignos de confiança do que os políticos, e os paradoxos da fama de Charles Darwin não fazem senão confirmá-lo. Meus instintos malignos impelem-me a pegar os darwinistas pela goela e perguntar-lhes:

– Por que tanta onda em torno de Charles Darwin? Ele inventou o “design inteligente”, que vocês odeiam, e a seleção natural, que vocês dizem que é falsa. Ele pregou abertamente o racismo e o genocídio, que vocês dizem abominar. Para celebrá-lo, vocês têm de criar do nada um personagem fictício que é o contrário do que ele foi historicamente. Não vêem que tudo isso é uma palhaçada?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Manuel Bandeira (1886-1968)...


Eu estava contigo. Os nossos dominós eram negros, e negras eram as nossas máscaras.
Íamos, por entre a turba, com solenidade,
Bem conscientes do nosso ar lúgubre
Tão constratado pelo sentimento felicidade
Que nos penetrava. Um lento, suave júbilo
Que nos penetrava... Que nos penetrava como uma espada de fogo...
Como a espada de fogo que apunhalava as santas extáticas.

E a impressão em meu sonho era que estávamos
Assim de negro, assim por fora inteiramente negro,
— Dentro de nós, ao contrário, era tudo claro e luminoso!

Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular, em cores cruas.

Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
De peitos enormes — Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas — deusa disto, deusa daquilo, já tontas e seminuas.

A turba, ávida de promiscuidade,
Acotevelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido.
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.

Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
O ar lúgubre, negro, negros...
mas dentro em nós era tudo claro e luminoso!
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria,
— A profunda, a silenciosa alegria...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Escondedouro do Amor...

por Nívia Maria Vasconcellos

O amor não está na estrela

que, ao cair, carrega o pedido sussurrado,
está no olhar que a percebe e espera.

O amor não está nas cartas
lançadas sobre mesas postas,
está na tensão de quem as ouve e deseja.

Búzios, números e datas
não contêm o amor,
ele não está numa procura.

Rezas, promessas e velas
não trazem o amor,
só a esperança de encontrá-lo.

Mas, ninguém encontra o amor,
ele é (misteriosamente) despertado...
num momento de distração e abandono.

Uma Sociedade Virada do Avesso...

por Percival Puggina

Todo dia, toda hora, nos defrontamos com o avanço dos males sociais. Violência, perversões, criminalidade, drogas, epidemia de gestações na adolescência exibem a face assustadora de uma sociedade que se extraviou dos limites. Uma sociedade que, por infinitos modos e tecnologias, muito mais deseduca do que educa. Uma sociedade onde o balconista do bar comete delito se vender cigarro a uma menina de 12 anos, mas sai na boa se a levar espontaneamente para a cama.

O desastre que descrevo ganhou marco importante com os rebeldes franceses de 1968 e com seu slogan “il est interdit interdire!” – é proibido proibir. Malgrado ser flagrante contradição em termos, a regra ganhou os pensadores “progressistas” da época e se espalhou pela sociedade do Ocidente, atingindo um dos fundamentos da ordem social – o princípio da autoridade. Proibições inibiriam a criatividade. Todo “não” proferido para uma criança mutilaria sua capacidade de ser autônoma. E toda a autoridade restou delegada ao ilusório templo de uma coerência interna, cada vez mais falsa, onde estar de acordo consigo mesmo ganha prioridade em relação a estar de acordo com a verdade, e onde a mera sugestão de que existam verdades é entendida como pura insolência.

Todo professor, preocupado com bem educar seus alunos, proclama, agora, a imensa dificuldade de o fazer perante a furiosa indisciplina instalada nas salas de aula. Poucos pais que não tenham chutado o balde de suas responsabilidades deixam de reportar o atrofiamento de sua autoridade e fracassos em suas tentativas de impor limites. Estou falando do mundo e da vida.

O que ocorre sob nossas janelas e nos chega pelo noticiário não faz mais do que expressar decorrências de uma mentalidade que primeiro abalou e agora destrói as instituições. Quais instituições? Nada de importante, apenas coisas fora de moda e motivos de troça, assim como família, igreja, poderes de Estado, escola, hierarquias num sentido amplo, bem como tudo que daí deriva: ordens, mandamentos, leis, obrigações, direitos alheios e até mesmo aquele bolorento respeito natural pelos mais velhos. Sem instituições não há autoridade e sem autoridade não se preservam valores.

Sou conservador por manter uma inconformidade juvenil perante esse retrato. Diariamente não penso o mundo como quem está saindo, mas como quem está chegando. Sei (e creio que poucos deixam de saber comigo) que o vício é a adesão a hábitos que levam ao mal, e que a virtude, pela calçada oposta, é a adesão a hábitos que conduzem ao bem. Sei que uma sociedade se ergue pela vereda da virtude e desanda pelas avenidas do vício. E sei que o oxigênio da virtude flui pelas instituições, que precisam ser sólidas e, também elas, virtuosas: família, Igreja, Estado, escola e assim por diante. Você já se perguntou por que são os alunos das duas instituições educacionais militares do Estado os mais bem colocados em todas as avaliações de desempenho?

Não sem pesar reconheço que este artigo será visto como “careta” e politicamente incorreto, de uma ponta a outra. Com efeito, construímos uma sociedade na qual a virtude se oculta encabulada e o vício ganha posição de relevo; onde aquela fica reservada ao foro mais íntimo e este é proclamado do alto dos telhados. Depois, repete-se o que não me canso de denunciar na área política: totalmente desinteressados das causas, passamos ao xingamento das consequências.

A Farsa do Acordo Humanitário...

por Graça Salgueiro


Causou-me constrangimento e perplexidade os comentários maldosos, baseados em desinformação plantada pela mídia companheira de viagem, a respeito da participação do nosso Exército Brasileiro na operação de resgate dos seqüestrados pelas FARC. Em primeiro lugar, é fundamental que se nomeie as coisas por seus nomes reais, e não pela novilíngua do politicamente correto. Essas pessoas que aos poucos estão sendo libertadas não são “prisioneiros de guerra” – porque se admitirmos isto, estaremos implicitamente concordando que existe uma contenda entre dois Estados -, mas SEQÜESTRADAS por um bando narcoterrorista, de corte marxista-leninista.


Em segundo lugar, a participação dos brasileiros no resgate ocorreu de forma impecável e cedendo a ordens do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, o presidente Lula. Os militares brasileiros sob o comando do General Heleno apenas cumpriram uma missão, como qualquer outra que lhes é atribuída. Quem assistiu ao vídeo da operação de resgate divulgado pelo site comunista “anncol”, pôde testemunhar o comportamento irrepreensível dos militares brasileiros que não se imiscuíram com os comandantes terroristas das FARC e o grupo de porta-vozes deste bando que se auto-denomina “Colombianos pela paz”, coordenado pela senadora Piedad Córdoba, codinome nas FARC “Teodora Bolívar”.


Outra das infâmias divulgada largamente pela mídia nacional e estrangeira é que a entrega tardou porque o presidente Uribe “não respeitou o acordo”, e enviou aviões de suas Forças de Segurança para patrulhar o território onde seria feita a entrega. Uma mentira deslavada plantada – em prol das FARC – pelo jornalista colombiano Jorge Enrique Botero, que trabalha para a rede de TV Telesur de Chávez e para as FARC. O próprio General Heleno desmente esta farsa, afirmando em entrevista a “Terra Magazine”. Diz ele: “Não houve interferência na missão. Não fomos atrapalhados. Li as notícias de que aviões teriam seguido os helicópteros, mas o único ruído da história foi o próprio relato do repórter que comentou isso. Tudo aconteceu dentro do estabelecido”. É inadmissível que se ponha em questão a integridade deste brilhante militar!


E onde está a farsa nisso tudo? A quem cabe a culpa por tanta mentira e desinformação? Para se compreender a trama que há por trás dos ditos “acordos humanitários” é necessário conhecer os personagens envolvidos e seus objetivos. Se observarmos o comportamento de todos os resgatados desde o início do ano passado, fica muito claro que só defendem este tipo de procedimento os que, de algum modo, têm interesse em mudar a imagem das FARC perante o mundo e abrir-lhes caminho para posteriormente se postularem como partido político. Para isto já contam com os integrantes do Partido Comunista Colombiano Clandestino, o PC3, de onde as FARC têm hoje muitos integrantes e até comandantes.


As FARC são um bando terrorista que seqüestra, estupra, viola os mais elementares direitos da pessoa humana e assassina friamente e de forma cruel. Não é, e jamais será um grupo beligerante porque não é uma força militar regular, pois estas pertencem exclusivamente aos Estados. Legitimar sua beligerância é legitimar um Estado paralelo em pé de igualdade com o Estado-Nação Colômbia. Quem está interessado nesta aberração são os mesmos que pertencem ao Foro de São Paulo e que advogam o “bolivarianismo”, o sonho da “Pátria Grande” bandeiras das FARC e de seu “Plano Estratégico”, de Chávez, Ortega, Correa, Morales e Lula da Silva.


O Papel do presidente Lula nesta farsa teve vários objetivos, um dos quais por uma cortina de fumaça sobre as íntimas ligações de seu governo e seu partido (PT) com as FARC, confirmadas nos achados dos computadores de Raúl Reyes. Lula aplica a estratégia das tesouras: com uma mão se recusa a classificar as FARC como bando terrorista, solicitado pelo presidente Uribe ainda no início de seu primeiro mandato e com a outra se oferece para apoiar o governo colombiano no resgate, posando de “pacifista”, “conciliador” e “democrata”. Aproveitando a visibilidade que seu governo alcançou com esta participação, Lula insiste na tese sórdida e oportunista de “acordo humanitário” quando sabe perfeitamente bem que isto é uma falácia, uma estratégia de seus camaradas das FARC para que o mundo os veja como beneméritos cheios de boa-vontade para com o governo colombiano e que Uribe é o grande vilão, por não querer retribuir tão grande generosidade.


O ex-governador Alan Jara ao ser libertado fez ácidas e infundadas críticas ao presidente Uribe, acusando-o de não querer a liberdade dos seqüestrados. Entretanto, ele não fez isso por “Síndrome de Estocolmo” como atribuem alguns idiotas. Esse foi o preço de sua libertação: isentar de culpa os verdadeiros responsáveis pela barbárie praticada na Colômbia há 44 anos e culpar Uribe pelos males que as FARC causam às suas vítimas. Esta é, aliás, uma das estratégias dos comunistas: “acuse-os do que você faz...”.


Jara pertence ao Partido Liberal, o mesmo de Piedad Córdoba e do ex-senador Luis Eladio Pérez. TODOS jogam no mesmo time e são porta-vozes das FARC. Jara se formou dentro do império de um barão político de Meta chamado Jorge Ariel Infante (ou Jorge 15%), por seu desmedido interesse em cobrar comissões aos contratados do estado. Jara foi enviado à Universidade da Amizade dos Povos, antes “Patrice Lumumba” em Moscou, onde se graduou em engenharia mecânica. Após quatro anos voltou e foi promovido dentro do partido político de Ariel Infante conseguindo se eleger prefeito de Villavicencio e depois governador de Meta.


Sua fama como político corrupto era tão grande que certa vez, durante a época dos diálogos em Caguán, “Mono Jojoy” (um dos cabeças do Secretariado das FARC) disse que iria chamar vários governadores corruptos para “prestar contas” e o nome de Jara foi citado como o mais corrupto. Agora com sua libertação espera-se que Jara inicie uma nova etapa política, na qual se converterá no porta-voz do PC3, e fazendo a única coisa que sabe bem: roubar, desta vez compartilhando 50% com as FARC.


O “comandante Mosquera” diz para um militar libertado na hora da partida: “nós prendemos vocês porque vocês prendem injustamente pessoas inocentes” (referindo-se aos terroristas das FARC). É esta a imagem que querem passar todos os que advogam por um “acordo humanitário”. Entretanto, o presidente Uribe é claro quando diz que o único acordo humanitário possível é a libertação de TODOS os seqüestrados unilateralmente e indistintamente, e a deposição das armas para serem julgados por seus crimes. Portanto, este tal de “acordo humanitário” proposto e defendido por criminosos que não respeitam a vida alheia não tem nada de humanitário trata-se apenas de uma manobra política, oportunista e sórdida, para transformar o mal num bem supremo. Quem respeita o Estado de Direito e o Império das Leis, não pode pensar de forma diferente do presidente Uribe.

Famoso escritor cristão desafia o Vaticano...

Ray Comfort diz que Roma crê mais em Darwin do que em Jesus.

O atual escritor cristão best-seller número 1 nos Estados Unidos diz que o Vaticano está crendo mais em Charles Darwin do que em Jesus ao aceitar a evolução.

Ao desafiar um relatório do Arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, que declarou que a teoria de Darwin é compatível com o Cristianismo, Ray Comfort, autor do livro cristão mais quente no site Amazon “You Can Lead an Atheist to Evidence But You Can’t Make Him Think” [Dá para conduzir um ateu à evidência, mas não dá para fazê-lo pensar], aponta que o próprio Jesus apoiou o relato do Gênesis acerca da criação quando disse: “No começo Deus os criou homem e mulher”.

“Mas o Vaticano escolheu oficialmente crer em Darwin em vez de Jesus”, acrescentou Comfort. “Essa crença revela uma compreensão rasa acerca das declarações da evolução ateísta. Deus nos deu seis sentidos, e o sexto é o bom senso. Esse aí não se acostuma com a teoria de Darwin. E esse é o problema — os fervorosos crentes na evolução não pensam muito profundamente. É por isso que escrevi o livro, que mostra que a teoria de Darwin é uma fantasia — um conto de fadas ridículo e não científico para adultos”.

Citando estatísticas que mostram que aproximadamente um em quatro professores das faculdades e universidades dos EUA são ou ateus ou agnósticos, Comfort disse: “Eles estão gerando novos ateus como se não fosse existir um amanhã. A maioria dos jovens não sabe que estão apenas adotando a teoria de um homem com uma hiper-fértil imaginação, que perdeu sua fé em Deus. Não é de admirar que tantos jovens estejam perdendo sua própria fé em Deus e se voltando para o ateísmo”.

“O Vaticano, em essência, está dizendo: ‘Não creia em Jesus nem no Gênesis. Creiam em vez disso em Darwin’”, disse Comfort. “Deus fez o homem conforme sua própria imagem, e Deus não é um primata. No nome da diversidade, o Vaticano está incentivando o ateísmo, e isso trai de forma terrível o Cristianismo”.

“Parece estranho que o Vaticano consiga tomar sem vacilar uma posição forte no assunto do aborto, e ao mesmo tempo ceder no assunto da evolução”, acrescentou Comfort. “Eles conhecem as questões referentes ao aborto, mas suspeito que eles não entendem as questões referentes à evolução de Darwin. Espero que eles repensem sua decisão, pois os ateus sem dúvida usarão isso para expandir sua própria agenda anti-Deus”.

Comfort é o autor de 60 livros e co-apresentador do “The Way of the Master” [O Caminho para o Mestre], um programa de TV semanal sobre evangelismo pessoal com o ator Kirk Cameron, estrela do filme de sucesso “Fireproof” [À Prova de Fogo].

O livro “You Can Lead an Atheist to Evidence but You Can’t Make Him Think” [Dá para conduzir um ateu até à evidência, mas não dá para fazê-lo pensar], subiu nas alturas nas classificações do Amazon.com em seu primeiro dia de venda, mudando do número 69.572 para o número 38 em 24 horas. O livro foi também nº 1 nas categorias de religião e ateísmo no “Dia de Darwin” — o 150º aniversário da publicação do livro “As Origens das Espécies”.

O livro foi nº 1 nas categorias de apologética e ateísmo sob religião. Ficou em 2º lugar em espiritualidade e 6º em Cristianismo.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com

Um guru da educação brasileira...

por Olavo de Carvalho

Uma das idéias mais influentes e respeitadas na educação brasileira é a teoria da “violência simbólica”, criada por Pierre Bourdieu (v. Pierre Bourdieu e Jacques Passeron, A Reprodução. Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino, trad. Reynaldo Bayrão, 3ª. ed., Rio, Francisco Alves, 1992). Por esse termo ele entende “a violência que extorque submissão não percebida como tal, baseada em ‘expectativas coletivas’ ou crenças socialmente inculcadas”. Violência simbólica é toda forma de dominação mediante impregnação inconsciente de hábitos, símbolos e valores que ao mesmo tempo impõem essa dominação e a encobrem aos olhos dos dominados, de modo que a violência é tanto mais efetiva quanto menos reconhecida.

Todo sistema educacional, desta ou de outras épocas, constitui-se, segundo Bourdieu, de “atos pedagógicos” destinados a impor um conjunto de valores culturais, sempre arbitrários e injustificáveis, por meio de “violência simbólica”. As noções de “violência” e “arbitrário” estão interligadas: “A seleção de significações que define objetivamente a cultura de um grupo ou de uma classe como sistema simbólico é arbitrária na medida em que a estrutura e as funções dessa cultura não podem ser deduzidas de nenhum princípio universal, físico, biológico ou espiritual, não estando unidas por nenhuma espécie de relação interna à ‘natureza das coisas’ ou a uma ‘natureza humana’.”

A premissa aí oculta é que, se o sistema simbólico refletisse princípios universais, a ação pedagógica não seria violência simbólica e sim persuasão racional . Mas isso, segundo Bourdieu, jamais acontece: “Toda ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário, de um arbitrário cultural.”

Mas, se a cultura não tem fundamento, nem por isso deixa de ter utilidade – para alguns, é claro: “A seleção de significações que constitui objetivamente a cultura de um grupo ou classe como sistema simbólico é sociologicamente necessária na medida em que essa cultura deve sua existência às condições sociais das quais ela é o produto.” O esquema dominante (as “condições sociais”) não se limita a “produzir” o sistema simbólico – ele se serve dele para seus próprios fins: “...O arbitrário cultural que as relações de força entre os grupos ou classes... colocam em posição dominante... é aquele que exprime o mais completamente, ainda que sempre de maneira mediata, os interesses objetivos (materiais e simbólicos) dos grupos ou classes dominantes.”

Bourdieu apresenta esses parágrafos como uma lição de sociologia, isto é, uma descrição de como as coisas funcionam nas sociedades existentes, inclusive e primordialmente, é claro, a sociedade burguesa. Ele pretende, portanto, que a classe burguesa, na busca de seus próprios interesses, criou um sistema de significações a ser inculcado por meio de atos pedagógicos de violência simbólica nas mentes dos dominados, de tal modo que não só essas significações, mas também aqueles interesses, e a relação de poder que os atende, permaneçam invisíveis. É, convenhamos, uma operação de engenharia psicológica das mais complexas. Para realizá-la, é preciso, primeiro, agentes humanos qualificados. Uma “classe”, afinal, abrange milhões de pessoas e não é possível que todas elas participem do empreendimento. É preciso que, dentre elas, se destaquem uns quantos especialistas, os “educadores”, que estes sejam aceitos como legítimos representantes da classe, que entrem num consenso ao menos aproximado quanto aos interesses da classe que representam; é preciso ainda que esse consenso corresponda de fato aos tais interesses e obtenha, uma vez formulado, a aprovação da classe que nomeou os educadores. Partindo, pois, dessa representação meramente esquemática da situação social, eles teriam de selecionar e organizar os símbolos, estratégias e esquemas mentais mais propícios não só a produzir obediência nos dominados, mas também a manipulá-los e ludibriá-los de tal modo que não percebessem estar obedecendo a uma classe dominante, e nem mesmo a seres humanos, mas acreditassem seguir espontaneamente a natureza das coisas ou a vontade divina.

Vocês conseguem imaginar quantas assembléias, quantos grupos de trabalho, quantas pesquisas científicas, quantos projetos técnicos, quantas tentativas e erros seriam necessários para um plano dessa envergadura? Já imaginaram a imensa capacidade organizativa, os incalculáveis recursos orçamentários e, no topo da hierarquia, a mão de ferro necessária para manter a ordem, controlar o fluxo de trabalho e assegurar a produtividade num empreendimento todo feito de sutilezas psicológicas infinitamente evanescentes? Se algo dessa natureza tivesse um dia sido concebido, os trabalhos preparatórios deveriam ter deixado uma multidão de rastros: monografias acadêmicas, atas, publicações periódicas, regulamentos, ordens de serviço, etc, etc. O problema é o seguinte: nada disso existe, nada disso existiu jamais.

Se vasculharmos todas as bibliotecas, todos os registros, todos os arquivos sobre a história da educação burguesa, não encontraremos um só documento, um só memorando, uma só ata onde apareça, mesmo indiretamente, uma discussão nestes termos: “Os interesses objetivos da nossa classe são tais e quais, os meios de forçar as pessoas a trabalharem para nós são estes e aqueles, e os meios de camuflar toda a operação são x e y.” Nenhum educador, ministro da educação, professor ou inspetor do ensino primário, médio ou superior jamais disse uma coisa dessas, ou pelo menos não há documento que o registre.

Eles falam, sim, de valores, de fins da educação, de aprimoramento da inteligência humana, de virtudes cívicas, etc., mas nunca, jamais, de uma operação para forçar invisivelmente os dominados a uma conduta que, alertados, eles poderiam não aprovar. Como é possível que uma operação tão delicada não deixasse o menor rastro, senão numa linguagem tão desligada, aparentemente, de qualquer intenção manipulatória, de qualquer imposição camuflada, de qualquer “violência simbólica”? Se admitimos que essa intenção existiu, então só há, para explicar a inexistência de registros, as seguintes hipóteses:

Hipótese 1. Além de conceber um sistema de camuflagens para ludibriar os dominados, os malditos educadores burgueses ainda criaram, em cima dele, uma segunda rede de disfarces verbais para enganar os observadores futuros, isto é, nós. Mas esta segunda operação, sendo ainda mais complexa e trabalhosa do que a primeira, e só podendo ser levada a cabo depois que esta estivesse pronta, pela simples razão de que não se pode camuflar o que não existe, também não deixou para os historiadores o menor registro, o que supõe que, além da primeira camuflagem e da segunda, houve em seguida uma operação-sumiço ainda mais gigantesca do que as outras duas.

Hipótese 2. Ao planejar a manipulação dos dominados, os educadores burgueses não tinham conscientemente essa intenção, mas, enquanto serviam aos interesses objetivos da burguesia, acreditavam piamente trabalhar por valores culturais sublimes, pelo aprimoramento da inteligência etc. Isolados da realidade pelo seu próprio véu ideológico que encobria os verdadeiros interesses em jogo, planejaram inconscientemente a manipulação do inconsciente alheio e, embora trabalhassem totalmente às cegas, produziram um sistema tão organizado, racional e eficiente que conseguiram realmente fazer-se obedecer por milhões de paspalhos ainda mais inconscientes que eles – a multidão dos “dominados”. Não me perguntem como é possível uma operação tão vasta e complexa atingir miraculosamente os fins desconhecidos que, por vias ignoradas e inapreensíveis, atendem aos interesses de classe postulados, também inconscientemente, no início do processo.

Quando vemos o gênero de tolice em que os responsáveis pelas nossas escolas públicas devotamente acreditam, torna-se bem fácil explicar por que os alunos dessas escolas tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais.

Hugo Chávez...


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Escola, Criacionismo, Evolucionismo e Democracia

por Reinaldo Azevedo

É incrível, não? Quando eu fizer o inventário dos textos que não escrevi, a defesa do ensino do criacionismo ou do design inteligente nas escolas ocupará lugar de destaque. O processo de imbecilização do debate no país segue acelerado. Está em curso uma verticalização da burrice, que vai do topo à base. As alimárias morais e éticas não hesitam, quando necessário, em criar uma contradição inelutável entre religião e ciência — ou, em alguns casos, o que supõem ser ciência. Deixem o mundo entregue à sua vontade, e veríamos, em breve, instalada uma nova tirania.

O que me espanta é a incapacidade de ler o que está escrito e a determinação de comentar o que acham que o outro escreveu — ou nem acham: trata-se de mau-caratismo mesmo e vocação totalitária. O centro do meu artigo sobre o dito ensino do criacionismo nas escolas não está na sua equiparação com a suposta cientificidade do evolucionismo. Escrevo “suposta” porque qualquer pessoa intelectualmente honesta que tenha lido a respeito sabe que se trata de uma teoria: plausível, com muitas evidências que não estranham a lógica, mas sem a tal prova provada. Mas isso não me importa, é o de menos. Não tenho o menor interesse em contestar Darwin; tampouco me interessam os textos daqueles que o fazem. Não tratei desse assunto.

O que escrevi, e está claro para quem não se comporta como um vagabundo, um bandoleiro, é que AS ESCOLAS RELIGIOSAS têm o direito — e, suponho, também o dever perante a comunidade mantenedora da instituição de ensino: a igreja, seja ela qual for — de ensinar a sua visão de mundo, desde que deixe claro que se trata da abordagem religiosa. Se o fizer sem prejuízo de manter os alunos informados sobre quais são as teorias mais aceitas pelos cientistas, qual é o problema? Ou agora alguém vai se atrever a entrar numa escola judaica para dizer que essa história de que “Aquele Que Não Tem Nome” escolheu um povo é puro papo-furado? Ou pretendem meter os pés na porta de uma escola muçulmana para evidenciar que é fisicamente impossível que Alá tenha se comunicado com humanos? Ou invadirão uma instituição cristã para sustentar que "concepção sem pecado" é coisa de doidos? Quem põe um filho numa escola católica espera uma formação católica; quem escolhe a batista deseja a transmissão da visão de mundo batista. E o mesmo vale para qualquer religião.

Coisa muito diferente seria se o estado brasileiro adotasse uma “linha” ou uma religião no ensino — se bem que, de fato, ele adota; trato do caso daqui a pouco. O dever da escola, seja ela de que confissão for, é manter o aluno informado sobre as regras vigentes também fora daquele mundo. Ainda que a instituição de ensino diga ao estudante que, para a religião que lhe dá suporte, a verdade está com o criacionismo, ele precisa ser informado sobre qual é a crença generalizada fora dali, o que se exige nos exames públicos e provas de seleção (como vestibular), quais são os pressupostos da outra teoria etc. O nome disso é liberdade.

Ah, mas os ditadores das luzes não querem nem saber. Como eles acreditam ter agarrado a Teoria da Evolução mais ou menos como se oferece, hoje em dia, uma estrovenga para ser manipulada em sala de aula sob o pretexto de se dar aula de educação sexual, o seu ideal de mundo é que essas escolas fossem proibidas de expressar suas convicções — de fato, o que não suportam é liberdade religiosa.

Não conheço a realidade das outras escolas. Sei como é nas católicas, onde esse debate nem é feito. A orientação religiosa se dá no terreno ético, de valores. Que eu saiba, os hospitais universitários ligados à religião não curam os pacientes só com reza. Antes de o médico inferir que o doente está com o diabo no corpo, prefere fazer exames para ver como andam os glóbulos brancos e vermelhos e se Hasmodeu não é, de fato, algum microorganismo patogênico — em certa medida, que é a da crença, ele até pode ser considerado coisa do demônio. Mas se trata com remédio, não com exorcismo. O fato de o catolicismo, que é a minha religião, optar por essa, vamos dizer, religiosidade laica não me leva a tomá-la como medida das outras confissões. Um pai descontente pode e deve procurar outra escola — ademais, eu sou favorável a que pais eduquem, se tiverem condições para tanto, seus filhos em casa. É o que eu faria se tivesse tempo. Mas trato disso num outro momento.

Ocorre que a maioria dos pais não tem a menor noção do proselitismo a que seu filho estará exposto. Porque isso não lhe é dito. A patrulha esquerdopata se dá sob o manto da chamada “educação crítica”, uma vigarice intelectual, moral e ideológica que, não raro, deixa de lado o conteúdo para, como dizem os valentes, ensinar “cidadania” aos alunos. Procure uma só escola brasileira que não trate o assassino Che Guevara como herói — só para citar um porco fedorento muito influente. Ou ainda: procure uma só escola — ou livro didático — que não ensine aos alunos que os jacobinos, durante a Revolução Francesa, eram pessoas mais preocupadas com a justiça social do que as outras correntes e que só caíram em desgraça por isso.

Essa religião sem Deus é que é, sim, perversa. E é exercida à socapa, sem que ninguém saiba. Fosse ao menos como diz o leitor, seria menos grave: “Mao é bacana para uns e bandido para outros”. Mas quê... Ele só é apresentado como herói. Ele e outros homicidas, partidários de teorias não menos assassinas.

No que concerne à religião, mas não à ideologia, o estado brasileiro oferece uma educação laica. E, creio, assim deve continuar. Famílias, cujo direito a ter uma religião ainda não foi abolido por despotazinhas esclarecidos falando em nome da ciência, têm o direito de escolher escolas que defendam a visão criacionista ou o design inteligente — desde que o aluno seja devidamente orientado sobre o que é o que não é aceito no mundo exterior. Todos, pais, escola, professores e alunos, devem estar plenamente conscientes do pacto estabelecido.

Nojenta é a doutrinação ideológica. Porque só os doutrinadores estão no controle. Nesse caso, estamos falando de uma variante do molestamento infantil e do assédio moral.

Todos os dias, em alguma hora do dia, penso nos riscos que corre uma sociedade pluralista e democrática e em quantos são os deuses que tentam erigir por aí, dada a imperiosa necessidade de depor Deus. Se esses caras estiverem no poder, farão uma fogueira moralmente muito superior às do passado: em nome de Darwin.. E, claro, dizem falar em nome da tolerância.

Fonte: http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/12/escola-criacionismo-evolucionismo-e.html

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pastores e as suas perniciosas criatividades...

Os pastores não medem esforços e são cada vez mais inovadores. Tudo para ganhar um público oco que é levado por qualquer vento de doutrina. O pior é quando não tem doutrina, tudo fica no exibicionismo do pastor bobalhão. Segue abaixo algumas inovações chocantes que pretendem tornar o evangelho mais relevante:

- Um pastor dirige uma motocicleta pelo corredor central da igreja e subia na plataforma;

- Um pastor prega no telhado da igreja, enquanto a congregação fica em baixo;

- Um pastor fica deitado numa mesa, enquanto um grupo de caratê, com uma espada japonesa cortava uma melancia sobre a barriga dele, sem o matar;

- Outros preferem oferecer prêmios e presentes às pessoas como um meio de induzi-las a fazer aquilo que Jesus lhes ordena;

- Um pastor manda entregar pizza à sua igreja, enquanto pregava no púlpito. Então, o pastor comeu a pizza, enquanto continuava a pregar o seu sermão;

- Um pastor que pregava sobre um texto: “Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”. Enquanto pregava, começou a despir-se, tirando o terno. Por baixo do terno, ele vestia um conjunto para corrida, equipado com um apito de esportes. Ele começou, então, a soprar o apito e a correr ao corredor do púlpito, a fim de ressaltar o assunto de correr a carreira que Deus nos propôs;

- Surgiu um pastor que oferecia a maior barra de chocolate do mundo ao jovem que trouxesse o maior número de visitantes a um encontro especial de jovens da igreja;

- Teve um caso em que o pastor realizou um concurso no qual os jovens eram desafiados a trazer visitantes à igreja. Foi estabelecido um alvo. E, se este fosse cumprido, o pastor prometeu que engoliria minhocas gigantes diante do grupo de jovens da juventude da igreja;

- Outro pastor que amarrou uma corda grossa numa das vigas do templo, para, então, se balançar até à frente da igreja e, depois, à plataforma onde se localizava o púlpito.

São relatos engraçados e cômicos. Eles revelam a falência que muitos pastores e igrejas chegaram. Estas coisas são sinais infelizes e trágicos de que a igreja perdeu sua visão e se afastou da centralidade de Deus. Estas iniciativas são uma tentativa de contribuição com o evangelho, o que na verdade elas querem dizer que o evangelho não é poderoso por si só. No português claro e audível, isso é uma tremenda papagaiada.

PS: Estes acontecimentos ocorreram em Grand Blanc, no município de Flint, e nos arreadores do Estado de Michigan.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O que os pais estão ensinando aos seus filhos?


Muitos estudiosos questionam e refletem sobre a era em que vivemos. Não é preciso ser um grande estudioso para perceber que esta geração desvaloriza o passado. Existe uma completa rejeição por aquilo que os nossos antepassados construíram. Qual o adolescente que senta para conversar com o seu avô sobre o passado? Para que este venha a ensina-lo sobre a vida? As crianças também não querem apreender. As suas preocupações se tornaram a de adultos. Alguém pode dizer que os tempos são outros. É verdade. Mas a condição de existência não muda. Existem alguns atos que repetem-se na história. Para a mentalidade dos pais contemporâneos o inovador é melhor do que o passado. Grandes homens do passado souberam lidar com crises e mudanças do tempo, tudo porque aprenderam com a história de outros gigantes do passado.


No domingo passado assisti a um trecho do programa do Silvio Santos. No bloco do momento estava a pequena Maísa – um suposto pequeno fenômeno da televisão brasileira. O apresentador fazia algumas perguntas para a pequena Maísa. Silvio Santos sabatinou a pequena com perguntas bíblicas. Em suas mãos estava o decálogo. Perguntas simples do tipo: “não furtarás”, “não adulterarás” ou “não cobiçarás”. A pequena Maísa não sabia responder o que significavam. O pior de tudo era que ela nunca tinha ouvido falar sobre os Dez Mandamentos.


Na minha infância fui catequizado por minha mãe. Eu sabia os Dez Mandamentos, o Credo Apostólico, Pai Nosso e alguns salmos de memória. Fui ensinado sobre a importância e o valor de saber a respeito da fé cristã. Para uma família que se diz cristã, isso é inadmissível. Os famosos católicos não-praticantes têm levado os seus filhos a mais profunda miséria espiritual. Infelizmente muitos pais ensinam os filhos a viverem, mas não são capazes de ensina-los a morrerem. Para uma pequena criança que disse ao vivo em rede nacional que ama a Deus, mas não sabia o nome de Moisés, é de questionar o fruto desse amor. Mas não a responsabilizo. A ignorância da Maísa acerca da Bíblia Sagrada é a ausência da instrução de seus pais. Esta criança que está sujeita a todo tipo de aprendizagem, mas nunca lhe foi ensinado sobre o seu Criador. Ela desconhece o propósito redentor de Cristo. Não sabe sobre a existência de um Deus que rege e governa o mundo. Não a ensinaram sobre a vida após a morte. Mesmo tão pequena e encantadora aos olhos de muitos, ela corre sérios riscos de perder a sua alma. Por mais pequena que seja uma criança, ela já é capaz de transparecer os seus atos de bondade e maldade, e, portanto, sujeita à condenação – “Até a criança mostra o que é por suas ações; o procedimento revelará se ela é pura e justa” [Provérbio 20:11].


Esta pequena menina que cresce no ambiente da televisão tem acesso e contato com o que há de pior. Não é oculto a sociedade brasileira que aqueles que trabalham em programas, novelas e outros meios de entretenimento levam uma vida devassa. Não estou generalizando. Mas é uma grande parte deste meio. Não é possível saber o futuro desta menina, mas se porventura acontecer algo desastroso a culpa será dos seus pais. A pergunta que a maioria dos pais fazem é – em que momento erramos? Para estes pais a resposta será – “Instrua a criança no caminho que ela deve andar, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” [Provérbios 22:6]. O caminho do sucesso não poderá satisfazer os maiores anseios da alma desta criança. O seu sucesso pode ser o passo largo para a sua ruína. Infelizmente este não é um caso isolado. Muitos pais negligenciam a educação de seus filhos pelo viés bíblico. Para eles isso é ultrapassado, mas se olharem com atenção para a sociedade os pais irão perceber que para manter a ordem e o bem-estar, eles devem ser aplicados.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Um gênio da inépcia...



por Olavo de Carvalho


Em 14 de junho de 2008 escrevi no Diário do Comércio: “Barack Hussein Obama é, sob tantos aspectos, tão diferente daquilo que normalmente se entende como um candidato à presidência dos EUA, que só por uma distração formidável alguém pode achar que o detalhe mais significativo nele é a cor da sua pele.”


Sete meses depois, o referido ainda não cessou de dar mostras da sua total originalidade. Após ter sido o primeiro presidente americano que esconde quase todos os seus documentos e ainda falsifica os poucos que exibe, tornou-se também o primeiro que pode fazer essas coisas sem que nem mesmo seus adversários eleitorais denunciem aí algo de estranho, o primeiro que subiu ao poder trazendo nas costas duas dúzias de processos judiciais, o primeiro que foi interrogado pela polícia antes mesmo de ser empossado e o primeiro que aos domingos vai à quadra de esportes em vez de ir à igreja.


Mas é no capítulo das gafes orais que o cidadão, enaltecido como um dominador absoluto dos meios de expressão verbal, se mostrou mais diferente de todos os seus antecessores. Embora a mídia faça questão cerrada de não notar isso de maneira alguma, nenhum outro presidente americano – nem mesmo George W. Bush – cometeu, em tão pouco tempo, erros tão múltiplos e tão colossais. Ele foi o primeiro que tropeçou ao declarar sua religião, dizendo-se islamita em vez de cristão; o primeiro que negou uma conversa comprometedora dias depois de ter assinado um documento oficial que a comprovava; o primeiro que gaguejou diante das câmeras ao negar envolvimento num caso de corrupção; o primeiro que teve de repetir o juramento de posse, por ter trocado as palavras; e o primeiro que, logo no discurso inaugural, errou desastrosamente numa citação bíblica, trocando um versículo destinado a mostrá-lo como alma cristianíssima por outro que o acusava de ser exatamente o contrário.


Gafes em série não são puras gafes: são sintomas de incompetência estrutural. Desenvolto e persuasivo ao ler mensagens no teleprompter, Obama revela um total desamparo ao lidar com as palavras sem ajuda. Com boas razões ele vetou a divulgação de seus artigos acadêmicos, mas alguns escaparam ao bloqueio e foram parar nas mãos do repórter Jack Cashill, que impiedosamente os exibiu. Em “Breaking the War Mentality”, publicado na revista da Universidade Columbia, Sundial, em março de 1983, Obama escreve: “The belief that moribund institutions, rather than individuals are at the root of the problem, keep SAM's energies alive.” O sujeito singular belief não concorda com o verbo keep no plural, e a virgulação não faz o menor sentido. Mais adiante, ele confunde o superlativo com o comparativo: “Our better instincts can at least match the bad ones” – better em vez de best. E ainda: “SAM casts a wider net than ARA, though for the purposes of effectiveness, they have tried to lock in on one issue at a time” – o sujeito singular da oração principal torna-se plural na oração subordinada. Há vários outros erros pueris nesse em outros artigos, só igualados, em matéria de inépcia gramatical, pela tese da Sra. Obama em Harvard. Tal como a digníssima, o homem é, com toda a evidência, precariamente alfabetizado. Ele não poderia jamais ter escrito Dreams of My Father, onde testes por computador revelam sinais do estilo de William Ayers, ghost writer experiente.


Desprovido de assessoria, o desempenho escrito ou oral de Obama é tão miserável e contrasta de tal maneira com a sua imagem de gênio alardeada por um coro universal de tagarelas, que esta não pode nem mesmo ser compreendida como mera louvação publicitária. O exagero adulatório puro e simples tem de se ater, afinal, a um mínimo de verossimilhança, que no caso falta por completo. A mentira propositadamente inverossímil, propositadamente contrária aos fatos visíveis, é coisa totalmente diversa. É uma técnica psicológica já bem testada em seitas pseudo-religiosas e em regimes totalitários. Theodore Dalrymple resume-a com precisão: “No meu estudo das sociedades comunistas, cheguei à conclusão de que o propósito da propaganda comunista não era persuadir, nem convencer, mas humilhar – e, para isso, quanto menos ela correspondesse à realidade, melhor. Quando as pessoas são forçadas a ficar em silêncio enquanto ouvem as mais óbvias mentiras, ou, pior ainda, quando elas próprias são forçadas a repetir as mentiras, elas perdem de uma vez para sempre todo o seu senso de probidade... Uma sociedade de mentirosos castrados é fácil de controlar.”