quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A Farsa do Acordo Humanitário...

por Graça Salgueiro


Causou-me constrangimento e perplexidade os comentários maldosos, baseados em desinformação plantada pela mídia companheira de viagem, a respeito da participação do nosso Exército Brasileiro na operação de resgate dos seqüestrados pelas FARC. Em primeiro lugar, é fundamental que se nomeie as coisas por seus nomes reais, e não pela novilíngua do politicamente correto. Essas pessoas que aos poucos estão sendo libertadas não são “prisioneiros de guerra” – porque se admitirmos isto, estaremos implicitamente concordando que existe uma contenda entre dois Estados -, mas SEQÜESTRADAS por um bando narcoterrorista, de corte marxista-leninista.


Em segundo lugar, a participação dos brasileiros no resgate ocorreu de forma impecável e cedendo a ordens do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, o presidente Lula. Os militares brasileiros sob o comando do General Heleno apenas cumpriram uma missão, como qualquer outra que lhes é atribuída. Quem assistiu ao vídeo da operação de resgate divulgado pelo site comunista “anncol”, pôde testemunhar o comportamento irrepreensível dos militares brasileiros que não se imiscuíram com os comandantes terroristas das FARC e o grupo de porta-vozes deste bando que se auto-denomina “Colombianos pela paz”, coordenado pela senadora Piedad Córdoba, codinome nas FARC “Teodora Bolívar”.


Outra das infâmias divulgada largamente pela mídia nacional e estrangeira é que a entrega tardou porque o presidente Uribe “não respeitou o acordo”, e enviou aviões de suas Forças de Segurança para patrulhar o território onde seria feita a entrega. Uma mentira deslavada plantada – em prol das FARC – pelo jornalista colombiano Jorge Enrique Botero, que trabalha para a rede de TV Telesur de Chávez e para as FARC. O próprio General Heleno desmente esta farsa, afirmando em entrevista a “Terra Magazine”. Diz ele: “Não houve interferência na missão. Não fomos atrapalhados. Li as notícias de que aviões teriam seguido os helicópteros, mas o único ruído da história foi o próprio relato do repórter que comentou isso. Tudo aconteceu dentro do estabelecido”. É inadmissível que se ponha em questão a integridade deste brilhante militar!


E onde está a farsa nisso tudo? A quem cabe a culpa por tanta mentira e desinformação? Para se compreender a trama que há por trás dos ditos “acordos humanitários” é necessário conhecer os personagens envolvidos e seus objetivos. Se observarmos o comportamento de todos os resgatados desde o início do ano passado, fica muito claro que só defendem este tipo de procedimento os que, de algum modo, têm interesse em mudar a imagem das FARC perante o mundo e abrir-lhes caminho para posteriormente se postularem como partido político. Para isto já contam com os integrantes do Partido Comunista Colombiano Clandestino, o PC3, de onde as FARC têm hoje muitos integrantes e até comandantes.


As FARC são um bando terrorista que seqüestra, estupra, viola os mais elementares direitos da pessoa humana e assassina friamente e de forma cruel. Não é, e jamais será um grupo beligerante porque não é uma força militar regular, pois estas pertencem exclusivamente aos Estados. Legitimar sua beligerância é legitimar um Estado paralelo em pé de igualdade com o Estado-Nação Colômbia. Quem está interessado nesta aberração são os mesmos que pertencem ao Foro de São Paulo e que advogam o “bolivarianismo”, o sonho da “Pátria Grande” bandeiras das FARC e de seu “Plano Estratégico”, de Chávez, Ortega, Correa, Morales e Lula da Silva.


O Papel do presidente Lula nesta farsa teve vários objetivos, um dos quais por uma cortina de fumaça sobre as íntimas ligações de seu governo e seu partido (PT) com as FARC, confirmadas nos achados dos computadores de Raúl Reyes. Lula aplica a estratégia das tesouras: com uma mão se recusa a classificar as FARC como bando terrorista, solicitado pelo presidente Uribe ainda no início de seu primeiro mandato e com a outra se oferece para apoiar o governo colombiano no resgate, posando de “pacifista”, “conciliador” e “democrata”. Aproveitando a visibilidade que seu governo alcançou com esta participação, Lula insiste na tese sórdida e oportunista de “acordo humanitário” quando sabe perfeitamente bem que isto é uma falácia, uma estratégia de seus camaradas das FARC para que o mundo os veja como beneméritos cheios de boa-vontade para com o governo colombiano e que Uribe é o grande vilão, por não querer retribuir tão grande generosidade.


O ex-governador Alan Jara ao ser libertado fez ácidas e infundadas críticas ao presidente Uribe, acusando-o de não querer a liberdade dos seqüestrados. Entretanto, ele não fez isso por “Síndrome de Estocolmo” como atribuem alguns idiotas. Esse foi o preço de sua libertação: isentar de culpa os verdadeiros responsáveis pela barbárie praticada na Colômbia há 44 anos e culpar Uribe pelos males que as FARC causam às suas vítimas. Esta é, aliás, uma das estratégias dos comunistas: “acuse-os do que você faz...”.


Jara pertence ao Partido Liberal, o mesmo de Piedad Córdoba e do ex-senador Luis Eladio Pérez. TODOS jogam no mesmo time e são porta-vozes das FARC. Jara se formou dentro do império de um barão político de Meta chamado Jorge Ariel Infante (ou Jorge 15%), por seu desmedido interesse em cobrar comissões aos contratados do estado. Jara foi enviado à Universidade da Amizade dos Povos, antes “Patrice Lumumba” em Moscou, onde se graduou em engenharia mecânica. Após quatro anos voltou e foi promovido dentro do partido político de Ariel Infante conseguindo se eleger prefeito de Villavicencio e depois governador de Meta.


Sua fama como político corrupto era tão grande que certa vez, durante a época dos diálogos em Caguán, “Mono Jojoy” (um dos cabeças do Secretariado das FARC) disse que iria chamar vários governadores corruptos para “prestar contas” e o nome de Jara foi citado como o mais corrupto. Agora com sua libertação espera-se que Jara inicie uma nova etapa política, na qual se converterá no porta-voz do PC3, e fazendo a única coisa que sabe bem: roubar, desta vez compartilhando 50% com as FARC.


O “comandante Mosquera” diz para um militar libertado na hora da partida: “nós prendemos vocês porque vocês prendem injustamente pessoas inocentes” (referindo-se aos terroristas das FARC). É esta a imagem que querem passar todos os que advogam por um “acordo humanitário”. Entretanto, o presidente Uribe é claro quando diz que o único acordo humanitário possível é a libertação de TODOS os seqüestrados unilateralmente e indistintamente, e a deposição das armas para serem julgados por seus crimes. Portanto, este tal de “acordo humanitário” proposto e defendido por criminosos que não respeitam a vida alheia não tem nada de humanitário trata-se apenas de uma manobra política, oportunista e sórdida, para transformar o mal num bem supremo. Quem respeita o Estado de Direito e o Império das Leis, não pode pensar de forma diferente do presidente Uribe.