sábado, 18 de outubro de 2008

O Evangelho escandaliza...

É quase que redundante dizer isto. Mas nesses últimos dias tenho percebido que é muito pior. Não imaginava que ensinar o evangelho e sobre a história da igreja fosse escandalizar tanto as pessoas.

Na mente imaginaria das pessoas que compõem as igrejas evangélicas no Brasil não há possibilidade de dialogar sobre certas mudanças. Essa mentalidade é tão doentia que para estas pessoas toda estrutura da igreja hoje é correta. Numa pequena conversa uma pessoa disse que não se pode perder o evangelho, ou seja, o essencial do que é ser igreja. Na minha resposta eu disse que a igreja já perdeu isso há muito tempo. A configuração da igreja hoje é totalmente, na sua maioria, diferente do essencial de ser igreja. Entendo que o novo tempo pede uma igreja mais contemporânea, mas se estamos a falar do essencial este não se pode perder. Achei muito interessante quando disse para um grupo de pessoas e ali havia um pastor de certa idade que a igreja deixou de ser igreja. Comecei a pontuar algumas questões tais como:

- A Ceia com vinho;

- Presbitério;

- Sacerdócio Universal;

- Centralidade das Escrituras;

- Liturgia simples;

- Descentralização do pastor;

- Desenvolvimento da maturidade do rebanho;

- Remoção da imposição do medo;

- Destruição de uma estrutura hierárquica opressora;

Questões simples que foi capaz de criar um ambiente de tensão. Na mentalidade deles eu queria parecer um super-homem. Mudar este sistema engessado que não gera vida é complicado. Este é mundo que as pessoas criaram para formar igreja. Principalmente para as igrejas históricas que inventaram tantas regras que não existem base nenhuma. Aí daquele que falar alguma coisa. Ser um pastor com uma cabeça mais aberta num contexto como esse é difícil. Entendo por que muitos pastores abrem mão de suas convicções e de seus estudos para estar em determinadas igrejas, mas não concordo. Muitos entram no sistema formatado da eclesiologia doentia. Eles precisam pensar na família e no pão de cada dia. Penso eu que ser pastor não é se acomodar ao sistema, mas transformá-lo custe o que custar. Entendo também que tudo isto leva tempo.

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