Por Julio Severo
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi supostamente criado para proteger as crianças.
Por Julio Severo
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi supostamente criado para proteger as crianças.
A instituição Abraceh, da Dra. Rozangela Justino, continua promovendo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Este sistema é uma falácia e o seu perigo é mortal. Conhecido como o chamado movimento dos direitos das crianças. Ele nada mais é do que um instrumento que corrompe e destrói a família.
Muitas famílias cristãs no Brasil estão sendo cruelmente perseguidas pelo ECA e pelos conselhos tutelares unicamente porque escolheram assumir a educação escolar de seus filhos.
Cleber Andrade Nunes e sua esposa Bernadeth tiraram seus dois filhos adolescentes de uma escola pública para lhes dar aulas escolares em casa. Espantosamente, os rapazes ultrapassaram meninos de sua idade e foram aprovados para uma faculdade de direito com notas elevadas. Apesar disso, seus pais receberam a ameaça oficial: sem uma matrícula na escola, eles serão presos e perderão a guarda de seus filhos.
Ensinar os filhos em casa sempre foi um direito no Brasil, pois as constituições passadas do Brasil o garantiam. Por exemplo, a Constituição de 1946 (Artigo 166) diz: “A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola. Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana”. Nenhum pai ou mãe era ameaçado, multado ou preso por ensinar os filhos em casa.
Contudo, legisladores socialistas insistiam em que era necessária uma nova constituição. Sob a inspiração e esforços deles, nasceu a atual Constituição Federal de 1988, que diz:
“Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola”. (Art. 208, parágrafo 3º)
Em 2001, Carlos Vilhena e sua esposa Márcia tentaram desafiar a lei que obriga a freqüência à escola lutando nos tribunais. O Sr. Vilhena era um famoso jurista que queria garantir, para si e para outras famílias, o direito de educar em casa. No entanto, o Ministro da Educação, um comunista, ordenou que seu ministério rejeitasse o pedido de Vilhena. O caso Vilhena, que recebeu cobertura nacional e internacional positiva, acabou terminando no Superior Tribunal de Justiça, onde Carlos e Márcia perderam e onde os juízes declararam: “Os filhos não são dos pais”. Não lhes sobrando escolha, os filhos dos Vilhenas foram matriculados numa escola.
A decisão contra a família Vilhena se tornou um precedente perigoso, prejudicando iniciativas legais adicionais para legalizar a educação escolar em casa de novo no Brasil.
Mesmo assim, muitas famílias brasileiras continuam dando aulas escolares em casa e entrando no movimento.
Josué Bueno, ex-pastor batista, ficou conhecendo a educação escolar em casa (ou homeschooling) em seus anos de juventude nos Estados Unidos. Retornando ao Brasil, ele estudou num seminário batista, se tornou pastor e, logo que se casou, buscou viver uma vida de família centrada na Bíblia, onde a educação em casa era fundamental.
Nos EUA, Bueno havia visto famílias livremente educando seus filhos. Assim, ele deu a mesma oportunidade a seus filhos, que nunca foram para a escola desde seu nascimento. Mas sua tentativa de viver a mesma liberdade e princípios cristãos lhe custou um preço elevado. Ele recorda: “Por causa de falsas acusações, que nunca foram provadas, promotores nos ordenaram enviar nossos filhos para a escola. Eles também discordaram de nosso modo de disciplinar nossos filhos”.
As acusações foram feitas em 2005 ao Conselho Tutelar, que é responsável pela implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Eles receberam intimação para comparecer diante de juízes e outras autoridades, por causa da educação escolar em cada e da disciplina física. Então o Sr. Bueno e sua família toda receberam ordens de se submeterem a tratamento psicológico e matricular os filhos numa escola. Depois de algum tempo em tal tratamento, sob grande pressão (principalmente sua esposa grávida) e não vendo nenhuma escapatória, eles fugiram para o Paraguai — exclusivamente para dar a seus filhos uma criação cristã.
O Sr. Bueno diz: “Fala-se muito em respeitar a diversidade, mas nossa maneira diferente de ser não foi respeitada. Tenho certeza que se meus filhos homens fossem homossexuais e minhas filhas lésbicas eles teriam a proteção do Estado de forma esmagadora.”.
Foi um grande sofrimento deixar o Brasil, mas sofrimentos maiores os forçaram a tal dura escolha. No entanto, o sofrimento deles não terminou. O governo brasileiro os descobriu e enviou um oficial de justiça para lhes dar uma intimação para voltarem ao Brasil, continuar o tratamento psicológico estatal e matricular os filhos numa escola.
Diferente da família Bueno, Cleber e Bernadeth Nunes não haviam educado seus filhos desde seu nascimento. Ele havia conhecido a educação escolar em casa em sua visita aos Estados Unidos. Depois de muita oração e consideração, houve a decisão e hoje ele diz: “Dois anos atrás minha esposa e eu decidimos tirar nossos dois filhos da escola pública e assumir a responsabilidade pela educação deles. Eu administrava um pequeno negócio e na época tive de reduzi-lo porque ambos de nós educamos em casa”. Seu motivo, conforme ele revelou numa entrevista a BandNews, é porque “não concordamos com o sistema educacional”.
O programa da BandNews, que foi transmitido em 28 de fevereiro de 2008, comentou que Bernardeth deixou seu curso universitário de arquitetura para se dedicar à educação de seus filhos. Quando a jornalista Adriana Spinelli entrevistou os rapazes, Davi respondeu: “Gostamos muito desse método porque somos livres para estudar o que queremos”.
Em sua jornada de educação em casa, o primeiro esforço da família Nunes foi “descolarizar” seus filhos, isto é, eliminar deles as influências negativas da educação pública.
Depois de apenas dois anos, os resultados foram dignos. Sob a acusação de negligência educacional pelo Conselho Tutelar, o Sr. Nunes tentou provar que não havia nenhuma negligência. Por isso, os rapazes fizeram testes de avaliação para entrar numa faculdade de direito. Davi, 14, foi aprovado em quinto lugar. Seu irmão Jonatas, 13, ficou no 13º lugar. A posição deles era excelente, mas o Conselho Tutelar, que vinha perseguindo-os desde 2007, não se mostrou comovido.
Apesar das excelentes notas de seus filhos, a família Nunes está sob a ameaça oficial de perder a guarda de seus filhos e irem para cadeia. Eles têm uma menina de 9 meses chamada Ana. Dois amáveis advogados voluntários estão lutando para defender a família Nunes contra o poder estatal oposto à educação em casa.
O problema deles começou quando alguém os denunciou ao Conselho Tutelar. Como todas as famílias no Brasil que educam em casa, as famílias Nunes e Bueno davam educação escolar em casa às escondidas. Quando oculta de forma adequada, não há perigos, mas muitas vezes um parente, um vizinho ou um indivíduo desconhecido intervém para delatar ao Conselho Tutelar, que tem lidado com todos os casos de educação em casa no Brasil.
Esse Conselho foi criado para implementar na sociedade brasileira o Estatuto da Criança e do Adolescente, que por sua vez foi criado para atender às demandas da Convenção dos Direitos da Criança da ONU. Como signatário desse documento da ONU, o governo brasileiro foi obrigado a refleti-lo nas leis nacionais. Nenhum líder cristão no Brasil conseguiu ver seus perigos, mas hoje os pais cristãos e envolvidos na educação em casa estão sofrendo suas conseqüências.
Um pastor evangélico me disse que ao disciplinar seu menino de 10 anos, o garoto ameaçou denunciar a ele e sua esposa ao Conselho Tutelar. Quando perguntado onde ele havia aprendido isso, o menino respondeu, “na escola”.
Mais e mais pais evangélicos e católicos no Brasil me contam a mesma história triste. Outras experiências semelhantes mostram que as famílias evangélicas estão sendo muito atingidas pela legislação da ONU imposta no Brasil.
O Conselho Tutelar e o Estatuto da Criança e do Adolescente, que alegam defender as crianças e seu bem-estar, são conhecidos por sua omissão nos debates sobre a questão do aborto e por não protegerem as crianças em risco de serem adotadas por homossexuais. Mas não mostram omissão alguma no caso de famílias que educam em casa.
A família Bueno poderá ser deportada para o Brasil e, quanto à família Nunes, Cleber diz: “Fomos condenados a pagar uma multa de 12 salários mínimos e a matricular os meninos na escola imediatamente. Ameaçaram que perderíamos a guarda de nossos filhos. Podem até nos mandar para a cadeia se continuarmos a desobedecer”.
A família Nunes, que está lutando contra um radical sistema anti-escolha, poderia considerar fugir para o Paraguai. Contudo, mesmo no Paraguai, a família Bueno não está livre dos tentáculos do Conselho Tutelar.
Depois deste pronunciamento, a sua existência é um milagre. Que homens de ousadia e coragem a semelhança deste, se levantem mais e mais na Câmara dos Deputados.
"No estudo desta noite nosso pastor trará a mensagem intitulada ‘o que é o inferno’. Venha mais cedo e assista o ensaio do coral...”
“Teremos sorvetada na igreja próximo sábado, as irmãs que forem doar leite cheguem mais cedo...”
“Para aquelas irmãs que têm filhos e não sabem o berçário fica no segundo andar...”
“Após a feijoada do próximo sábado teremos um período de meditação...”
“Os adolescentes apresentarão no dia 1º uma peça de Shakespeare. Venha assistir esta tragédia...”
“A irmã Laura agradece a todos os muitos irmãos que contribuíram para que finalmente ela engravidasse. Foi muito difícil, foi uma luta. Sem suas orações…”
“A irmã Zilda estará distribuindo Bíblias na favela na próxima terça. O diabo que se cuide...”
“Precisamos orar intensamente pelo problema de saúde da irmã Cândida. Não tem Cristo que resolva...”
“Os irmãos e irmãs que não sabem ler devem devolver os boletins da igreja no final do culto, assim que já tiverem...”
Que não haja preguiça de ler este e os outros artigos que foram postados. Apesar de serem um pouco extensos, o conteúdo é imprescindível para a compreensão da América Latina. Sugiro a leitura do blog da Graça Salgueiro. Na atualidade, ela é a pessoa mais informada sobre a política da América Latina. Quem não lê Graça Salgueiro está por fora dos fatos. Leiam o artigo!
Que democracia é essa que o senador Arthur Virgílio defende? Desde quando um cidadão brasileiro, seja ele civil ou militar, não pode manifestar sua opinião sobre as decisões que o governo vem tomando? Será que o imposto que o General Heleno paga é inferior ao que pagam os demais brasileiros? Será que em um país onde juízes se manifestam até mesmo sobre assuntos que posteriormente irão julgar, colocando-se aprioristicamente a favor desta ou daquela parte, um general de exército, que não advoga ideologia alguma, é obrigado a calar-se diante dos desmandos de um governo para o qual a democracia está apenas no discurso? Será que o ilustre senador (que se autoproclama "oposicionista") não percebe que o Comandante Militar da Amazônia, sabendo dos gravíssimos problemas existentes naquela região, tem não apenas o direito, mas também o dever de alertar a sociedade? Ou será que o senador, no conforto de seu gabinete, conhece mais os problemas da Amazônia do que o general que a comanda? E se os conhece, por que não alerta, ele próprio, a sociedade - já que é Senador exatamente pelo Amazonas -, ao invés de ficar quietinho enquanto se espolia, às escâncaras, a região mais rica do planeta? Como se justifica o seu silêncio?
Não é de hoje que essa questão de demarcação de terras indígenas vem preocupando os brasileiros de bom senso. Que há interesses escusos por trás dessas demarcações, não há a menor dúvida. Ninguém, em sã consciência, iria destinar uma extensão tão vasta para índios (sem falar nos quilombolas), e de forma contínua, propiciando até mesmo a formação de uma futura "nação" independente, se não enxergasse nisso uma vantagem pessoal. Principalmente em um governo que se tornou campeão em corrupção e maracutaias.
Um problema como esse, se surgido em países de pequena extensão territorial, como a Suíça ou a Áustria, certamente já teria posto em rebuliço a sociedade inteira. Mas no Brasil, onde o que acontece em Xapuri dificilmente é conhecido por quem reside em Passo Fundo, ele assume proporções mínimas porque o povo simplesmente não consegue dimensionar a sua gravidade.
O importante não é dar tratamento "democrático" para índio. O importante é tratar igualmente os brasileiros, sejam eles índios, brancos, negros, pardos, homens ou mulheres. Mas a partir do momento em que um único brasileiro é impedido de adentrar terras indígenas, como se estivesse entrando em um país estrangeiro, então é claro que estamos diante de uma grave violação constitucional ao direito de ir e vir. Daqui a pouco vão exigir passaporte para que um brasileiro transite por uma área indígena, o que é um rematado absurdo.
Segundo noticiado na imprensa, o Brasil possui cerca de 300 mil ONGs, sendo um terço delas na Amazônia. A maioria dessas ONGs é de origem estrangeira, com claros interesses na riqueza daquela região, onde abundam minérios valiosíssimos, madeiras de lei, vegetação exuberante (inclusive de plantas medicinais), águas limpas e copiosas, animais exóticos, tudo isso sendo alvo da cobiça internacional. Não é à toa que volta e meia alguém é flagrado no comércio internacional de jacarés, cobras, aranhas, insetos raros, pássaros, madeiras e outras preciosidades daquela área.
Se mesmo sem a tal demarcação o Brasil já é (e sempre foi) fortemente surrupiado de seus tesouros na Amazônia, de onde escorrem milhões de toras de madeira e outras matérias-primas para empresas estrangeiras, sob as barbas complacentes do governo, imaginem então a possibilidade de que isso seja feito em uma área tão grande onde nenhum brasileiro pode entrar porque se trata de uma reserva "democraticamente" destinada a índios?
Também chama a atenção a flagrante contradição de nossos ideólogos: ao mesmo tempo em que defendem a manutenção da cultura indígena, clamam pela "inclusão" dos índios na sociedade, sustentando que eles também têm direito ao ensino universitário, a contas bancárias, a serviços de telefonia e outros benefícios típicos da civilização, por questão de "justiça social" e de observância de "princípios igualitários". Ora, de duas uma: ou se mantêm os índios exatamente como são, para "preservar" sua cultura, ou então se lhes dêem todas as vantagens da vida em civilização. Só o paradoxo do discurso já deixa margem para que se imagine que tais demarcações nada têm de filantrópico ou democrático, constituindo, ao contrário, mais uma das maracutaias a que o brasileiro, infelizmente, parece já ter-se acostumado.
O fato é que o General Heleno é, sem a menor sombra de dúvida, o oficial da ativa mais abalizado para escancarar aos brasileiros os gravíssimos problemas que ocorrem na Amazônia, já que é ele quem comanda aquela região e a conhece melhor do que ninguém. E mais: não se pode apontar um único interesse do general em sua fala que não seja o de defender o Brasil para os brasileiros, sem distinção alguma. Sem ideologias.
Os brasileiros devem se sentir orgulhosos com a fala do General, que, é bom dizer, já recebeu uma avalanche de manifestações de apoio às suas palavras. Enquanto os ideólogos que nutrem o governo com teorias esquerdopatas que acabam dividindo o Brasil em várias "nações" - de índios, de negros, de quilombolas, de homossexuais, de homens, de mulheres, de proprietários, de não-proprietários, de ricos e de pobres -, o General se volta, ao contrário, para uma única Nação, formada por todos os brasileiros, independentemente de qualquer traço que os distinga. Isso nada mais é do que a democracia em sua inteireza.
É preciso lembrar, ademais, que nos termos do art. 142 da Constituição Federal, "As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem". Destarte, quando a soberania da pátria está em perigo, quando os poderes constitucionais entram em conflito e quando se percebe a supremacia do caos sobre a ordem, todo militar, seja ele um general ou não, tem o dever de cumprir sua missão. E uma delas é de, inicialmente, alertar a sociedade, exatamente como fez o General Heleno.
O Senador Arthur Virgílio precisa rever os seus conceitos de democracia. Ela certamente não guarda relação alguma com o que o termo verdadeiramente significa.
* A autora é Juíza do Trabalho em Brasília.
Por Olavo de Carvalho
Que haja nisso uma inversão psicótica da ordem das causas é algo que nem de longe rebrilha no horizonte da (in)consciência revolucionária, tão embevecida na contemplação estática das suas próprias lindezas que até a claridade máxima do óbvio se torna a seus olhos treva densa e impenetrável.
Mais cômica ainda, ou tragicômica, torna-se essa inversão quando, à maneira iluminista, o futuro esperado é descrito como o triunfo da racionalidade científica sobre o obscurantismo das crenças bárbaras. Pois a concepção futurocêntrica da História, virando de cabeça para baixo a hierarquia do necessário e do contingente já traz em seu bojo a destruição completa da lógica, do método científico e de toda possibilidade de compreensão racional da realidade. Não foi à toa que Paul Ilie, no seu magistral estudo The Age of Minerva (2 vols., University of Pennsylvania Press, 1995), caracterizou o estilo mental do Século das Luzes como "razão anti-racional".
Não espanta que, mais de 200 anos depois de ter desencadeado a maior e mais duradoura epidemia de revoluções, tiranias e genocídios já registrada desde o início dos tempos, a vaidade iluminista ainda continue a se pavonear de campeã da liberdade e dos direitos humanos, como se fosse lícito a uma filosofia reconhecer-se a si mesma tão somente pelos ideais declarados na sua propaganda e não pelo desenrolar inevitável e previsibilíssimo da realização efetiva das suas premissas.
O ideal de uma sociedade regida pela "razão científica" é o cerne mesmo da proposta iluminista, e a ele deve-se o nascimento das duas tiranias mais sangrentas que o mundo já conheceu, uma fundada na biologia evolucionária, outra na ciência marxista da história e da economia. O mais recente e meticuloso estudo comparativo desses dois regimes, The Dictators: Hitler's Germany, Stalin's Russia, de Richard Overy (New York, W. W. Norton, 2004, especialmente pp. 637 ss.), destaca como primeira e essencial similitude entre eles o "culto da ciência". Auschwitz e o Gulag são a utopia iluminista materializada.
E não me venham com aquela idiotice de que o iluminismo não gerou só ditaduras totalitárias, mas também a democracia americana. De um lado, o iluminismo britânico que influenciou a independência americana nada teve da rebelião voltaireana e enciclopedista contra a religião e as tradições (ver Gertrude Himmelfarb, The Roads to Modernity: The British, French and American Enlightenments, New York, Vintage Books, 2004).
De outro, mesmo essa versão suavizada do discurso iluminista não foi subscrita no todo pelos founding fathers, os quais a modificaram e cristianizaram em tal medida que praticamente não há na declaração da independência, na Constituição americana ou nas constituições dos Estados uma só afirmativa ou dispositivo legal cuja inspiração bíblica não esteja abundantemente documentada.
Nenhum argumento racional foi jamais apresentado contra a massa de provas reunida por Benjamin F. Morris nas mil e tantas páginas de The Christian Life and Character of the Civil Institutions of the United States em 1864. Tudo o que o partido iluminista pôde fazer, para tentar impor como puro constitucionalismo americano uma versão caricatural, "francesa", do Estado leigo compreendido como Estado ateísta militante, foi dar sumiço a esse livro e depois entrar em pânico quando da sua reedição em 2007 pela "american vision".
Segunda-feira eu assisti junto com a dona Marques um excelente filme “Quebrando a Banca”. Vale a pena. O filme é de uma genialidade extraordinária. Outro filme que é dificílimo de encontrar, mas eu encontrei é “Em Busca do Cálice Sagrado” (Monty Python). Esse é o melhor. É muito raro encontrar um humor britânico semelhante ao Monty Python.
Infelizmente não encontro o filme “A Culpa é do Fidel”. Quero muito assisti-lo.
Recomendo o blog do meu grande amigo Junior Portella – www.mudandoorumodaprosa.blogspot.com. Qualquer elogio irá me condenar – é meu amigo. Um blog com conteúdo e idéias pertinentes. Ele é um cara de profundo conhecimento. Confira!
Por Alan Rodrigues
“O governo federal tem que entender que o que existe em Rondônia é guerrilha mesmo, e não é força de expressão”, acusa o deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO). O parlamentar, que logo depois da denúncia de ISTOÉ solicitou a presença de uma comissão externa do Congresso para apurar os fatos, até hoje não obteve respostas a seu pedido. Mendes denuncia que, enquanto o governo silencia, as ações do grupo recrudescem. “Os guerrilheiros estão impedindo que os agentes do Instituto de Defesa Animal de Rondônia (Idaron) vacinem o gado contra a febre aftosa”, diz. “Isso é um absurdo que pode colocar em risco mais de 11 milhões de cabeças de gado e acabar com 100 mil proprietários de terra”, critica Sebastião Conti, presidente da Associação dos Fazendeiros de Rondônia.
um ‘K’, um ‘G’ e um ‘B’. “
– John McCain
Recentemente foi publicado na The New Criterion um ensaio de Anthony Daniels, no qual ele resume o conceito de “homem-massa”, do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, como sendo aquele homem “que vai de uma distração a outra distração, que é presa de modismos absurdos, que nunca pensa em profundidade...”. Na primeira década do século XXI isso soa até familiar demais. Em 2008, vivemos numa sociedade dominada por “homens-massa”, engolida pela psicologia de massa, pela mídia de massa, pela escola de massa e pela ignorância em massa que atualmente nos circunda e avulta.
O grande público de hoje não é capaz de distinguir o importante do trivial. O que precisa ser reconhecido, e um dia será, é a distinção bastante real entre princípios elevados e aquilo que é vulgar, entre coragem moral e conformismo apenas desculpável, entre pensadores e embusteiros. E é a isto que tudo se resume. As massas cresceram fracas e indolentes. Elas não querem admitir a realidade porque nisso poderia haver uma cláusula de responsabilidade. Sendo esta a consideração principal, a negação de eventos-chave completa-se melhor através de uma maré enchente de trivialidades – a cápsula de escape da realidade do homem comum. Uma vez que você está perdido no Grande Oceano do Lixo Intelectual, serve qualquer meia-verdade, à qual você se agarra, mesmo que essa seja um bote furado e cheio de ratos.
Se tivéssemos sido treinados para pensar em termos hierárquicos em vez de em termos igualitários, se entendêssemos a base de nossa própria existência, nossa atenção crítica estaria instintivamente voltada para determinados assuntos, para aqueles que tocassem em nosso futuro político e econômico. Então, saberíamos que certas escolhas de estilos de vida são perniciosas à sociedade como um todo, que moedas fiduciárias (papéis-moeda) não duram para sempre, que ser brando na punição estraga a “criança”, que se você deseja a paz deve estar preparado para a guerra. Todavia, fica mais e mais evidente que o homem-massa de hoje perdeu seus instintos, perdeu de vista o que é importante e que julga tudo a partir de suposições falsas, feitas a partir de um ponto de vista igualmente falso.
Houve um tempo em que tínhamos uma civilização. Tínhamos padrões. Tínhamos noções de objetividade. Nós tínhamos uma cultura que não era vulgar. Nós olhávamos para os grandes homens do passado tal como olhávamos para a nossa posteridade. A arte era bela e tinha sentido. A política evoluía para longe da tirania. A economia dizia respeito à liberdade e responsabilidade. O que temos hoje? Temos Britney Spears e Jerry Springer. Nossos padrões erodiram-se seriamente. A subjetividade declarou, cinicamente, que a objetividade não existe. Tudo aquilo que continha princípios elevados, aquilo que não é vulgar, foi negligenciado.
Mas mais importante, e ainda mais desastroso, é que a emergência do “homem-massa” tem algo a ver com a emergência do totalitarismo (que ceifou as vidas de aproximadamente 100 milhões de pessoas no século XX). E é seguro afirmar que o totalitarismo ceifará ainda mais vidas no futuro. Mas as pessoas não querem acordar. Elas não querem reconhecer que o totalitarismo é real e avança. Ele cresce no solo da cultura de massa; leva à destruição e ao assassínio em massa, pois todo o conceito totalitário baseia-se em mentiras sustentadas pelo crime e dirigidas pela politização das frustrações e invejas pessoais. Alguma atrocidade faz parte da história quando um país invade outro, ou quando um comandante de cavalaria ou um chefe indígena cometem uma atrocidade. Os homens têm feito coisas terríveis uns aos outros ao longo dos tempos. Mas transformar o terror e o assassinato num sistema significa um novo tipo de regime.
O homem-massa não consegue ver os males do totalitarismo; ele não vê a inclinação de Hitler; ele não vê as letras”K-G-B” por detrás de Putin; ele nega o Holocausto; ele não se importa se o Irã construirá armas nucleares; ele acha que Rússia e China nunca começarão uma guerra global. O espírito filistino do homem-massa é encontrado em sua prontidão para acreditar na propaganda totalitária. É uma propaganda que inculpa a futura vítima.
O totalitarismo se ergue porque o homem-massa é suscetível e é fundamentalmente um ignorante, apesar de notavelmente “bem-informado”. A inércia do homem-massa aceita o que é ditado pela burocracia. Ele não tem nenhuma “grande idéia” ou “fé” para resguardá-lo da acomodação e transigência convenientes, ou da participação no genocídio. O oportunismo sem questionamentos do homem-massa permite-lhe exemplificar aquela mesma “banalidade do mal” à qual se referiu Hannah Arendt, em seu livro Eichmann em Jerusalém. Afinal de contas, o homem-massa sob Hitler, sob Stalin, se defenderia dizendo que estava apenas fazendo o seu trabalho. Ele estava apenas obedecendo a ordens.
O homem-massa é inócuo ou sinistro? Ele faz o que faz de propósito ou precisa de um planejador maligno, tal como Hitler? O que significaria dizer que o extermínio em massa de judeus na época de Hitler foi um fenômeno sociológico que nada teve a ver com a intencionalidade? Dito de outro modo, o que significa dizer que o Holocausto foi alguma coisa outra que não uma conspiração contra vítimas específicas? O que significa dizer que o aviltamento sistemático de um povo foi em virtude de “um processo histórico”?
Eu não acredito que o resultado, de um lado, seja possível sem a intenção do outro lado. Não há nada diabólico a menos que seja intencional. E tudo que é intencional é individual. Hitler era um indivíduo. Seus companheiros de crime eram indivíduos. Cada um foi responsável por suas ações individuais. Não serve como desculpa declarar-se apenas um dente da engrenagem maior. Cada um obteve alguma satisfação particular na perseguição, pilhagem e matança de judeus. Imaginar que pessoas assim não podem existir, apenas porque a sua imaginação é muito limitada, é esquecer aquilo que a história já provou.
Se irromper outra guerra genocida, quais nações serão vitimadas? Quais nações estão sendo vilipendiadas atualmente? Duas nações, especificamente: (1) a dos judeus e (2) a dos americanos. A falha em não compreender a significância desse aviltamento e a falha em não reconhecer suas origens, é, de fato, uma falha triste e sombria.
Como Bernard Chazelle chamou a atenção recentemente em seu ensaio intitulado Anti-Americanism: a Clinical Study [Antiamericanismo: um estudo clínico], não há um antifrancesismo, um antipolonismo ou um antiespanholismo. E por que não há? Porque “o antiamericanismo está isolado: é um testamento vivo...”. Bem, não tão sozinho assim. É preciso lembrar o anti-semitismo, sendo ainda necessário juntá-lo ao Holocausto.
O aviltamento de um povo inteiro é algo similar a amaciar uma carne. A tarefa do aviltamento a deixa pronta para o forno.
Foi Paul Johnson, o historiador inglês, quem escreveu: “O antiamericanismo é a doença predominante entre os intelectuais de hoje”. O que ele deveria ter dito, mas falhou em esclarecer, é que os “intelectuais” de hoje são fraudes; eles são homens-massa, exatamente como aqueles a quem Ortega y Gasset se referia em seu livro A Rebelião das Massas. O fingimento de erudição e o fingimento de pensar apenas encobrem a baixeza e torpeza de alguém que, nas palavras de Anthony Daniels, “não reconhecerá aqueles que lhe são superiores”.
O homem-massa adquire idéias do mesmo modo que os ratos adquirem pulgas infestadas de peste bubônica. Ele é infectado por elas. E é perfeitamente possível que alguém dissemine a infecção intencionalmente. Pondere a seguinte sutileza: quando um estrategista americano pensa a respeito de mísseis nucleares, ele pensa em termos de dissuasão. Quando um estrategista russo pensa a respeito de mísseis nucleares, pensa em aniquilar os inimigos. Estrategistas nucleares americanos, de Herman Kahn a Vincent Pry, estavam especialmente preocupados com a dissuasão. Já os estrategistas russos, de Sokolovskiy a Sidorenko, estavam principalmente preocupados com a aniquilação do inimigo. A diferença de conceitos é importante – apesar de ser facilmente negligenciada ou nem sequer percebida.
O ódio é o ingrediente, e fazer com que os americanos odeiem-se entre si têm sido um truque especial. Talvez o homem-massa, ao odiar aquilo que tem grandeza, incline-se a odiar o seu próprio país, se a grandeza deste for suficiente. Nesse caso, um inimigo ardiloso não precisaria levantar nem um dedo sequer – ainda que a União Soviética tenha movidos céus e terras para espalhar, de 1950 a 1991, o ódio antiamericano. Uma das técnicas de propaganda mais eficazes envolvia plantar histórias falsas nos jornais ocidentais. Tais eram as “medidas ativas” de Moscou. No que diz respeito a essa técnica, o recente desertor da SVR [KGB], Sergei Tretyakov, confidenciou ao autor Pete Earley: “Nós dizíamos [após o colapso da União Soviética]: ‘Ok, agora nós somos amigos. Vamos parar de fazer isso’. E a SVR [KGB] fechou o Diretório A [Medidas Ativas]. Mas o Diretório A submeteu-se apenas a uma mudança de nome. E isso foi tudo. Ele tornou-se o Departamento MA [Medidas de Apoio], e as mesmíssimas pessoas que o dirigiam sob a KGB, continuaram a fazê-lo para a SVR”.
O homem-massa é uma criatura facilmente manipulável. Ele é presa fácil dos adversários, dos vendedores de óleo de cobra e de charlatães de todo naipe. Por favor, permitam-me dizer-lhes, caras massas: vocês têm sido o alvo especial de uma variedade superior de propaganda. Vocês foram alvejados. Vocês foram tapeados. Os fornos estão sendo aquecidos neste exato momento.