A Ong Rio de Paz tem desempenhado um papel muito relevante para a sociedade carioca. Ela tornou-se um grande destaque na mídia. Esta ong tem créditos na sociedade e na mídia brasileira.
O presidente desta Ong é o Antônio Carlos Costa, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca. A sua posição teológica não é simplesmente uma questão acadêmica, ele levou para a prática a sua confissão de fé. Portanto, este blog apóia os trabalhos deste movimento que tem impactado a sociedade carioca que tanto sofre com a violência.
Faça uma visita na página da ong – www.riodepaz.org.br
Segue abaixo o manifesto desta semana.
Manifesto pela Redução de Homicídios no Brasil
"Para que o mal triunfe, é necessário apenas que os homens de bem permaneçam inativos"
[Edmund Burk]
A violência é um problema social gravíssimo que afeta a sociedade brasileira de diferentes maneiras. Nos últimos dez anos 500000 brasileiros foram vítimas de homicídio*. Agravando muito esse quadro está o fato de que há milhares de pessoas desaparecidas, parte das quais se supõe que tenha sido assassinada. Os números dramáticos representam o colapso do pacto social no que se refere a um dos seus itens fundamentais, o respeito ao direito à vida.
Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, temos permanecido calados, inertes, desesperançados ou amedrontados, reclamando no interior de pequenos grupos, aceitando palavras e promessas novas a cada quatro anos. Não temos oferecido a resistência política necessária à construção de um cenário social diferente, mais justo e mais humano.
Não basta culpar a inépcia do poder público ou a atuação de criminosos, nem aguardar que essa mortalidade obscena seja reduzida com o correr do tempo. Mais do que em qualquer outro momento, a realidade exige a mobilização de todos nós que reconhecemos o valor incalculável da vida humana. Precisamos unir o trabalho dos governantes à indignação de cidadãs e cidadãos de todas as origens e com suas diferentes histórias, no resgate do respeito à pessoa – qualquer pessoa – e na valorização da vida sobre a banalização absurda da morte.
Não aceitamos – em hipótese alguma – o argumento derrotista de que não há o que fazer para evitar que o inaceitável número de homicídios de 2007 volte a ocorrer neste ano de 2008, e nos demais, perpetuando a violência como uma condenação coletiva inevitável.
Neste sentido, consideramos absolutamente indispensável o cumprimento de determinadas medidas no âmbito da política de segurança pública que minimamente garantam a vigência do pacto social. Algumas destas medidas já foram adotadas mas sem a vontade política necessária para garantir sua eficácia. Exigimos, portanto, sua implementação efetiva.
Medidas Principais:
1. Estabelecer como prioridade central das políticas de segurança a redução dos crimes letais, estabelecendo metas e compromissos que restaurem a autoridade da lei.
2. Determinar metas de redução de mortes durante operações policiais, de forma a preservar a vida de policiais, moradores e transeuntes.
3. Reforçar o policiamento ostensivo em áreas de maior incidência de homicídios, especialmente em comunidades carentes.
4. Redefinir e controlar a metodologia de intervenção policial em comunidades carentes; adotar policiamento de tipo comunitário, prevenindo conflitos locais, reprimindo o uso indiscriminado de armas de fogo, reduzindo balas perdidas.
5. Priorizar a juventude, integrando definitivamente as políticas de segurançaa pública às demais: educação, planejamento familiar, lazer, saúde e geração de trabalho e renda; promover ações de interação positiva entre as polícias e as comunidades, particularmente com crianças e jovens.
6. Priorizar a investigação dos crimes de morte e do uso de armas e munições ilegais, a fim de que a aplicação das sanções da lei seja imediata e possa ser útil para dissuadir a prática do crime.
7. Monitorar a utilização de armas e de munição por unidades de polícia, e por policial. Aperfeiçoar o controle de estoques nas unidades.
8. Utilizar também a contribuição das instituições de ensino superior através de profissionais de fora das corporações para capacitar os instrutores policiais, de forma que sejam trocados métodos, idéias e informações amplas e atualizadas.
9. Elevar o piso salarial dos policiais civis e militares, tornando-o um valor compatível com a importância social desses profissionais e com os riscos que enfrentam.
10. Ampliar programas de apoio à segurançaa e à seguridade social dos policiais e de suas famílias.
11. Reforçar as Corregedorias e Ouvidorias policiais, garantindo-lhes recursos e independência em relação às chefias de polícia, ao corporativismo e a pressões políticas.
12. Atualizar os números da violência apresentados pelo Instituto de Segurança Pública, incluindo os dados das chamadas delegacias tradicionais, que devem ser urgentemente informatizadas.
13. Tratar a dependência química de drogas como problema de saúde pública; realizar um amplo e permanente trabalho de conscientização e desestímulo ao uso de drogas.
14. Reivindicar que todas as esferas do governo cumpram o seu papel no combate à violência, disponibilizando recursos para a segurança pública e fiscalizando eficazmente as fronteiras para impedir a entrada de drogas, armas e mercadorias contrabandeadas.
15. Construir estabelecimentos prisionais diferenciados segundo a periculosidade dos presos e proporcionar condições dignas de custódia a todos eles.
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