sábado, 5 de abril de 2008

Solidariedade da raça humana...


A fé reformada trabalha com uma questão muito importante – a solidariedade da raça humana no pecado. Penso que podemos estender esta cosmovisão para um sentido amplo – a solidariedade da raça humana na compaixão.

O Jornal o Globo entrevistou um psicólogo que saiu pelas ruas de São Paulo para conferir a opinião da população sobre o caso da pequena Isabella. A resposta do povo foi uníssima – sentimos a dor daquela mãe. Todas pessoas choraram sobre o caso.

A nossa sociedade com toda a sua correria e na criação dos seus sistemas que minimizam o acesso ao outro não são capazes de quebrar a união da criação. Eu tenho algo que me atrai ao outro. Schopenhauer vai dizer que o ser humano precisa ver no outro a sua própria miséria. Eu preciso ver no outro a minha própria dor. Esta compaixão tão bela que compungi as pessoas a uma doação de vida pelo próximo faz parte da belíssima criação do Deus Eterno. Quem não chorou? Quem não ficou indignado? Quem não sentiu a dor daquela mãe? Isso nos faz lembrar que ainda existi vestígios da perfeita criação de Deus em nós. O pecado não destruiu tudo. É interessante olhar sob a perspectiva do Cristo encanado. Ele veio para sentir o que toda raça humana sentia – a angústia e a dor da alma. Na teologia de Agostinho e de Lutero o pecado não quebrou, não destruiu toda graça de Deus na criação. Nesta analise a fé reformada entende que a graça comum está sobre todos, por isso, na mesma medida que Deus teve compaixão de nós eu posso compadecer-me do outro na sua profunda dor. Deus é o vínculo desta solidariedade do amor que é transmitida na compaixão.

Nenhum comentário: