terça-feira, 29 de novembro de 2011

Seja gentil. Seja feliz...

Mateus 5.5



A palavra manso que Jesus usa significa alguém gentil, humilde, atencioso ou cortês.

A mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros.

Jesus tinha em mente aqueles cujo espírito é paciente e satisfeito. Os que dispõem a serem com pouco honra neste mundo, capazes de sofrer injustiças sem guardar ressentimentos. Os que dificilmente se deixam irritar. Quem vive assim nunca será um perdedor. Chegará o momento que você possuirá todas as coisas se assim viver.

A auto-renúncia é o caminho para o domínio do mundo.

Todo crente, sem importar o seu temperamento natural ou a sua psicologia, deve ser possuidor dessa virtude.

Mas que espécie de gentileza é essa, para que seus possuidores sejam declarados bem-aventurados (felizes)?

Vamos aplicar isso ao nosso dia a dia. Você se sente feliz e aliviado quando reconhece diante de Deus os seus pecados, a sua maldade e sabe que é um ser miserável. Não há nenhum problema nisso. Você não fica incomodado. Mas se alguém vier a você depois do culto e chamá-lo de miserável, a sua vontade será de socar o nariz da pessoa. Em outras palavras, você não está preparado para permitir que outras pessoas pensem ou fale de você aquilo que acabou de reconhecer diante de Deus.

Esta benção de felicidade extrema e eterna é tão completa e inteiramente contrária a tudo quanto o homem natural pensa. A conquista mundial – o predomínio sobre o universo inteiro – será entregue aos mansos, dentre todas as pessoas deste mundo! A humanidade pensa em termos de força, de poderio, de habilidade, de autoconfiança e auto-segurança e de agressividade. Essa é a idéia que este mundo faz de conquista e predomínio. Quanto mais uma pessoa se impõe e se expressa, quanto mais se organiza e manifesta o seu poder e as suas habilidades, tanto mais perto se acha do sucesso e do progresso.

A terra é, em geral, propriedade dos valentes, dos arrogantes. Há nas pessoas uma forte tendência para provar aos outros que são fortes.

Você já percebeu a cena de guerra? Os que fazem a guerra, no final das contas, não herdam nada, somente destroços.

Mais sábio do que alguém que conquista impérios, palácios, cidades inteiras é aquele que tem o domínio de si mesmo, que sabe gerenciar e desfrutar bem de todas as suas potencialidades humanas.

Os valentes olham para o mundo como uma arena, um campo de concentração. Os mansos vêem o mundo como um espaço abundante – há lugar para todos.

Os valentes fazem guerra por medo de que ameacem seus espaços, ou por acreditarem que somente terão o reconhecimento de outros quando todos os espaços forem seus.

Já os mansos vivem de tal forma a sua condição de ser gente em Deus que não sentem necessidade de provar aos outros coisa alguma, nem de competir por aquilo que não “são”, pois para ser não precisam destruir pessoas. Não estamos falando de passividade. Os mansos são proativos, capazes de lutar, desde que o combate deles tenha como foco a preservação da vida.

Somente alguém com muita consciência daquilo que realmente é não sente necessidade de violentar, agredir, não sente necessidade nem mesmo de explicar-se, apresentar títulos, exibir prestígio.

Somos lembrados por Jesus que o crente é alguém inteiramente diferente deste mundo. O mundo não somente é diferente do crente; o mundo nem ao menos é capaz de entendê-lo. Para o mundo, o crente é um mistério.

Exemplo: Podemos verificar isso no caso de Davi. Especialmente no seu relacionamento com Saul. Davi sabia que ele seria o próximo rei de Israel. Mas quanta coisa ele não teve que suportar? Quanta acusação e perseguição Davi sofreu de Saul.

Pensemos num homem como o apóstolo Paulo, uma mente brilhante, uma personalidade extraordinária, um caráter fortíssimo; entretanto, observamos a humildade presente e a mansidão governando toda a sua vida. Isso é algo produzido pelo Espírito Santo.

Há pessoas que concordam com tudo que é feito ao seu redor, e as pessoas pensam que isso é ser manso. Há pessoas que parecem ter nascido com a gentileza no DNA. Não é isso que o Senhor Jesus quis dizer por ser manso. Nesse caso é algo puramente biológico. Até mesmo um cachorro pode ser mais pacifico do que o outro. Um gato pode ser mais quieto do que o outro. Mas isso não corresponde à mansidão de que nos fala a Bíblia.

Que Deus nos livre de confundir essa nobre qualidade, uma das mais nobres entre todas as virtudes, com algo meramente animal, físico ou natural.

Ser manso é usar a paciência, mesmo quando você sofre injustamente. John Bunyan expressou de forma certeira: “Aquele que já está caído, não precisa temer a queda”. Quando alguém vê verdadeiramente a si mesmo, sabe que ninguém pode dizer algo a seu respeito que seja exageradamente mau.

O indivíduo manso não se orgulha de si mesmo; não se vanglória a seu próprio respeito. Sempre sentirá que não existe nada em si que possa se orgulhar, pois sabe que é um pecador.

O manso nunca faz valer seu direito. Isso é contra a cultura popular de nossos dias que afirma que devemos nos impor sobre os outros.

O manso não considera todos os seus legítimos direitos como algo a ser exigido. Não faz exigência quanto a sua posição, aos seus privilégios, os seus bens.

Há outra questão sobre a mansidão. É a arte de saber ouvir e aprender. O manso sempre está disposto a aprender com outras pessoas.

Conclusão

Os discípulos são felizes porque herdarão a terra. A terra será um dia a comunidade exclusiva dos mansos e não dos desafortunados e desumanos.

Temos a obrigação de por um ponto final em nosso próprio “eu” exigente, o que é a causa de todas as nossas dificuldades, a fim de que Deus que nos comprou por um preço tão grande e caro posso vir e possuir a sua vida por inteiro.

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