sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Como de diz?

por Humberto Pinho da Silva


- Obrigado! - responde, constrangido e encolhido, o menino à pergunta materna. E deste modo a criança aprende o sentimento de gratidão.
Certa vez deambulava Jesus pela Samaria e Galileia. Ao avizinhar-Se de povoação foi surpreendido por dez impuros que de longe rogaram-Lhe a cura.
Movido de piedade, o Messias, segundo Lucas - 17:11,19 - respondeu:
- Ide e mostrai-vos aos sacerdotes.
Crentes na palavra do Rabi buscaram o levita, mas um, volveu, para agradecer a mercê.
O Salvador interroga então a multidão:
- Não foram dez os miraculados?; como só um e estrangeiro, voltou para agradecer?!
Quem é entrado em anos não desconhece que a maioria dos que recebem benesses não costumam voltar para agradecer.
Qual o filho que agradece os sacrifícios da mãe e a abnegação do pai? Qual é aquele que obtido a mercê que o habilita a cursar o ensino superior ou entrada no emprego, volta para dizer: Muito obrigado?! Quantos são gratos ao conjugue pela felicidade no matrimónio? Um em dez? Nem tanto.
Alguns, obtido o beneficio, declaram cinicamente: Não preciso dele para nada!… Mas precisaram e, quiçá sem a intervenção do amigo ou familiar, não alcançariam o sucesso na carreira.
Mas maior mágoa não é olvidarem de agradecer, a maior mágoa é quando - o mundo dá tantas voltas! - ao avizinharmo-nos dos que usufruem lugares cimeiros à nossa custa, declaram de semblante cerrado:
- Não gosto de meter “cunhas”; cada um deve subir pelo mérito!…
Todavia protegem os filhos e parentes dos amigos influentes de quem esperam colher retribuições.
Com Deus o mesmo acontece. Quantos penetram no templo para agradecer a casa que possuem, o emprego que mantêm, os filhos que tiveram e o conjugue que possuem? Poucos. Quem sabe: um em dez!
O crente na hora de amargura recorre à Providência e implora de peito a sangrar de aflição. Depois, uns fazem promessas, como os políticos - que não cumprem; - outros pagam-nas religiosamente, com cera, caminhadas de joelhos e privações, como se o Senhor folgasse com sacrifícios e posturas degradantes e não preferisse coração sincero e compassivo onde pudesse morar sem nódoa. - “Quero misericórdia e não sacrifícios” Os6:6. Saibamos reconhecer as benesses sejam de Deus ou dos homens e o nosso coração alegrar-se-á pelo dever cumprido.

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