sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Não existe perfeição na vida dos santos de Deus...


Em nossos dias muitos tentam encobrir os seus defeitos. A imagem é tudo. O que seria de um pastor se a igreja soubesse dos seus defeitos e pecados? Infelizmente a igreja de Cristo não está preparada para ver e ouvir as imperfeições dos seus santos. A igreja age desta forma justamente pela postura dos pastores que a formaram conscientemente.

No parecer das Escrituras Sagradas tanto as igrejas quanto os pastores estão errados. Um erro gravíssimo. Em toda a Bíblia é nítido encontrar os defeitos e pecados dos homens que Deus elegia para a sua obra. Deus nunca ocultou da sua revelação as atitudes insanas e reprováveis daqueles que chamamos de “santos”. Deus ordena que contemplemos a sua glória, vagamente refletida no ministério dos seus servos imperfeitos. Sua intenção é que pensemos sobre a vida deles e olhemos através das imperfeições da sua fé e vejamos a beleza do seu Deus.

Do rei Davi ao grande pregador Lloyd-Jones, modelos incompletos, porém, extraordinários, de piedade e sabedoria, tem estimulado o louvor da graça soberana no coração dos santos de Deus.

Somente se importa com a imagem aquele que desconhece aquilo que Deus fez na vida dos notáveis. Por isso, vale a pena valorizar a história. A história do mundo é um campo coberto de pedras quebradas, que são altares sagrados construídos para despertar louvor no coração daqueles que param para ler e lembrar. Quero encoraja-lo a conhecer os feitos de Deus na vida de homens imperfeitos.

Agostinho enquanto escrevia as suas Confissões, ele foi informado de um fato estarrecedor. Ele diz:

Quem não se assombra com as brechas que se podem abrir inesperadamente na vida de um homem dedicado? Quando estava escrevendo sobre isso, fomos informados de que um homem de 84 anos, que tinha em continência por 25 anos, sob observância religiosa, com uma esposa devota, saiu e comprou uma escrava cantora para seu prazer (...) Se os anjos fossem deixados a andarem por suas próprias vontades, até estes poderiam cair e o mundo estaria repleto de “novos demônios”.

Agostinho sabia que a mesma coisa lhe aconteceria se Deus lhe permitisse depender da sua própria vontade para obter fé e pureza. O que falta para muitos é que a fidelidade de Deus supera todas as imperfeições do homem. Pode-se dizer até mais – a essência do cristianismo prático é o triunfo glorioso da graça sobre a impotência decaída do homem. Os famosos santos imperfeitos têm suas imperfeições expostas e são criticados vigorosamente por causa delas.

Deve haver em cada cristão a convicção de que por trás de todo santo imperfeito está a glória de Deus. Mesmo que seja de um modo turvo. Todo bom crente está sujeito as mais cruéis e assustadoras quedas.

Cuidado para aqueles que julgam os imperfeitos. Será que você pode estar isento? Não. Seus pontos cegos e seus males podem ser diferentes dos nossos. Pode ser que as coisas que eles viam claramente sejam exatamente aquelas para as quais somos cegos. É ingenuidade dizer que nunca faríamos o que os santos imperfeitos fazem e, portanto, chegamos a concluir que eles não tem nada a nos ensinar. Na verdade, nós somos, sem dúvida, cegos para muitos dos nossos males, assim como eles foram para muitos dos seus.

As pessoas que nos ouvem devem se sentir humanas como nós somos. É criada uma barreira em que os pregadores são vistos como perfeitos. Nunca me esqueço de um jovem que disse para mim: “Quando te escuto eu me sinto mais humano. Percebo também que você é igual a mim”.

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