domingo, 9 de agosto de 2009

Timóteo nos ensina a fazer a diferença...

Este artigo será publicado no Jornal Batista da Convenção Batista Brasileira. Este é o período em que os batistas denominam mês da Juventude Batista. O artigo sairá no terceiro domingo.




Timóteo nos ensina a fazer a diferença...


A sensação que tenho ao ler a carta de Paulo a Timóteo é que estou sentado aos pés do apóstolo. A carta é viva e atual. O conselho de Paulo perpassou gerações. Ele é capaz de tocar nesta geração que deixou de mergulhar nos seus ensinamentos.

Inserido numa cultura depravada, opressora, sedutora, egoísta e que banalizava a fé cristã, Timóteo se deparou com a seguinte questão: Vale a pena viver o Evangelho? Será que as paixões que sinto não estão contrapondo a fé na qual fui ensinado desde a tenra idade?

Neste conjunto de fatos e realidades, eu sinto alguma ansiedade em relação ao futuro da liderança da Igreja Evangélica. Esta preocupação surge a partir dos valores que regem a vida dos jovens. Qual o grande desafio, então, para a juventude do terceiro milênio? Estamos “ativistas” ao invés de sermos dinâmicos. Estamos na onda, ao invés de estarmos sobre ela. Fomos envolvidos pela sociedade, ao invés de envolvê-la com o Evangelho. A perda da identidade cristã em busca do ser e do ter tem feito inúmeras vítimas espirituais. Esta leitura possibilita um diagnóstico da igreja evangélica brasileira a partir da nossa juventude comprometida com outros valores e princípios que não são eternos, mas passageiros e decepcionantes.

Surge uma pergunta inevitável: Onde estão os “Timóteos” da nascente geração e do novo milênio? Isto é, onde estão os jovens que resistirão às pressões da cultura dominante. Quem permanecerá firme em seu comprometimento com a autoridade da Escritura? Quem usará sua vida deliberadamente servindo ao Evangelho? Onde estão essas pessoas? Os grupos de jovens que existem nas igrejas estão desenvolvendo e nutrindo os valores do Reino de Deus?

Um olhar cuidadoso e meticuloso fará com que o jovem perceba que a sociedade está enferma. Uma pesquisa recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) elaborada em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República indicou que 33 mil jovens entre 12 e 18 anos devem ser assassinados no Brasil de 2006 até 2012. Será que isto não mexe com você? Caro jovem cristão, você está inserido nesta pesquisa. Os seus braços ficarão cruzados quando você e tantos outros correm o risco da morte? Tudo isso porque esta sociedade está submersa na escuridão.

Esta geração possui uma fonte de riqueza muito grande em relação à capacidade de atingir multidões. Vão pelas avenidas e fazem protestos, lutam por direitos dos estudantes.

Ser um jovem cristão não é fácil. Tudo é lançado pronto: a comida, o estilo de roupa, o corte de cabelo, os adereços das mulheres. Infelizmente, a juventude prioriza o recurso do “não-esforço”. Para que pensar se existe alguém que pode fazer isso? Para que mudar a realidade?

Por isso, vale destacar alguns jovens que fizeram a diferença. Por exemplo, Charles Haddon Spurgeon, que aos 17 anos foi ordenado pastor. Antes de completar 20 anos ele foi convidado para assumir o pastorado da igreja de New Park Street, em Londres. A igreja estava em decadência espiritual, moral e social. Contava com somente 200 membros quando possuía um santuário com capacidade para 1.200. Em menos de um ano o templo não comportava as pessoas. Deus operou um despertamento espiritual e usou a vida do jovem Spurgeon.

David Brainerd era um jovem fraco, magro, depressivo e turbeculoso. Ele se converteu aos 21 anos. Ele exerceu a obra de Deus numa tribo indígena. Passou fome, perigos, escassez de conforto e sofreu a solidão. Deus, porém, realizou por seu intermédio o maior avivamento em tribos indígenas na história dos Estados Unidos. Ele morreu com apenas 29 anos de idade. Ele glorificou a Deus até o último momento da sua vida. Ele fez a diferença.

Nós, cristãos, temos o hábito de lamentar a deterioração dos padrões do mundo com um farisaico ar de grande desalento. Criticamos a sua violência, desonestidade, imoralidade, desrespeito para com a vida humana e sua ganância materialista. “O mundo está se afundando cada vez mais”, dizemos, com um encolher de ombros. Mas de quem é a culpa? Quem é responsável por isso? Se a sociedade se decompõe e seus padrões declinam a tal ponto que ela acaba se tornando como uma noite escura ou um peixe malcheiroso, é um contra-senso culpá-la. Pois isto é exatamente o que acontece quando homens e mulheres “caídos” são deixados entregues à própria sorte e quando o egoísmo humano não é questionado. A pergunta a ser feita é: “Onde está a Juventude Cristã? Por que os jovens cristãos não estão transformando a sociedade?”. Portanto, se a escuridão e a decomposição existem, a falha é nossa e temos que assumir a culpa.

Você pode ser muito jovem, tímido e fraco. Como Timóteo era. Você pode viver em um ambiente hostil. Timóteo também vivia. Mas, como Timóteo, você possui todos os recursos que precisa. As Escrituras inspiradas por Deus podem guiar, equipar e inspirar você. Então permaneça firme: “Fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2 Timóteo 2.1).

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