sábado, 1 de novembro de 2008

Jürgen Moltmann...


Nós não somos só os interpretes do futuro, mas já os colaboradores do futuro, cuja força, na esperança como na realização, é Deus”.

Jürgen Moltmann

Poucos tiveram esta oportunidade. Ouvir o maior nome da teologia do século vinte ainda vivo é algo inenarrável. Melhor ainda foi o privilégio de falar com ele. Um homem com tantas bagagens se resume numa palavra – humildade.

A trajetória de vida não lhe permitiu ser um mero pronunciador do evangelho. Com todos os méritos, Moltmann recebeu o título honorável de “Doutor da Esperança”. Para quem já leu a sua obra “Teologia da Esperança” sabe muito bem do que escrevo. Ele então descreve:

“Por que a teologia cristã tem negligenciado esta temática da esperança, que é tão distintamente sua própria? E o que resta, no cristianismo atual, do espírito de esperança que animava o cristianismo primitivo?”

Assim, prossegue Moltmann,

“Comei a trabalhar em uma ‘teologia’ da esperança, na qual fossem integradas a teologia bíblica da promessa e a esperança apocalíptica; a teologia do apostolado e do reino de Deus; e a filosofia da esperança, com seus elementos materialistas e sua orientação na práxis histórica, social e política”.

Moltmann consegue causar arrepios. Mexer com os sentimentos. Criar uma expectativa. Visualizar uma vida cheia de esperança. Com a sua voz baixa e rouca, sem expressar mudanças na face, ele consegue comunicar vida. Conhecer o Moltmann, ouvir a sua história e ler a sua teologia é de fato, entender Deus sobre outra perspectiva. Existe em Moltmann uma beleza em transmitir o evangelho que muitos teólogos desconhecem. O seu “jeitão” alemão não é comum, ele conseguiu absorver e muito a cultura da América Latina.

A teologia de Moltmann é algo que comove e chega a ponto de arrancar o tampão da cabeça.

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