quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Eu faço parte desta história...

São cem anos de história. Altos e baixos. Momentos marcantes. Uma história inquestionável.

Quantos profetas não passaram por esta escola? Quantos hoje não marcam a Denominação Batista Brasileira e são frutos da vivencia e do aprendizado desta instituição?

Um lugar que é capaz de deixar marcas profundas na vida de quem possa por lá. Histórias. Contos. Mitos. Tradição. Tudo isto compõe a famosa instituição – Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.

De fato, o ambiente do Seminário do Sul é diferente. Muitos chamam de deserto. Outros de laboratório. Alguns arriscam a dizer que é um lugar de esquecimento. Mas prefiro dizer que é um espaço e um momento da fornalha acessa de Deus. Sim, passar quatro anos no Seminário é conhecer a famosa fornalha de Deus. É o momento de ser tratado. Lapidado. Quebrado. Restaurado. Valorizados por Deus, os chamados para o ministério precisam que as suas impurezas sejam retiradas, para que este ouro tenha mais valor.

O que vi e vivi neste período de seminário vale por toda uma vida. Entristeço-me por aqueles que desistiram. Lamento por aqueles que viraram as costas para Deus. Choro por aqueles que disseram que Deus os abandonou. É impossível não ver a ação graciosa de Deus. Em momentos de profunda dor e crise. Momentos estes que me fizeram pensar em desistir. Foram os melhores momentos da minha vida. Fui assistido pela graça de Deus. Fui acolhido por amigos e irmãos que o ambiente do seminário proporciona. Não posso ser ingrato – Deus age no seminário.

A comemoração desses cem anos deve ser feita com muita festa, alegria e gratidão. Sou muito grato a Deus pela a existência desta instituição que é referencial no Brasil. Sou grato pelos mestres que passaram na minha vida. Estes que me ensinaram a grandeza do conhecimento do intelecto, da fé, da vida e da devoção. Mestres preparados e gabaritados. Não perdem para ninguém.

No Seminário do Sul passaram homens notórios. Eu tive a felicidade de conviver com os professores Luiz Roberto e Franklin Ferreira. Sem desmerecer nenhum outro professor, mas somente quem foi aluno destes professores sabe do que eu estou falando.

Algumas turmas são lembradas por suas épocas. Algumas são lembradas como a turma de setenta e seis, oitenta e dois e oitenta e seis. A minha turma será lembrada como a turma do centenário. O meu desejo e a minha oração é que desta turma saiam homens e mulheres que venham fazer a diferença. Que sejam responsáveis e coerentes com tudo que foi passado e ministrado pela então conhecida casa de profetas.

Não posso negar que quando cheguei era um menino, que precisa crescer e amadurecer. Vim para o lugar certo. Não poderia jamais ir para o ministério sem ter passado por tudo o que vivi neste período. Jamais poderei ignorar as experiências, os acontecimentos e as perdas que passei. O interessante que a nossa visão sempre está voltada para a benção. Para os seminaristas – o ministério. E queremos que estas coisas aconteçam num passe de mágica. Queremos ignorar o período que é necessário para o nosso ingresso ao ministério. Aquilo pelo o qual esperamos não é mais importante do que aquilo que acontece conosco enquanto esperamos. E não há duvidas que o seminário é um lugar de espera em todos os sentidos. Valeu a pena esperar.

Felicito o seminário e felicito a todos que contribuíram e contribuem para a manutenção desta escola de profetas, mas acima de tudo uma escola da vida. A permanência e durabilidade desta instituição precisa continuar. A sua existência se faz necessária para a formação de novos ministros. Sei que quem faz pastor ou quem capacita o ministro é Deus. O seminário faz teólogos, embora pastores devam ser teólogos, faz acadêmicos e intelectuais. Mas com toda certeza o seminário é um instrumento que Deus usa para forjar o caráter do novel ministro.

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