terça-feira, 30 de junho de 2009

A importância da história para a fé cristã...

É suicídio para a fé cristã e para o caminhar da igreja quando a história da sua formação é ignorada. Não considerar o que os pais da igreja fizeram para toda a construção da teologia cristã é um ato de violação contra as principais doutrinas.
Durante muito tempo ouvi debates sobre a desvalorização da história. Alguns subversivos incentivam a destruição das doutrinas, dogmas e tradição. Entretanto, não é possível que algum segmento exista sem tradição. Os teólogos liberais vivem de tradição. Ora, os seus discursos estão respaldados por aqueles que os antecederam. Abrem mão de uma tradição para adaptarem-se a outra.
Há outros problemas em círculos cristãos em que a tradição teológica é desprezada. Com todo respeito aos irmãos pentecostais, mas as principais doutrinas teológicas são por eles desconhecidas. É a supervalorização do iluminismo. Este iluminismo é a idéia de que o Espírito Santo fará toda a obra do conhecimento. Não precisam ler, pesquisar e estudar. Porém, isso se torna um contra-senso. Deus não pode ignorar aquilo que ele mesmo implantou no homem – intelecto. Jonathan Edwards trabalhou muito bem este postulado. Ele foi considerado o teólogo da mente e do coração. Não é possível que verdades penetrem no coração sem que o recurso da razão seja acionado. Para crer você entende, e você entende para crer. Assim já pensou John Stott que cunhou a célebre frase: “Crer é também pensar”.
Quando se estuda a história do povo de Deus, a leitura que é feita é sobre a ação de Deus. Ele age e valoriza a história da humanidade. Não é alheio ao que se passa com o povo.
A riqueza do estudo nos traz a compreensão de que a igreja não está circunscrita a este tempo. Este o problema de muitas igrejas que surgem. Alguns se intitulam a igreja do momento. Outros pastores se sentem os homens de Deus que irão realizar feitos notórios. São mais de dois mil anos de história. A igreja não nasceu hoje. A formação pastoral não é de agora. Os pastores de hoje não produziram nada em comparação aos do passado. Para ser relevante é preciso considerar os alicerces que já existem. Dificilmente alguém irá falar algo novo sobre trindade, deidade de Cristo, justificação pela fé. Quando alguém levanta uma bandeira de uma novidade teológica deve-se ter cautela. A probabilidade de que tal pessoa rejeitou os grandes pensadores do passado é enorme.A dificuldade que os cristãos tem em relação às crises da fé, da igreja e de contextos sociais reside justamente em não compreender que houve no passado. As heresias do presente são velhas heresias do passado, mas com uma roupagem nova. As crises da atualidade não são muito diferentes das crises do passado. Por isso, a leitura sobre os teólogos e pastores do passado trará uma facilitação para o entendimento da era presente. No passado é possível encontrar estimulo, conforto e direção. Isto é o fruto de uma sabedoria. Olhar para o passado é compreender melhor o presente e ter esperança no futuro. Geralmente, os antigos pastores procediam desta forma. Quando se encontravam em lutas buscavam conforto nos pais da fé do passado.

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