sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Lutero: Um teólogo fora de moda...


Nossa que título estranho. Ainda mais quando se faz referência ao grande nome da teologia e da reforma protestante. Mas não estou louco. O título do artigo é este mesmo. Lutero não seria um teólogo renomado em nossos tempos. Acho que ele teria dificuldades para se destacar no ambiente acadêmico. Sou um grande admirador de Lutero, por isso, estou tranquilo (Nova Reforma Ortográfica) para afirmar isso.

Para os teólogos da justificação, Lutero seria considerado um herege. Lógico que refiro-me antes da conversão que Cristo operou no seu coração. Lutero odiava com todas as forças a palavra “justiça” de Deus. Justiça para Lutero era castigo e punição para o pecador. Este homem viveu por muitos anos com medo de Deus.

Num contexto tão pluralista e liberal no qual estamos, Lutero com a sua teologia ortodoxa seria considerado um xiita. Ainda mais se alguém ousasse discutir com ele sobre o livre-arbítrio. Ele entrou numa briga ferrenha com Erasmo de Roterdã. Erasmo foi para Lutero o que Pelágio fora para Agostinho.

Lutero para o nosso contexto seria chamado de emergente. Ele nasceu no meio da pobreza. Era filho de um alemão mineiro, que cantava para a sua subsistência sob as janelas de cidadãos bem-sucedidos. Lutero era caloroso, jovial, vivaz, sociável, enchendo a sua taça dia após dia da adega do Conselho da Cidade. Os doutores acadêmicos da atualidade joviais, sociáveis, vivazes, isso é impossível. Vivem separados da realidade e da sociedade. Enquanto que Lutero era um homem do povo, dotado de paixão, poesia, imaginação e fogo. Conheci e conheço muitos doutores acadêmicos, e digo, poucos se igualam a Lutero. Suas teologias são construídas na torre de marfim. Lutero vazia teologia no meio do povo para servir o povo.

O gigante da história da igreja tinha a sua vida aberta. Todos tinham acesso a ele. Não vazia distinção de ninguém. Era um homem bronco. Arrependeu-se de muitas palavras proferidas. A sua vida emocional era aberta e intensa. Era cheio de humor e cólera. Heiko Oberman se refere ao “teologizar jocoso” de Lutero. “Com Lutero, sentimentos forçam seu caminho por qualquer lugar (...), ele mesmo está fervorosamente presente, não somente ensinando a vida pela fé, mas ele mesmo vivendo pela fé”. Hoje, não podemos imaginar um professor de universidade fazendo teologia à maneira de Lutero.

Não era fácil conviver com Lutero. Para aceita-lo como amigo era preciso ser paciente, misericordioso e compreensivo. A sua linguagem era hostil e brutal. Melancton, seu velho amigo chegou a mencionar a “língua afiada” e o “temperamento esquentado” de Lutero. Um ser humano normal e fantástico. A pessoa que conversasse com Lutero ouviria os seus palavrões e as suas conversas vergonhosas de “banheiro”.

Não quero absolutamente exaltar os seus erros, pelo contrário, Lutero caiu nas sutilizas do astuto inimigo. Foi um notável homem que reergueu a graça de Deus que esteve obscurecida por tantos anos. Miserável pecador é o que define Lutero. Mas as suas obras e contribuições são incomparáveis. Portanto, não acredito que ele teria o mesmo sucesso nos dias atuais. O mundo dos supostos pseudointelectuais (Nova Reforma Ortográfica) de nossos dias não suportariam a companhia irreverente de Lutero. Creio que não somente eu, mas muitos outros cristãos teólogos se veem (Nova Reforma Ortográfica) em Lutero.

Não existe perfeição na vida dos santos de Deus...


Em nossos dias muitos tentam encobrir os seus defeitos. A imagem é tudo. O que seria de um pastor se a igreja soubesse dos seus defeitos e pecados? Infelizmente a igreja de Cristo não está preparada para ver e ouvir as imperfeições dos seus santos. A igreja age desta forma justamente pela postura dos pastores que a formaram conscientemente.

No parecer das Escrituras Sagradas tanto as igrejas quanto os pastores estão errados. Um erro gravíssimo. Em toda a Bíblia é nítido encontrar os defeitos e pecados dos homens que Deus elegia para a sua obra. Deus nunca ocultou da sua revelação as atitudes insanas e reprováveis daqueles que chamamos de “santos”. Deus ordena que contemplemos a sua glória, vagamente refletida no ministério dos seus servos imperfeitos. Sua intenção é que pensemos sobre a vida deles e olhemos através das imperfeições da sua fé e vejamos a beleza do seu Deus.

Do rei Davi ao grande pregador Lloyd-Jones, modelos incompletos, porém, extraordinários, de piedade e sabedoria, tem estimulado o louvor da graça soberana no coração dos santos de Deus.

Somente se importa com a imagem aquele que desconhece aquilo que Deus fez na vida dos notáveis. Por isso, vale a pena valorizar a história. A história do mundo é um campo coberto de pedras quebradas, que são altares sagrados construídos para despertar louvor no coração daqueles que param para ler e lembrar. Quero encoraja-lo a conhecer os feitos de Deus na vida de homens imperfeitos.

Agostinho enquanto escrevia as suas Confissões, ele foi informado de um fato estarrecedor. Ele diz:

Quem não se assombra com as brechas que se podem abrir inesperadamente na vida de um homem dedicado? Quando estava escrevendo sobre isso, fomos informados de que um homem de 84 anos, que tinha em continência por 25 anos, sob observância religiosa, com uma esposa devota, saiu e comprou uma escrava cantora para seu prazer (...) Se os anjos fossem deixados a andarem por suas próprias vontades, até estes poderiam cair e o mundo estaria repleto de “novos demônios”.

Agostinho sabia que a mesma coisa lhe aconteceria se Deus lhe permitisse depender da sua própria vontade para obter fé e pureza. O que falta para muitos é que a fidelidade de Deus supera todas as imperfeições do homem. Pode-se dizer até mais – a essência do cristianismo prático é o triunfo glorioso da graça sobre a impotência decaída do homem. Os famosos santos imperfeitos têm suas imperfeições expostas e são criticados vigorosamente por causa delas.

Deve haver em cada cristão a convicção de que por trás de todo santo imperfeito está a glória de Deus. Mesmo que seja de um modo turvo. Todo bom crente está sujeito as mais cruéis e assustadoras quedas.

Cuidado para aqueles que julgam os imperfeitos. Será que você pode estar isento? Não. Seus pontos cegos e seus males podem ser diferentes dos nossos. Pode ser que as coisas que eles viam claramente sejam exatamente aquelas para as quais somos cegos. É ingenuidade dizer que nunca faríamos o que os santos imperfeitos fazem e, portanto, chegamos a concluir que eles não tem nada a nos ensinar. Na verdade, nós somos, sem dúvida, cegos para muitos dos nossos males, assim como eles foram para muitos dos seus.

As pessoas que nos ouvem devem se sentir humanas como nós somos. É criada uma barreira em que os pregadores são vistos como perfeitos. Nunca me esqueço de um jovem que disse para mim: “Quando te escuto eu me sinto mais humano. Percebo também que você é igual a mim”.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ministério da Saúde investe em censura gay de livros e dicionários nas escolas...

Enquanto aumenta o número de crianças de 0 a 5 anos morrendo no Brasil por falta de recursos, Ministério da Saúde financia pesquisa de grupo pró-aborto para promover o homossexualismo em livros didáticos.

por Julio Severo

Os recursos para os pacientes de câncer são apenas para os pacientes de câncer. Seguindo essa lógica, a conclusão é que os recursos para a AIDS deveriam ser aplicados apenas para o tratamento e benefício direto dos pacientes de AIDS.

Entretanto, beneficiando-se das elevadíssimas verbas que o governo destina à AIDS, foi realizado um estudo. Agora, escolha uma das seguintes opções para decidir qual foi a finalidade do estudo:

1) Identificar os fatores de risco para a transmissão da AIDS.

2) Identificar o valor da abstinência sexual antes do casamento como prevenção eficaz.

3) Identificar o casamento e a fidelidade conjugal como proteção eficaz.

4) Identificar meios de promover o homossexualismo nos livros didáticos.

Se você escolheu qualquer opção de 1 a 3, você errou, pois o estudo, financiado pelo Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde, tinha como objetivo avaliar menções ao homossexualismo nos livros didáticos e recomendar a exclusão de toda informação negativa e o uso exclusivo de informações positivas. O estudo, aberto somente à valorização explícita da homossexualidade, mirou sete objetivos: sexo, gênero, família, diversidade social, diversidade sexual, reprodução biológica e doenças sexualmente transmissíveis.

Assim, se um livro didático aponta família como agrupamento humano formado por pai, mãe e filhos, os censores politicamente corretos impõem, a fim de não ofender as sensibilidades dos “casais” homossexuais, que família seja definida por qualquer tipo de agrupamento humano não especificado nos modelos “tradicionais”. Livros escolares que informam as crianças sobre a existência de apenas dois sexos (masculino e feminino) são classificados como “nocivos” e “preconceituosos”. Qualquer material escolar que ensine o valor do casamento tradicional e da família natural ganha nota zero automaticamente.

A pesquisadora Tatiana Lionço, que participou do estudo, expressou a idéia de que a falta de apresentações favoráveis ao homossexualismo nos livros didáticos reforça a sexualidade homem/mulher como o único modelo aos alunos. Se depender dela, a história de um macho e uma fêmea de cada espécie animal entrando na Arca de Noé deverá ser substituída por pares bizarros, pois a ideologia da diversidade sexual tem de ser imposta em todos os livros para crianças.

Alexandre Santos, presidente da Associação da Parada de Orgulho GLBT de São Paulo, concorda com a intenção da pesquisa. Ele queixou-se: “Além de os livros não tratarem a homossexualidade, enfrentamos o preconceito dos professores que não são preparados para lidar com o tema”. Traduzindo: professores precisam ser treinados para elogiar a sodomia como a relação sexual mais sublime e divina da existência humana.

A pesquisa, que foi feita pela ONG Anis, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), examinou 61 das 98 publicações de maior distribuição nos ensinos fundamental e médio. A responsável pela pesquisa foi Débora Diniz, que é professora na UnB e membro da ANIS, organização dedicada à promoção de “direitos” de aborto e homossexualismo. Por coincidência, a ANIS é financiada pelas Fundações Ford e MacArthur, grupos imperialistas culturais dos EUA que financiam organizações e programas pró-aborto e pró-homossexualismo no mundo inteiro.

A feminista ultra-radical Débora Diniz é mais conhecida pela defesa intransigente do aborto e por ter movido processo contra o Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz por tê-la chamado corretamente de “abortista”. Ele deveria tê-la chamado do que? Amante de bebês?

Diniz é muito sensível a certas palavras. É por isso que nem mesmo dicionários escaparam da voracidade censuradora da sua pesquisa. Ao analisar 24 dicionários distribuídos pelo MEC, ela concluiu que todos, sem exceção, são “homofóbicos” ao usarem expressões como “pederasta” como sinônimo de “homossexual”. Com a conclusão de sua pesquisa financiada com o dinheiro de nossos impostos, Diniz recomenda mudanças para que dentro de cada sala de aula do Brasil só sejam aceitos livros e dicionários que proclamem a sacralidade do homossexualismo.

Não é a primeira vez que enormes recursos do Ministério contra a Saúde são investidos em bobagens. Em dezembro de 2008, o ministro Temporal aprovou compra de lubrificantes para o ato homossexual, desperdiçando um total de 40 milhões de reais.

Enquanto o Ministério contra a Saúde investe em lubrificantes e pesquisas planejadas para apontar a necessidade de impor firme censura às escolas permitindo apenas livros que elogiem o homossexualismo, o UNICEF divulgou um relatório alarmante sobre aumento no número de crianças de 0 a 5 anos morrendo no Brasil. Manchetes nacionais repercutiram: “Brasil piora em ranking de mortalidade infantil do UNICEF”.

É claro que todos nós aprovaríamos o uso de nossos impostos para salvar a vida de crianças. Mas que graça tem os trabalhadores verem o Ministério contra a Saúde despejando o dinheiro de impostos em pesquisas que, além de não trazerem nenhuma cura para doenças, sacrificam a vida de inocentes crianças em benefício da ideologia gay? Um governo que nem com a saúde das crianças se importa dará importância para o destino de verbas destinadas à AIDS?

Alguns militantes homossexuais que trabalham com questões de AIDS estão revoltados com os desvios desse dinheiro. Conforme saiu na imprensa gay:

“Stalinista. Foi dessa forma que o ativista José Araújo, diretor da AFXB (Centro de convivência para crianças que vivem com HIV/Aids em São Paulo), classificou alguns setores do movimento gay... ‘A fome de poder deles está sendo saciada pelo Programa Nacional [de DST/Aids]’, avalia Araújo. Para José Roberto Pereira, mais conhecido como Betinho, está acontecendo ‘um aumento cada vez maior da intervenção do movimento gay no movimento de Aids’. ‘Eu sou gay, não tenho o menor problema com gay, mas... existe uma espécie de estrangulamento do movimento de Aids com o crescimento do movimento gay’, acredita Betinho. Fundos importantes da Aids estão indo para o movimento gay e não estou vendo uma queda dos índices [da epidemia do HIV entre os homossexuais]’, avalia Betinho, um dos colaboradores do Projeto Bem-Me-Quer. (...) ‘O movimento de Aids está perdendo sua característica. Está virando um grande movimento gay’, lamentou, em outro momento, José Araújo, da AFBX.”

Dá agora para entender como recursos do Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde foram parar numa pesquisa de censura gay a livros didáticos?

Eu não gosto de palavrões, mas um governo que sacrifica a vida de nossas crianças à custa da valorização do homossexualismo nos livros didáticos e à custa de lubrificantes para relações homossexuais só pode estar, como diz Olavo de Carvalho, querendo que o Brasil inteiro tome “naquele lugar”.

É graças aos incentivos do [des]governo da Lula-lelé que crianças e adolescentes nas escolas conhecerão a importância do sexo “naquele lugar”, que deverá receber atenção especial nos dicionários e livros didáticos. Qualquer literatura que denigra o sexo “naquele lugar” sofrerá a condenação do Temporal e a censura da Gaystapo, e será banida das escolas, a fim de não contaminar a inocente mente das crianças!

Agora, para entrar nas salas de aula, a própria Bíblia, que historicamente sempre teve espaço nas escolas ocidentais, deverá passar por algumas “amputações” ou mudanças. Versículos como “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é” (Levítico 18:22 ACF) deverão ser mudados do negativo para o positivo, deixando claro que abominação é o preconceito e que Deus ama a diversidade sexual. Sem tal mudança, nem a Bíblia nem outra literatura clássica será bem-vinda nas escolas.

Se o ministro Temporal apresentasse suas idéias originais num programa “O Chão É o Limite”, ele não teria dificuldade nenhuma de ultrapassar o chão, atingindo ou as profundezas de uma latrina ou do próprio inferno com tantas baixarias contra a população brasileira. Para ele e para o [des]governo da Lula-lelé, não só o chão, mas também “aquele lugar” é o limite, num show de obscenidades e bobagens políticas onde quem paga a conta é o próprio povo.

O que é o Big Brother...


Quando você ouvir os participantes do Big Brother Brasil se tratando por brother - no caso de espécimes machos - ou sisters - no caso de espécimes fêmeas -, lembre-se: do ponto de vista de origem do termo isso é um engano. O barrigudo que fica na poltrona a assistir o monótono programa está mais para brother do que o sarado na tela. O termo Big Brother - pelo menos na acepção com que se batizou o programa - surgiu pela primeira vez no romance 1984, de George Orwell, escritor cujo nome verdadeiro era Eric Arthur Blair. No livro, o Big Brother é o líder - uma entidade quase etérea - de um partido totalitário existente no suposto futuro, em 1984 (o livro é de 1948).

O Big Brother tudo vê e tudo sabe sobre cada habitante através de dispositivos chamados teletelas e através dos cidadãos, incentivados a observar e denunciar atos e idéias que pudessem ser contrários ao regime.

Portanto, originalmente big brother é quem observa e não quem é observado.

Entendeu por que o tiozinho comendo algum lanche gorduroso e frio na frente da tevê é mais adequado ao termo que o sarado na tela tentando seduzir a próxima página central da Playboy?

Claro, as palavras e os termos mudam de significado à medida que se popularizam. Mas não custa nada saber e registrar as suas origens.

(Do blog Livros e Afins)

Nota: Pelo visto, o pessoal da “casa” nunca leu a obra de Orwell... Lá vem mais conteúdo vazio para tentar preencher o tempo de vidas vazias. Quem vive como irmão de verdade, em relacionamentos verdadeiros, não precisa se tornar um “big brother”. Lembre-se: “As más companhias pervertem os bons costumes” [1 Coríntios 15:33]; “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mal” [Provérbios 13:20].

A Índia que a Rede Globo não mostra...


Está no ar na Rede Globo a novela intitulada “Caminho das Índias”. Sinceramente, não tive interesse nenhum em ler a sinopse para tentar entender do que se trata ou o que pretende mostrar essa novela, se é que novela tem algum objetivo definido. Mas algumas coisas me chamaram a atenção nas propagandas veiculadas pela emissora durante a semana passada, e ontem fui conferir. A emissora mostrou algumas vezes cenas com seus atores em um rio, o Rio Ganges, onde curiosamente flores boiavam (só que o rio, na verdade, é um depósito de cadáveres a céu aberto).

Outras cenas mostraram os lindos lugares da Índia, o Taj Mahal, algumas fortificações, mercados públicos, uma terra bela, sem dúvida, com uma população de extremo valor e muito alegre, porém, como sempre, a realidade é maquiada pela Rede Globo.

Ainda está cedo para falar, não sabemos o desenrolar (e sinceramente não me interesso em saber) da história, mas mais uma vez a verdade, o mundo real é temperado de ilusão pela emissora que mostra uma fantasia.

Alguns dados sobre a Índia real:

A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com mais de um bilhão de habitantes, e apesar de ser a décima segunda maior economia do planeta e a quarta maior em poder de compra e as reformas econômicas que a transformaram na segunda grande economia de mais rápido crescimento, ainda possui 25 % da população vivendo abaixo da linha da pobreza; possui mais famílias pobres do que África, Ásia e América Central juntas.

A miséria, a falta de saneamento, serviços básicos como saúde e educação tornam a Índia um dos lugares onde se pode contrastar mais claramente a miséria e a riqueza juntas, dividindo o mesmo espaço.

A riqueza e luxo de cidades como Mumbai exibem um contraste enorme entre seus edifícios suntuosos e uma periferia onde vivem milhares de pessoas sobre o encanamento que alimenta a cidade; ali crianças crescem em meio à miséria, lixo e doenças.

Mas quero salientar que a Índia não é só pobreza, miséria e dor; é um lugar belo, de um povo feliz e que, assim como todos nós, tem seu valor.

Essa Índia a Rede Globo não mostra.

Fonte: http://www.michelsonborges.com

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O outro lado da moeda...


Hoje a tarde, estava no trabalho e como já é nossa rotina ouve-se a sirene. Corremos para o abrigo anti-mísseis e liguei para minha namorada, que estava na universidade. De lá ela me contou que ouviu um BUM muito forte. Depois que saí do abrigo, começaram a me ligar perguntando como eu estava, então fui avisado que o míssil caiu muito perto, aproximadamente 400 metros de casa.

Cadê a mídia brasileira para condenar este ataque?! Cadê as manchetes com a foto da criança e da mulher que estão gravemente feridas, foram levadas as pressas ao hospital e agora estão na sala de cirurgia? Preciso dizer que aqui é um bairro residencial e que o Hamas atacou novamente civis inocentes? Ninguém comenta que todos os ataques do Hamas há 8 anos lançando mísseis são contra civis israelenses? Isso sem comentar sobre os atentados suicida, homens-bomba, etc...

Porque a mídia brasileira não mostra isso!? Se ninguém mostra, então eu mostro! Vamos aos números:

Nos últimos 8 anos, mais de 8000 mísseis e morteiros foram lançados contra civis israelenses. OITO MIL!!! Vejam os gráficos que copio abaixo. Podemos ver que a partir de 2005 quando Israel saiu da faixa de Gaza como um ato unilateral esperando em troca poder viver em paz (afinal acabaram as desculpas, ninguém mais ocupa Gaza!), os cidadãos do sul de Israel receberam o contrário: a partir de então a quantidade de mísseis disparados somente aumentou! Vejam também que o Hamas lançou mais de 200 mísseis e morteiros durante o cessar-fogo que durou 6 meses entre Julho e Dezembro. É isso aí, não houve cessar-fogo! Não houve um mês sequer em que os civis israelenses não foram atacados durante esse "cessar-fogo". Gostaria também de lembrá-los que nos dias que anteceram a operação "Chumbo Moldado" o Hamas continuou aumentando a quantidade de ataques contra as cidades do sul de Israel, mesmo com os alertas de Tzipi Livni, ministra do exterior israelense e os pedidos do primeiro ministro de Israel para parar com os ataques caso contrário Israel seria forçado a defender seus cidadãos e quem iria sofrer com isso seriam os palestinos (clique nos links para ver os vídeos).

E agora eu respondo à diversos emails que venho recebendo incitando que Israel está fazendo um massacre, defendendo seus cidadãos com uma resposta desproporcional:

Eu pergunto à você que acompanha o blog: Imagine se Israel respondesse aos ataques do Hamas exatamente na mesma proporção. Suponha que Israel não se preocupasse em evitar ataques que atinjam civis e não visasse somente os terroristas como tem feito. O que aconteceria se a cada míssil lançado pelo Hamas aleatoriamente contra cidadãos israelenses inocentes, Israel respondesse exatamente na mesma moeda? Façam as contas, mais de 8000 mísseis foram lançados. Imaginem Israel respondendo esses 8000 mísseis com ataques contra inocentes no meio da cidade de Gaza quantos civis mortos não teriam a cada um destes ataques... Façam as contas!


Felizmente Israel não é como o Hamas e não tem nenhum interesse em atingir os civis palestinos. Pelo contrário, o próprio Hamas "vence" quando civis são atingidos pois assim eles conseguem fazer mais uma boa imagem para enviar à CNN e à Globo e não estão nem um pouco procupados com as vidas de seus irmãos. E é por isso que eles usam os cidadãos palestinos como escudos. É por isso que enquanto a liderança do Hamas, no conforto de seus esconderijos na Síria, incentivam na televisão de Gaza que seus cidadãos saiam as ruas para "lutar" contra soldados Israelenses.

Enfim, cadê a mídia para divulgar isso?!

Distribuição de mísseis e morteiros do Hamas lançados contra civis em Israel de 2002 à 2007
(fonte Wikipedia)
Distribuição de mísseis do Hamas lançados contra civis em Israel no último ano
(fonte Wikipedia)


Distribuição de morteiros do Hamas lançados contra civis em Israel no último ano
(fonte Wikipedia)



Distribuição de mísseis e morteiros do Hamas lançados contra civis em Israel desde o início da operação "Chumbo Moldado" - azul: mísseis; vermelho: morteiros
(fonte Ynet)

Fonte: http://namiradohamas.blogspot.com

Civis israelenses continuam a ser atacados...


Depois de ontem, quanto um míssil caiu bem perto de casa, tivemos uma manhã relativamente calma por aqui. No rádio ouvimos sobre as propostas de cessar-fogo, acreditando que finalmente neste final de semana poderemos ter um fim as hostilidades e finalmente poderemos viver em paz como queremos.
Pura ilusão! Enquanto a criança que foi atingida ontem continua lutando para sobreviver ao ataque do Hamas de ontem, mísseis foram novamente lançados em direção à cidade de Kiriat Gat agora a tarde, onde 3 pessoas (civis, não preciso repetir que todos os ataques do Hamas são contra civis, não é?!) ficaram feridas. Outro míssil atingiu uma fábrica na cidade de Ashdod, até agora sem informação de feridos, mais quatro mísseis foram disparados contra a cidade na última hora (um deles caiu dentro de um bairro residencial) ferindo ao menos 1 pessoa. A sirene também foi ouvida na cidade de Ashkelon e por duas ocasiões aqui em Beer Sheva (eu estava em casa em ambas as vezes).

Agora escrevo à vocês que estão no Brasil, principalmente aos paulistas. Domingo, no Memorial da América Látina, mostrem ao povo brasileiro e a mídia que Israel quer a PAZ. Que Israel está lutando contra o terrorismo, para devolver a paz aos cidadãos do sul do país e também à população palestina! Ao contrário do Hamas que declara querer destruir Israel, matar israelenses, criar o terror entra a população e usar os palestinos como escudo, o que nós queremos é simplesmente viver em PAZ!
Vistam-se de azul e branco e levantem esta bandeira por mim lá!


Fonte: http://namiradohamas.blogspot.com

Estou sendo bonzinho com Tarso; seu despacho faz pouco do humanismo e da democracia. E posso provar...

por Reinaldo Azevedo

Pergunta-me um leitor, talvez com bonomia, não sei: “Rei, você não está sendo severo demais com Tarso Genro?”

Não! Estou sendo bonzinho com ele. Seu despacho merece ser descontruído, linha a linha, pela filosofia da linguagem, evidenciando o que vai nas entrelinhas — sem contar o que há de omissão de dados factuais. E o que vai nas entrelinhas? O ministro da Justiça trata com menoscabo o humanismo e a democracia. E provo o que digo.

Leiam este trecho:
Não resta a menor dúvida, independentemente da avaliação de que os crimes imputados ao recorrente sejam considerados de caráter político ou não – aliás inaceitáveis, em qualquer hipótese, do ponto de vista do humanismo democrático – de que é fato irrefutável a participação política do Recorrente, o seu envolvimento político insurrecional e a pretensão, sua e de seu grupo, de instituir um poder soberano “fora do ordenamento”. Ou seja, de constituí-lo pela via revolucionária através da afronta política e militar ao Estado de Direito italiano (...)

Vamos interpretá-lo?
Vejam que o ministro afirma que os assassinatos, políticos ou não, são “inaceitáveis do ponto de vista do humanismo democrático”. Mas, lembra ele em seguida, Cesare Battisti queria depor o governo italiano. E isso, claro, NÃO PERTENCIA AO TERRENO DO HUMANISMO DEMOCRÁTICO.

Logo, por uma questão de lógica elementar, devemos concluir que, se os homicídios são “inaceitáveis do ponto de vista do humanismo democrático”, há um OUTRO PONTO DE VISTA, certo?, que pode torná-los aceitáveis. E este outro ponto de vista NÃO É O DO HUMANISMO DEMOCRÁTICO.

Qual seria ele?

Chegamos ao fulcro da questão. INDIQUEM-ME UM SÓ GRANDE TEÓRICO DA ESQUERDA QUE TENHA SE PAUTADO PELO “HUMANISMO DEMOCRÁTICO”. Ainda que seja uma expressão bem “tarsiana”, com sua tendência retórica para o rolando lero, fixemo-nos no adjetivo “democrático”. Quando foi que um grande teórico de esquerda realmente defendeu a democracia? NUNCA!!! AO CONTRÁRIO: ELES TODOS SEMPRE ACHARAM QUE A DEMOCRACIA É SÓ UMA TRAPAÇA PARA ENGANAR O POVO.

Assim, AO CONCEDER REFÚGIO A BATTISTI, TARSO ESTÁ IGNORANDO O HUMANISMO DEMOCRÁTICO e decidindo com base em algum outro valor, que não é humanista nem democrático. Qual?

Ora, o da luta revolucionária. Ele não esconde isso ao lembrar a condição do terrorista. Tudo muito compatível com quem escreveu um livro chamado “Lênin: Coração e Mente”. Tarso merece o Nobel de ficção. Conseguiu achar um coração em Lênin.

A paz como arma de guerra...

por Olavo de Carvalho

Enquanto Hugo Chávez expulsa o embaixador de Israel e no Brasil o PT compara os israelenses aos nazistas, na Flórida a militância esquerdista sai às ruas e grita: “Judeus, voltem para o forno”.

Está aberta a temporada de caça.

Ninguém parece julgar isso de todo mau. Como é possível que, decorrido pouco mais de meio século do Holocausto, o ódio aos judeus vá aos poucos se incorporando novamente ao senso comum, como se fosse coisa decente, obrigatória, e dele dependessem as melhores esperanças de paz e liberdade para a espécie humana?

A resposta é simples: controle o fluxo de informações e terá o domínio absoluto das conclusões que o público vai tirar delas. Uma das regras mais elementares da ciência histórica é: a difusão dos fatos causa novos fatos. O fato desconhecido não gera efeitos. Se a maioria das distribuidoras de vídeos não tivesse bloqueado o acesso dos espectadores ao documentário Obsession (www.obsessionthemovie.com), se o vídeo www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/129264 fosse exibido às massas, se no mínimo o direito de chorar seus mortos no horário nobre da TV não fosse um monopólio dos esquerdistas e terroristas, ninguém diria que a reação de Israel foi excessiva: todos entenderiam que foi justa, racional e tardia.

Para que esse desastre não aconteça, é preciso garantir que cada judeu explodido pelas bombas do Hamas seja enterrado duas vezes: uma no solo, outra no desconhecimento geral. Assim todo mundo fica com a impressão de que os judeus não estão defendendo a própria pele, apenas arrancando a de seus inimigos.

Também seria ingenuidade acreditar que o abismo crescente entre noticiário e realidade é o efeito espontâneo de um simples viés ideológico, de preferências subjetivas da classe jornalística.

Só para fins de comparação: as Farc, segundo se descobriu no famoso laptop de Raul Reyes, não são um bando de psicóticos enfurnados na selva – são uma organização mundial, com uma rica e eficiente rede de apoio em 29 países. Mutatis mutandis, quantos colaboradores têm o Hamas e o Hezbollah no Brasil, nos demais países da América Latina, nos EUA e na Europa? Quantos deles são agentes de influência colocados em postos decisivos das empresas jornalísticas para dar a impressão de que é normal chamar os judeus de nazistas e no mesmo ato sugerir enviá-los de volta aos campos de concentração? Ninguém vai jamais investigar isso em profundidade, dar nomes, responsabilizar criminalmente os desgraçados? Até quando a mídia continuará sendo a principal arma de guerra assimétrica e posando de observadora neutra, no máximo um tanto preconceituosa?

Claro, existem sempre os idiotas úteis, que repetem o que ouvem dizer. Mas a idiotice em estado bruto é inerme. Para tornar-se útil ela tem de sofrer um upgrade. Não se pode explicar um preconceito geral pela simples propagação automática, sem que alguém tenha deslanchado o processo. E quem o deslanchou sabe exatamente aonde pretende chegar com ele.

Lênin já explicava que o terrorismo não é jamais um objetivo em si mesmo, que suas finalidades só se cumprem quando os ataques cessam e as conquistas obtidas são sacramentadas na mesa das negociações. A transição depende, na sua quase totalidade, das disposições da opinião pública. Quando o povo está cansado de guerra, está na hora de o lado militarmente mais fraco ofecerer a paz ao mais forte em troca de vantagens políticas. A mídia é o instrumento-chave dessa mutação. Respaldada por ela, a equipe de governo de Barack Hussein Obama já oferece ao Hamas a oportunidade de transformar a derrota em vitória por meio do “diálogo”. Nenhuma organização terrorista aspira senão a isso: ser transmutada de bando de criminosos em organização política decente, portadora dos méritos da “paz”. Por isso mesmo a guerra assimétrica é chamada, tecnicamente, de “a derrota do vencedor”. Sob a pressão da mídia mundial, Israel arrisca-se a cair nesse engodo pela milésima vez.

William Blackstone e o sionismo cristão...

Thomas Ice

Em seu livro A Place Among The Nations: Israel and the World [Um Lugar Entre as Nações: Israel e o Mundo], [o ex-primeiro-ministro israelense] Benjamin Netanyahu identifica o americano William Blackstone como um dos exemplos mais notáveis de cristão sionista. Netanyahu comenta que “tal atividade cristã precede o moderno Movimento Sionista em, pelo menos, meio século”.[1] (Na realidade, há registro de Sionismo Cristão já no fim de 1500 na Inglaterra).[2] Os primeiros cristãos sionistas eram conhecidos como restauracionistas, visto que desejavam uma restauração dos judeus à terra de Israel . O nome de William Blackstone é muito estimado pelos judeus sionistas, a ponto do Estado de Israel ter dado o nome de Blackstone a um bosque, a fim de homenageá-lo pelos esforços iniciais para influenciar outras pessoas em favor da reconstituição da nação de Israel .

O Começo do Movimento Com Blackstone

Blackstone nasceu em Adams, Estado de Nova York, no ano de 1841 e foi criado num ambiente familiar de metodistas fervorosos, onde se tornou crente em Cristo com onze anos de idade.[3] Quando se casou, Blackstone mudou-se para Oak Park, Estado de Illinois, na região de Chicago, e foi muito bem sucedido como homem de negócios, tornando-se um magnata do ramo imobiliário. “Em 1878, ele participou da Conferência de Niagara, cujo tema era o retorno dos judeus à Palestina, na qual decidiu tornar-se um corajoso restauracionista”.[4] Apesar de ser metodista, passou a empreender esforços em prol do restabelecimento do Estado de Israel, motivado por sua visão dispensacionalista da profecia bíblica. “Blackstone passou a ser um colaborador pessoal de líderes pré-milenistas, tais como, D. L. Moody, James H. Brookes e Horatio Spafford, este que, por fim, fundou a colônia americana em Jerusalém”.[5]

Blackstone, um incansável estudioso autodidata da Bíblia e da teologia, continuou a desenvolver seu interesse por aquilo que a Bíblia ensina acerca de Israel . À semelhança de muitos crentes em Cristo que possuem esse mesmo interesse, foi levado a empreender esforços para pregar o Evangelho ao povo judeu. Em 1887, fundou a Chicago Hebrew Mission [Missão Hebraica de Chicago] que está ativa até hoje. Ao longo de sua vida, Blackstone combinou sua postura pró-sionista com seus esforços contínuos de ganhar o povo judeu para Cristo.

Em 1908, Blackstone publicou o livro Jesus is Coming [Jesus Está Voltando], que se tornou um best-seller com a venda de mais de um milhão de cópias em três edições e foi “traduzido para trinta e seis idiomas”.[6] “É provável que em sua época não tenha havido um expositor dispensacionalista da Bíblia mais aclamado pelo público do que ele”.[7] Blackstone pode ser considerado o Hal Lindsey daquele tempo.

O Sionismo Cristão de Blackstone

Embora seja amplamente conhecido na história do evangelicalismo por diversos feitos, Blackstone é mais conhecido por sua incansável atividade em prol do restabelecimento da nação judaica em Israel . Sem dúvida alguma, Blackstone foi o principal líder sionista de seu tempo. Timothy Weber faz o seguinte comentário sobre Blackstone e o dispensacionalismo:

Os dispensacionalistas, na sua maioria, ficaram satisfeitos em ser meros observadores do movimento sionista. Eles ficaram atentos ao movimento e o analisaram; pronunciaram-se em favor dele. Mas, em termos políticos, raramente se envolveram para promover seus objetivos. Entretanto, há uma exceção a essa regra na pessoa de William E. Blackstone, um dos escritores dispensacionalistas mais estimados de sua época.[8]

No que diz respeito à restauração dos judeus à sua terra natal, Blackstone diz em seu livro: “Talvez você diga: ‘eu não creio que os israelitas devam retornar à terra de Canaã, nem creio que Jerusalém deva ser reconstruída’. Meu caro leitor, você já leu as declarações da Palavra de Deus sobre esse assunto? Certamente não existe nada que tenha sido afirmado com mais clareza nas Escrituras do que isso”.[9] Após fazer tal declaração, as próximas quatorze páginas que ele escreveu praticamente só contêm citações das Escrituras que fundamentam sua convicção. Então ele conclui: “Poderíamos ter enchido um livro inteiro com explicações sobre a maneira pela qual Israel será restaurado à sua terra, mas nosso único desejo era o de demonstrar o fato inquestionável da profecia, fato esse que está intimamente relacionado com a aparição de nosso Senhor e que, segundo cremos, cumprir-se-á plenamente”.[10]

Por volta de 1891, o ativista Blackstone organizou um abaixo-assinado endossado por 413 proeminentes cidadãos americanos e enviou esse documento ao presidente Benjamin Harrison defendendo o restabelecimento dos judeus que estavam sendo perseguidos na Rússia numa nova terra natal, então chamada de Palestina.[11] Segue abaixo um trecho daquela petição:

Por que não lhes devolver a Palestina? De acordo com a distribuição das nações feita por Deus, a Palestina é a sua terra natal — uma possessão inalienável da qual eles foram expulsos a força. Quando eles a cultivavam, era uma terra extraordinariamente frutífera que sustentava milhões de israelitas; eles diligentemente lavravam suas encostas e vales. Eram agricultores e produtores, bem como se constituíam numa nação de grande importância comercial — o centro da civilização e da religião [...] Cremos que este é o momento adequado para que todas as nações, principalmente as nações cristãs da Europa, demonstrem benevolência para com Israel. Um milhão de exilados que, devido ao seu terrível sofrimento, imploram, de forma comovente, a nossa compaixão, justiça e humanidade. Restauremos-lhes agora a terra da qual eles tão cruelmente foram despojados por nossos ancestrais romanos.[12]

Blackstone esclareceu: “Cerca de 2 milhões de judeus da Rússia apelam em condições deploráveis por nossa compaixão, justiça e humanidade, desesperados por um lugar de refúgio na Palestina”.[13] Carl Ehle faz a seguinte descrição dos signatários:

Entre os 413 signatários alistados por suas respectivas cidades — Chicago, Boston, Nova York, Filadélfia, Baltimore e Washington — estavam os formadores de opinião da época: editores e/ou redatores dos principais jornais e periódicos evangélicos (no mínimo, um total de noventa e três jornais representados), os prefeitos de Chicago, Boston, Nova York, Filadélfia e Baltimore, dentre outras autoridades, os principais clérigos e rabinos, grandes empresários, T. B. Reed (presidente da Assembléia Legislativa), Robert R. Hitt (presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara) e William McKinley, de Ohio, o qual mais tarde se tornou presidente.[14]

Webber salienta: “Embora a petição tenha recebido muita cobertura da imprensa, o presidente Harrison e seu secretário de Estado praticamente ignoraram aquele documento; além disso, a pequena atenção que o documento recebeu na esfera diplomática dissipou-se rapidamente”.[15] Apesar de ter conseguido pouco na área política, foi dito que a petição de Blackstone exerceu um impacto estimulante em toda a sociedade americana. A petição ganhou ampla cobertura dos jornais, gerando muita discussão e adesão pública. Ela despertou grande interesse entre os todos os judeus.[16] Blackstone desejava que o presidente convocasse uma conferência internacional de chefes de Estado, principalmente os europeus, a fim de usarem sua influência para constituir o novo Estado Judeu. Blackstone argumentou da seguinte maneira: “A ninguém [...] a nenhum mortal, desde os dias de Ciro, rei da Pérsia, foi concedida tamanha oportunidade privilegiada de propiciar o cumprimento dos propósitos de Deus relativos ao Seu antigo povo”.[17]

Em 1916, Blackstone fez um apelo semelhante ao presidente Woodrow Wilson, filho de um pastor presbiteriano que se tornara cristão sionista, solicitação essa que influenciou o presidente americano a se mostrar favorável à Declaração Balfour em 1917.[18] Essa declaração foi assinada praticamente nos mesmos termos da primeira petição de Blackstone. Oren chega à seguinte conclusão: “Como sempre aconteceu na experiência histórica dos Estados Unidos com o Oriente Médio, a fé de um homem provou ser o sonho de outro, enquanto a política era determinada pelo poder governamental”.[19]

O Relacionamento Com os Judeus

Embora Blackstone tenha atuado incansavelmente como um cristão sionista, nunca perdeu seu ardor pela evangelização dos judeus. “Em 1890 ele organizou e presidiu a primeira conferência para cristãos e judeus em Chicago”.[20] Hoje em dia, eventos assim são comuns, mas na época de Blackstone nunca se ouvira falar, até então, de conferências dessa natureza. Blackstone aproveitou a ocasião para promover o tema da restauração dos judeus à terra de Israel, com a inclusão de alguns argumentos que comprovavam ser Jesus o Messias. Os judeus “sionistas gostavam de Blackstone e confiavam nele”,[21] apesar das suas freqüentes tentativas de evangelizá-los. Um exemplo típico de iniciativa de evangelização tomada ao longo de sua vida é a que ocorreu “em 1918, por ocasião de um ajuntamento sionista em massa na cidade de Los Angeles, quando Blackstone teve a petulância de fazer um apelo de púlpito”,[22] convidando sua audiência de centenas de judeus a que viesse à frente e aceitasse Jesus como seu Messias. A despeito de tais tentativas, ele continuava a ser muito amado dentro da comunidade judaica.

Blackstone queria deixar um legado de evangelização para o povo judeu, de modo que pudesse contribuir para a salvação dele após o Arrebatamento da Igreja. Ele produziu e distribuiu material explicativo a fim de que os judeus soubessem como poderiam ser salvos depois que o Arrebatamento acontecesse.[23] Houve ocasião em que Blackstone chegou a ter centenas de Novos Testamentos impressos em hebraico, os quais foram levados para Petra [na atual Jordânia] e lá estocados a fim de que o remanescente judeu pudesse conhecer o caminho da salvação durante o tempo da Grande Tribulação.

Conclusão

Não é de se admirar que “a Conferência Sionista de 1918, realizada em Filadélfia, tenha aclamado Blackstone como o ‘Pai do Sionismo’ e que em 1956, por ocasião do septuagésimo quinto aniversário de sua petição ao presidente Harrison, os cidadãos do Estado de Israel tenham homenageado Blackstone, dando seu nome a um bosque”.[24] Blackstone passou o resto de sua vida, até a sua morte em 1935, a serviço da causa que amava. Embora tenha ficado muito empolgado com os desdobramentos da Declaração Balfour em 1917 e com o Mandato Britânico na Palestina após a Primeira Guerra Mundial, ele morreu frustrado pelo fato de que Israel, até então, ainda não tinha se tornado uma nação em sua terra. Entretanto, o sonho dele tornou-se realidade treze anos mais tarde. William Blackstone é um modelo inspirador, um exemplo para os crentes em Cristo, de alguém que apóia ardentemente Israel, enquanto busca, ao mesmo tempo, ganhar o povo judeu para Cristo. Maranata! (Pre-Trib Perspectives — http://www.beth-shalom.com.br)

Fonte: http://www.juliosevero.blogspot.com

sábado, 10 de janeiro de 2009

A tecnologia chegou para os dízimos...


Muitos féis estão acostumados com a velha e boa forma de entregarem os seus dízimos. Existe um momento oportuno na liturgia da igreja para que os féis possam levar até a frente os seus dízimos. Algo muito normal.

Hoje esta concepção de entrega de dízimo mudou. Para alguns pastores que adotaram este novo método é a facilitação para as contribuições. Por exemplo, se a pessoa esqueceu a sua oferta ou o seu dizimo, ela visita a secretaria da igreja e passa o seu cartão de crédito. Em algumas igrejas a maquininha fica na entrada principal. Não é fantástico! Esses pastores são tão criativos. Algumas igrejas em Minas, São Paulo e Rio já adotaram este novo sistema. E a sua igreja, entrará nessa?

O trágico vira comédia...

Geralmente encontramos esta mudança de história nas telas do cinema. Infelizmente não é filme. É real. Será possível algo trágico se tornar comédia? Sim, é possível. Principalmente para pastores.

As igrejas têm o costume de chamarem pastores para pregarem em aniversários, congressos, retiros, etc. Quando o pastor é renomado ele prega quase toda semana numa igreja diferente. Ele fica na “moda”.

Existe uma espécie de bom senso quando o pastor é convidado para pregar. A igreja levanta uma boa oferta, digo – uma boa oferta – para abençoar o pastor. Lembrando que o ministro vive disto. Algumas igrejas possuem da sua entrada uma verba destinada para estas ocasiões.

Quando o pastor recebe o convite ele não prioriza isso, embora seja uma grande ajuda no seu orçamento. Mas o que acontece? Não acontece nada. O pastor sai com uma mão na frente e a outra atrás. Alguns pastores locomovem-se de lugares distantes. Eles pagam a gasolina do carro. Outros pagam pedágios. Alguns pagam o táxi. E não são reembolsados pela igreja que o convidou. O prejuízo aumenta no bolso do pastor que já não ganha muito.

Certa vez, eu fui todo feliz para pregar num evento de uma grande igreja. Pagaram a passagem para minha esposa e eu. Um lugar muito bonito. Eu precisei pegar um táxi até ao aeroporto. Até aí tudo bem. Na minha cabeça a igreja iria reembolsar. Foram dias maravilhosos. Quando chega o fim, cadê? Nada de oferta e nem reembolso. Perdi até a voz de tanto que falei. Mas a benção não chegou. Os amados irmãos não foram liberais. O dinheiro do táxi vez uma falta imensa.

Um outro pastor que conheço foi pregar numa cidade muito longe. Pagou alto na gasolina e nos pedágios. Cumpriu muito bem o seu papel. Pregou o evangelho de Deus e a igreja foi edificada. Na hora de ir embora os irmãos apertaram a mão do pastor e disseram que ficaram felizes pela presença dele. Ele ligou o carro e olhou para esposa e ameaçou partir. Quando estava para sair, ele escutou: “Pastor, espera pastor”. Ele então disse para esposa: “Ufa, não esqueceram de nós”. A pessoa chega e diz: “Pastor, aqui está uma pequena lembrança. Esta é a oferta da nossa igreja”. Imaginem. Era um cacho de bananas. Lamentável. O pastor teve que rir para não chorar.

Existem muitas outras histórias trágicas que acompanham o ministério pastoral. Espero que sua igreja não seja uma dessas que tem condições, mas não gosta de abençoar.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Relato de uma viagem...

Sempre que recebo um convite para pregar ou conhecer um trabalho missionário, um mundo de imaginação é criado sobre o lugar e sobre as pessoas. Penso o quanto pode ser proveitoso e enriquecedor conhecer novas pessoas e uma parte do Reino de Deus.

No final do ano passado eu conheci um trabalho embrionário de uma igreja batista no Estado de Minas Gerais. Eles estão no famoso processo de sucessão pastoral. O ministério é desafiador e requer muita coragem e determinação.

Quando cheguei na cidade, sendo uma novidade, eu fui fazer algumas visitas – quantas surpresas nestas visitas. Aprendi muito.

A cidade é muito pobre e as pessoas vivem numa espécie de falta de esperança e perspectiva de vida. Causava dor olhar para a situação que algumas pessoas se encontravam.

Nesta viagem missionária percebi o quanto é difícil o trabalho protestante em algumas cidades do Estado de Minas. A presença batista é fraca. Os investimentos das associações também o são. Entendo que o trabalho batista precisa ser intensificado em muitas cidades de Minas Gerais. Existem igrejas e até mesmo pastores que estão sozinhos na manutenção de congregações e de ministros nessas cidades abandonadas. Conheci um pastor do Rio de Janeiro que assumiu um trabalho de uma igreja batista por falta de assistência da associação local. A igreja chegou a fechar. Este pastor assumiu o trabalho, reabriu a igreja e as pessoas aos poucos estão chegando.

Convido os leitores deste blog para orarem pelo Estado de Minas. A tendência geralmente é olhar para o nordeste e norte do Brasil. Existem regiões próximas de nós que padecem o tanto quanto, para não dizer até mesmo pior.

Reforma ortográfica...

Várias regras da nossa língua serão alteradas com a nova reforma ortográfica. O professor Sérgio Nogueira explica as mudanças.

São muitas mudanças na língua portuguesa. O brasileiro vai ter que se adaptar ao novo acordo ortográfico. Hífen, acentos e trema agora têm novas regras. Por isso, o professor de português Sérgio Nogueira fala sobre as mudanças.

Bom Dia Brasil – São muitas regras. Aprender tudo isso pode acabar sendo uma aventura prazerosa. A gente pode acabar redescobrindo a nossa língua.

Sérgio Nogueira – Eu acho que sim. Eu fui contra a reforma o tempo todo, mas hoje eu estou mais ou menos convencido que vai ser um bem para a nossa língua portuguesa. Ela está sendo revitalizada. As pessoas estão preocupadas. Como as mudanças não são tantas quanto se imagina, eu acredito que será um belo divertimento. Teremos um bom ano pela frente em termos de mudança. E mudar faz bem. Nós temos que perder essa resistência ao novo. É óbvio que quem já está com a memória visual já formalizada vai ter uma certa dificuldade em desconstruir essas imagens, como no caso do pinguim. Vai perder o trema, mas não vai sofrer muito. A pronuncia vai continuar a mesma. É questão de apenas acostumar a vista.

O falar continua o mesmo, o que muda é a forma de escrever algumas palavras. Países mudam de nome? Nós vamos ter que reaprender a escrever nomes próprios? Por exemplo, nossos Márcio e Sérgio têm acento. Eles perdem o acento?

Nós vivemos em um país – talvez o único – em que o pai e o escrivão decidem como escrever o nome dos seus filhos. Aqui, no Brasil, vale tudo em relação à ortografia, inclusive a criação de nomes. Se formos seguir a regra ortográfica, tanto Márcio quanto Sérgio continuam com acento, porque essa regra não vai ser afetada. Talvez aí seja o grande problema em relação à reforma. Não é propriamente o que muda, porque o que muda é muito pouco. Se a gente pegar os jornais de hoje – O Globo já está com de acordo com a reforma, você vai ter que ficar procurando palavras. Eu encontrei só umas duas ou três, pelo menos no primeiro caderno, que foram afetadas. Nesse caso, é você se acostumar com as pequenas mudanças que sofreremos no aspecto gráfico. A gente confunde ortografia com língua. Língua portuguesa é outra coisa, muito mais rica em termos de vocabulário e tudo mais. Ortografia é uma coisa muito específica.

As mudanças são na forma de escrever. O senhor falou em jornais. No Globo de hoje, a gente já vê a forma voos, sem acento. Então, vamos falar dessa regra. As palavras que terminam em dois 'os' e em dois 'es', como leem, veem e deem. Elas vão perder o acento?

Elas vão sim perder o acento. Como eu disse, são poucas. Se você pegar palavras terminadas 'oo', são voo, enjoo, perdoo, magoo e vai ficando por aí. Se pegar os verbos que terminam em 'eem', são só quatro: ler, dar, ver e crer – e seus filhotes, como prever e reler. Se somar isso regra, vai dar umas dez ou quinze palavras no máximo.

O hífen é mantido se depois dele vem a letra h ou uma vogal igual à letra anterior ao sinal, como por exemplo anti-horário.

Você mantém o hífen em anti-horário, por causa do h. eu vejo, no caso do hífen, até uma melhoria. Não é o ideal. O ideal era acabar com o hífen, mas já que ele conseguiu sobreviver, temos, pelo menos, observar pelo lado positivo. Eu sou muito positivo. Eu acho que houve uma simplificação. Por exemplo, a maioria dos prefixos e falsos prefixos – não importa se vêm do latim ou do grego – só terá hífen agora se tiver h ou vogal igual. Dá até para decorar a regra. Então, anti-horário vai ficar com hífen. Anti-inflamatório - que não deveria ter, mas as pessoas já usavam – passa a ter hífen, porque a vogal é igual. Anti termina em i, e inflamatório começa com i. Esta regra é muito interessante. Vai causar estranheza? Vai. Por exemplo, no caso do s que vai ter que dobrar, como é o caso autosserviço e antissocial. O r também vai ter que dobrar como em autorreforma. Vai dar um pouco de dor de cabeça.

Fonte: http://g1.globo.com/bomdiabrasil/

É preciso discordar de Martin Heidegger (1889-1976)...

Heidegger foi um erudito e um grande contribuidor para a expansão do pensamento ocidental. Ele recolocou o problema do ser e refundou a questão da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Apesar de várias contradições nos seus estudos, ele pensou alguma coisa interessante sobre metafísica.

Foi um homem desequilibrado nos seus posicionamentos. Em maio de 1933, ele inscreveu-se no partido Nazi. Justamente neste ano Hitler chegou ano poder. Depois Heidegger se colocou contra a perseguição antisemita (Nova Ortografia da Língua Portuguesa). Passou algum tempo, Heidegger envolveu-se novamente com o Nazismo. Entre tantas outras coisas, assim foi Heidegger.

Nestas outras formas de ser que Heidegger foi, está a dificuldade de entender uma afirmação cunhada por ele: “Aquilo que surge na consciência revela o que o homem é”. Surge uma outra questão – “não sabemos o porque que pensamos aquilo que pensamos”. O Zenbudismo (Nova Ortografia da Língua Portuguesa) diz que o homem controla todos os seus pensamentos. Mas o desenvolvimento deste artigo não parte deste princípio. “Não sabemos porque pensamos o que pensamos” é de fato, uma constatação clara. Se o homem se resumir naquilo que passa por sua consciência ele está fadado a uma série de loucuras e tormentos. São tantos os pensamentos que vão e vem na mente humana que não são capazes de determinar o ser humano. Isto porque o pensamento não é um ponto fixo. Assim também é o ser humano – integração mente e corpo. Se aquilo que passa na consciência do ser humano o revela, ele é tudo e nada ao mesmo tempo. Isto cria um estado de desordem e fatalismo. Acaba com a possibilidade do ser humano inverter o seu pensamento e mudar não somente a própria realidade como o estado da sua consciência. O que passa pela consciência de um indivíduo hoje não passará necessariamente amanha. O que ele será amanha? Neste sentido não se sabe. Embora o homem seja um mundo de possibilidades, é preciso ressaltar que estas possibilidades estão na sua ação de construção de vida. Estas possibilidades existem para não reduzir o ser humano unicamente a um fato da consciência. O que é o homem? Será consciência? É preciso pensar para existir? O pensamento é uma atividade que se elabora sobre a condição de existir e existir é mais do que pensar. Se for levado em consideração que a consciência é formada por aquilo que se apresenta, então, o ser humano não é consciência, mas um aglomerado de ações e fatores que estão ao seu redor. Aquilo que o homem pensa de si não está isolado do seu entorno. A consciência do eu não se separa do entorno. Neste sentido o outro é importantíssimo para a formação da consciência. Existe um filme chamado “A última das guerras”, ele é extraordinário porque revela muito bem isto. Tem uma frase utilizada por um soldado que é a seguinte: “Quando olhamos dentro dos olhos do nosso inimigo e nos vemos, entendemos porque o odiamos”. Mas o filme traz um outro ensinamento que é a capacidade de amar. Outrora o sentimento era de ódio e vingança pelo inimigo. Agora o sentimento é de amor e compaixão. A capacidade de mudar o pensamento ligado ao sentimento é de segundos.

Portanto, nem tudo que passa pela consciência pode determinar o que é o homem. Se um indivíduo pensar em assassinato, será ele um assassino? Se alguém pensar na possibilidade de embriagar-se, será ele um alcoólatra? Se um indivíduo pensar sobre o que aconteceria com ele se cometesse um suicídio, seria ele um suicida em potencial? Não se pode afirmar categoricamente estas questões. Desta forma, é preciso discordar de Heidegger. Na complexidade da mente humana não se pode dizer que ela seja um sistema definitivo porque simplesmente pensou ou cogitou algo.

Uma grande diferença...

Angústia de ser não é o mesmo que angústia psicológica. Psicológica é a angústia que brota como sentimento amplo de medo não identificado com um objeto específico. Angústia de ser é um compromisso com a própria existência que não permite que cada um se omita na construção de seu mundo. Se ele não assumir sua vida, ninguém o fará por ele. O compromisso que cada qual tem consigo não é fonte de angústia psicológica, embora possa eventualmente se tornar.

Edmund Husserl e Emmanuel Kant: um diálogo sobre o ser humano...

A existência humana cria um espanto. Um universo complexo e vasto faz da vida humana um grande mistério. Muitos pensaram e falaram sobre este enigma. Palavras faltam para descrever o mistério da vida.

O que constrói a vida humana? Será o mundo a sua volta? O próprio ser humano? Ou será um determinismo biológico ou transcendente? Pensar sobre a existência humana e sua formação requer no mínimo um diálogo com outras fontes do saber. A teologia não terá a única resposta.

Um filósofo alemão de ascendência judaica de nome Edmund Husserl desenvolveu um trabalho interessante sobre o ser humano. Ele não duvidava da existência do que está a nossa volta. A sua compreensão de mundo era a comunhão do que está dentro e fora do homem.

Esta apresentação do mundo é um fenômeno. Deve entender-se este termo fenômeno não como uma fenomenologia humana ou religiosa. Apenas no sentido de que como os fenômenos do mundo organizado impactam a formação do ser humano. São algumas questões preconcebidas da realidade que interverem a leitura da própria realidade. Isto recebe então, o nome de fenômeno.

A consciência recebe quase que de uma maneira imposta os aparecimentos de fenômeno. A consciência possa por um processo de aprendizagem antes de qualquer reflexão. Ou seja, as coisas entram na consciência sem uma balança. É depois que acontece a apuração do entendimento reflexivo. Kant nos seus estudos mostrou que o que denominamos mundo é o que se apresenta espontaneamente a nossa consciência. Husserl chamou esta ação cognoscitiva de mundo vivido. É interessante notar que existe um mundo vivo e espontâneo que não precisa receber nenhuma ação para criar uma ação. É perfeitamente um organismo vivo. Isto cria sérias dificuldades. A consciência humana não é capaz de elaborar um sistema organizacional para tantas informações e formações que recebe deste mundo vivo. A realidade torna-se incompreensível para a consciência.

Husserl faz uma construção nova sobre esta interpretação dos fatos fenomenológicos. O seu novo método faz um corte histórico no pensamento filosófico moderno. Ele desenvolveu um método de redução eidética. No pensamento kantiano, a filosofia não mais entende que o significado das coisas origina-se nelas próprias. A redução eidética é um procedimento, uma espécie de selo de garantia que atesta o que as coisas são. Isto é de grande importância para captar o mundo. E não somente o mundo como fenômeno, mas todas as demais realidades, isto se aplica à dimensão da fé. Reduzir significa entender o fato na consciência. Se este processo não for feito, não haverá compreensão. Uma vez não havendo compreensão não há consciência. Reduzir não é empobrecer, mas é tornar o incompreensível, a realidade infinita para perto do indivíduo. Portanto, é o indivíduo que vai dizer o que as coisas são. Existe nisso uma convicção de que o mundo dos significados não seja inato. Sendo assim, o entendimento não pode vir da experiência. Kant então elabora um novo conceito a partir disto – a subjetividade transcendental.

Husserl lapidou e aprimorou este conceito kantiano. Ele percebeu algumas falhas e traduziu um conceito aparentemente novo também – “mundo vivido” e “ser-no-mundo”. Assim pensava Husserl: “Tudo quanto existe somente pode ser para nós um fenômeno da Existência e não uma realidade em si mesma”.

Surge uma pequena diferença entre os dois pensadores. A diferença entre Kant e Husserl, é que para Husserl, a intencionalidade da consciência é criadora, permite não apenas pensar o mundo, mas faze-lo aparecer. Somente a consciência pode gerar vida para o mundo. Aqui nasce um questionamento – será que mundo deixa de ser mundo para um indivíduo particular que fechou a consciência para ele? Isto produz um absolutismo incrível. Neste conceito não há espaço para o relativismo. Todo ser humano tem uma consciência. Todo ser humano cria e entende a sua própria realidade. Até mesmo um deficiente mental tem a sua própria consciência e cria a sua visão de mundo. Ou seja, a consciência é inerente a natureza humana.

Marley pode nos ensinar...


MARLEY & EU

Por Angélica Bito

Se considerarmos o tremendo sucesso editorial que o livro Marley & Eu, o filme deve ser muito bem-sucedido nas bilheterias mundiais. A publicação, que se encontra há mais de 100 semanas entre as dez mais vendidas das livrarias brasileiras, é levada ao cinema sob a direção de David Frankel, já experiente no quesito "adaptações cinematográficas de best sellers" depois de O Diabo Veste Prada.

Marley & Eu é autobiográfico. Escrito por John Grogan - aqui, interpretado por Owen Wilson -, a história acompanha o autor e como sua família é formada a partir da aquisição de um cão, Marley. Quando o jornalista casa com Jennifer (Jennifer Aniston), pensa em constituir família, mas, por sugestão do melhor amigo Sebastian (Eric Dane), resolve adquirir um cachorro de estimação como uma espécie de "treino" para o que pode vir com os filhos. A questão é que o labrador logo se mostra "o pior cão do mundo".

Marley serve como guia para que o autor conte como ele e a esposa constituíram família. É, portanto, uma história familiar, que vem a calhar nos cinemas durante as férias escolares. Por mais que o labrador esteja em destaque até no título do filme, a história não é necessariamente somente sobre ele, mas como ocorre a dinâmica dos protagonistas nesta tão complicada jornada de se formar uma família. Mas é claro que o personagem canino rouba a cena graças ao excelente trabalho de adestramento coordenado por Mark Forbes (de filmes como As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian e Um Hotel Bom Pra Cachorro).

Marley & Eu é repleto de elementos capazes de conquistar imediatamente a simpatia do público: um cachorro (ou melhor, 22 deles) adorável, astros carismáticos, toques bem dosados de drama e humor. Soma-se a estes fatores o sucesso da obra literária que deu origem ao longa-metragem e temos uma fórmula eficiente de sucesso nas bilheterias, que deve dialogar muito bem com o grande público.

Comento

Foi o segundo filme que assisti em 2009. O primeiro foi Crepúsculo, que por sinal é horrível. Perdi dinheiro com o filme. Mas o filme Marley & Eu é fantástico. Apesar de ouvir pessoas que choravam copiosamente e atrapalharam-me muito, foi possível assistir.

O filme começa com uma belíssima comédia e termina com um drama. É envolvente para quem gosta de cachorro.

Algumas pesquisas na área da psicologia comprovaram a importância de um animal para recuperação de uma pessoa depressiva. Geralmente o cachorro é o animal mais utilizado. De fato, o cachorro é o melhor amigo do homem. O filme deixa isto muito claro. John Grogan, interpretado por Owen Wilson, é uma pessoa solitária. O cachorro não é uma passagem para a posição de pai que tanto ele quer adquirir. Marley assim chamado o cão, é na verdade o amigo que ele não teve.

John Grogan expressa o grande significado de uma amizade. Quem lhe ensinou foi um animal que num dado momento foi chamado de chato, infernal e comilão. John Grogan disse: “Um cão não se preocupa se você é rico ou pobre. Ele não se importa se você é intelectual ou ignorante. Se você é um esperto ou burro. Um cão não quer saber se você é um chato ou uma pessoa legal. Mas quando você lhe oferece o coração, ele retribui com carinho, amizade e amor”.

O interessante é notar que um simples cão possa transmitir tantos ensinamentos para pessoas que se dizem uma espécie superior – os racionais. Talvez, por sermos tão racionais não somos capazes de nos entregarmos a um verdadeiro relacionamento de amizade que dure uma vida toda.

Recomendo o filme e o livro. Vale a pena ir acompanhado da esposa ou da namorada. Vocês irão se divertir.