O que tenho percebido é que um posicionamento teológico tenha o poder de formar um gueto. Isso quando o teólogo se deixa levar pelo impulso de que a sua teologia seja a melhor.
Falo da minha própria plataforma teológica. Quantos teólogos reformados vivem num gueto. Não conseguem se comunicar com outras pessoas. Não sabem dialogar com outros pensamentos. Criaram províncias teológicas e não permitem que ninguém entre nesta área.
O problema do gueto é que ele nos faz pensar que somos únicos. Tudo que esteja ao nosso redor não presta. É um grupo de pessoas que tentam destruir a mais bela e pura forma de se fazer teologia.
Um outro problema do gueto é que ele produz a paralisia do crescimento teológico. Se dentro deste contexto o teólogo domina toda a sua área, ele não se preocupa em crescer por uma razão simples – todos no gueto pensam igual. Isso mostra que a diferença teológica cria a necessidade de buscar mais informações e o aperfeiçoamento do crescimento teológico. A força do gueto destrói a amplitude do saber teológico. Encontramos esta posição na teologia católica, reformada, liberal e da libertação. Cada um vive num mundinho sem possibilidade de olhar para o horizonte. E poder dizer sem medo algum que existe outra maneira de pensar e de se fazer teologia. Por exemplo, quando um reformado utiliza o discurso da Teologia da Libertação, ele é taxado como liberal. Sendo que este discurso de alcançar o necessitado e o desvalido está presente na própria Teologia Reformada. A razão disto são os guetos. Quando um discurso é pronunciado o primeiro passo é dizer – de onde ele está falando. Isto reduz de certa forma os links que são possíveis com outras correntes teológicas e filosóficas. Será mesmo que eu só posso falar de um único lugar?
O gueto foi a pior arma que os teólogos criaram para se fundamentarem em seus fundamentalismos que não geram vidas. É necessário que se abra uma rua nesses guetos para entrar em outros e assim sucessivamente.
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