Pergunta-me um leitor, talvez com bonomia, não sei: “Rei, você não está sendo severo demais com Tarso Genro?”
Não! Estou sendo bonzinho com ele. Seu despacho merece ser descontruído, linha a linha, pela filosofia da linguagem, evidenciando o que vai nas entrelinhas — sem contar o que há de omissão de dados factuais. E o que vai nas entrelinhas? O ministro da Justiça trata com menoscabo o humanismo e a democracia. E provo o que digo.
Leiam este trecho:
Não resta a menor dúvida, independentemente da avaliação de que os crimes imputados ao recorrente sejam considerados de caráter político ou não – aliás inaceitáveis, em qualquer hipótese, do ponto de vista do humanismo democrático – de que é fato irrefutável a participação política do Recorrente, o seu envolvimento político insurrecional e a pretensão, sua e de seu grupo, de instituir um poder soberano “fora do ordenamento”. Ou seja, de constituí-lo pela via revolucionária através da afronta política e militar ao Estado de Direito italiano (...)
Vamos interpretá-lo?
Vejam que o ministro afirma que os assassinatos, políticos ou não, são “inaceitáveis do ponto de vista do humanismo democrático”. Mas, lembra ele em seguida, Cesare Battisti queria depor o governo italiano. E isso, claro, NÃO PERTENCIA AO TERRENO DO HUMANISMO DEMOCRÁTICO.
Logo, por uma questão de lógica elementar, devemos concluir que, se os homicídios são “inaceitáveis do ponto de vista do humanismo democrático”, há um OUTRO PONTO DE VISTA, certo?, que pode torná-los aceitáveis. E este outro ponto de vista NÃO É O DO HUMANISMO DEMOCRÁTICO.
Qual seria ele?
Chegamos ao fulcro da questão. INDIQUEM-ME UM SÓ GRANDE TEÓRICO DA ESQUERDA QUE TENHA SE PAUTADO PELO “HUMANISMO DEMOCRÁTICO”. Ainda que seja uma expressão bem “tarsiana”, com sua tendência retórica para o rolando lero, fixemo-nos no adjetivo “democrático”. Quando foi que um grande teórico de esquerda realmente defendeu a democracia? NUNCA!!! AO CONTRÁRIO: ELES TODOS SEMPRE ACHARAM QUE A DEMOCRACIA É SÓ UMA TRAPAÇA PARA ENGANAR O POVO.
Assim, AO CONCEDER REFÚGIO A BATTISTI, TARSO ESTÁ IGNORANDO O HUMANISMO DEMOCRÁTICO e decidindo com base em algum outro valor, que não é humanista nem democrático. Qual?
Ora, o da luta revolucionária. Ele não esconde isso ao lembrar a condição do terrorista. Tudo muito compatível com quem escreveu um livro chamado “Lênin: Coração e Mente”. Tarso merece o Nobel de ficção. Conseguiu achar um coração em Lênin.
Não! Estou sendo bonzinho com ele. Seu despacho merece ser descontruído, linha a linha, pela filosofia da linguagem, evidenciando o que vai nas entrelinhas — sem contar o que há de omissão de dados factuais. E o que vai nas entrelinhas? O ministro da Justiça trata com menoscabo o humanismo e a democracia. E provo o que digo.
Leiam este trecho:
Não resta a menor dúvida, independentemente da avaliação de que os crimes imputados ao recorrente sejam considerados de caráter político ou não – aliás inaceitáveis, em qualquer hipótese, do ponto de vista do humanismo democrático – de que é fato irrefutável a participação política do Recorrente, o seu envolvimento político insurrecional e a pretensão, sua e de seu grupo, de instituir um poder soberano “fora do ordenamento”. Ou seja, de constituí-lo pela via revolucionária através da afronta política e militar ao Estado de Direito italiano (...)
Vamos interpretá-lo?
Vejam que o ministro afirma que os assassinatos, políticos ou não, são “inaceitáveis do ponto de vista do humanismo democrático”. Mas, lembra ele em seguida, Cesare Battisti queria depor o governo italiano. E isso, claro, NÃO PERTENCIA AO TERRENO DO HUMANISMO DEMOCRÁTICO.
Logo, por uma questão de lógica elementar, devemos concluir que, se os homicídios são “inaceitáveis do ponto de vista do humanismo democrático”, há um OUTRO PONTO DE VISTA, certo?, que pode torná-los aceitáveis. E este outro ponto de vista NÃO É O DO HUMANISMO DEMOCRÁTICO.
Qual seria ele?
Chegamos ao fulcro da questão. INDIQUEM-ME UM SÓ GRANDE TEÓRICO DA ESQUERDA QUE TENHA SE PAUTADO PELO “HUMANISMO DEMOCRÁTICO”. Ainda que seja uma expressão bem “tarsiana”, com sua tendência retórica para o rolando lero, fixemo-nos no adjetivo “democrático”. Quando foi que um grande teórico de esquerda realmente defendeu a democracia? NUNCA!!! AO CONTRÁRIO: ELES TODOS SEMPRE ACHARAM QUE A DEMOCRACIA É SÓ UMA TRAPAÇA PARA ENGANAR O POVO.
Assim, AO CONCEDER REFÚGIO A BATTISTI, TARSO ESTÁ IGNORANDO O HUMANISMO DEMOCRÁTICO e decidindo com base em algum outro valor, que não é humanista nem democrático. Qual?
Ora, o da luta revolucionária. Ele não esconde isso ao lembrar a condição do terrorista. Tudo muito compatível com quem escreveu um livro chamado “Lênin: Coração e Mente”. Tarso merece o Nobel de ficção. Conseguiu achar um coração em Lênin.
Nenhum comentário:
Postar um comentário