Mateus
5.5
A palavra manso que
Jesus usa significa alguém gentil, humilde, atencioso ou cortês.
A mansidão é, em
essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na
atitude e na conduta para com os outros.
Jesus tinha em mente
aqueles cujo espírito é paciente e satisfeito. Os que dispõem a serem com pouco
honra neste mundo, capazes de sofrer injustiças sem guardar ressentimentos. Os
que dificilmente se deixam irritar. Quem vive assim nunca será um perdedor.
Chegará o momento que você possuirá todas as coisas se assim viver.
A auto-renúncia é o
caminho para o domínio do mundo.
Todo crente, sem
importar o seu temperamento natural ou a sua psicologia, deve ser possuidor
dessa virtude.
Mas que espécie de gentileza
é essa, para que seus possuidores sejam declarados bem-aventurados (felizes)?
Vamos aplicar isso ao nosso dia a dia. Você se sente feliz e aliviado quando
reconhece diante de Deus os seus pecados, a sua maldade e sabe que é um ser
miserável. Não há nenhum problema nisso. Você não fica incomodado. Mas se
alguém vier a você depois do culto e chamá-lo de miserável, a sua vontade será
de socar o nariz da pessoa. Em outras palavras, você não está preparado para
permitir que outras pessoas pensem ou fale de você aquilo que acabou de
reconhecer diante de Deus.
Esta benção de
felicidade extrema e eterna é tão completa e inteiramente contrária a tudo
quanto o homem natural pensa. A conquista mundial – o predomínio sobre o
universo inteiro – será entregue aos mansos, dentre todas as pessoas deste
mundo! A humanidade pensa em termos de força, de poderio, de habilidade, de
autoconfiança e auto-segurança e de agressividade. Essa é a idéia que este
mundo faz de conquista e predomínio. Quanto mais uma pessoa se impõe e se
expressa, quanto mais se organiza e manifesta o seu poder e as suas
habilidades, tanto mais perto se acha do sucesso e do progresso.
A terra é, em geral,
propriedade dos valentes, dos arrogantes. Há nas pessoas uma forte tendência
para provar aos outros que são fortes.
Você já percebeu a cena
de guerra? Os que fazem a guerra, no final das contas, não herdam nada, somente
destroços.
Mais sábio do que
alguém que conquista impérios, palácios, cidades inteiras é aquele que tem o
domínio de si mesmo, que sabe gerenciar e desfrutar bem de todas as suas
potencialidades humanas.
Os valentes olham para
o mundo como uma arena, um campo de concentração. Os mansos vêem o mundo como
um espaço abundante – há lugar para todos.
Os valentes fazem
guerra por medo de que ameacem seus espaços, ou por acreditarem que somente
terão o reconhecimento de outros quando todos os espaços forem seus.
Já os mansos vivem de
tal forma a sua condição de ser gente em Deus que não sentem necessidade de
provar aos outros coisa alguma, nem de competir por aquilo que não “são”, pois
para ser não precisam destruir pessoas. Não estamos falando de passividade. Os
mansos são proativos, capazes de lutar, desde que o combate deles tenha como
foco a preservação da vida.
Somente alguém com
muita consciência daquilo que realmente é não sente necessidade de violentar,
agredir, não sente necessidade nem mesmo de explicar-se, apresentar títulos,
exibir prestígio.
Somos lembrados por
Jesus que o crente é alguém inteiramente diferente deste mundo. O mundo não
somente é diferente do crente; o mundo nem ao menos é capaz de entendê-lo. Para
o mundo, o crente é um mistério.
Exemplo:
Podemos verificar isso no caso de Davi. Especialmente no seu relacionamento com
Saul. Davi sabia que ele seria o próximo rei de Israel. Mas quanta coisa ele
não teve que suportar? Quanta acusação e perseguição Davi sofreu de Saul.
Pensemos num homem como
o apóstolo Paulo, uma mente brilhante, uma personalidade extraordinária, um
caráter fortíssimo; entretanto, observamos a humildade presente e a mansidão
governando toda a sua vida. Isso é algo produzido pelo Espírito Santo.
Que Deus nos livre de
confundir essa nobre qualidade, uma das mais nobres entre todas as virtudes,
com algo meramente animal, físico ou natural.
Ser manso é usar a
paciência, mesmo quando você sofre injustamente. John Bunyan expressou de forma
certeira: “Aquele que já está caído, não precisa temer a queda”. Quando alguém
vê verdadeiramente a si mesmo, sabe que ninguém pode dizer algo a seu respeito
que seja exageradamente mau.
O indivíduo manso não
se orgulha de si mesmo; não se vanglória a seu próprio respeito. Sempre sentirá
que não existe nada em si que possa se orgulhar, pois sabe que é um pecador.
O manso nunca faz valer
seu direito. Isso é contra a cultura popular de nossos dias que afirma que
devemos nos impor sobre os outros.
O manso não considera
todos os seus legítimos direitos como algo a ser exigido. Não faz exigência
quanto a sua posição, aos seus privilégios, os seus bens.
Há outra questão sobre
a mansidão. É a arte de saber ouvir e aprender. O manso sempre está disposto a
aprender com outras pessoas.
Conclusão
Os discípulos são felizes
porque herdarão a terra. A terra será um dia a comunidade exclusiva dos mansos
e não dos desafortunados e desumanos.
Temos a obrigação de por um ponto final em nosso próprio “eu”
exigente, o que é a causa de todas as nossas dificuldades, a fim de que Deus
que nos comprou por um preço tão grande e caro posso vir e possuir a sua vida
por inteiro.
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