quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

A Crítica da Redação

Diacronia: Nome com que se designa a transmissão de uma língua através do tempo e das gerações, sofrendo nesse transcurso mudanças fonéticas, mórficas, sintáticas, semânticas e léxicas.

O método foi desenvolvido em 1950 e definido por três discípulos de Bultmann: Gunther Bornkamn “Tradição e Interpretação em Mateus - 1948”, Hans Conzelmann “Teologia de Lucas – 1954”, e Willi Marxsen “Marcos, o Evangelista – 1956”. Foi este último quem primeiro usou o termo “história da redação”, que posteriormente veio a se chamar “crítica da redação”. Aqui o estudo não se concentrava muito em uma pré-história oral de formas discretas, mas na atividade editorial. Ele impuseram seu próprio carimbo teológico na leitura.
O que um crítico da redação faz? Ele procura desnudar as perspectivas teológicas de um escritor bíblico analisando as técnicas editoriais (de redação) e de composição e as interpretações empregadas por ele ao moldar e enquadrar as tradições escritas e/ou orais à sua disposição.

1. Aspectos Gerais

1.1. O lugar da crítica da redação
- Uma possibilidade seria deter-se na unidade textual, que parece ser a mais interessante para um estudo concreto da nossa finalidade e passar à crítica aos outros aspectos ligados a ela.
- Outra possibilidade, porém, seria continuar examinando a natureza e a história do texto compósito.

1.2. O objeto material da crítica da redação

- Um pensamento que dá na forma da crítica da redação é que, o seu objeto é um texto escrito, desde seu primeiro teor.
- Outros estabelecem a sua finalidade entre o primeiro relato escrito com o texto oral. O que se questiona é que, o autor do texto oral jamais tenha podido compor o texto escrito – a exemplo de um profeta.
- A crítica tem como objeto um texto não-unitário, porque pra ela, se o texto se apresenta unitário e homogêneo, não haveria espaço para a crítica da redação.
- De todas as formas tem que existir de uma maneira ou de outra no texto, um espaço para a crítica trabalhar, se eventualmente o texto (A) se for unitário, ele tem que aparecer no texto (B) e a crítica não irá trabalhar com o unitário, mas somente com o não-unitário.

2. Finalidade da crítica da redação

2.1. A crítica da redação ela se preocupa com todos os dados de acontecimentos como: Qual seria a cronologia das intervenções redacionais? Quais os recursos utilizados por cada uma delas? Quais suas peculiaridades culturais e religiosas? Qual a intenção das diversas reelaborações? E é preciso confronta-las umas com as outras, essas com a intenção do texto original.

Obs.: Somente assim, tendo todos estes esclarecimentos, se poderá ainda tentar identificar os autores dos diversos níveis do texto.

2.2. Alguns campos que a crítica da redação trabalha:

- Complicação de relatos – Tem a finalidade de verificar a forma ordenada dos acontecimentos, é um ciclo narrativo;
- Compilação e composição de um texto escrito - Esta obra composta de extratos de diversos escritos sobre um assunto e juntamente com a arte da produção literária, que trabalha dentro de vários acontecimentos, mas que visam um fim comum;
- Compilação, composição e redação – Aqui o diferencial é compreender a forma da escrita do autor, o seus métodos e recursos utilizados;
- Interpretação – É um estudo criterioso e particular de cada personagem
- Reelaboração – Se o método julgar que o texto contém glosas demais, ele esclarece o texto com mudanças reducionais.

3. Indícios da presença de várias redações

3.1. A existência da redação de um texto, ou seja, a obra de um escritor, esse é um pressuposto para detectar em um estudo da constituição do texto a presença de diversas unidades textuais independentes entre si.
3.2. Sendo isso afirmado, o texto pode apresentar, com grande dificuldade, várias redações textuais na sua compilação e composição.
3.3. É importante ressaltar que os critérios tratados nessa seção sugerem, ao contrário, vontade explícita de modificar, completar ou “melhorar” o texto.

Problemas encontrados na utilização deste método:

Ilustração: Um exemplo recente e notável é Eta Linnemann, ex-seguidora de Bultmann. Depois de passar por uma conversão genuína, ela repudiou seus escritos acadêmicos anteriores e hoje incentiva as pessoas a jogá-los literalmente no lixo, nega todo o valor do método histórico-crítico e considera que postular a dependência literária de um evangelho em ralação a outro é em empreendimento inerentemente anticristão.

1 – Uma das falácias mais arraigadas na moderna crítica da redação é que um autor não pode escrever teologia e história ao mesmo tempo. Alega-se que é inevitável que autores devotados com paixão a uma causa distorçam seus relatos históricos. É claro que essa afirmação é falsa. Alguns dos mais meticulosos cronistas do holocausto da Segunda Guerra Mundial eram judeus totalmente comprometidos em evitar que tais atrocidades se repetissem. Não foram eles, mas o historiadores revisionistas, que alegaram caluniosamente que o holocausto nunca aconteceu.

2 – Certo que este método foi muito mais aplicado depois de Bultmann, mas Schleiermacher foi o precursor disso tudo. Ele é considerado o pai do Liberalismo, que varreu toda a Europa. Dentro do ponto dois sobre a reelaboração do texto, para Schleiermacher o interprete deve reconstruir e explicar os motivos do autor e suas pressuposições implícitas, mediante um ato de identificação com ele. Para Schleiermacher, o interprete deve se esforçar para entrar na mente do autor num ato imaginativo e empático de compreensão, ou seja, é uma ação de tentar sentir o que o autor estava sentindo, para ele o interprete deve se identificar com o autor. Dessa forma, ele transfere o foco de todos os métodos hermenêuticos para a autocompreensão do leitor. Para ele, o que possibilita a interpretação e a comunicação com o texto bíblico não é a existência da verdade absoluta, mas o fato de que somos humanos e compartilhamos de um mesmo espírito.

3 – Dentro no ponto dois ainda, em estudos criteriosos vários estudiosos e autores de diversos materiais sobre este assunto afirmam que é impossível você recuperar a intenção do autor do texto sagrado. Eles afirmam que é uma falácia, pois não podemos mais recuperar essa intenção, especialmente no caso de textos antigos, como são os textos bíblicos. Não podemos saber o que estava na mente do autor ao escrever, quais seus sentimentos, é assim que pensa Schleiermacher, que assume que a religião e a fé em Deus está restritamente baseada em sentimentos, por isso é fácil pra ele, interpretar o texto bíblico. Outro fator importante dentro dessa falácia, é que, nem sabemos quem foram os autores de muitos do seus livros.

4 – O que marca tudo isto é que a crítica da redação assume que existe a liberdade do trato com o texto. Bom, se existe a liberdade tudo se contradiz com o pensamento liberal que utilizou deste método, pois a marca do liberalismo é o individualismo. A Europa foi dominada por este método tanto quanto os outros, mas todas as composições do método histórico-crítico atropelou e menosprezou outros métodos, porque ele consideravam a crítica a senhora de tudo que se refere à interpretação textual, isso vai contra a afirmação da liberdade do texto e da minha forma de trata-lo.

5 – A crítica da redação não trabalha com o unitário, mas somente com o não-unitário, ela exclui a primeira regra da hermenêutica que deve ser levada em conta, de que a Bíblia se explica por si mesma. Este método não aceita que um texto seja composta para viver por si mesmo. Pois quando ele tem vida própria, ele mesmo pode se explicar.

6 – Existe um fator que, todos os contemporâneos teólogos dos séculos dezoito, dezenove e vinte experimentaram a esterilidade da exegese histórico-crítica superficial para os problemas teológicos da atualidade. Por isso, este método é limitado e vazio na sua contribuição de sanar questões existencialista, espiritual, social e guerras como aconteceu no século vinte.

7 – Uma é questão é – Quem pode afirmar que um profeta não tenha escrito nada? E se seus escritos não estão contidos na Bíblia?

8 – Uma outra questão é – Se o método tem como ferramenta reconstruir o texto, examinar criteriosamente, porque ele se limita somente ao texto não-unitário? Porque ela não trabalha com um texto composto e completo de uma só unidade?

Capricho

Capricho


RUSSELL, Bob & RUSSELL, Rusty. Uma Igreja de Sucesso – 10 princípios
bíblicos testados e aprovados. 1. ed.
São Paulo: Vida Nova. 2003. 113-128p.

Resenha:

"Se o trabalho está relacionado com o reino de Deus, ele merece nossa máxima dedicação"

Quando penso nesta frase me recordo do trabalho engenhoso e tão dedicado do pastor de Jovens Todd Clark, realizou um trabalho maravilhoso em uma série de mensagens, usando materiais como: um bote salva-vidas, uma cruz imensa dentro da igreja, um data show, tudo isso para fazer o melhor para Deus e mostrar para todos como deve ser feito a obra do Senhor.

Mediocridade gera indiferença, mas a qualidade atrai. E isso se aplica a qualquer área; não se restringe à igreja.

Seria muito mais fácil evangelizar se todos os cultos de sua igreja fossem realizados com um capricho tão grande e inspirasse as pessoas de tal maneira que elas só pensassem em contar a experiência a todos os seus conhecidos.

Alguém já definiu evangelismo como sendo um mendigo dizendo a outro mendigo onde encontrar pão.

Nas avaliações que foram feitas na igreja foi constato que os membros, cerca de 90% deles levaram um visitante ao culto. Mas fico a perguntar, o que os estimula a levar outras pessoas à igreja? Eles sentem-se entusiasmados com o que experimentam. Eles sabem que toda semana as instalações estarão bem cuidadas e que o trabalho no berçário, na recepção, o louvor e a pregação serão feitos com capricho. Entretanto, quando trabalhamos com capricho, as pessoas desejarão contar aos seus conhecidos.

Aquilo que realizamos de bom, de excelência para Deus deve estar em evidência em cada detalhe. Uma senhora expressou o seguinte sentimento que causou a sua permanência em nossa igreja – “Estávamos procurando uma nova igreja. Fomos ao departamento infantil e, ao inscrever nosso filho, alguém nos perguntou se ele era alérgico a algum alimento. Nosso filho é extremamente alérgico a amendoim. De todas as igrejas que já freqüentamos, essa foi à primeira em que nos perguntaram isso”.

Essa dedicação no fazer o melhor, de exercer certo capricho deve levar consigo uma diligência diária e cuidadosa. É muito fácil nos tornarmos relapsos. O mesmo acontece na igreja. Podemos iniciar um programa com todo capricho, mas para acontecer o padrão, precisaremos ser diligentes dia a dia. Com isso aprendi a não tolerar displicência não só comigo, mas também para com os outros integrantes da equipe.

Mas diante de todo esse trabalho há também seus pontos contra. Primeiro é que sempre haverá críticas. As pessoas nos consideram arrogantes pelo fato de nos empenharmos muito. Segundo, as desilusões. Percebo que nem sempre chegaremos a atingir o alvo, o ideal, vamos sim fracassar em alguma área e isso nos levará a humildade. Temos de manter em mente que, embora nunca alcancemos todos os objetivos, sempre estaremos buscando a perfeição.

Um conselho muito prático, mas pouco exercido, é a antecedência do projeto para que seja feito com qualidade, antes de tudo precisa ser planejado e avaliado.

Definir o padrão de qualidade desde a primeira vez que fizer algo novo em sua igreja. Assim teremos certeza de que o trabalho será realizado da melhor maneira possível. Se nos dedicamos mais a nos preparar, o resultado será melhor.

A nossa avaliação própria não deve ser levada em conta, pois na avaliação estarão presentes nossos sentimentos. Podemos nos sentir satisfeitos com o resultado não porque foi excelente, mas apenas porque nos saímos melhor do que esperávamos! Da mesma maneira, podemos ficar insatisfeitos com algo que realizamos bem por termos elevado demais nossas expectativas.

É claro que diante de tudo fica evidente que não podemos permanecer em obras que estão mortas, pois muita das vezes queremos fazer o melhor e empurramos as coisas com a barriga e isso não funciona, precisamos enterrar os frutos que não dão mais resultados.

Nesta busca da excelência é preciso colocar as pessoas certas, nos lugares certos, fazendo as coisas certas. Uma pessoa que não sabe cantar não pode fazer um solo no domingo a noite na igreja ou em nenhum culto, pois essa não é a área dela. Não é fácil dizer a verdade para as pessoas que acham que tem talento quando, na verdade, não o tem. No entanto, os líderes devem ser corajosos e decididos.

Para executar tudo com um belíssimo capricho é preciso muita dedicação, muito amor e muito aperfeiçoamento, por isso deixo o que Paulo expressou acerca do serviço do Senhor: “Aperfeiçoai-vos[...]vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco” (2Co. 13:11)

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Você é bem vinda!


Estou certo de que nada seria sem você
Toda a minha vida gira em torna da tua existência
Oh! Morte você é querida, sem você a minha vida não existiria
Com você aprendi que tenho um fim, que sou limitado

A sua presença diária me faz despertar
Que nem tudo é inútil
Ah! Querida companheira, tú que me ensinas a amar, a perdoar, a aceitar as pessoas, as circunstâncias a vida.
Tú que para muitos és menosprezada e rejeitada, mas para mim tú es bem vinda...

Não me refiro somente a tua presença na cova, mas no dia a dia em que teu poder se faz presente
Quando os meus sonhos, planos, projetos e ideais morrem, se vão para seu lugar de descanso
Quando morro dia a dia para o meu egoísmo, para o meu individualismo, para a minha insensibilidade
Morro sim, porque a credito na vida

Morte, tu es a minha vida
Se eu não morresse para mim mesmo, não haveria vida
A minha vida está no exercer da tua missão
Quando você me pegar pensando que me uniu a você estarei partindo para a minha verdadeira vida

Junto daquele que me ensinou que a morte tem o seu ligar e as suas vantagens
Perante este que desejou a morte
A morte salva, liberta e gera vida
Através da tua morte muitos hoje vivem

Oh! A mais bela de toda a sabedoria é você morte querida
Penso que você morte me fará um favor, porque estarei perto daquele que mostrou que a morte é a maior prova de amor e paixão
Morte, você não é feia, é bela. Morte você não é temível, é querida e bem vinda
Você é o meu passaporte para uma vida onde não existirá a tua pessoa. Que pena, nossa amizade acabou

Viverei com o autor da vida que te criou para se tornar a ponte que me liga ao seu amor
Morte te desejo felicidade e que outros a encontrem como eu a encontrei
Fim da vida que é a tua presença, que os teus sentimentos e que a tua causa traga impactos profundos de reflexões à outros corações
Que a mais bela, pura e verdadeira vida está logo depois de ti.

O que dizer...

O que dizer do nosso viver;
Quando Deus me deu você;
Aquilo que era escuro pra mim, se tornou algo brilhante, como estrelas cintilantes;
Os meus limites, os meus temores e receios;
Quando você me apareceu tudo foi ao chão, o amor no coração desabrochou, como uma rosa a espera da primavera;
As cores do meu amor se tornaram intensas, junto a tua presença;
Há! Meu amor, você é razão do meu desencanto, o que tornou o meu canto;
Uma bela forma de expressar o amor de Deus, que me fez sonhar, que este dia iria se realizar;
Você meu amor, instrumento de Deus, para dilatar em meu coração este amor em forma de canção;
Sei o quanto amar é importante, falava do amor, ensina sobre o amor;
Mas você querida princesa, que me fez entender a beleza deste amor que é capaz de romper barreiras, imperfeições, fraquezas e coisas feias;
Não! Com este amor que faz meu coração bater, jamais olharei pra você;
e te verei assim;
Mas, com este amor, que vem do Senhor, olharei para você e saberei que Deus me deu você, para amar, respeitar e cuidar;
E fazer com que esse amor jamais venha a se esfriar;
Aquecidos pelo calor do Espírito Santo, sempre iremos viver momentos de encanto;
Há! Mirely, você não é explicada e nem sonhada, certo estou de que Deus faz muito mais do que penso ou falo;
Quando pensei no amor, e falei sobre o amor;
Deus me mostrou a obra-prima do seu esplendor;
Quando nos preparou para vivermos um grande amor!
Ó, Meu Deus! Tu que compartilhas com o teu servo, a tua maravilhosa obra em que revela o teu amor, em tudo o que criastes de belo, me concede neste dia tomar como minha amada e querida esposa, Mirelyn...da!

Não há palavras, somente lágrimas...

Quem nunca chorou diante da ausência?
Quem nunca viveu o abandono?
Quem nunca experimentou a solidão?
Estes não sabem o que é chorar de verdade

Diante do Deus Vivo que me assisti a cada passo
Percebo-me tão a quem do que deveria ser
O lamento toma conta do meu coração
As palavras somem como se um vento impetuoso se fizesse presente
As minhas lágrimas correm pelas páginas da Sagrada Escrituras
Penso em orar, dizer algumas palavras
Só me resta gemer e me constranger diante do verdadeiro amor
Este que não me rejeita
Que amor humilde é do Senhor
Que sabe me acolher
Que sabe me consolar mesmo eu estando errado
Não sei o que dizer, me sinto envergonhado
Ele sabe o que de fato passa no meu coração
O que falar para Ele então?
Ele que vê a nudez da minha vida
Encontro uma série de passagens que ministram ao meu coração
É como se fosse o próprio Espírito Santo folheando as páginas da Bíblia
Direcionando-me ao que o Deus de amor quer me dizer e quer fazer em mim
As minhas lágrimas são as minhas palavras
Jesus sabe o que é chorar
Jesus sabe o que é ter a ausência das palavras no momento da oração
Ele me entende, ele sabe como que é
Choro por que as lágrimas se tornam rios que começam a limpar o meu coração
As águas do trono fluem que é de uma correnteza que leva toda a imundice que estava dentro de mim
Só tenho que agradecer, pois o seu perdão me restaura para o seu louvor
O meu corpo esquenta, o meu coração acelera, transpiro, reflito no que pode acontecer neste encontro tão único e singular
Se eu não tivesse lágrimas não sei o que iria dizer
Sei que elas estão constantemente diante de DeusE sei que em vida, ainda viverei os resultados destas muitas lágrimas que nasceram em momentos que marcaram a minha cristã, a minha vida como filho, a minha vida como escolhido, a minha vida como alguém que é querido pelo Deus da maravilhosa graça sem par, que a cada instante que faz sentir que este relacionamento nunca irá acabar, pois ele é firmado com o sangue derramado na cruz do calvário, e o meu Jesus demonstrou o seu amor por mim, e ele foi até o fim.

"Uma abordagem à cidade”

Texto base: Mateus 14:13-21

Introdução:

A nossa grande dificuldade está em não entendermos a nossa missão. Perdemos a consciência da razão pela qual existimos. Nascemos para adorar e glorificar à Deus, mas agora que somos salvos por Cristo Jesus, temos por responsabilidade anunciarmos as boas novas de salvação que há na pessoa e no evangelho de Cristo.
Seguindo esta ênfase eclesiológica sob cunho escriturístico vemos que Ekklesia, Igreja, é um termo composto e que pode ser dividido em "Ek" (para fora de “sair”) e "Klesia", que vem de "Kaleo” (chamar). Etimologicamente pode, portanto, ser entendida como "chamada para fora de", o que a princípio nos dá uma idéia mais real da comunidade dos santos que entra em um templo, mas que precisa postar seus olhos para além dos muros. Obviamente o termo também está ligado a "agrupamento de indivíduos", e de certa forma a "instituição igreja ou assembléia”, porém em todo o N.T. adquire o conceito de "comunidade dos santos".

Panorama do presente século:

Qual é o grande desafio para a igreja do século vinte e um? Cada vez que tentamos espremer em nossas mãos a areia, mais ela escoa por entre nossos dedos. Estamos “ativistas”, ao invés de sermos dinâmicos. Estamos na onda, ao invés de estarmos sobre ela. Fomos envolvidos pela sociedade, ao invés de envolvê-la com o evangelho...e daí por diante.
A perda da identidade cristã em busca do ser e do ter, tem feito muitas vítimas espirituais. Daí é fácil diagnosticar a igreja evangélica brasileira, a partir da nossa visão de reino, que é comprometida com outros valores e princípios que não são bíblicos, mas passageiros e decepcionantes.

A Palavra de Deus é algo muito sagrado, e a pregação é uma obra muito solene, para que se brinque com elas

Hoje temos vários tipos de estratégias para levar a mensagem de salvação:

1) Evangelismo pessoal ou discipulado pessoal;
2) Evangelismo familiar e evangelismo nos lares;
3) Campanhas ou cruzadas de evangelismo no templo ou em outros locais;
4) Evangelismo através da Escola Bíblica Dominical;
5) Evangelismo pelo rádio e televisão (mídias em geral);
6) Culto ar livre;
7) Evangelismo nos locais de trabalho profissional;
8) Evangelismo sazonal (Finados, Natal, Semana Santa, Carnaval, etc.);
9) Encontros de casais;
10) Retiros espirituais para jovens e adolescentes;
11) Recitais de música em locais públicos;
12) Escolas de esportes, especialmente futebol;
13) Capelania hospitalar e capelania prisional;
14) Distribuição de folhetos e convites nos sinais de trânsito;
15) Uso de outdoors, faixas e cartazes.

É preciso criar métodos que alcancem lugares, que até então estavam limitados para a nossa presença

Hoje em dia está muito difícil para a igreja entrar em determinados lugares, por exemplo: a evangelização nos lares, que se torna inviável nos condomínios fechados, onde se lê na entrada: “Proibidas visitas religiosas”. Existindo uma boa preparação, os métodos podem ser substituídos pelo treinamento dos moradores do local “proibido”, para que assim eles mesmos façam o evangelismo.
Creio que existe um planejamento piloto ou um método piloto, para uma explosão no evangelismo. E o mais importante de tudo – amor pelas vidas perdidas sem Cristo, é primordial.
Estamos vivendo numa época que o esfriamento do amor tem sido contínuo. As pessoas não amam e não valorizam mais o ser humano como um todo. Quando Jesus disse – “fazei discípulos” [Mateus 28:19], ele estava dizendo que era necessário o compartilhar da mensagem salvadora. Mas, o que acontece é que as pessoas não gostam de discipular, pois o discipulado exige compromisso, amor, atenção para com o próximo, investimento de tempo e recursos. Muitos não estão dispostos a pagar o preço, porque o fardo é pesado.

Evangelismo e o método eficaz:

Se esta igreja pretende evangelizar, ela precisa antes de tudo estar disposta a discipular.
Eu entendo o discipulado de um modo diferente. Eu entendo o discipulado completo como: não somente cuidar do espiritual da pessoa, pois muitas vezes esquecemos que o ser humano não é formado só do espiritual, ele é composto por seu lado cognitivo, ou seja, seu lado mental, é composto também por seu lado afetivo, ele preciso de amor, de carinho de afeto e aí vem o lado espiritual. É necessário lembrar de como Jesus trabalhou na evangelização da mulher samaritana. Ele não ficou preso ao espiritual, aquela mulher tinha pecados, mas ela tinha vários problemas emocionais e afetivos. Ela era desprezada e humilhada. Ela ia tirar água do poço no horário em que ninguém ia tirar, mas Jesus está lá e inicia uma conversa com a mulher e a conduz para um assunto mais próximo, fazendo com que ela abra seu coração e a partir desse ponto entra com a mensagem da salvação, revelando em primeira mão para aquela mulher que ele era o Messias [João 4:1-26].
Eu proponho que esta igreja pense em um evangelismo que a sua missão assuma como “evangelismo integral” que trabalha em todas as áreas da vida do ser humano.
Cada igreja deve examinar todos os métodos que já deram certo em algum lugar, mas somente utilizar aqueles que a igreja julgar produtivos no seu tempo e no seu espaço. Um método que foi eficaz há dez anos, pode não ter a mesma eficácia hoje. Um método que deu certo em outro país, em outra região ou em outro bairro, ou até mesmo na igreja mais próxima, pode não dar o mesmo resultado aqui nesta igreja. Haverá algo novo a criar, sempre sobre a base da Palavra de Deus à luz da realidade atual e local.
Vejamos alguns métodos de evangelismo que são usados para crescimento de igreja:

a) O método do “G12” ( César Castellanos);
b) O método da “Igreja com Propósito” (Rick Warren);
c) O método da “Rede Ministerial” (Bruce Bugbee, Don Cousin e Bill Hybels);
d) O método do “Desenvolvimento Natural da Igreja” (Christian A. Schwarz).

“O objetivo final e mais elevado da evangelização não é o bem-estar dos homens nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas a glorificação de Deus”

O cuidado para não perder a visão:

O que acontece de muito com as igrejas que começam a implantar esses métodos, é que o fascínio pelo crescimento numérico toma conta de toda visão e planejamento do exercício ministerial.

A popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição

A igreja cresce através de: pecadores salvos, transformados, batizados e amadurecidos na fé, reunidos em igrejas que se multiplicam. Esse é o crescimento real que está no objetivo do verdadeiro evangelismo.

Axioma: “O crescimento de uma igreja é diretamente proporcional à sua capacidade de mobilizar a totalidade dos seus membros para a evangelização” (Dean Kelley).

Tudo isso me faz lembrar dos chamados “Morávios”. Em nenhum outro grupo de cristãos é tão pronunciado o zelo missionário. Ainda que poucos em números e pobres em recursos, achamos pessoas deste grupo pregando o evangelho nas cinco partes do mundo. Eles começaram a enviar missionários. Eles construíram uma tenda de oração, que de hora em hora havia alguma pessoa orando. Foram no total de cem anos de oração sem parar na tenda da oração. Hoje eles são conhecidos pela evangelização de quase todos os lugares da terra. Tudo começou por intermédio da oração e pela compaixão pelas almas sem a salvação em Cristo Jesus.
Creio que as mesmas palavras que foram utilizadas para caracterizar a pessoa e o jeito de Paulo e Silas, também podem ser utilizadas para os Morávios – Atos 17:6 “(...)Esses homens, que tem causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui”.
Fica aqui uma pergunta que não quer calar. Esta igreja causa algum tipo de revolução, impacto, alvoroço? Esta igreja marca a sua presença no local onde está inserida?
Percebo que falta para as igrejas um ensino mais detalhado da Bíblia. Quanto mais os membros da igreja conhecerem a vida de Cristo, mais profundo será o impulso para contar a sua história – Atos 4:20 “Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos”.
Se de fato esta igreja não faz menção do nome, do poder e da salvação que há em Cristo, é urgentemente necessário que haja uma avaliação e um diagnostico da vida espiritual de cada um, e assim teremos o resultado de toda igreja.
É preciso também ensinar o crente a evangelizar. Infelizmente, 90% dos crentes não sabem como explicar o plano da salvação para alguém.
Não podemos nos acomodar. Não podemos esfriar. Não há tempo para descanso e nem para o amanha.

Ezequiel 3:18 – “Quando eu disser a um ímpio que ele vai morrer, e você não o advertir nem lhe falar para dissuadi-lo dos seus maus caminhos para salvar a vida dele, aquele ímpio morrerá por sua iniquidade; mas para mim você será responsável pela morte dele”.

Consideração: “Se queremos nos tornar uma igreja que evangelize, temos que resgatar a centralidade de Cristo no nosso ensino bíblico”

Axioma: “O método do discipulado pessoal, praticado por Jesus, ainda é o mais eficiente para multiplicar discipuladores e criar interesse e senso de responsabilidade pela evangelização”

Métodos de Evangelização:

O evangelista enviado por Deus...nada tem em comum com o político na caça de votos ou com um animador de auditório. Nada é mais desprezível do que um palhaço religioso que fica saltando no meio de Verdades sérias e de leviandades

Meios, métodos e planejamento estão incluídos no pleno propósito soberano de Deus na salvação do homem. Existe uma dinâmica espiritual em todo processo, bem como no resultado final, em termos de plantação e crescimento da igreja através da evangelização. Todo crescimento planejado, intencional, deliberado, em termos de fazer o que de nós depende; é claro que o convencimento, a transformação e a conversão – tudo isso – são obras do Espírito Santo de Deus.
A Reforma reavivou o culto. Como disse Zuínglio “existe um desejo de levar o culto a todos os homens”.
Um culto vivo ao Deus vivo foi um dos pressupostos reformados que induziu a obra missionária a levar este culto a todos os homens transpondo barreiras lingüísticas, culturais e geográficas.
O conde Zinzendorf, em 1722 na Saxônia, antiga Irlanda do norte, conhecida como a vinha do Senhor, acolheu os chamados Morávios o melhor grupo de cristãos daquela época, ao ser questionado sobre seu real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento missionário, ele responde assim: “estou indo buscar para o Cordeiro a recompensa do Seu sacrifício”.
Missões não é um programa eclesiástico, é a respiração da Igreja. Lembro que na tribo Konkomba, no oeste africano, há uma expressão que diz: “respiração é vida – não é preciso pensar para respirar; não é preciso pensar para viver”.
Com a implantação da Igreja Presbiteriana no Brasil, na fase inicial, a igreja nascente era um movimento de pessoas, sem muita estruturação; na segunda fase, a mais intencionalmente planejada e deliberada, igrejas foram organizadas e instituições sólidas foram criadas para evangelização indireta, como no caso das escolas e serviços médicos – “Ao lado de cada igreja, uma escola, uma clínica e ambulatórios médicos” . Evangelização, educação e ação social – a base para este slogan – [Mateus 4:23; 9:35-38].
Não existe um método mágico para mobilizar a igreja para a evangelização. O segredo é o amor derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado [Romanos 5:5].
Como é fácil perceber, tudo começa com um avivamento missionário no coração do líder e dos líderes da igreja. Enquanto não houver esse despertamento, será muito difícil mobilizar uma igreja para evangelizar. Estaremos aptos para entender isso?

A visão e o propósito de Deus são mais amplos; estendem-se além das paredes da igreja e alcançam todas as pessoas que estão ao nosso redor

O jeito de Deus trabalhar é o melhor:

Deus é completamente estrategista. Deus não trabalha sem propósitos. Todo processo de evangelização e dos surgimentos das comunidades cristãs se deram em locais de extrema atividade econômica, de passagens comerciais como navios, cidades que estavam em desenvolvimento e que estavam abertas para receberem a mensagem, como no caso de Atenas. Os precursores notaram a brecha que havia e começaram a implantação do trabalho evangelistico e pontos de pregação começaram a surgir.

Procure ver onde Deus está agindo e junta-se a ele!

Em toda a criação, tanto do homem quanto do universo, Deus sempre agiu para um bem comum – a salvação do homem e a sua comunhão com o Criador.
Pessoas especiais sempre fizeram e fazem parte da estratégia de Deus, como por exemplo: Pedro, João, Tiago, Felipe, Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo. Deus trabalhou na vida de cada um, treinou e motivou. Todos esses homens foram homens de visão, porque estavam trabalhando juntamente com Deus.
No livro de Atos a humanidade passo a passo era chocada com a fé daqueles que "transtornavam o mundo", para os quais o viver é Cristo, o objetivo era ganhar almas, a alegria era a adoração, e o que os unia era a verdadeira comunhão. O amor era traduzido em ações, os fortes guiavam os fracos, as dificuldades eram enfrentadas com oração, a paz enchia os corações de todos, mesmo sem muita estrutura humana, possuíam como finalidade de vida apenas testemunhar do seu Mestre. Era uma Igreja visionária formada por gente limitada como nós.

Era crescimento mesmo, pois, era Deus quem acrescentava. Fora ficam truques de marketing, as falsas promessas, os badulaques ungidos, e sabe Deus o que mais. Era crescimento e não "inchamento".

O plano de Deus para o avanço do seu Reino depende do seu relacionamento com o seu povo

No Princípio a Coisa Era Diferente:

A vida da comunidade primitiva é outra coisa digna de nota. Eles eram bons de Bíblia, eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, isto é, perseveravam em viver o que os apóstolos ensinavam – João Calvino enfatizava que “... onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza... não há dúvida de que existe uma Igreja de Deus ” [25]. Bom de Bíblia, não é quem a conhece de cor, é quem a vive. Saber é viver. Eram bons também em amizade, comunhão. Hans Bürky dizia que o Reino de Deus é um reino de amigos. Nossos irmãos do passado insistiam em cultivar amizade; afinal, irmãos estranhos entre si, irmãos que não são amigos, não tem graça.
Interessante, não tinham o hábito de investir em coisas, investia-se em pessoas, e está certo, a Igreja de Deus são as pessoas - um Deus vivo tem que ter uma casa viva. Eram alegres, singelos, gratos (louvando a Deus) - tinham consciência de que a única coisa que não podia deixar de acontecer com alguém era o encontro com Jesus, pois as conseqüências são eternas. Depois que alguém se encontra com Jesus, tudo o mais é lucro. Era gente que não ficava olhando para sua dor de barriga, como se fosse o centro do universo. Gente grata a Deus por tão grande salvação. Caíram na simpatia do povo. Gente que fazia bem para a comunidade onde estava inserida.
Como é possível você levar três mil pessoas a viverem uma vida como essa? A resposta é: de casa em casa. A igreja estava dividida (no bom sentido) em grupos caseiros e, com exceção da celebração, que acontecia no templo, tudo o mais acontecia nas casas.
A Igreja pode crescer sem grupos pequenos, porém, sem grupos pequenos a Igreja deixa de ser Igreja, pois o pastoreio se torna impossível. Pastorear é envolver-se com pessoas para que elas possam ser os cristãos que devem ser e a viverem na comunidade em que devem viver. Sem comunidade, o que há é movimento de massas. Sem grupos pequenos não há comunidade. É bom lembrar que os grupos pequenos eram os lugares onde o ensino, a oração, a ajuda e a Ceia aconteciam. Na grande reunião a gente faz festa, mas festa não gera Igreja. Igreja acontece onde gente se encontra e se chama pelo nome.

Conclusão:

Gosto muito da dinâmica de Cristo. Ele é sábio e inteligente na ação de expressar seus sentimentos e atos de amor para com as pessoas. É simplesmente fantástico o “jeitão” peculiar de Jesus – [Mateus 14:13-21]. A reação de Jesus, diante da presença da multidão no lugar que Ele havia reservado para descansar, foi inusitada. Ao invés de zangar-se, de dispensá-la para poder desfrutar do merecido descanso, Jesus compadece-se dela. A compaixão de Jesus é ativa, pois o leva a assumir-se como resposta às necessidades da multidão:
· Cura todos os enfermos [Mt. 14.14];
· Ministra-lhes o seu ensino com suas palavras de esperança [Mc 6.34];
· Mata a sua fome. É interessante notar que esse milagre acontece numa situação de extremos: de um lado uma enorme multidão, que somente de homens havia cerca de 5.000, de outro, a escassez de recursos - apenas 5 pães e dois peixes.


“O mundo esta com sede e com fome, mas não só de água e comida, mas de modelos em atitudes que possam ser seguidos”

Bem, talvez você esteja pensando: o que isto tem a ver com o título: "Uma abordagem à cidade"? É que pensamos que toda igreja que queira impactar a cidade tem de abordá-la como Jesus abordou a multidão. Vejamos bem:

1. Jesus foi ao sacrifício pela multidão:
Sem uma dose de sacrifício não conseguiremos alcançar a cidade, pois, a mesma não respeita tempos nem horário. A cidade tem o seu próprio ritmo, quem quiser alcançá-la tem de se adaptar. Não dá para manter nossas tradições e agenda, é necessário mudanças. É preciso assumir a dinâmica e o dinamismo da cidade se a quisermos alcança-la para Jesus.

2. Jesus aceitou a multidão:
A cidade está aí. A exemplo da multidão que foi até Jesus, e permaneceu ali. Não adianta fingir que ela não existe ou tentar adaptá-la à nossa realidade. A igreja que quiser ganhar a cidade terá de abrir mão da sua cosmovisão rural “aquele velho mundinho fechado para o novo”, como diz Robinson Cavalcanti; ao invés de brigar com a cidade devemos aceitá-la como um fato dado. Está aí, com suas virtudes e seus desafios.

3. Jesus amou compassivamente a cidade:
Se a igreja quiser impactar a cidade deve compadecer-se dela. Precisa vê-la como um rebanho sem pastor. Deve entender o processo de fome, que marca o relacionamento da cidade com os seus habitantes: gente que veio para a cidade em busca de alimento; de espaço social; de realização dos sonhos mais secretos. Gente que, hoje, além da fome que não foi mitigada, sofre da neurose da solidão, da competição, da falta de identidade e do medo; etc.
A igreja, portanto, precisa tornar-se um lugar de refúgio para o morador da cidade. Um lugar onde ele encontre comunidade, cooperação, identidade e segurança.

4. Jesus ensinou a multidão:
A igreja precisa entender que o homem urbano perdeu os seus referenciais, os seus valores. A igreja deve ajudá-lo a encontrar os verdadeiros valores, a encontrar Jesus, porém de uma maneira que se coadune com o azáfama da cidade. Não adianta apresentar um estilo de vida que somente pode ser vivido no campo. Por isso a igreja precisa desenvolver uma teologia da "urbi", que leve em conta sua realidade e carências.

5. Jesus curou todos os enfermos:
A igreja precisa ver-se como fonte de cura. Isso implica em desenvolver uma comunidade terapêutica; em ter possibilidade de exercer o poder curador e sobrenatural do Espírito Santo; em ter programas de assistência na área de saúde, usando bem os seus médicos, dentistas e enfermeiros.

6. Jesus satisfez a necessidade da multidão:
A igreja precisa envolver-se com os famintos, os excluídos da cidade, precisa ver-se como resposta de Deus para eles. A igreja que deseja impactar a cidade, deve gerar programa de desenvolvimento comunitário; de assistência aos moradores de rua, às crianças de rua, porém, não de forma paternalista. A ação social da igreja não deve gerar dependência sócio-econômica das pessoas, e sim, emancipação.
A igreja deve fazer isso como resposta à fé em Deus, com gratidão, lançando mão de seus recursos, independentemente da quantidade destes. Crendo, portanto, que Deus os multiplicará, tornando-se, consequentemente, cooperadora de Deus na multiplicação dos recursos utilizados.

7. Jesus repartiu a multidão em grupos para que pudessem comer juntos:
Acima, dissemos que a igreja tem de adaptar-se ao ritmo da cidade, porém nos referimos ao ritmo, não aos erros. A igreja não deve, jamais, conformar-se à cidade, ao contrário, deve ser fator de transformação. A igreja não pode, jamais, tornar-se um movimento de massas, onde pessoas entram e saem sem serem reconhecidas. O alvo da igreja é a humanização da cidade. Uma multidão não precisa ser um ajuntamento amorfo, um empurra-empurra em uma competição pelo pão. Uma multidão pode ser um ajuntamento de comunidades - de grupos de pessoas que, juntas, compartilham do pão, isto é, de grupos de companheiros. A cidade também pode ser assim. Por isso a igreja deve envolver-se na criação de centros comunitários; na promoção de eventos que levem gente a conhecer gente. A igreja precisa ser agente de humanização da cidade, assim os homens verão as nossas boas obras e glorificarão ao nosso Pai, que está nos céus [Mt 5.16].

Bob Pierce (estabeleceu a Visão Mundial e a Bolsa do Samaritano) – “Que o meu coração seja quebrantado pelas coisas que quebrantam o coração de Deus

Aplicação: Pense rápido e responda: para onde foram direcionadas as últimas ações da sua Igreja? Você membro desta igreja, qual foi a última vez que alguém esperou receber alguma coisa de você e se satisfez? Estas e outras perguntas são importantes para redirecionarem nossa visão para sermos uma igreja militante e vitoriosa.

Fica evidente que é necessário...
a) Reajustar o grau do nosso amor;
b) Reajustar o grau da nossa convicção de missão;
c) Reajustar o grau do nosso chamado por Deus.

O mundo ainda há de ver o que Deus pode fazer com, por e através de um homem que for inteiramente consagrado a ele












[

Gênesis 22: 1-19

“Seja-nos, pois, Deus propício e faça-nos chegar a entender aquilo em que acreditamos”
Santo Agostinho

Fé – é viver, confiar, acreditar, naquele que nos chamou a andarmos pela fé. Não existe possibilidade de vida completa, se ela não estiver firmada em algo. Hoje temos o misticismo, as superstições, é usado amuletos da sorte para que não aconteça nada de errado – depositamos a nossa fé em uma imagem. O ser humano é diversificado na maneira de expressar a sua crença.
O panorama da história da fé deste presente século, está corrompida. As pessoas inverteram a aplicação da fé. A nossa fé não tem condições de colocarmos Deus contra parede. A nossa fé não é capaz de revogarmos bênçãos para nós mesmos. A nossa fé não pode exigir nada de Deus. Foi Deus que nos deu esta fé que hoje possuímos. É Deus que decide o que foi fazer ou não, as vezes nem temos fé o suficiente para vivermos tão grande milagre, mas Deus opera com Poder, porque Ele sabe das nossas condições e limitações.
Abraão o pai da fé viva e ativa, é provado, é colocado em uma situação de risco – matar o seu filho da promessa e perder a alegria de viver. Creio completamente que a mesma fé que Deus derramou sobre a vida de Abraão, é a mesma que está em nós. A grande questão é que Abraão soube desenvolver a e aplicar a sua fé em Deus. Deus em Abraão nos convida a vivermos com tal excelência a nossa fé imaculada.

1) Uma ordem difícil para se cumprir – [v.2];
1.1 – “Deus abençoa aqueles que confiam nele e seguem suas instruções, mesmo quando as circunstâncias parecem arriscadas”
1.2 – Considerações: Abraão fez as malas e se mudou sem saber para onde estava indo. Moisés ordenou que o faraó libertasse os israelitas sem saber qual seria a reação daquele rei. Elias invocou fogo do céu, embora nunca houvesse visto aquilo acontecer.

2) A difícil caminhada da fé – [v.3-4];
2.1 – A amada esposa de Martinho Lutero disse certa vez ao seu marido que não podia acreditar na história de Abraão e Isaque, porque Deus jamais trataria assim um filho. “Mas, Katie”, respondeu Lutero, “ele tratou assim o seu próprio filho”.
2.2 – Hc. 2:4b – “(...)mas o justo viverá pela sua fidelidade”

3) A fé produz confiança – [v.5];
3.1 – Abraão obedeceu a Deus em um ato fervoroso de fé. Agiu com plena confiança em seu relacionamento pessoal com Deus. Uma vida marcada pelo risco inclui verdadeiro temor e tremor, pavor e ansiedade.
3.2 – Hb. 11:6 – “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam”

4) A fé assumi a resposta dos dilemas – [v.7-8];
4.1 – “Devemos tentar algo tão grande que, se Deus não estiver presente, com certeza dará errado”
4.2 – Hb. 11:1 – “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”

5) Atitudes de fé, nos faz conhecer o Deus que supri – [v.13-14];
5.1 – Toda a nossa vida com Deus deve ser norteada com atitudes de fé. Precisamos pedir a Deus situações que nos exijam fé. Somente assim cresceremos mais e mais. Deus nunca deixou o justo desamparado. Aquele que confia plenamente em Deus contemplará todo socorro e todo amparo do Senhor.
5.2 – Hb. 11: 17-18 – “Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: ‘Por meio de Isaque a sua descendência será considerada’. Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos e, figuramente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos”

As sete Palavras da Cruz

1º Perdão "Pai Perdoa-lhes"“E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes” [Lucas 23:34]

João Batista

“E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados;” [Lucas 3:3]

Pedro

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;” [Atos 2:38]

2º Promessa "Hoje estarás comigo"

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” [Lucas 23:43]

“Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar”
[2 Coríntios 12:4]

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus” [Apocalipse 2:7]

3º Cuidado "Mulher eis ai teu filho"

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho” [João 19:26]

Jesus tem um cuidado especial para todos.

Deixou o Espírito Santo.

4º Solidão "Deus meu Deus meu por que"

“E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste” [Mateus 27:46]

5º Agonia da Morte "Tenho Sede"

“Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede” [João 19:28]

6º Cumprimento "Esta consumado"

“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” [João 19:30]

7º Volta ao Pai "Pai nas tuas mãos entrego meu Espirito"

“E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou” [Lucas 23:46]

Que diferença faz Cristo em nós?

Para que temos os olhos? Para que temos os ouvidos? Para que temos a boca?
Fico a pensar do que nos serve os olhos, os ouvidos e a boca se não olhamos para a miséria, a humilhação, a desgraça, a injustiça dos que estão ao nosso redor. De que adianta o ouvido se não escuto o gemido, o clamor, o sussurrar daqueles que perderam as forças para gritar. A boca está fechada, calada, não toma partido, não se faz boca para aqueles que não conseguem falar, não conseguem gritar, retrucar e requerer seus direitos.
Comunidade de hipócritas sem coração, somos nós que nos chamamos de cristão.
A igreja é doente, não sente compaixão, afeto, ternura e comoção pelo dilacerado que vive nas ruas e sarjetas da vida. Nos tornamos acomodados e conformados. A igreja só busca segundas intenções. Quer dar de comer só, se o indivíduo aceitar a Cristo. Cadê a vida de Cristo? Devemos ajudar mesmo que ninguém se converta. É nossa obrigação, é nossa missão. Missões de modo integral atingindo toda a esfera da vida do ser humano. Me recordo do que Bob Pierce disse: “Que o meu coração seja quebrantado pelas coisas que quebrantam o coração de Deus”. Será que Deus não se quebranta por dentro ao ver a sua imagem e semelhança faminta, fedida e mal vestida., dormindo nas calçadas completamente sujas de fezes e de urina de animal e gente mal educada, vivendo abaixo da linha da miséria que o próprio Diabo não concebe ao ser humano.
A falsidade nas orações são muitas – “Oh! Deus transforme o Brasil e as pessoas” – que mentira. Não devemos orar para que Deus visite os hospitais, os asilos, os orfanatos, casas de recuperação. Deus nos incumbiu desta tarefa. Somos igreja de Cristo que devemos visita-los. Nos esquecemos do que Jesus disse – “Estive preso e me visitastes, estive nu e me vestistes, estive com sede e me deste de beber, estive com fome e me deste de comer. Não há amor em nós, porque não há um coração semelhante ao de Cristo. Deus nos chamou para sermos agente de transformação. Lembre-se: As pessoas estão com sede e com fome, mas não é só de água e pão, mas também de modelos de atitudes que possam ser seguidos e imitados. Se ninguém faz nada comece você, seja o piloto de todo projeto e ação. Pare de amar as riquezas, honras, bens, o individualismo e o egoísmo. Deus ama vidas. Deus ama pessoas. Segue o amor de Deus. Valorize e priorize viver doando e expressando amor ao ser humano. É como letra da canção “Vidros fechados” da banda Oficina G3 diz: “Chega de palavras comece a agir, só com palavras não se pode mudar”.

“A práxis pastoral de acordo com a visão petrina”

Base: 1 Pedro 5:1-3


Em nossa sociedade intensamente individualista, temos a tendência de nos esquecer de que somos seres sociais. Vivemos numa cultura perniciosa que nos leva a agir de forma autônoma, como indivíduos. E, no entanto, uma rápida reflexão deveria nos fazer lembrar do quanto o “outro” é múltiplo, até mesmo dentro de nós. Você e eu vivemos com corpos. Vivemos como homens ou mulheres. Eu até falo freqüentemente comigo mesmo. E, eticamente, meu comportamento é circunscrito pela necessidade de levar os outros em consideração. Acima de tudo, tenho que viver diante de um Deus que é um Outro transcendente. Preciso, no mínimo, estar consciente da realidade social além de mim mesmo. Esses diversos “outros” na minha vida desmentem a ilusão de que posso “viver sozinho” ou buscar uma “vida de auto-realização”.

Como o pastor que é um ser humano e não um extra-terreste, ele está sujeito a passar e viver por estas tensões da vida hipermodernista e deixar de lado o seu ministério, que envolve um compromisso com o outro. Tal compromisso exige tempo, dedicação, investimento e um profundo relacionamento que permita o outro entrar no seu modo de vida.

Na vida cotidiana, assumimos como certezas muitas coisas que se as examinássemos melhor, descobriríamos que são tão contraditórias. Somente uma reflexão profunda permitirá que saibamos onde pisar.

Não há mais uma leitura disciplinada na entrega total desta passagem. Digo isto porque pensar profundamente neste texto irá mexer com o que há de mais precioso no coração depravado do homem, a sede de poder. Existe uma proposta que vai de encontro aos nossos valores e princípios de vida: sermos servos.

No nosso sistema governamental de sociedade, o capitalismo impera fortemente. O que mais me entristece é que esta forma de vida corrompeu a vida do ministro do evangelho. Não existe mais a preocupação do cuidado pelo rebanho. Vejamos bem, não estou generalizando, mas a grande maioria perdeu o sentido para o qual foi salvo e chamado pelo Senhor da Igreja. É perceptível que, no decorrer do tempo, o pastor que não busca uma fonte de abastecimento para o seu ministério poderá se frustrar ou desanimar. Lembra as Escrituras que o pastor é chamado para cuidar, zelar, velar e, muitas vezes, animar o seu rebanho.

Há uma espécie de pastor na atual história ministerial que não é encontrada nas Escrituras. Pastores mandões, quando são contrariados ficam enfurecidos, não gostam de ouvir sugestões, são os verdadeiros sabichões de tudo. Existem aqueles que oprimem o rebanho, causam ciúmes ao próprio diabo, escravizam o povo com fábulas, mentiras engenhosas; levam o medo com suas palavras, pregam o que a Bíblia não diz e fazem as ovelhas viverem como legalistas. Há aqueles que não sabem se relacionar, pensam que a comunhão com os irmãos da igreja irá prejudicar o seu ministério, eles têm necessidade de se manterem longe das pessoas para terem uma posição de santos, o que na verdade não são. E o hipócrita, que prega e não vive o que prega, é pior que os políticos do nosso governo, se tornaram tagarelas, mas as suas mensagens não causam nenhum impacto, porque a sua vida não condiz com sua pregação.

É clara a exortação que Pedro faz – o pastor deve pastorear o rebanho de Deus. E isso não pode ser exercido com má vontade ou por obrigação, mas de livre vontade – “eksios” no grego, com prazer e alegria. O apóstolo Pedro não ordena, exorta. Não reivindica poder de governo sobre todos os pastores e igrejas. A honra particular de Pedro – e de outros poucos – era ser testemunha dos sofrimentos de Cristo; porém, é privilégio de todo crente verdadeiro participar da glória que há de ser revelada.

Não podemos nos esquecer que a imagem não é a realidade. O pastor é gente e o rebanho também. O pastor não irá tratar com animais, mas com pessoas que merecem toda atenção e respeito.

No grego as duas palavras têm a mesma raiz, poimnion (rebanho) e poimen (pastor). A ordem aos líderes é, então, pastorear, guiar os outros, atentar pastoralmente (com o mesmo cuidado e dedicação de um pastor de ovelhas).
Quem não é chamado não deve aceitar tal desafio como o de ser pastor. Na verdade, o que se tem visto são pastores que foram assobiados e não chamados e vivem em um completo engano e fazem o rebanho perecer, porque não sabem pastorear.

Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados (...)” [v. 1a] ·.

A maior realização de um ser humano é a de deixar Deus ajudá-loSören Kierkegaard
A maior realização de uma ovelha é de ter um pastor que possa ajudá-la” (Paráfrase do autor)

Existe um problema para aqueles que são pastores por obrigação: é o termo grego Kata theon – “da forma como Deus o faz”, porém o mais provável é que o sentido seja mesmo “de um modo que agrada a Deus”, “que seja como Ele acha que deve ser”. Bom, se o texto está dizendo que deve ser da forma de Deus e não da forma do homem, então, a grande maioria dos pastores não sabe pastorear. Fica uma pergunta – o seu jeito de pastorear é o certo? Com que critério você julga que faz o certo?

Vejamos alguns detalhes: Deus não mente para o seu rebanho, enquanto o pastor mente. Deus não finge que ouve, Ele de fato escuta e dá atenção aos seus filhos, enquanto o pastor finge que escuta. Deus não obriga, o pastor impõe os seus métodos de trabalho. Deus se rebaixa a um ser humano, enquanto vários pastores querem ser “deuses”. Deus o respeita quando você não concorda com as suas Escrituras, enquanto que o que pastor diz e escreve deve ser cumprido ao pé da letra, sendo que ele mesmo não vive nada do que diz ser o correto. Deus não o exclui do seu reino se você for em algum momento desobediente, enquanto o pastor se acha no direito de excluir quem ele quiser, somente porque alguém lhe desobedeceu em algum ponto. Ainda pergunto: você se enquadra nos pastores que Deus aprova?

Os pastores não querem ensinar. Passam quatro anos dentro de um seminário, fazem mestrados e doutorados, simplesmente para se fartarem de conhecimento, enquanto os líderes da igreja e sua membresia padecem de esclarecimentos. Vivem aprisionados, cheios de medo e pavor, passam uma vida inteira baseada em mitos e crendices da fé, porque não tiveram um pastor que chegasse perto para orientá-las. Quantas pessoas não sabem ler e interpretar as Escrituras e quando vão procurar o pastor, ele diz para a ovelha orar, porque o Espírito Santo vai lhe ensinar tudo? Que hipocrisia! Cuidar do rebanho é sentar junto com a ovelha e lhe ensinar, lhe esclarecer todas as dúvidas possíveis, é dar a atenção que ela merece, não é para marcar uma hora na agenda do pastor e ser atendida um mês depois, isso não é cuidar do rebanho, isso é uma atitude de mercenário, que vive à custa da igreja, mas não corresponde às demandas da mesma, não supre a carência que a igreja tem de um verdadeiro pastor. Penso que esta falta de compreensão do que é ser um pastor se deve à falta da compreensão que os pastores têm do Sumo Pastor.

Em relação à Reforma, a nossa práxis no ministério pastoral é como o computador primitivo: não possui memória, apenas uma vaga lembrança. Eu creio que a lealdade à Reforma implica uma deslealdade a muitas expressões do pastorado atual. Recordo-me do grande e inesquecível pastor e teólogo Jonathan Edwards, que teve o seu ministério pastoral caçado. Em 1750, ele foi exonerado do seu ministério em Northampton, quando decidiu ir contra a maré da tradição da Nova Inglaterra. Esta que defendia que a profissão de fé salvadora não era necessária para que alguém participasse da Ceia do Senhor. Edwards rejeitou este conceito, por considerá-lo antibíblico, e escreveu um livro para defender sua causa.

Semelhante ao pastor reformado Jonathan Edwards, que teve todo o cuidado possível para não enganar o seu rebanho e para nutri-los de fato com a sã doutrina do evangelho, necessitamos hoje de pastores ousados, que não tenham medo de perder o ministério, mas que zela pelo cuidado do seu rebanho e que seja capaz de fazer tudo para que as suas ovelhas estejam bem nutridas. Portanto, quantos de nós estamos dispostos a colocar o nosso ministério à disposição para ficar ao lado da Palavra, ao lado de Deus? Existem poucos Edwards, existem poucos como Jesus Cristo.

Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir” [v. 2b]

É vaidade buscar riquezas que perecerão e depositar nelas a esperança. É vaidade também aspirar a honras e subir até elevada posição. É vaidade seguir a luxúria da carne
Thomas de Kempis

Acusações de ganho ilícito eram sempre feitas contra professores que lecionavam sobre moral no mundo antigo, e era necessário que os cristãos evitassem até mesmo a aparência de impropriedade. Como certos oficiais na comunidade judaica, esses líderes cristãos distribuíram dinheiro aos pobres. Faltam compreensão e conhecimento para muitos pastores. Muitos não conhecem a história e não se preocupam com ela.

Na história da igreja existiu um homem chamado Basílio de Cesaréia, que nasceu em 330 d.C. na Capadócia (atual Kayseri, no centro da Turquia). Para Basílio, a vida comunitária era essencial. Ele mesmo realizava as tarefas mais humildes entre os monges. A vida monástica era um luxo do qual Basílio não poderia desfrutar por muito tempo. Houve um tempo que Cesáreia passou por uma situação terrível de escassez. O mau tempo tinha causado falta de alimentos, e a fome se abateu sobre toda a Capadócia. Além disso, a região estava mergulhada em crise moral, econômica, política e teológica. Como bispo, Basílio procurou pôr em prática a vida cristã e chamou suas paróquias a fazerem o mesmo. Ele dizia que, se cada um tomasse apenas o suficiente e desse o restante aos que estavam precisando, não haveria ricos e nem pobres. E atacou fortemente aquelas pessoas que acumulavam riquezas, enquanto outras morriam de fome, acusando-as de homicidas, declarando que quem tivesse sapatos e não os calçasse, enquanto outros andavam descalços, não era melhor que um ladrão. Então lembramos do que Pedro nos alerta – “Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir” [v. 2b].

Ganhe tudo o que puder, economize tudo o que puder, doe tudo o que puder
João Wesley

Devemos aprender com o príncipe dos pastores, Cristo Jesus. A vida e o ministério Dele devem ser a baliza do pastor atual. Tendo o exemplo de Cristo, vejamos alguns detalhes importantes: 1) Jesus quando envia os doze, diz para nenhum deles levar nada, o sustento seria de acordo com o trabalho [Mt. 10: 9]; 2) outro fator importante é que o próprio Cristo não tinha onde reclinar a cabeça [Mt. 8:20]; 3) a proposta de Cristo é dar de graça aquilo que recebemos de graça [Mt. 10:8b].
Vamos notar a contradição com os pontos acima, dentro da visão do exercício ministerial que alguns têm desenvolvido: 1) Deus não quer gananciosos na sua obra, pastores que somente querem tirar proveito da sua situação e lucrarem em cima do rebanho; 2) Pastores que moram em mansões, enquanto o seu povo está morando na favela; 3) Pastores que cobram por orações realizadas, isto é verdade dentro do Brasil. Pastores que cobram por suas mensagens. Isto é mercantilizar a fé, que veio de graça e todos devem receber de graça.

O pregador pode ser popular, mas não é necessariamente poderoso, porque a popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição

A práxis pastoral está catastrófica. Está muito difícil encontrar pastores com o perfil dado pelo profeta Jeremias: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” [Jeremias 3:15]. Aqui entra um problema seriíssimo. Bom, então, eu posso dizer que um pastor que não apascenta com amor, dedicação, com conhecimento e inteligência, não é um pastor enviado por Deus, tal pastor não procede de Deus? Então fica uma pergunta – de onde vem tal pastor?

O que não falta hoje é pastores incultos de teologia e de Bíblia. Hoje em dia dependendo da igreja, os membros engolem o pastor, porque sabem mais do que ele. Eu já cansei de ver membros ensinando pastores velhos de ministério a como se portar. Não estou afirmando que o pastor não tenha nada a apreender, mas as coisas básicas do ministério estão sendo ensinadas por algumas ovelhas. Ao invés de aprenderem são elas que ensinam; isto é vergonhoso! Pastores despreparados, que não sabem nada de teologia acham que isto simplesmente foi no tempo de seminário, cometem várias heresias no ministério por falta de conhecimento, não sabem nem o que pregar. É como dizia o velho Lutero: "são puras palhas no púlpito”. Certa vez, ouvi um pastor dizer que precisamos pedir a Deus para vermos a face do diabo para sabermos como ele é. Isto é coisa para dizer no púlpito e ensinar as ovelhas?

Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados(...)” [v.3]

O pastor não deve exercer um mandato de domínio autocrático sobre aqueles que estão sob sua jurisdição. A imagem de um pastor é a de um guia preocupado, não a de um dirigente severo (embora a imagem de pastores houvesse sido aplicada a dirigentes ou governantes em partes do antigo Oriente Próximo).

João 4:18 – “Não há temor no amor; ao contrário: o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor implica castigo, e o que teme não chegou à perfeição do amor

A religião nunca será capaz de reformar a humanidade porque religião é uma escravidãoIngersoll
"Muitos pastores não são capazes de formarem indivíduos, porque os tornam escravos" (Paráfrase do autor)

Não existe mais aquele discurso tenebroso de causar pânico – “cuidado com o Deus do Antigo Testamento”. Não estou descartando a imutabilidade de Deus, mas Deus não trabalha mais com a imposição do medo, do pânico e do pavor. Jesus Cristo veio para jogar fora este sentimento tão destrutivo que alguns gostam de usar para escravizar as pessoas. Deus não criou cavalos para usar uma rédea. O castigo é isto, ele encabresta o ser humano.

Não podemos nos calar diante dos que utilizam seu poder de persuasão para subjugar seus liderados, reduzindo-os a uma escória de analfabetos, de pessoas que não opinam e nem sabem discernir a mão esquerda da direita. Marcos traz a essência do ministério de Cristo – “Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” [Marcos 10:45].
Não podemos nos tornar complacentes com o erro e nem com a diplomacia política que as pessoas exercem dentro da comunidade chamada igreja. É como o apóstolo Paulo disse – “Verdade é que alguns pregam a Cristo até por inveja e contenda (...)” [Filipenses 1: 15].

Não tenham medo, nada vai acontecer a vocês. Deus não colocará nenhuma maldição e nem trazer a desgraça sobre vocês. São as pessoas que utilizam o nome de Deus em vão para amedrontar os que estão ao seu redor, dizendo – “cuidado Deus está comigo, ele pode trazer uma tragédia sobre você e sobre a sua família”. Papo furado. Uma porque em Cristo não há nenhuma maldição, estamos debaixo da cobertura da graça indizível, das mãos dadivosas de Cristo. É preciso protestar, é preciso contestar. Gosto muito de uma frase que o grande perseguido, menosprezado, rejeitado e odiado pela nação americana, Martin Luther King Jr. disse: “Não fico enfurecido pelas atitudes injustas dos ímpios, mas sim pelo silêncio dos justos”.

A Justiça de Deus não virá para esta nação, enquanto os pastores da igreja de Cristo não se consertarem. Uma coisa eu sei – a igreja necessita de líderes que manifestem as suas opiniões e as façam notórias diante de toda assembléia. Existe um escritor e teólogo chamado Rubem Alves, no seu livro “Religião e Repressão” ele diz algo muito interessante: a igreja é uma gaiola que prende e sufoca as pessoas, e as pessoas são pássaros que precisam cantar e voar. É como o próprio Karl Marx disse – “A igreja (religião) é o ópio do povo”, na verdade – os pastores são o ópio do povo (Paráfrase do autor). Percebo que Rubem Alves e Karl Marx disseram tais palavras devido ao jugo que os líderes e pastores colocavam nas pessoas.

Governar acorrentando à mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a forçaHipácia

É muito complicado para um líder dirigir um grupo onde existam pessoas que pensam mais do que ele. Isso traz uma insegurança, um desconforto muito grande. Não existe nenhuma diferença entre a política do governo e a política pastoral, ambas não querem educar o povo, senão o povo irá enxergar melhor, saberá reivindicar seus direitos e exigirá prestações de contas. É mais fácil conduzir um povo em que seu líder pense por eles, é ele que vai ditar o que é bom ou ruim. Mas fico a pensar, sabe o homem o que de fato é bom? Foram as palavras de Jesus ao jovem rico, quando ele se aproximou de Jesus, ele o chamou de bom, e a resposta de Jesus foi – “bom é um só, ele está no céu”[Marcos 10:18]. Se o homem sabe o que é bom, por que toma para si mesmo decisões erradas?

Homens convictos são prisioneirosNietzsche

Vai mal no casamento, não sabe lidar com as crises. Como é que ele pode ditar o que é bom para os outros? O que é bom para mim não pode necessariamente ser bom para outra pessoa. Isso dentro da disciplina da sociologia e da história é denominado “monopólio do saber”. Só um sabe e sabe por todos e está bom.

Existe uma profunda amnésia nos pastores. É realizado um sacramento todos os primeiros domingos de cada mês (de acordo com algumas igrejas batistas), o que chamamos de Ceia. Neste ato, o pastor serve aos diáconos ou àqueles que estão servindo a Ceia no momento, sendo estes servos. O ato de o pastor servi-los simboliza a sua posição como servo dos servos, esta, sim, é a real posição do pastor, servir.

Às vezes, os pastores têm a tendência de acharem que os seus liderados são “ovelhinhas” com as quais se pode fazer qualquer coisa. Os membros da comunidade são aqui descritos como “ton Kleron”, os que foram confiados (lit. “os que vos couberam por sorte”). A imagem agora é a de divisão de uma herança, das partes de um todo, entregues à responsabilidade de alguém ou de alguns. Certamente essas imagens não comunicam a impressão de um grupo passivo de cristãos comandados por alguém que executa todo o trabalho e toma todas as decisões. O pastor não dita a vida da sua ovelha e nem o que ela deve comer ou beber. A função do pastor é orientar e não ser um oráculo do seu rebanho, como se ele tivesse recebido da parte de Deus todas as respostas e todos os modos de vida que o cristão deve ter.
Conclusão:

Qual é então o trabalho do pastor? O que significa ser um pastor?
Provavelmente três coisas dentro do atual contexto:
Posso ser um pastor que ora – Quero cultivar meu relacionamento com Deus.
Posso ser um pastor que prega – Quero falar a Palavra de Deus que é as Escrituras. Recebo um espaço de tempo honrado e protegido a cada semana para isso. O púlpito é um grande dom e quero utilizar-me bem dele.
Posso ser um pastor que ouve – Muitas pessoas me procuram durante a semana para contar-me o que se passa em suas vidas.
Pode ser que você se enquadre no pensamento de Fernando Pessoa em seu poema “O Guardador de Rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como de um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho


Os pastores e os poetas fazem muitas coisas em comum: usam palavras com reverência, se envolvem nos particulares de cada dia, espiam as glórias das banalidades, advertem sobre as ilusões, cuidam das ligações sutis entre ritmo, significado e espírito.

Você pode ser um pastor contemplativo, como o pastor de rebanhos mencionado por Fernando Pessoa, somente contempla, mas não faz nada. Todo pastor das regiões montanhosas da Judéia precisa saber quais animais selvagens precisa enfrentar enquanto procura apascentar o rebanho sob seus cuidados. Será que irá se deparar com leões? Ursos? Este conhecimento vai influenciar a forma como conduzirá o rebanho e onde o levará para pastar, se poderá recolher o rebanho ao aprisco durante a noite, se ele mesmo vai poder dormir ou não. Também precisa saber se há alguma doença que está enfraquecendo o rebanho, se há ovelhas que precisam de uma alimentação especial ou que devem ficar isoladas das demais. Um pastor de verdade deve dar atenção a estas mesmas questões? Quais são os inimigos que o rebanho enfrenta hoje em dia?
A voz do pastor é o instrumento através do qual ele guia e dirige as ovelhas. A vara do pastor é uma arma parecida com um bordão que ele usa para se defender contra inimigos específicos. O cajado do pastor é um instrumento de resgate, de recuperação. O topo encurvado trás as ovelhas perdidas de volta, puxa a ovelha caída de dentro das fendas do terreno montanhoso. Portanto, pastores, façam com que seus ministérios sejam marcados pela cura, pelo tratamento do perdão, da aceitação e da misericórdia. Lembremos do Supremo Pastor “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” [João 10:10]. Pastores, vocês devem gerar vida e não morte para o seu rebanho. Pastores opressores, iracundos e verdugos são antibíblicos e não procedem de Deus.
Segue a exortação de Pedro - “pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados (...)” [v. 1a] - “de um modo que agrada a Deus”, “que seja como Ele acha que deve ser”.














“Jovens de Atitudes”

Daniel capítulo 1

A juventude é uma época de grandes decisões e escolhas. É certo que o jovem vai se deparar com muitas delas ao longo da juventude e depois em sua vida adulta. Porém refiro-me às decisões que podem trazer resultados permanentes e duradouros. Questões tais como: que curso profissionalizante farei? Com quem devo namorar, noivar e casar? Em qual curso da faculdade devo pensar e dirigir esforços? Estas, entre outras, são as dúvidas e incertezas que mais incomodam os jovens. Se eles são cristãos estarão buscando na vontade de Deus a resposta para as suas perguntas.

Sei que a presente geração possui uma fonte de riqueza muito grande em relação à capacidade de atingir multidões. Vão pelas avenidas e fazem protestos, lutam por direitos dos estudantes... É assim que agimos, sei porque também sou jovem.

Me recordo da passagem de 1 João 2:14b – “Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes. A mensagem de Deus vive em vocês, e vocês já venceram o Maligno” (NTLH)

Creio que há em nós a existência do poder de Deus, para vencermos as tentações. As decisões que podem ser precipitadas e nos machucarem. Deus está com esta juventude. A grande questão é: o que fazer para agir certo? Como usar o poder de Deus para deixar de ser um jovem passivo e me tornar ativo, com atitudes. A revista Veja, por exemplo, fez uma reportagem muito interessante sobre o jovem empreendedor e o seu início no ramo dos negócios. Assim a reportagem segue: “O jovem estuda cada vez mais, às vezes cursa a segunda faculdade, faz MBA, fala o terceiro idioma, mas na hora da contratação o recrutador quer saber se ele possui aquelas mesmas virtudes que a professora valorizava no jardim-de-infância: criatividade, espírito de liderança, iniciativa, capacidade de trabalhar em grupo, equilíbrio para lidar com a adversidade, inclinação para desafiar as regras e integridade pessoal. Não importa se o recém-formado é candidato a um emprego ou se tem planos de montar o próprio negócio. O mercado de trabalho passou a julgar sua probabilidade de sucesso principalmente por meio das chamadas características pessoais. Entre elas, o espírito empreendedor é a mais valiosa. Por empreendedor, entenda-se o camarada que prefere o risco do negócio próprio ao conforto do emprego seguro. Na empresa, é aquele que ousa, que funciona como o motor propulsor do departamento onde trabalha ou da companhia inteira.”

Daniel 1.4“(...) instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus” (Almeida, corrigida e revisada)

É importante fazer uma leitura deste texto. É relatado que na procura o empregador verifica no jovem o seu posicionamento na empresa, no setor ou na repartição, em que atuará como funcionário. Ele precisa destacar-se, apresentar-se antes que o problema surja. Deve ser um jovem de destaque, que ouse, que se torne o motor propulsor, ou seja, o jovem precisa ser a gasolina, o álcool, o disel ou o gás de tudo que estará ao seu redor , ou em suas mãos.Não condeno outros países, mas o nosso português tornou-se um portinglês. Temos perdido a nossa identidade, aceitamos tudo que é jogado. O Brasil é praticamente o entulho dos EUA. A nossa juventude muitas vezes não tem mais opiniões. Tudo é lançado pronto: a comida, o estilo de roupa, o corte de cabelo, os adereços das mulheres, os questionamentos não surgem nesse momento, para dizer – “Opa! Não preciso que ninguém dite a minha vida, o meu estilo de viver não se baseia no curso desta sociedade”.

Qual o grande desafio, então, para a juventude no terceiro milênio? Cada vez que tentamos espremer em nossas mãos a areia, mais ela escoa por entre nossos dedos. Estamos “ativistas” ao invés de sermos dinâmicos; estamos na onda, ao invés de estarmos sobre ela; fomos envolvidos pela sociedade, ao invés de envolvê-la com o evangelho... e daí por diante.

A perda da identidade cristã em busca do ser e do ter, tem feito vítimas espirituais aos montões. Daí é fácil diagnosticar a igreja evangélica brasileira, a partir da nossa juventude comprometida com outros valores e princípios que não são eternos, mas passageiros e decepcionantes.Conheci um jovem que vivia a crise “Ser ou não ser, eis a questão”. Ele não ligava para o que ele era, mas sim para a aparência. Começou a fumar, a beber só para se mostrar para as garotas e conseguir o sexo fácil. Seu fim não foi bom: acabou se desviando da igreja e hoje leva uma vida catastrófica, com pouquíssimos resultados de avanços como pessoa e como profissional. Nós, jovens, somos muito de tentar, mas nunca continuamos. Paramos no meio do caminho e desistimos fácil das coisas. O pior é quando isso está relacionado à obra de Deus, a uma vida santificada, dedicada a Ele. Muitos de nós não fazem isso. Temos a nossa liberdade e gastamos essa liberdade em tudo, menos na obra de Deus. Digo isso com uma experiência própria: quantas vezes me pegava prometendo tantas coisas para Deus e no decurso da caminhada nada do que havia prometido estava se cumprindo.

Filosofia que o mundo diz:
“Quem quiser vir após mim,
Negue o sentido de viver,
Tome cada dia as minhas escolhas, siga-me”

Jovens, é difícil permanecer firmes, com caráter e uma identidade modelada por Deus, no mundo de hoje? Sim, é difícil ser um cristão. Não é fácil, mas não é impossível, a partir do momento em que tomamos uma postura de querer andar com Deus, de nos relacionarmos com Deus verdadeiramente.

Se houver disposição, Deus muda a história da nossa geração

Estamos em uma época, ou melhor, em um século, em que a palavra esperar já não é muito utilizada. Quem assistiu ao filme “Sociedade dos poetas mortos”, viu que nele se diz que o depois, o amanhã não existe. Se você tem de fazer algo, faça-o agora, não importa o que seja, faça.Hoje é fácil de perceber a influência que homens e mulheres causaram no mundo todo, produzindo uma maneira de pensar ou repensar costumes, valores, princípios, que até então regiam de determinada cultura.

Por isso quero convidar você que está lendo este artigo a ser desafiado a impactar a sua geração, usando os métodos de Daniel, Ananias, Misael e Azarias, posicionando-se, tomando atitudes que venham transformar a visão, o conceito que esta sociedade tem a respeito de Deus, da santidade.Certa vez, quando estava cursando o ensino médio, uma garota queria sair comigo, na linguagem atual “ficar comigo”. Eu rejeitei, e então me perguntaram: “você é gay?”.Ah! Que vontade de dar uns tapas naquelas meninas, mas me segurei e logo depois percebi que estava fazendo diferença e me tornei no colégio uma espécie de consultor espiritual e sentimental, mas alguém foi impactado, porque eu simplesmente disse não, assim como os quatro jovens no reino da Babilônia disseram – [v.8] “Daniel resolveu que não iria ficar impuro por comer a comida e beber o vinho que o rei dava;(...)” (NTLH).

O evangelista João declarara que o mundo jaz do maligno. Ele é rei desta sociedade decaída e constantemente ele tem nos oferecido comida e bebida, para nos enfraquecermos e para nos tirarmos daquilo que Deus pode fazer através de nós.Recentemente, estava assistindo à minissérie JK, e no intervalo mudei de canal para um programa de televisão na RedeTv! Ali estava sendo entrevistada uma moça que havia transado com 633 homens sem parar, num campeonato mundial de sexo. Será que podemos refletir sobre o que se passa com esta vida? Aos poucos a sociedade está permitindo o homossexualismo, o aborto, a legalização das drogas... Fica a pergunta a nós, que somos os remanescentes de Deus aqui plantados nesta nação: vamos cruzar os braços? Está na hora de surgir novos mártires, de surgir novos Jeremias ou novos Micaías que não falam o que o povo quer ouvir, mas o que Deus quer transmitir, está na hora de levantar novos joões batistas que declarem o pecado do povo mesmo que percam a sua cabeça. Você que lê está disposto a pagar o preço?

1Timóteo. 4.12 – “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (Almeida, corrida e revisada)

Conhecimentos Gerais: Era da parte da política babilônica mudar os nomes de todos os selecionados para a reeducação e treinamento especial. Daniel significa “Deus é meu Juiz”, foi chamado de Beltessazar “Guarda dos segredos ocultos de Bel”. Hananias, que significa “Jeová é gracioso”, recebeu o nome de Sadraque. Não se sabe o significado, mas contém o nome da divindade pagã Marduque. Misael que significa “Quem é semelhante a Deus?”, passou a ser chamado de Mesaque, um nome que contém uma das antigas formas do nome da deusa Vênus. Azarias, que significa “Jeová auxilia”, tornou-se Abede-Nego, “o servo de Nego”.

Os quatro jovens tiveram seus nomes mudados, e os babilônicos os introduziram em seu programa de reeducação. Não teriam descanso até que tivessem completo domínio de tudo que se exigia deles. Afastados de seus lares, instruídos a esquecerem Deus e intensivamente reeducados numa cultura pagã, o que aconteceria a estes jovens rapazes? Permaneceriam fiéis a seu Deus e ao que sabiam ser correto? Ou sucumbiriam?

Esses jovens estavam correndo o risco de perder sua identidade como filhos de Deus. Eles tiveram que escolher entre a comida sacrifica aos ídolos, ou ficar com Deus. O resultado está no verso 15 – “Passados os dez dias, os quatro jovens israelitas estavam mais sadios e mais fortes do que os jovens que comiam a comida do rei.” (NTLH)

Esses jovens são maravilhosos pelo compromisso e determinação que eles possuíam em servir a Deus, se consagrar a Deus. Pensamos que é impossível, uma utopia, vivermos consagrados para Deus. Ter as nossas famílias consagradas, a nossa igreja, o nosso relacionamento de namoro, o nosso bairro, a nossa escola, o trabalho, a cidade, o estado e o Brasil.Eles resolveram não comer. Nós, jovens, devemos ter convicções. Quando as pessoas vierem nos oferecer algo, ao recusarmos não devemos dizer “o meu pastor não gosta”, ou “a minha igreja não permite”. Devemos ter a convicção e a certeza de que Deus não se agrada, devemos agradar a Deus, buscar honrá-lo com nossas atitudes e decisões. “Mas Daniel, você não está sendo um tanto exagerado?”. Isto é o que muitos diriam hoje, até mesmo dentro da própria igreja. “Por que criar um caso sobre uma coisa tão pequena como comer alimento oferecido aos ídolos?”. A resposta de Daniel, e de cada um dos três companheiros, foi: Não! Não comerei e me absterei de qualquer aparência do mal.

"A verdadeira fé dá discernimento para se escolher aquilo que realmente vale na vida"
Caio Fábio

Amados, não sejam semelhantes aos que estão na multidão, mas destaquem-se. Quais são as prioridades da sua vida? Em que colocação Deus está no pódio do seu coração? Permita que Deus coloque em você um coração bem ordenado, bem ajustado, para que assim, aquilo que rege as suas decisões, as suas emoções, os seus desejos, seja norteado pela vontade de Deus revelada a sua vida pela manifestação do Espírito Santo.

Gosto muito do desenho do Bob Esponja, mas isso me traz alguns subsídios de que existem crentes, jovens como o Bob Esponja. Eles absorvem tudo, absorvem prostituição, pornografia, drogas, palavras fúteis, os chamados “palavrões”, e assim prossegue uma lista enorme.O que podemos notar é que existe um jargão muito usado - “Não pega nada”, ou, “todo mundo faz”. Quantas vítimas têm-se formado com isso, às vezes para você fugir da normalidade no seu namoro, não pega nada, como já presenciei jovens, adolescentes chorando pelos corredores da igreja por estarem grávidas sem planejarem, por um ato sexual em que o parceiro a usou e a abandonou. Os meus ouvidos já ouviram muitas dessas histórias, de pessoas bem próximas de mim. O final da história delas não foi agradável. Tudo porque não foi passado pelo crívo da balança da fé, em que se deve perguntar: 1) O que pretende esta informação?; 2) Ela contradiz algum princípio bíblico?; 3) Traz edificação para a minha vida?

Estou em um processo de aconselhamento muito triste na igreja em que sou seminarista. Um grande amigo que é líder se envolveu em um relacionamento sexual com a sua namorada. Foi um choque para mim. Tenho acompanhado e tenho visto o peso que ele está levando, as oportunidades de Deus para sua vida estão escorrendo, um jovem com tantos sonhos ministeriais se vê agora como um instrumento desafinado que precisa se acertar para que novamente Deus venha a usá-lo.

Em uma pesquisa para revista Veja, foi perguntada a idade do início da vida sexual: meninos e meninas iniciaram aos 13 anos, sem falar nas igrejas que mais de 55% dos jovens solteiros estão com uma vida sexual ativa. A nossa juventude precisa cair fora desse balaio de gato. Não podemos ser contados entre os transgressores. Qual é razão da sua salvação? Por que motivo Deus deixou você saber disso tudo? É hora de tomarmos uma atitude.

Na realização do Mapa das Crenças – O perfil religioso dos jovens de 15 a 24 anos indicou que 22% dos jovens brasileiros são evangélicos, isso em julho de 2004. Imagine agora. O número aumentou. Estou certo em acreditar que temos um grande potencial, precisamos canalizar isso de uma maneira certa. Michelly, de 18 anos, é militante ecológica e convenceu os pais a fazer a coleta seletiva de lixo. Sua mãe estranhou, mas hoje aprova. Angela Martellaro, de 16 anos, é uma garota que está engajada em lutas políticas. Ela milita em várias frentes. Pacifista, é representante da Anistia Internacional, participa da Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes. Só tem 16 anos, e levanta uma bandeira. Não é cristã. Você, que é cristão, qual é a bandeira que você levanta?Surge diariamente em minha mente uma pergunta: “por que não fazemos diferença?”. O bispo George Berkeley, citou uma máxima: “Existir é ser percebido”.

Embora haja muitas discordância entre os filósofos acerca desta declaração, vejo nela algo de positivo. Se somos um povo com um número tão significativo nesta nação, por que algo ainda não mudou? Será que estamos sendo percebidos pelos nossos familiares, parentes, colegas de estudo, trabalho, vizinhança? A existência de algo torna-o evidente, mesmo sendo um sujeito ou um objeto.

Existe uma ilustração interessante: Um jovem queria evangelizar o seu vizinho a qualquer custo. Foi até a sua casa entregar uma Bíblia, e o vizinho respondeu: “estou lendo um livro melhor do que esse”. O jovem ficou intrigado com aquilo e foi embora. No dia seguinte voltou e disse ao seu vizinho: “vamos fazer uma troca. Você me empresta o seu livro e fica com a Bíblia”. O vizinho respondeu: “ainda não terminei de ler, assim que terminar faremos a troca”. Passados alguns dias, o vizinho procurou o jovem e disse: “cadê a Bíblia, já terminei de ler o livro”. O jovem correu, pegou a Bíblia e a entregou ao vizinho, que lhe disse “o livro que eu estava lendo era o livro da sua vida. Se não valesse a pena ler o livro da sua vida não valeria a pena ler a Bíblia que você diz viver por ela.

Aplicação: Isso é existir e ser percebido. Não adianta querermos ganhar o Brasil, o mundo para Cristo, se ainda não tomamos uma atitude correta ao lado de Cristo.

Se os cristãos vivessem de acordo com a vida de Jesus Cristo, valeria a pena ser um deles
Gandhi

Na vida cristã – Agora a estatística tende a ser mais pessimista. Imaginem viver 16 horas por dia em contato com esta cultura tão maléfica e decaída como a nossa, exposto a contradições do que cremos como eterno e a proposição de valores e princípios fluentes. Calcule para ver quem influencia quem:· 16 horas vezes 5 dias da semana = 80 horas;· 2 horas de culto na quarta-feira, 4 horas no domingo de manhã e noite = 8 horasPara sermos uma juventude de atitude, que venha mexer com essa sociedade, precisaremos passar por uma processo de auto-avaliação, como disse Francis Schaeffer no seu livro “Verdadeira Espiritualidade” – “(...) é impossível sequer começar a viver a vida cristã, ou mesmo algo da vida espiritual autêntica, antes que a pessoa se torne cristã.”

Romanos 12.2 – “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a Ele” (NTLH)

Você não pode ficar onde está e ao mesmo tempo seguir com Deus

A nossa razão de ser é exatamente o oposto do padrão secular de conquista e exposição da supremacia humana. Quem ousa levantar a voz e proclamar isto como razão de ser numa sociedade antropocêntrica, humanista, onde o homem é o centro de todas as atenções?As Escrituras propõem, como razão de ser, exatamente o oposto ao que é pregado em todos os meios de comunicação – tenha, seja, destrua e derrube. A fonte de sabedoria e de conduta do jovem cristão para se relacionar com Deus e ser usado por Ele – seja servo, ministro, escravo de Cristo, porque é isto que importa, que sejamos vistos como dependentes, carentes, necessitados, assenhoreados por Cristo.

Romanos 13.14a – “Mas tenham em vós as mesmas qualidades que o Senhor Jesus Cristo tem(...)” (NTLH)

A presente sociedade deve nos procurar, assim como procuravam José, Moisés, Elizeu, Isaías, Daniel, Hananias, Misael e Azarias, Jesus, os discípulos e Paulo.

Enquanto o mundo zomba de você. Deus o honra

Infelizmente a parábola da figueira seca, contada por Jesus, pode muito enquadrar-se na aplicação deste princípio – pessoas estão vindo até nós e não estão encontrando nada, nenhuma experiência com Deus, nenhum linguajar que nos identifique como filhos de Deus e seguidores de Jesus Cristo.

Ande na contramão e nade sempre contra maré – dos pensamentos que norteiam o mundo secular em que vivemos.

Guarde isto e pratique: a) Priorize em sua vida os valores e princípios eternos de Deus; b) Lute pela sobriedade, não se deixe iludir pela lógica humana, afinal Deus sempre a contrariou; c) Faça tudo com uma motivação centrada em Deus; d) Seja um promotor para o cultivo da santidade e valores de Deus, independentemente do lugar onde estiver inserido, não por força e nem por violência, mas pelo o Espírito de Deus.

Existem grandes vantagens de mantermos uma comunhão com Deus...
1) Nossas circunstâncias podem mudar, Deus jamais – [v. 9];
2) Nossa sorte não é o fruto do acaso, mas da ação de Deus – [vv.12-15; 20];
3) Podemos nos esquecer dos nossos dons, Deus nunca – [vv.17-19]

Precisamos deixar de ser apáticos, e ser simpáticos, ou seja, deixar de sermos indiferentes, insensíveis e passarmos a ser ligados, atentos, vivos, sensíveis com a realidade que nos cerca. Sabe como isso se dará? Sabe quando essas coisas irão surtir efeito em nossas vidas? Quando nos tornamos uma juventude que tenha atitude.

Seja jovem, use a cabeça. Faça você a diferença. Tome uma atitude.

"Usurpadores da Glória de Deus"

Gênesis 3:1-7

A percepção clara em todo ser humano, é que existe um enorme desejo de nos tornarmos uma espécie de divindade. Atores e personagens que exercem influência na sociedade se tornam como deuses. Na mitologia grega um deus tinha a forma humana, o seres humanos querem tornar-se como os deuses gregos. Não sei quantos assistiram o filme “Duelo de Titãs”, o ator Denzel Washington que faz o papel de treinador do time de futebol, quando questionado por um de seus atletas sobre a sua liderança, ele expressa a seguinte frase: “Eu sou a lei, eu sou deus”. O desejo pelo poder, pela ganância, pela fama, tem feito muitas vítimas.

O homem diz que possuí toda verdade, ele se tornou conhecedor de uma verdade que se torna um paradoxo bíblico, pois a verdade que o homem possui escraviza-o e o destroí, mas a verdade da Bíblia liberta e salva. O presidente dos EUA, hoje ele possuía a autoridade de doar e de tomar a vida de nações. O cubano Fidel Castro, um grande ditador, somente ele tem a verdade, somente ele sabe o que é melhor para o povo. O nosso grande rei Pelé, será imortalizado, pois para o futebol ele é único. Madres, papas, freis são canonizados como santidade extrema se igualando ao Deus Vivo e Soberano. Não podemos nos esquecer do Henri Cristi, que diz ser o próprio Jesus Cristo. A grande sigla “Pr.” desejada por tantos, ou quem sabe "Ap.", ou de "Pai Ap".

É de causar nojo e depreciação o fato desta contaminação entrar dentro da igreja, pessoas que são capazes de puxar o tapete do outro para assumir o ministério do irmão. Não só pastores, mas líderes e obreiros tem usado do púlpito como arma de acusação, meio de aniquilar as pessoas e amedrontá-las. O púlpito se tornou um pedestal de vida e de morte. Um certo pastor em uma assembléia da igreja, quando a igreja estava passando por alguns ajustes e o pastor encontrando algumas dificuldades, ele disse no meio da reunião a seguinte frase: “Eu mando e desmando aqui, eu sou o pastor” – foi questão de segundos para ele cair e começar até um ataque de convulsões. Estamos enganados, pensamos que somos alguma coisa. O ser humano se define da seguinte forma: um ser mutável, falível, um ser causado que precisa de uma causa para existir e esta causa é Deus, tem uma estrutura de pó [Salmos 103], é como a neblina da manhã que se dissipa ao meio-dia, somos vulneráveis a qualquer doença, somos finitos em nossa capacidade de pensar e raciocinar. Eu pergunto, como podemos ser igual a Deus? Como é que a criatura quer tomar o lugar do Criador? Vamos verificar o porque.

1) Por que o homem é influenciado pelo diabo – [v.1];
Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: Foi isto mesmo que Deus disse: Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?

De acordo com Efésios 6 do versículo 10 em diante, nos é relatado sobre a armadura do cristão e uma das partes é o escudo da fé para combater os dardos inflamáveis do inimigo. Penso que, muitos de nós não utilizamos este recurso. Por que, constantemente estamos recebendo ataques do inimigo. Infelizmente homens e mulheres de Deus estão a mercê das influências do diabo, e muitos já caíram. Deus nos tem falado muito e de diversas maneiras, mas precisamos ter cuidado para saber até onde Deus permite a nossa atuação, quer no ministério, quer em relações interpessoais, em todas as áreas de nossas vidas. Sempre nos surgirá esta pergunta: É isso mesmo que Deus disse? Será que você não pode ir mais longe? Deus sabe mesmo do que está falando? Não estamos lidando com um ser estúpido, burro que não sabe o que faz, o diabo é astuto, é inteligente, mas existe cristãos sem noção e indiferentes, precisamos agir como Paulo – “a fim de que Satanás não tivesse vantagens sobre nós; pois não ignoramos as suas intenções” [2Co 2:11]

Quando se perde a riqueza, nada se perde; quando se perde a saúde, perde-se alguma coisa; mas quando se perde o caráter, perde-se tudoCharles L. Wallis

A humanidade está destituída da glória de Deus, o que opera nas pessoas que vivem pela sistema que governa este mundo, é o maligno. Elas estão sem um caráter irrepreensível, mas o que dói, é ver que muitos líderes religiosos, pastores, padres, bispos, reverendos, líderes de igrejas, estão aos poucos perdendo o caráter imaculado. Na igreja, nos meios institucionalizados das denominações há um número expressivo de pessoas influenciadas pelo diabo, mas elas não tem consciência disto – querem poder, fama, status, querem ser pessoas renomadas. Não existe mais a orientação da Bíblia, da oração, do Espírito Santo para tais pessoas, mas sim a voz sedutora e voraz de Satanás sussurrando em seus ouvidos – “Foi isso mesmo que Deus disse?”, “Será que você não pode ser mais do que ele?”. Fica a pergunta do profeta Isaías 45:9 – “Ai daquele que contende com seu criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: ‘O que você está fazendo’?

2) Por que o homem caído tem a síndrome de Lúcifer – [v.5];
Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal

Existe um monopólio muito grande do saber dentro das igrejas, pessoas que tem mais tempo de vida cristã, líderes que até mesmo fizeram alguns cursos de liderança, aqueles que oram e tem uma leitura sistemática da Bíblia, titulam-se conhecedores de toda verdade, somente eles sabem o que é bom ou ruim para as pessoas, não enxergam o seu próprio umbigo e não sabem o que é bom ou ruim para si mesmos e cometem erros irreparáveis.

Caio Fábio escreveu um livro com o seguinte título “Síndrome de Lúcifer”. Muitos homens querem tomar o lugar de Deus, se acham aptos para julgar as pessoas, para perdoa-las, tornando-as limpas de seus pecados, se acham aptos para condenar, para jogar vidas no inferno, querem ser ditadores da verdade, somente eles tem a verdade, mas que verdade é esta que mata, que escraviza, que pisa nas pessoas humilhando-as, que feri e machuca corações. Digo que ninguém tem a verdade, somos limitados para possuir a verdade que é pura e salvadora, pelo contrário a verdade é que nos possui, pois a verdade é Cristo Jesus. Homens que querem tomar a glória de Deus, colocam sobre si rótulos como "Pai Apóstolo" e criam imagens próprias para as pessoas se prostrarem e reverenciarem a sua pessoa. Penso que, para muitos que se titulam “cristãos”, tem a mesma perspectiva do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, um existencialista ateu, que expressou o seguinte pensamento: “Deus é uma mera ilusão sobre o absoluto, ilusão criada pela mente humana. Essa ilusão tem de ser destruída para que a nova era do super-homem possa raiar. Aqueles que criaram Deus tem de mata-lo. Temos de eliminar deliberadamente do nosso pensamento a própria idéia de Deus”. Não duvido que muitos queriam que isso acontecesse, que Deus fosse destruído para que assim eles reinassem em seu lugar, e assentar em seu trono de glória. Alguns pastores, líderes, homens de negócio queriam que isso fosse verdade. Quantos não tem o desejo de se tornar um super-homem, cheio de poder, imbatível, herói, mas não podem esquecer que existe à criptonita. Esse desejo e sentimento é o mesmo que houve em Lúcifer em usurpar a glória, o trono e o reino de Deus. Queridos, cuidado para que este sentimento não esteja em seu coração e examine o seu coração e veja quais as possibilidades de isto acontecer com você.

3) Por que o homem acha que Deus não é suficiente – [v.6];
Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também

O diabo em sua sofisma, esta arte de enganar, torcer a verdade em mentira, com um sentido de que a mentira se torne uma verdade, tem atraído muitos para o seu arraial. Protágoras, chamado “pai do antigo humanismo”, um filósofo muito influente em Atenas, em sua famosa máxima, “homo mensura”, declara que o “homem é a medida de todas as coisas”, da existência das coisas que são e da não-existência das coisas que não são. Para ele, o conhecimento começa e termina com o ser humano. De uma perspectiva bíblica, é claro, a honra de ser o primeiro humanista não pertence a Protágoras. Na verdade, ela é atribuída não a uma pessoa, mas a uma serpente, cuja a máxima era “sicut erat Dei”, “sereis como Deus”.

O ser humano em si gosta de ser o centro das atenções. O mal que constantemente desfrutamos gostamos de compartilhar com outras pessoas, assemelhança de Eva. Trocamos a pessoa de Deus, a sua presença, as suas bênçãos, o seu melhor, porque sempre pensamos que pode haver algo melhor do que Deus está fazendo em nós e por nós. Quando agirmos ou pensarmos desta maneira sempre estará a presença do enganador querendo nos mostrar e nos fazer acreditar que existe algo mais, que existe a possibilidade de sermos o melhor, de sermos os provedores de tudo o que é bom, de sermos os supridores de nossas próprias necessidades. Deus deixa de ser suficiente, por que nos tornamos a medida de todas as coisas, não somente a terra, mas todo o universo gira em torno de nós, por que nos tornamos pessoas conhecedoras do bem e do mal, somos cheios de discernimentos, por que Deus? Porque busca-lo? Nessa inversão de valores que toda humanidade comete na troca da verdade de Deus pela mentira, as pessoas adoram a si mesmas e adoram outros seres, ao invés do criador [Romanos 1:25]. Muitos fizeram de Deus papel e lata de alumínio, pois o tornaram algo descartável. Substituímos à Deus por qualquer objeto, por qualquer cargo, por qualquer dinheiro, por qualquer prazer momentâneo de uma noite de sexo, ou uma noite de bebedeiras. Fica a minha pergunta. O que Deus é para nós? Qual é a posição de Deus no pódio do nosso coração?

"As circunstancias não fazem um homem. Elas apenas o revelam" James Allen

Estou a favor desta afirmação. Você quer saber o que é o homem, assista-o passar por circunstâncias adversas, assista-o galgar novos patamares. Conheci um homem na instituição da denominação em que trabalhei, aparentemente um homem tranqüilo, acessível, parecia ser até humilde, gostava muito de conversar e fazer brincadeiras, foi ele assumir o posto de presidência, administrador geral de toda a instituição, o homem mudou, ficou arrogante, autoritário, tratava as pessoas de maneira diferente. As circunstancias não fazem um homem. Elas apenas o revelam.

Existe uma doutrina chamada Solipsismo, que professa a seguinte doutrina – “somente eu existo”. Não estamos vivendo assim? É a famosa pergunta da bruxa da “Branca de Neve e os Sete Anões”. Existe alguém mais bonita do que eu? Existe alguém mais capaz do que eu? Existe alguém mais versatíl, mais inteligente, mais poderoso, mais culto, mais esperto, mais comunicativo do que eu?

Consideração:

Moisés se irritou nas águas de Meribá contra o Espírito de Deus, na tentativa de tomar o lugar de Deus, não foi feliz o seu final. Saul achava que Deus não o bastara, foi procurar uma advinha para substituir à Deus, seu fim não foi feliz. Deus não dividi a sua glória com ninguém, é dele somente dele – “Eu não aceito glória dos homens” [João 5:41], mas os homens acham que podem tomar o lugar de Deus. Júlio César, Alexandre, o Grande, Napoleão Bonaparte, Hitler, Stalin, podemos verificar pela história, foram homens que quiseram ser mais do que Deus, mas estão em seus túmulos e ardendo no inferno, pois tiveram o mesmo sentimento que existe em Satanás.

Conclusão:

Portanto, a seguinte conclusão de Galatas – de Deus não se zomba [Gálatas 6:7]. Não podemos contender, não podemos ser mais e nem menosprezar a pessoa de Deus. O ser humano não pode determinar seu próprio destino. Ele não tem controle sobre o que lhe acontece. O homem está destinado a morte, e Deus sempre e sempre reinará e viverá. Por isso termino com o seguinte pensamento – Deus é Deus, homem é homem!