quarta-feira, 31 de março de 2010

O lema da Campanha da Fraternidade 2010 é um tapa, bem dado, dos católicos nos "evangélicos da prosperidade"...

por Rubinho Pirola

Fui supreendido pela Campanha da Fraternidade de 2010 (assinada pela Igreja Católica, através da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e um grupo de outras denominações, representantes do Conic: Igreja Luterana, Igreja Anglicana, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.) mais especificamente pelo seu lema: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro", baseado em Mateus 6:24.

Creio mesmo que essa campanha da Igreja Católica tem destinatário identificado e conhecido, partindo de onde chegamos nós ditos "evangélicos": o fundo do poço.

Nunca antes na história deste país pregou-se tanto sobre dinheiro, riquezas, incentivando o que de pior todos temos como a ganância, o egoísmo e a cobiça, travestida de "verdades bíblicas".

A história mostra onde leva o amor do homem ao dinheiro. Os modelos econômicos idem, quando o motor da existência humana não é mais o amor à vida, a convivência solidária, mas a ganância e a sede do poder - o temporal, o passageiro e transitório, posto que tem aqui - na terra - o supremo alvo de todos nós.

Enquanto os judeus foram abençoados com promessas de fixação nessa terra, nesse chão, de prosperidade material, sem revelação alguma sobre o além, sobre o que teremos todos além da morte, no Antigo Testamento, a igreja, os fiéis da "segunda casa", receberam a revelação de uma pátria superior e um apelo insistente a que marchemos fiéis rumo à nossa cidade, onde Deus está entronizado, onde a riqueza, não tem outra serventia a não ser existir como pavimento da cidade celestial, para que a pisemos, sem outra importância alguma. Essa é a verdade. Basta que leiamos todos as Escrituras com olhar bem atento.

Mas, se Cristo mesmo advertiu-nos que o nosso reino não é daqui, vemos hoje outro evangelho ser pregado que enoja, ultraja e tenta roubar da cruz o seu real significado, que põe as riquezas e os poderes deste mundo no seu devido lugar. As riquezas são mais importantes que a vida humana e os governos (e os falsos apóstolos) todos estão ai, à mercê de Mamom.

Não nos iludamos - a crise que se instalou nesses dias recentes em todo o planeta foi e é motivada pela ganância. As guerras recentes do Iraque e do Afeganistão idem. A fome em toda a parte miserável do planeta também. E não acabará jamais porque cumpre ao homem, servir ao deus deste mundo - o ouro e a prata.

O comunismo faliu dentre outros motivos, porque ignorou que não há motivo maior para que o homem trabalhe a não ser a perspectiva do seu ganho pessoal e, dane-se o estado, dane-se o seu semelhante. E o capitalismo, na sua vertente mais cruel o liberalismo está posto como a religião que mais cresce no mundo, a que privilegia e serve o nosso ventre, privilegiando os bens e não a vida e a justiça.

Muito se tem falado sobre o crescimento islâmico na Europa, mas pouco do poder que a divindade deste mundo que se esconde atrás dos seus santos e ídolos: Nike, Audi, Rolex... podem fazer para amenizar o ardor religioso dos seguidores de Maomé - como também os de Cristo. Essa força terrena pode muito em seus efeitos...

Batemos todos no fundo do poço da vergonha, por isso, essa Campanha dos Católicos vem em boa hora. Como bem sugeriu há anos, o suíço Francis Shaffer no que ficou conhecido como "co-beligerância" (o juntarmos-nos a outras forças da sociedade naquilo que nos une, mesmo que estes não compartilhem de todos os nossos ideais - sem abrirmos mão do que cremos), essa Campanha bem que pode ser assinada por todos os homens e mulheres de bem deste país, dos que amam o verdadeiro evangelho. Não nos esqueçamos: ou servimos a Deus, ou às riquezas. A teologia que privilegia a prosperidade material, também acaba por privilegiar a pobreza ética...

Eu, da minha parte, já estou nessa.

"Ninguém poderá servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." Mt 6:24



Fonte: http://www.rubinhopirola.com/

Noites em claro. Noites de teologia...



Na semana passada estive num dos maiores eventos de teologia do Brasil – Congresso de Teologia Vida Nova. O tema era: “Teologia e Vida na América Latina”. O foco era sobre a Teologia da Missão Integral. Foi sensacional.

O meu quarto era o mais barulhento, porém o mais festivo. Os meus amigos de quarto elevaram o nível daqueles dias. Meu amigo André já tinha reservado a sua vaga para estarmos juntos. No entanto, no mesmo quarto ficou um outro amigo que não tinha contato há muito tempo – Pr. Roberto Tomaz. E tinha uma outra figura que era o renovado. Ou melhor, um irmão da igreja Batista Regular.

Passamos noites em claro discutindo teologia. Nosso horário de dormir era por volta das 03h30. O problema era o teor do debate. O nosso irmão da igreja regular defendia a tese escatológica do dispensacionalismo. Bom, aí o negócio ficou quente. Ele tinha a imensa capacidade de olhar para a Bíblia (Mateus e Apocalipse) e visualizar um mapa escatológico. Foi muito engraçado. O melhor de tudo foi a sua defesa dos 144 mil que irão pregar para Israel se arrepender. Foi um momento de descontração. No final do congresso o irmão dispensacionalista já não era mais nada. Ficou em crise. Nós recomendamos um livro muito bom do Millard J. Erickson publicado pela Vida Nova cujo título é: “Escatologia”. Mexeu com as estruturas do amigo. Penso que a sua igreja receberá um pastor diferente.

Os amigos de quarto tornaram a semana teológica enriquecedora.

Um grande abraço para vocês.

terça-feira, 30 de março de 2010

Ela é preciosa...

Fui impactado pela palavra do pastor Ronaldo Lidório. Ele é um notável missionário da Igreja Presbiteriana do Brasil. Atuou na África entre os Konkombas e no norte de Gana. A primeira vez que li algo sobre ele foi justamente uma obra que ele escreveu sobre os Konkombas. Excelente livro. Recomendo.

Durante dois dias tive o privilégio de ouvi-lo. A sua mensagem toca a mente e o coração. Lembrei muito de Jonathan Edwards. Nenhuma verdade chega ao coração sem antes passar pela mente. Era impossível não ter lágrimas nos olhos e sentir o coração arder. Confesso que fazia um bom tempo que não sentia isto.

Percebi que não estava valorizando as Sagradas Escrituras. Uma experiência que ele teve no campo o marcou muito e ele compartilhou. Ouvir esta experiência me fez sentir um nada. Lamentei por ter a Bíblia em abundancia e não amá-la devidamente. Tenho 13 bíblias e não dedico tempo suficiente a elas.

A sua experiência foi a seguinte:

Periodicamente, no final de semana, os líderes das aldeias vinham até a sua e memorizavam 13 versículos em sua língua. Depois, voltavam e transmitiam o texto aos seus irmãos, que também o decorava.
Entre esses líderes, havia uma senhora muito idosa, que levava quatro dias para chegar à casa dos missionários, num trecho que os mais jovens percorriam em um dia. Ela viajava de dia, dormia numa aldeia de noite e prosseguia.
Numa vez, alguns dias após o encontro com os líderes, o missionário estava sob uma árvore em sua aldeia, quando aquela senhora idosa retornou e foi logo dizendo:
-- HOMEM BRANCO, A PALAVRA DE DEUS É PRECIOSA DEMAIS PARA SE PERDER PELO CAMINHO.
Depois, explicou que, depois de caminhar três dias, ela se esqueceu de um dos 13 versos memorizados no final de semana anterior. Por isto, voltava para aprender de novo o verso esquecido.



A vida desta mulher africana reporta-me a vida que o profeta Samuel tinha com o Senhor. O texto Sagrado em I Samuel 3:19 diz:

Samuel crescia, e o Senhor era com ele e não deixou nenhuma de todas as suas palavras cair em terra.



A minha oração é a seguinte: Deus coloca amor no meu coração pela sua Palavra. Permita que a minha mente seja norteada pela riqueza desta Viva Palavra. Não deixe que eu a desperdice. Não permita que eu a deixe ser perder pelo caminho.

Lembro-me do que Spurgeon disse sobre John Bunyan: “Fure-o em qualquer parte; e você verá que seu sangue é bíblico, a própria essência da Bíblia flui dele. Ele não consegue falar sem citar um texto, pois sua alma está cheia da Palavra de Deus”. Isto é o que significa estar impregnado da Palavra de Deus.

Guardando a Fé...


Denzel Washington é mais do que apenas uma estrela vencedora do Oscar. Ele é um cristão que leva a sério os papéis que interpreta, mesmo quando eles são um pouco mais sangrentos, como no filme O Livro de Eli.

Denzel Washington é um dos mais bem sucedidos e respeitados atores; além disso, o vencedor de duas edições do Oscar (por Tempo de glória em 1989 e Dia de treinamento em 2001) também é um dos mais respeitados cristãos de Hollywood.

Filho de um pregador pentecostal de Mount Vernon, New York, Washington, 55 anos, é membro ativo, há cerca de 30 anos, da igreja West Angels Church of God in Christ. Ele lê sua Bíblia todas as manhãs, e sempre que possível escolhe papéis através dos quais ele pode direcionar uma mensagem positiva ou até mesmo refletir a profundidade de sua fé pessoal.

Denzel Washington, como Eli, portador da última Bíblia na terra.

É possível encontrar fé por todo lado nesse novo e pós-apocalíptico filme de Washington, O Livro de Eli, que estreia esta sexta-feira [nos EUA] e está sendo anunciado nos outdoors americanos com as palavras ‘A-CRE-DI-TE’ e ‘LI-VRAI-NOS’. No filme, Washington encena o papel de um misterioso viajante que se chama Eli, guiado por Deus para proteger a última cópia da Bíblia que se encontra na terra, e para levá-la para fora do oeste, enquanto vilões tentam tomá-la e usá-la como ‘arma’ de controle.

O personagem de Washington nesse filme é intensamente violento – que acaba com a reputação dos homens vilões com os quais se encontra – até que começa a mudar, depois de encontrar uma menina inocente (Mila Kunis) que o faz lembrar que nós podemos ficar tão obcecados em proteger a Palavra de Deus que acabamos por nos esquecer de viver por meio dela.

Para Washington, ‘viver por meio dela’ é, principalmente, caracterizado pelo amor e sacrifício. A grande mensagem de Eli, segundo o ator, é: “Faça mais pelos outros do que você faria por você mesmo”. Foi uma mensagem apresentada a Washington quando ele ainda era um garoto.

“Nós orávamos por tudo, todos os dias”, disse Washington aos membros da imprensa religiosa na semana passada, em Los Angeles. “E nós sempre terminávamos com ‘Amém, Deus é amor’. Eu pensava que ‘Deus é amor’ fosse apenas uma expressão. Levou um tempo até que eu entendesse o verdadeiro significado daquelas palavras. Não me importo com o livro que você lê, ou com suas convicções – se você não tem amor, se você não consegue amar aqueles que estão ao seu redor, então você não tem nada”.

Embora o ator não seja um grande fã da palavra “religião”, e evita todo tipo de discurso como “eu estou certo e você está errado”, ele não tem vergonha de falar abertamente sobre suas convicções cristãs.

“Creio que Jesus é o Filho de Deus”, ele afirma. “Fui certa vez preenchido em meu coração com o Espírito Santo, e eu sei que isso é real. Eu estava no meu quarto. Comecei a chorar como um bebê, e assustar-me com tamanha realidade. Tentei resistir, para ser honesto. Não entendia o que estava acontecendo. Foi uma experiência muito forte”, completou o astro de Hollywood.

Sentado em sua casa recentemente, lendo a Bíblia (é a terceira vez que ele lê a Bíblia de capa a capa), Washington se deparou com uma passagem sobre sabedoria e entendimento em provérbios 4, que o fez refletir sobre sua vida.

“Estou nessa casa enorme, com todas essas coisas”, ele disse a si mesmo. “Era como se algo estivesse me dizendo, ‘você nunca viu coisas estonteantes seguindo um carro funerário, já? Você não pode carregar todas estas coisas com você. Os egípcios tentaram; eles foram roubados’. Disse a mim mesmo, ‘O que você deseja, Denzel?’ Uma das palavras de minha devocional era ’sabedoria’. Então, eu comecei a orar sobre aquilo, Deus, me dê uma porção de tua sabedoria. Não posso ser mais bem sucedido. Mas eu posso ser alguém melhor. Posso aprender a amar mais, a ser mais compreensivo, a obter mais sabedoria”.

A campanha de marketing inclui toda sorte de terminologia religiosa.

Como seu personagem em O Livro de Eli, Washington acredita em chamadas proféticas, e tenta fazer o máximo que pode para cumprir o chamado de Deus em sua vida, através do trabalho que Ele o deu para fazer. No seu caso, fama mundial e uma brilhante carreira fazem parte de sua história. O ator relembra um episódio de quando tinha 20 anos, que demonstra como ele relaciona sua fé com sua carreira.

Aconteceu no dia 27 de março de 1975, Washington, que tinha sido expulso da escola, estava sentado no salão de beleza de sua mãe. Uma senhora idosa que estava secando seu cabelo e o olhando, e pediu a ele um pedaço de papel, no qual ela escreveu a palavra “profecia”. O nome daquela senhora era Ruth Green, uma das mais idosas de uma das igrejas de sua cidade – conhecida na região por ter o dom da profecia. Naquele dia ela disse a Washington, “meu filho, você viajará o mundo e falará a milhões de pessoas”.

Naquele verão, Washington foi um conselheiro no acampamento da ACM (Associação Cristã de Moços) em Connecticut. Os conselheiros realizavam diversas atividades para as crianças, e alguém sugeriu que Denzel atuasse, pois ele tinha habilidade com aquilo. No outono daquele ano, Washington começou a estudar na Universidade Fordham, no campus Lincoln Center, onde começou a se preparar para ser ator.

“Anos depois”, relembra Washington, “perguntei ao meu pastor se ele pensava que eu tivesse sido chamado para ser um ministro do evangelho, e ele me disse, Bem, você não está falando para milhões de pessoas? Você não tem viajado pelo mundo?”

Reconhecendo que ele foi colocado em uma posição única, Washington se sente compelido a fazer o seu melhor ‘pregando’ mensagens positivas sempre que pode, através de seus papéis.

“Tenho tentado atuar desta forma”, diz ele, “ainda nos piores papéis, como em Dia de treinamento“. A primeira coisa que escrevi em meu script [para Dia de treinamento] foi ‘o salário do pecado é a morte’. No script original, você pode ver que meu personagem morre na televisão. E eu disse ‘Não, não. Para justificar a vida que ele viveu no pior dos estilos, ele deve morrer também da pior forma possível. Ethan [Hawke] me joga para fora do carro, e eu deslizo como uma cobra. Toda a vizinhança se vira contra mim, e então eu tenho um trágico final”.

Foi um pouco mais fácil encenar o papel de Eli em uma direção positiva?; “nem tanto”, afirmou Washington, “porque aquele cara era mais violento do que o personagem de Dia de treinamento“. Ele é mais violento do que Malcolm X”.

De forma similar ao personagem de Washington em Chamas da vingança, entretanto, a violência de Eli é a serviço de proteger um inocente.

“Quando eu fiz Dia de treinamento, havia um oficial da polícia que falava sobre uma porção das Escrituras que menciona que aqueles que estão responsáveis por cuidar dos inocentes recebem o direito de usarem de violência, caso necessário. Ele disse, ‘é com base nisso que eu e meus companheiros de trabalho vivemos. Isso é o que fazemos’. Talvez ele precisasse daquilo para justificar suas ações”, ressaltou Washington.

Ele está guardando a espada do Espírito… e provavelmente a outra espada também.

Embora tenha encenado papéis violentos em filmes como Dia de treinamento, O gângster, e agora em Eli, Washington é, na vida real, um homem dócil, calmo e de família. Casado há 26 anos com Pauletta e pai de quatro filhos – John David, Katia e os gêmeos Malcolm e Olivia – Washington está longe de ser como aquele estereótipo de Hollywood.

Além de seu envolvimento na igreja (ele doou 2.5 milhões de dólares para a construção das novas instalações de sua igreja, em 1995), Washington – que sempre dá seus autógrafos escrevendo “Deus te abençoe” – é um grande patrocinador do programa Boys and girls clubs of America (do qual ele participou quando criança), dentre outra ações de caridade.

Washington, que estará na Broadway nessa primavera, sabe que tem sido abençoado com muito, e não hesita em atribuir toda sua fama e sucesso à graça de Deus.

“Não tem nada a ver comigo”, disse o ator em 2007 a uma entrevistadora da Reader’s Digest. “Recebi algumas habilidades, e as encaro da seguinte forma: O que você fará com o que você tem? Quem será exaltado com isso tudo?”.

Quase no fim de Eli, o personagem de Washington cita a famosa passagem de 2 Timóteo 4.7: “Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé”.

É uma frase que combina com Washington. Ele é uma estrela de Hollywood que, embora não seja perfeito, oferece um raro exemplo de viver cristão em um lugar extremamente aclamado, sem deixar que seu sucesso mexa com sua cabeça. Ao invés disso, permanece firme na Bíblia e em sua aliança com Deus.

Em seus trinta anos de carreira, Denzel Washington tem lutado o bom combate e feito o que muitos não conseguem. Ele tem guardado sua fé.



Fonte: http://cristianismohoje.com.br/ch/guardando-a-fe/

Boa semana. Boa música...


Os meus ouvidos sentiram algo que há muito tempo não sentiam – ouvir música com qualidade.

Sentar, ouvir e degustar as músicas de João Alexandre é acreditar que existe ainda alguém que se preocupa com a arte.

Algumas pessoas ficam chocadas quando digo que não escuto música evangélica. Vou ouvir o que? Véu? Santo dos santos? Voar nas asas do espírito? Tocar em Deus? Os absurdos extrapolam o senso da realidade.

Para mim, a semana que passou foi uma confirmação de que Deus mantém o seu remanescente.

Poesia, arte, sentimento, vida e beleza exalavam das canções entoadas por João Alexandre. Foi um mergulhar na poesia bíblica. A atmosfera era perfumada da graça em canções simples, mas profundas. Compreendi melhor a teopoética. O que dizer quando o João cantou Pixinguinha. Letra maravilhosa do Carinhoso. Será que não é possível entender a graça de Deus derrama sobre os homens? Pseudocrístãos que arrotam uma espiritualidade que não chega aos pés de uma música “secular”. Não tem beleza, poesia e vida. Não conseguem sair da superficialidade.

Espero que Deus levante pessoas corajosas que expressem a beleza de compor que não se encontra nos recônditos da religião. Pessoas que sejam capazes de mergulhar no mundo de Deus que é toda a realidade na qual estamos inseridos. Assim, será possível extrair a beleza do teatro da glória de Deus.

Parabéns João Alexandre pela imensa ousadia de quebrar o conceito de “santo” e “profano”. O espaço era propício – Congresso de Teologia. Mas com certeza alguns radicais se escandalizaram. No entanto, a arte pouco se importa com as reservas daquele que não sabe admirá-la e contemplá-la.

Foi uma semana marcante!

quinta-feira, 18 de março de 2010

A Teologia do Saci-Pererê...


por Luiz Sayão

Um dos quadros mais tristes da cristandade é a sua fragmentação absurda. Há provavelmente cerca de cem mil denominações evangélicas no mundo de hoje. Na verdade, a maioria delas é exatamente igual a muitas outras em termos de doutrinas e práticas. Infelizmente, muitos grupos se separam de seus irmãos na fé por motivos pouco cristãos. Todavia, apesar de tantos desencontros semelhantes, é fato que grande parte de nossas divisões teve origem em questões teológicas e doutrinárias.

É claro que teologia e doutrina são elementos fundamentais, dos quais não se pode abrir mão. Se alguém nega a divindade de Cristo, a onisciência de Deus, a salvação pela fé e a singularidade da Bíblia, tal pessoa não pode ser considerada cristã evangélica. No entanto, nossas divisões não se limitam a doutrinas fundamentais. As questões que nos distanciam de nossos irmãos são as menores, de importância secundária, e em alguns casos são questões irrelevantes.

Talvez a razão principal de nosso divisionismo exacerbado seja a “teologia do saci-pererê”. Como todos sabem, o saci-pererê é uma espécie de duende brasileiro criado pela imaginação popular. Ele seria um guardião das florestas, perneta, que assustaria todos os que pertubam o silêncio das matas. O que mais se destaca na figura do saci é o fato de que ele tem um perna só. Naturalmente, a pergunta já surge na mente do amigo leitor: O que isso tem a ver com teologia? Saci e teologia juntos? O que queremos dizer com isso é que boa parte de nossa teologia é uma “teologia de uma perna só”, isto é, uma teologia restrita, que enxerga de modo limitado o quadro amplo da revelação divina.

Uma das razões pelas quais criamos uma teologia limitada assim é a nossa herança racionalista. Os antigos hebreus e cristãos sabiam que a realidade era muito mais complexa do que a nossa razão. Além disso, entendiam que certas dimensões da fé aparentemente distintas não eram necessariamente contraditórias. O problema é que quando nossa teologia se “helenizou” exageradamente, adotamos uma logicamente simplista que nos trouxe diversos problemas.

Para entender tal realidade, basta lermos a Bíblia e vermos que o texto sagrado não se incomoda em afirmar coisas que ofende o racionalismo de muitos. Por exemplo, como Deus pode ser infinito e encarnar num bebê em Belém? Como Deus pode ser um e três ao mesmo tempo? Como a Bíblia pode ser Palavra de Deus e ser escrita por homens? Como podemos ser salvos por nossa fé e ao mesmo tempo por obra exclusiva do Espírito Santo? Como entender que Deus é totalmente soberano e nós somos livres e responsáveis por nossos atos? Como decidir se é o bom senso ou sabedoria bíblica que nos norteia, ou é a direção sobrenatural do Espírito Santo?

A verdade é que o mistério e a complexidade da realidade bíblica tem sido reduzida para “facilitar” a vida dos cristãos. Uns dizem que Deus é pura razão, outros afirmam que ele é só coração e emoção. Uns insistem que Deus faz tudo, sendo plenamente soberano (até os ímpios foram predestinados ao inferno), outros afirmam que Deus não pode fazer nada sem nossa autorização (nós é que decidimos … será que Deus ainda é Senhor?). Uns preferem um Deus mais coletivo, sociológico; outros afirmam que ele é o Deus do indivíduo. Há quem veja Deus como inserido na realidade concreta do mundo; outros o colocam no “milésimo céu”, em sua espiritualidade e distância absolutas.

A verdade é que toda teologia radical terá sérios problemas e graves conseqüências. Se entendermos que “duas paralelas só se encontram no infinito”, que toda moeda “tem duas faces” e que a realidade é mais dialética ou “poli-alética” do que admitimos, seremos muito beneficiados. Em primeiro lugar, seremos mais humildes em nossa afirmação de “conhecimento do sagrado”. Depois, aprenderemos a separar questões fundamentais de problemas secundários. Em terceiro lugar, desenvolveremos nossa tolerância e nosso senso fraternidade e amor cristãos (esses inegociáveis, segundo Jesus). Espero que venhamos a amadurecer nesta direção, pois a teologia brasileira tem mais condições de ser menos radical do que a teologia da maioria do chamado “primeiro mundo”.

A importância de fugirmos da teologia do saci-pererê, evitando que nossas igrejas saiam por aí, pulando de uma perna só, tropeçando e caindo, é que em nossos dias tal tendência está acentuada. Vivendo hoje em Boston, EUA, estamos em contato com muitos centros teológicos de todo o mundo. Por aqui há uma tendência em alguns grupos de se rejeitar a doutrina das penas eternas, pois ela seria “irreconciliável com o amor de Deus” (a idéia é que se Deus é amor, ele não pode ser justiça, nem mostrar sua ira). Recentemente, um outro debate causou discussão no meio evangélico: surgiu a teologia do “teísmo aberto”. A idéia de alguns teólogos americanos é que Deus abriu mão de sua soberania e onisciência e resolveu não saber o futuro. Em resumo, Deus “abriu mão de ser Deus”. O intuito é “livrar” Deus de ser responsabilizado do sofrimento que há no mundo. Trata-se de um ultra-arminianismo que ignora centenas de textos bíblicos. Novamente, temos uma teologia radical, polarizada, bastante ocidental, e que ignora a dialética hebraica, negando a realidade do mistério. Que Deus abençoe a igreja brasileira a crescer no conhecimento de Deus, na tolerância fraternal e no pensamento cristão equilibrado.



Fonte: www.prazerdapalavra.com.br

quarta-feira, 17 de março de 2010

O Domínio da Religião...



O protestantismo não é um tipo de ideal que foi construído a partir do nada. É diante dos seus longos anos e marcas irrefutáveis que a sua história se formou, e hoje existe uma concepção do que é ser protestante. Esta visão infelizmente não está acessível à camada eclesiástica dominada. Esta leitura é feita por alguém que se desprendeu das correntes. Alguém que não vive mais nas gaiolas doutrinais que matam e sufocam a vida de muitos.

Em sua trajetória o protestantismo lutou para quebrar a união com a igreja católica. Em certa medida foi como chover no molhado. Em alguns segmentos a união permaneceu por um único propósito: destruir aqueles que se levantavam contra a Santa Doutrina da Religião.

Notemos os inimigos da religião: liberdade, modernidade, mundanismo e o evangelho social.

Aquilo que poderia ser tão belo se tornou institucionalizado. Estruturas sacralizadas que são consideradas divinas.

Desde seu período medieval a religião que domina Deus tem se levantado para combater tudo que é contra a sua forma de verdade de vida. Pensamentos e raciocínios não são tão aceitos como benefícios para o crescimento da religião (protestante / evangélica) em alguns ambientes. Somos tão falsos e farisaicos como aqueles que perseguimos por terem uma doutrina sem base e sem verdade bíblica. Nunca na verdade nos mantivemos longe deles. Somos amigos de velhos tempos, pois toda essa reforma surgiu dentro de seus seios.

Para utilizar uma expressão de Rubem Alves, O Protestantismo da Reta Doutrina usa de suas verdades e posições para monopolizar toda espécie de crescimento humano, expressivo em sua forma de ser, pensar e sentir. Combatemos isso como se fosse heresia. Tantas inquisições foram feitas, por quê? Somente pelos nossos inimigos católicos? Não, somos seus amigos da verdade. O protestantismo (evangelicismo) entrou em contradição quando disse que pessoas tinham acesso ao livre exame das escrituras. Quando alguém interpretava de forma contrária era considerado um herege, morto em praça pública pela inquisição.

A religião tira a qualidade de vida das pessoas. Tudo se torna vontade de Deus – está passando fome? Está morrendo? É Deus revelando a sua vontade. Cadê a esperança? Ela foi perdida junto com a perda de foco da nossa fé cristã. Não há conversão verdadeira, se não houver dor e sofrimento. Parece que o fim da dor é a conversão. A religião apresenta a solução “Cristo”, mas será que tudo acaba por aqui? Acabou o sofrimento? Não, agora existe o outro lado da moeda – sofrer agora é bom, pois isso nos trará recompensa e glória. Então será mesmo que a conversão é o fim da dor? As pessoas já não são pessoas, por que digo isto? Pessoas têm sentimentos, desejos, sonhos e prazeres, mas a religião reprime e mata.

A moralidade da religião determina que o crente deve se abster do pecado. Surge então, os repetidos “nãos” que a caracterizam. Mas por que o crente se abstém daquilo que, do ponto de vista do corpo, parece bom e agradável? Por que não se expressa na dança? Por que não vive o domingo como o dia da expressão do corpo? Por que se furta ao amor, a fim de pertencer à Igreja? Por que? Por que a vida e o amor se reprimem diante de uma proibição que lhes diz não? Por medo. As ações proibidas, no universo da religião, estão ligadas com o “mundo”, e o mundo se liga com o inferno. Assim, a fim de ganhar a vida futura e o céu, é necessário negar a vida e a terra. E por isso o prazer momentâneo que tais atos possam produzir não compensa a eternidade de sofrimento que se lhe seguirá. E o medo se expressa na possibilidade da volta de Cristo, no momento da ação proibida. Se isto acontecer, não haverá mais ocasião para o arrependimento, e a alma irá inevitavelmente para o inferno. Tantas leis. Tantas ordens. Tudo isto leva a uma vegetação que neutraliza todo o ser.

Deus não vai ser benevolente para comigo, pois tive uma vida mais livre dos padrões humanos estabelecidos como verdade. Isto revela uma religião firmada no: medo, opressão, jugo imposto as pessoas. Sendo assim, fica fácil para controlar as pessoas e manipulá-las. Isto me faz lembrar que a religião tem um trato para com os seus novos adeptos na fé tão insensível ao que eles têm para nos acrescentar, para nos ensinar e até mesmo para mudar alguns conceitos. A igreja é o centro do saber, e seus líderes é que sabem o que é bom ou mau para os seus membros. Esta ditadura das ações tornam pessoas vivas e volicionadas em robôs e fantoches que não sabem para onde ir. Esta é a ética e a moralidade que indicam quem é de fato um verdadeiro cristão. Aquele que se rende e se deixa dominar, este é de fato um cristão, mas quem ousa ir contra será rotulado como um rebelde sem causa. É proibido pensar diferente da massa cauterizada da membresia dominada. Isto é o domínio da religião.

Se a igreja se libertasse do monopólio da verdade que é tão puro e santo e acabasse com o discurso de que possui a verdade absoluta, mas entendesse que a verdade é o que nos possui, então haveria menos doença dentro das igrejas e nas pessoas que por elas passam. Vamos deixar a verdade nas mãos de Deus. Prossigamos com grandes impulsos em direção a verdade até a encontrarmos na eternidade.

Súplica...

Li, gostei e me identifiquei...
Autor desconhecido

Por favor, não fustigue as feridas narcísicas que ainda supuram na minha alma. Você não conhece os traumas que padeci no jardim da infância. Tenha cuidado com os nervos expostos. Lágrimas ainda quentes lembram repreensões infundadas que ruborizaram o meu rosto.

Por favor, não pise se já estou caído. Não tripudie na minha derrota. Os abatidos não merecem essa trágica inclemência. Sinto-me frágil e ainda noto que uma rigorosa espada balança sobre meu pescoço. Preciso de um olhar calmo, que firme os meus pés. Não transforme o meu medo em pânico.

Por favor, não me exile. Ostracismos não regeneram. Sinto-me fósforo riscado, garrafa vazia, pente quebrado. Acolha-me como um órfão. Faça do seu regaço uma maca, das mãos, um atracadouro e dos ombros, um arrimo. Não recrimine, preciso de norte. Seja samaritano, sou o viajante que jaz na beira da estrada.

Por favor, não me deixe com esta crise de aceitação. Sofro por saber que meu prato não está na mesa, que meu nome não consta nas listas, que minha foto foi arrancada do albúm. Você não imagina o constrangimento de saber que provoco risos sarcásticos. Todos queremos ser queridos, desejados. Espero, realmente espero, que voltemos a rir juntos e que meu caminho volte a ser de paz.

terça-feira, 16 de março de 2010

Morre Geremias Fontes...


Pastor e político, ele governou o Estado do Rio de Janeiro e fundou o ministério S8, voltado à recuperação de dependentes químicos


O pastor Geremias de Mattos Fontes morreu nesta terça-feira, dia 2 de março, aos 79 anos de idade. O religioso, ligado à Igreja Presbiteriana do Brasil, foi um dos mais destacados líderes evangélicos brasileiros entre os anos 1960-80 e teve também uma importante trajetória política. Ex-governador do Estado do Rio de Janeiro entre 1967 e 1971 (antes da fusão com a extinta Guanabara), ele também exerceu os cargos de deputado federal e prefeito de São Gonçalo (RJ), sua cidade natal. Mas foi como fundador do Movimento S8 que Geremias tornou-se mais conhecido pela Igreja brasileira. O ministério, voltado à recuperação de dependentes químicos, surgiu quando o pastor descobriu que um de seus sete filhos, Cláudio, estava usando drogas. Após ajudar em sua reabilitação, Geremias resolveu abrir a casa da família para cultos de oração e libertação de viciados. A coisa cresceu e Tio Gere, como era conhecido pelos jovens que atendia, lançou as bases de uma grande organização cristã que recuperou milhares de pessoas do vício. Além da clínica de reabilitação, a S8 investiu em cursos profissionalizantes, oficina de artes e confecção de vestuário, música e missões. Geremias Fontes deixa viúva a também pastora Nilda Fontes, carinhosamente conhecida como Tia Nilda. O corpo do religioso foi velado na sede da prefeitura de São Gonçalo e enterrado no cemitério Parque da Paz, naquele município.


Fonte: http://cristianismohoje.com.br/ch/morre-geremias-fontes/

segunda-feira, 15 de março de 2010

Religião e alucinação...

por Ricardo Gondim

Tenho muita pena dos crédulos. Chego a chorar por mulheres e homens ingênuos; os de semblante triste que lotam as magníficas catedrais, na espera de promessas que nunca se cumprirão. Estou consciente de que não teria sucesso se tentasse alertá-los da armadilha que caíram. A grande maioria inconscientemente repete a lógica sinistra do, “me engana que eu gosto”.

Se pudesse, eu diria a todos que não existe o mundo protegido dos sermões. Só no “País da Alice” é possível viver sem perigo de acidentes, sem possibilidade da frustração, sem contingência e sem risco.

Se pudesse, eu diria que não é verdade que “tudo vai dar certo”. Para muitos (cristãos, inclusive) a vida não “deu certo”. Alguns sucumbiram em campos de concentração, outros nunca saíram da miséria. Mulheres viram seus maridos agonizarem sob tortura. Pais sofreram em cemitérios com a partida prematura dos filhos. Se pudesse, advertiria os simples de que vários filhos de Deus morreram sem nunca ver a promessa se cumprir.

Se pudesse, eu diria que só nos delírios messiânicos dos falsos sacerdotes acontecem milagres aos borbotões. A regularidade da vida requer realismo. Os tetraplégicos vão ter que esperar pelos milagres da medicina - quem sabe, um dia, os experimentos com células tronco consigam regenerar os tecidos nervosos que se partiram. Crianças com Síndrome de Down merecem ser amadas sem a pressão de “terem que ser curadas”. Os amputados não devem esperar que os membros cresçam de volta, mas que a cibernética invente próteses mais eficientes.

Se pudesse, eu diria que só os oportunistas menos escrupulosos prometem riqueza em nome de Deus. Em um país que remunera o capital acima do trabalho, os torneiros mecânicos, os motoristas, os cozinheiros, as enfermeiras, os pedreiros, as professoras, vão ter dificuldade para pagar as despesas básicas da família. Mente quem reduz a religião a um processo mágico que garante ascensão social.

Se pudesse, eu diria que nem tudo tem um propósito. Denunciaria a morte de bebês na Unidade de Terapia Intensiva do hospital público como pecado; portanto, contrária à vontade de Deus. Não permitiria que os teólogos creditassem na conta da Providência o rio que virou esgoto, a floresta incendiada e as favelas que se acumulam na periferia das grandes cidades. Jamais deixaria que se tentasse explicar o acidente automobilístico causado pelo bêbado como uma “vontade permissiva de Deus”.

Se pudesse, eu pediria as pessoas que tentassem viver uma espiritualidade menos alucinatória e mais “pé no chão”. Diria: não adianta querer dourar o mundo com desejos utópicos. Assim como o etíope não muda a cor da pele, não se altera a realidade fechando os olhos e aguardando um paraíso de delícias.

Estou consciente de que não serei ouvido pela grande maioria. Resta-me continuar escrevendo, falando... Pode ser que uns poucos prestem atenção.

domingo, 14 de março de 2010

Zooteologia...


Sabiamente João Calvino disse que a mente do ser humano é uma fábrica de ídolos. O cenário religioso comprova esta afirmativa. Desconheço um ambiente tão criativo quanto o ambiente evangélico. A criatividade ultrapassa a linha do imaginário.

Existe uma nova corrente da teologia. Os seus inventores a criaram sem ter o conhecimento disto. A zooteologia está na moda. A poesia bíblica traduz Deus com formas humanas – braço, mão, olhos, ouvidos, boca, etc. É a tentativa de aproximar Deus para a realidade humana. Na concepção dos “teólogos” da zooteologia eles aproximaram Deus a semelhança de um animal. Portanto, temos neste imaginário a figura de Deus que é descrita assim:

a. Ele é um leão.
b. Ele é um urso.
c. Ele é uma águia.
d. Ele é um tigre.
e. Ele é uma pomba.
f. Ele é uma galinha.
g. Ele é um cachorro.

Não consigo imaginar o que leva uma pessoa a rebaixar Deus desta forma. Conseguem tirar benção e unção destes nomes. Coisas do tipo:

1. A unção da Galinha – O indivíduo é curado por um galo que é o chefe do
galinheiro e fala em línguas estranhas. E bota estranha nisso.
2. A benção do Leão – Você urra loucamente e fica de quatro.
3. A benção da Águia – A pessoa é capaz de voar e entrar no santíssimo
lugar. Além disso, emiti gritos agudos.
4. A unção do Cachorro – Você demarca o território com a sua urina.
5. A unção do Touro – Essa deve ser para quem tem chifres.
6. A unção do Bode – O indivíduo fica dando marradas para todo lado.

Isto parece mais com o símbolo das artes marciais do que com a fé cristã. Ou pode estar relacionado com uma cultura pagã. Adoração aos animais é um costume pagão. Os egípcios faziam isso constantemente, mesclando a imagem humana com a imagem animal, vide Anúbis (A associação de Anúbis com chacal provavelmente se deve ao fato de este perambular pelos cemitérios. O Anúbis era pintado de preto, por ser escura a tonalidade dos corpos embalsamados. Apesar de muitas vezes identificado como “sab”, o chacal, e não como “iwiw”, o cachorro, ainda existe muita confusão sobre qual animal Anúbis era realmente. Alguns egiptologistas se referem ao “animal de Anúbis” para indicar a espécie desconhecida que ele representava).

O culto pagão está na moda. A suposta igreja evangélica brasileira trocou a glória de Deus por imagens de animais que não refletem a sua majestade. Trocaram a verdade por fábulas. A invenção humana profanou o nome e a pessoa bendita de Deus. É uma verdadeira lástima tudo isto!

Teologia Tabajara...


Esta nossa cultura traz um conceito muito engraçado da vida. Tudo deve ser resolvido de imediato. Se o sono falta, melhor é tomar um remédio. Se a vida perde o sentido, melhor é o suicídio. Se o casamento está ruim, melhor é arrumar outra mulher. O nosso anseio é tão grande que nada pode esperar. Num contexto de dor, miséria, calamidade, desemprego e doenças o que mais pode ser esperado senão a solução para tudo.

Estrategicamente alguns indivíduos copiaram a idéia do Casseta & Planeta. A famosa frase do seu Creysson ecoa nos recônditos eclesiásticos. Os seus problemas acabaram é tudo o que as pessoas querem ouvir. São mestres que sussurram nos ouvidos palavras que os homens desejam ouvir.

As pessoas estão incapacitadas para lidar com os dramas e embates da vida. A procura de auto-ajuda aumenta justamente porque as pessoas querem alguém que tenha uma solução pronta e imediata para a sua situação. É triste saber que as pessoas são treinadas para aprender a ganhar, conquistar e vencer. Elas não sabem lidar com perdas, desordem, fracassos e insegurança. Na atualidade tudo o que for apresentando como solução contra tudo descrito acima será aceito, por mais estapafúrdia que seja a idéia. As pessoas não pensam no que é apresentando, mas visam somente a sua funcionalidade.