sexta-feira, 9 de abril de 2010

Goethe e a retidão...

Goethe conhecia muito bem a natureza humana. Difícil dizer se foi o gênio — esse “quase mito” tipicamente romântico-germânico — ou o contato com os homens eminentes do passado e do presente que lhe trouxeram esse conhecimento.

O fato é que os dois versos a seguir estão entre os mais densos, os mais ricos em sentido da sua obra:

Ein guter Mensch, in seinem dunklen Drange,
Ist sich des rechten Weges wohl bewußt (Faust I, 328-329).

“Um bom homem, por obscura que seja sua luta / Está ciente de que há apenas um caminho correto” (trad. livre).

Com isso Goethe revelava duas coisas: que o homem tem a sua liberdade limitada pelas circunstâncias e pela sua consciência (um duplo ‘obstáculo’, interior e exterior, mas sempre redutível à realidade); e que mesmo assim está dotado da prudência — ao menos sob a forma do dever — para decidir corretamente, mesmo que erre por algum motivo alheio ao seu controle.

Aí a tragédia e a esperança que rondam o coração do homem. Não à toa a sua obra da juventude, o “Werther”, traga já nas suas primeiras linhas a pergunta/afirmação: Bester Freund, was ist das Herz des Menschen!, que é o coração humano!


Fonte: http://www.dicta.com.br/categorias/filosofia/

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