quarta-feira, 13 de maio de 2009

O pastorado está difícil...

Os pastores gostam de enfatizar a dificuldade do ministério pastoral. Se um pastor de longa experiência encontra-se com um novel pastor, as suas orientações serão voltadas para as lutas do ministério.

É impossível não concordar que ser pastor não é para qualquer um. No entanto, existe uma característica comum dos pastores que sofrem no ministério – são sozinhos. O rebanho cresce e o pastor não consegue atingir com excelência as suas metas. Ele desgasta-se com inúmeras funções. Esposa e filhos padecem pela a sua ausência. É preciso levar em consideração que: enfermidade, tristeza e solidão irão estar presentes na vida do pastor que assim procede.
A centralização do “poder” nas mãos de um único homem gera transtornos e a desaceleração da obra e da vida espiritual do rebanho. Como é possível um único pastor cuidar de uma grande igreja que cresce a todo instante? Sem dúvida, o pastor será medíocre no seu ofício. Ora, o tamanho do rebanho deve ser determinado pelo número de pastores. Não poderão ser pastoreados todos, se não houver suficientes pastores na igreja, ou se a igreja não for pequena o suficiente para possibilitar o cuidado pastoral de cada membro. Acaso Deus exige que um pastor apascente um país inteiro, ou tantas igrejas ou tantos milhares de almas de que ele não seja capaz de cuidar? Portanto, não seria um absurdo que homens inteligentes ambicionassem isso como se fosse um privilégio?
A natureza da obra pastoral é tamanha, que deve ser realizada pessoalmente pelo pastor. Sucede que alguns pastores têm igrejas maiores que a sua capacidade de ação e, assim não lhes é possível cuidar bem de todo rebanho. Não é cabível imaginar que muitos pastores anseiam por ver suas igrejas cheias, se muitos deles não tem condições de pastoreá-las. Um pastor sábio e prudente deve ter conhecimento dos seus limites. Aquilo que ele não pode fazer bem feito que não o faça.
Alguém pode discordar e perguntar: é possível uma pessoa realizar esta prática? Suponhamos que o questionador admita que não é capaz de fazê-la e que necessita da assistência de outros. Será que ele tem renda suficiente para a sua família, de modo que tenha condições de reparti-la com outras pessoas para poder ter assistência pastoral? Será que o pastor não verá dificuldade quando olhar para a esposa e filhos e perceber que vivem com menos? Sim, alguém poderá responder. E quando a igreja tem recursos financeiros para manter outro pastor, e o atual pastor titular entender que o dinheiro gasto com outro pastor poderia ser transferido para ele e, assim aumentar a sua renda? Sim, alguém afirmaria que isto acontece. Entretanto, não há muitas famílias da igreja que vivem com menos do que o pastor? No entanto, a pergunta deve ir além – não é melhor viver em condições econômicas reduzidas do que perder o seu rebanho? Porventura, seu pão é mais importante do que a salvação das pessoas?
O povo de Deus pode viver na ignorância simplesmente porque você reluta em deixar que a sua família passe alguma necessidade ou que você deixe de ter conforto? Lobos em pelo de cordeiro.
Conheci um pastor muito sábio e cheio de amor pelo seu rebanho. Ele passou por algumas dificuldades na vida que o impossibilitou de pastorear todo o rebanho. Era urgente a presença de outro pastor com ele. Entretanto, a igreja não tinha recursos financeiros. O amor deste pastor pelo bem-estar do rebanho foi tão grande que o levou a tirar do próprio bolso o sustento do outro ministro. Não conheço pastor que procedeu com tanto dedicação ao seu rebanho semelhante a este pastor. Ele foi notável pastor e um exímio pregador do evangelho.
Espero que você pastor priorize o seu rebanho. A vida de pessoas carece de cuidado e atenção. Apenas um pequeno lembrete: não existi ministério solitário.

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