A inquietação é horrível. O desassossego gera perturbação. A noite da alma é fria e melancólica. Quem pode suportar?
A angústia acelera o coração. O medo causa estagnação. O suor corre frio no rosto e nas mãos. Quem pode compreender isso?
Nada surpreende. O abatimento vem repentinamente. A solidão não quer ir embora. O choro é a única companhia. A tristeza quer consolar. A ansiedade sufoca a alma. Quem consegue conviver com isso?
O dia se transforma em noite. Não há paladar. O encanto se perde. Os clássicos não entusiasmam mais. O salutar é mais apropriado do que o divertimento. Não há amigos. Não há um guia. O abandono se torna uma realidade cinzenta. Quem espera por isso?
Esta é a situação que qualquer ser humano normal passou, passa ou passará. É inerente a nossa condição e formação. Feliz foi Fernando Pessoa que abrilhantou a sua obra com o título: “Livro do Desassossego”. Cada ser humano tem este livro na estante da sua vida. A pior coisa a ser feita é ignorá-lo.
A compreensão de um grande e notável poeta inglês mudou a minha visão destes fatos. Quero trazer a baila à perspectiva do ilustre poeta George Herbert, ele assim disse: “Deus, por vezes, retira o descanso de nossas almas, não para nos fazer infelizes, mas para que o desassossego nos lance em seu peito”.
Se esta é a sua condição atual, quero encorajá-lo a vive-la intensamente. Vai doer, mas vale a pena. Sábio foi o grande pastor Santo Agostinho que disse: “Nossa alma só encontrará descanso em ti”. Viva este momento.