quinta-feira, 15 de maio de 2008

Uma Oração Puritana...

A Dádiva das Dádivas*

Ó FONTE DE TODO O BEM,

Que devo entregar a ti pela dádiva das dádivas,

teu próprio Filho querido, gerado, não criado,

meu Redentor, procurador, segurança, substituto,

seu esvaziar-se a si mesmo é incompreensível,

a infinidade de seu amor está além do que o coração pode compreender.

Nisto está a maravilha das maravilhas;

ele rebaixou-se para me elevar,

ele se tornou igual a mim para que eu pudesse me tornar igual a ele.

Nisto está seu amor;

quando eu não podia subir até ele, ele me traz para junto das asas da graça,

eleva-me a si.

Nisto está seu poder;

quando divindade e humanidade estavam infinitamente separadas

ele as uniu de forma indissolúvel, o não-criado e o criado.

Nisto está sua sabedoria;

quando eu estava perdido, sem que pudesse retornar para ele,

sem que pudesse pensar em recuperar-me,

ele veio, Deus encarnado, salvou-me com a grandiosa salvação,

como homem morreu a minha morte,

derramando satisfeito seu sangue em meu lugar,

adquirindo para mim perfeita justiça.

Oh, Deus, leva-me em espírito aos pastores vigilantes, e

alarga minha mente;

deixa-me ouvir boas novas de grande alegria,

e ouvindo, crer, regozijar, louvar, adorar,

minha consciência banhou-se num oceano de repouso,

meus olhos se elevaram a um Pai reconciliado;

coloca-me com o boi, o asno, o camelo, a cabra,

olhar com eles a face do meu redentor,

e sobre ele deixar meus pecados;

deixa-me com Simeão apertar a criança recém-nascida ao meu peito,

abraçá-la com fé eterna,

exultando porque ele é meu e eu sou dele.

Nele tu me tens dado tanto que nem o céu pode me dar mais.


* Extraído de Arthur Bennett (ed.), The Valley of Vision: a collection of Puritan prayers & devotions (Edinburgh: Banner of Truth, 2003), p. 16. Tradução: Márcio Santana Sobrinho.

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