terça-feira, 19 de dezembro de 2006

"Uma abordagem à cidade”

Texto base: Mateus 14:13-21

Introdução:

A nossa grande dificuldade está em não entendermos a nossa missão. Perdemos a consciência da razão pela qual existimos. Nascemos para adorar e glorificar à Deus, mas agora que somos salvos por Cristo Jesus, temos por responsabilidade anunciarmos as boas novas de salvação que há na pessoa e no evangelho de Cristo.
Seguindo esta ênfase eclesiológica sob cunho escriturístico vemos que Ekklesia, Igreja, é um termo composto e que pode ser dividido em "Ek" (para fora de “sair”) e "Klesia", que vem de "Kaleo” (chamar). Etimologicamente pode, portanto, ser entendida como "chamada para fora de", o que a princípio nos dá uma idéia mais real da comunidade dos santos que entra em um templo, mas que precisa postar seus olhos para além dos muros. Obviamente o termo também está ligado a "agrupamento de indivíduos", e de certa forma a "instituição igreja ou assembléia”, porém em todo o N.T. adquire o conceito de "comunidade dos santos".

Panorama do presente século:

Qual é o grande desafio para a igreja do século vinte e um? Cada vez que tentamos espremer em nossas mãos a areia, mais ela escoa por entre nossos dedos. Estamos “ativistas”, ao invés de sermos dinâmicos. Estamos na onda, ao invés de estarmos sobre ela. Fomos envolvidos pela sociedade, ao invés de envolvê-la com o evangelho...e daí por diante.
A perda da identidade cristã em busca do ser e do ter, tem feito muitas vítimas espirituais. Daí é fácil diagnosticar a igreja evangélica brasileira, a partir da nossa visão de reino, que é comprometida com outros valores e princípios que não são bíblicos, mas passageiros e decepcionantes.

A Palavra de Deus é algo muito sagrado, e a pregação é uma obra muito solene, para que se brinque com elas

Hoje temos vários tipos de estratégias para levar a mensagem de salvação:

1) Evangelismo pessoal ou discipulado pessoal;
2) Evangelismo familiar e evangelismo nos lares;
3) Campanhas ou cruzadas de evangelismo no templo ou em outros locais;
4) Evangelismo através da Escola Bíblica Dominical;
5) Evangelismo pelo rádio e televisão (mídias em geral);
6) Culto ar livre;
7) Evangelismo nos locais de trabalho profissional;
8) Evangelismo sazonal (Finados, Natal, Semana Santa, Carnaval, etc.);
9) Encontros de casais;
10) Retiros espirituais para jovens e adolescentes;
11) Recitais de música em locais públicos;
12) Escolas de esportes, especialmente futebol;
13) Capelania hospitalar e capelania prisional;
14) Distribuição de folhetos e convites nos sinais de trânsito;
15) Uso de outdoors, faixas e cartazes.

É preciso criar métodos que alcancem lugares, que até então estavam limitados para a nossa presença

Hoje em dia está muito difícil para a igreja entrar em determinados lugares, por exemplo: a evangelização nos lares, que se torna inviável nos condomínios fechados, onde se lê na entrada: “Proibidas visitas religiosas”. Existindo uma boa preparação, os métodos podem ser substituídos pelo treinamento dos moradores do local “proibido”, para que assim eles mesmos façam o evangelismo.
Creio que existe um planejamento piloto ou um método piloto, para uma explosão no evangelismo. E o mais importante de tudo – amor pelas vidas perdidas sem Cristo, é primordial.
Estamos vivendo numa época que o esfriamento do amor tem sido contínuo. As pessoas não amam e não valorizam mais o ser humano como um todo. Quando Jesus disse – “fazei discípulos” [Mateus 28:19], ele estava dizendo que era necessário o compartilhar da mensagem salvadora. Mas, o que acontece é que as pessoas não gostam de discipular, pois o discipulado exige compromisso, amor, atenção para com o próximo, investimento de tempo e recursos. Muitos não estão dispostos a pagar o preço, porque o fardo é pesado.

Evangelismo e o método eficaz:

Se esta igreja pretende evangelizar, ela precisa antes de tudo estar disposta a discipular.
Eu entendo o discipulado de um modo diferente. Eu entendo o discipulado completo como: não somente cuidar do espiritual da pessoa, pois muitas vezes esquecemos que o ser humano não é formado só do espiritual, ele é composto por seu lado cognitivo, ou seja, seu lado mental, é composto também por seu lado afetivo, ele preciso de amor, de carinho de afeto e aí vem o lado espiritual. É necessário lembrar de como Jesus trabalhou na evangelização da mulher samaritana. Ele não ficou preso ao espiritual, aquela mulher tinha pecados, mas ela tinha vários problemas emocionais e afetivos. Ela era desprezada e humilhada. Ela ia tirar água do poço no horário em que ninguém ia tirar, mas Jesus está lá e inicia uma conversa com a mulher e a conduz para um assunto mais próximo, fazendo com que ela abra seu coração e a partir desse ponto entra com a mensagem da salvação, revelando em primeira mão para aquela mulher que ele era o Messias [João 4:1-26].
Eu proponho que esta igreja pense em um evangelismo que a sua missão assuma como “evangelismo integral” que trabalha em todas as áreas da vida do ser humano.
Cada igreja deve examinar todos os métodos que já deram certo em algum lugar, mas somente utilizar aqueles que a igreja julgar produtivos no seu tempo e no seu espaço. Um método que foi eficaz há dez anos, pode não ter a mesma eficácia hoje. Um método que deu certo em outro país, em outra região ou em outro bairro, ou até mesmo na igreja mais próxima, pode não dar o mesmo resultado aqui nesta igreja. Haverá algo novo a criar, sempre sobre a base da Palavra de Deus à luz da realidade atual e local.
Vejamos alguns métodos de evangelismo que são usados para crescimento de igreja:

a) O método do “G12” ( César Castellanos);
b) O método da “Igreja com Propósito” (Rick Warren);
c) O método da “Rede Ministerial” (Bruce Bugbee, Don Cousin e Bill Hybels);
d) O método do “Desenvolvimento Natural da Igreja” (Christian A. Schwarz).

“O objetivo final e mais elevado da evangelização não é o bem-estar dos homens nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas a glorificação de Deus”

O cuidado para não perder a visão:

O que acontece de muito com as igrejas que começam a implantar esses métodos, é que o fascínio pelo crescimento numérico toma conta de toda visão e planejamento do exercício ministerial.

A popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição

A igreja cresce através de: pecadores salvos, transformados, batizados e amadurecidos na fé, reunidos em igrejas que se multiplicam. Esse é o crescimento real que está no objetivo do verdadeiro evangelismo.

Axioma: “O crescimento de uma igreja é diretamente proporcional à sua capacidade de mobilizar a totalidade dos seus membros para a evangelização” (Dean Kelley).

Tudo isso me faz lembrar dos chamados “Morávios”. Em nenhum outro grupo de cristãos é tão pronunciado o zelo missionário. Ainda que poucos em números e pobres em recursos, achamos pessoas deste grupo pregando o evangelho nas cinco partes do mundo. Eles começaram a enviar missionários. Eles construíram uma tenda de oração, que de hora em hora havia alguma pessoa orando. Foram no total de cem anos de oração sem parar na tenda da oração. Hoje eles são conhecidos pela evangelização de quase todos os lugares da terra. Tudo começou por intermédio da oração e pela compaixão pelas almas sem a salvação em Cristo Jesus.
Creio que as mesmas palavras que foram utilizadas para caracterizar a pessoa e o jeito de Paulo e Silas, também podem ser utilizadas para os Morávios – Atos 17:6 “(...)Esses homens, que tem causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui”.
Fica aqui uma pergunta que não quer calar. Esta igreja causa algum tipo de revolução, impacto, alvoroço? Esta igreja marca a sua presença no local onde está inserida?
Percebo que falta para as igrejas um ensino mais detalhado da Bíblia. Quanto mais os membros da igreja conhecerem a vida de Cristo, mais profundo será o impulso para contar a sua história – Atos 4:20 “Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos”.
Se de fato esta igreja não faz menção do nome, do poder e da salvação que há em Cristo, é urgentemente necessário que haja uma avaliação e um diagnostico da vida espiritual de cada um, e assim teremos o resultado de toda igreja.
É preciso também ensinar o crente a evangelizar. Infelizmente, 90% dos crentes não sabem como explicar o plano da salvação para alguém.
Não podemos nos acomodar. Não podemos esfriar. Não há tempo para descanso e nem para o amanha.

Ezequiel 3:18 – “Quando eu disser a um ímpio que ele vai morrer, e você não o advertir nem lhe falar para dissuadi-lo dos seus maus caminhos para salvar a vida dele, aquele ímpio morrerá por sua iniquidade; mas para mim você será responsável pela morte dele”.

Consideração: “Se queremos nos tornar uma igreja que evangelize, temos que resgatar a centralidade de Cristo no nosso ensino bíblico”

Axioma: “O método do discipulado pessoal, praticado por Jesus, ainda é o mais eficiente para multiplicar discipuladores e criar interesse e senso de responsabilidade pela evangelização”

Métodos de Evangelização:

O evangelista enviado por Deus...nada tem em comum com o político na caça de votos ou com um animador de auditório. Nada é mais desprezível do que um palhaço religioso que fica saltando no meio de Verdades sérias e de leviandades

Meios, métodos e planejamento estão incluídos no pleno propósito soberano de Deus na salvação do homem. Existe uma dinâmica espiritual em todo processo, bem como no resultado final, em termos de plantação e crescimento da igreja através da evangelização. Todo crescimento planejado, intencional, deliberado, em termos de fazer o que de nós depende; é claro que o convencimento, a transformação e a conversão – tudo isso – são obras do Espírito Santo de Deus.
A Reforma reavivou o culto. Como disse Zuínglio “existe um desejo de levar o culto a todos os homens”.
Um culto vivo ao Deus vivo foi um dos pressupostos reformados que induziu a obra missionária a levar este culto a todos os homens transpondo barreiras lingüísticas, culturais e geográficas.
O conde Zinzendorf, em 1722 na Saxônia, antiga Irlanda do norte, conhecida como a vinha do Senhor, acolheu os chamados Morávios o melhor grupo de cristãos daquela época, ao ser questionado sobre seu real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento missionário, ele responde assim: “estou indo buscar para o Cordeiro a recompensa do Seu sacrifício”.
Missões não é um programa eclesiástico, é a respiração da Igreja. Lembro que na tribo Konkomba, no oeste africano, há uma expressão que diz: “respiração é vida – não é preciso pensar para respirar; não é preciso pensar para viver”.
Com a implantação da Igreja Presbiteriana no Brasil, na fase inicial, a igreja nascente era um movimento de pessoas, sem muita estruturação; na segunda fase, a mais intencionalmente planejada e deliberada, igrejas foram organizadas e instituições sólidas foram criadas para evangelização indireta, como no caso das escolas e serviços médicos – “Ao lado de cada igreja, uma escola, uma clínica e ambulatórios médicos” . Evangelização, educação e ação social – a base para este slogan – [Mateus 4:23; 9:35-38].
Não existe um método mágico para mobilizar a igreja para a evangelização. O segredo é o amor derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado [Romanos 5:5].
Como é fácil perceber, tudo começa com um avivamento missionário no coração do líder e dos líderes da igreja. Enquanto não houver esse despertamento, será muito difícil mobilizar uma igreja para evangelizar. Estaremos aptos para entender isso?

A visão e o propósito de Deus são mais amplos; estendem-se além das paredes da igreja e alcançam todas as pessoas que estão ao nosso redor

O jeito de Deus trabalhar é o melhor:

Deus é completamente estrategista. Deus não trabalha sem propósitos. Todo processo de evangelização e dos surgimentos das comunidades cristãs se deram em locais de extrema atividade econômica, de passagens comerciais como navios, cidades que estavam em desenvolvimento e que estavam abertas para receberem a mensagem, como no caso de Atenas. Os precursores notaram a brecha que havia e começaram a implantação do trabalho evangelistico e pontos de pregação começaram a surgir.

Procure ver onde Deus está agindo e junta-se a ele!

Em toda a criação, tanto do homem quanto do universo, Deus sempre agiu para um bem comum – a salvação do homem e a sua comunhão com o Criador.
Pessoas especiais sempre fizeram e fazem parte da estratégia de Deus, como por exemplo: Pedro, João, Tiago, Felipe, Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo. Deus trabalhou na vida de cada um, treinou e motivou. Todos esses homens foram homens de visão, porque estavam trabalhando juntamente com Deus.
No livro de Atos a humanidade passo a passo era chocada com a fé daqueles que "transtornavam o mundo", para os quais o viver é Cristo, o objetivo era ganhar almas, a alegria era a adoração, e o que os unia era a verdadeira comunhão. O amor era traduzido em ações, os fortes guiavam os fracos, as dificuldades eram enfrentadas com oração, a paz enchia os corações de todos, mesmo sem muita estrutura humana, possuíam como finalidade de vida apenas testemunhar do seu Mestre. Era uma Igreja visionária formada por gente limitada como nós.

Era crescimento mesmo, pois, era Deus quem acrescentava. Fora ficam truques de marketing, as falsas promessas, os badulaques ungidos, e sabe Deus o que mais. Era crescimento e não "inchamento".

O plano de Deus para o avanço do seu Reino depende do seu relacionamento com o seu povo

No Princípio a Coisa Era Diferente:

A vida da comunidade primitiva é outra coisa digna de nota. Eles eram bons de Bíblia, eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, isto é, perseveravam em viver o que os apóstolos ensinavam – João Calvino enfatizava que “... onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza... não há dúvida de que existe uma Igreja de Deus ” [25]. Bom de Bíblia, não é quem a conhece de cor, é quem a vive. Saber é viver. Eram bons também em amizade, comunhão. Hans Bürky dizia que o Reino de Deus é um reino de amigos. Nossos irmãos do passado insistiam em cultivar amizade; afinal, irmãos estranhos entre si, irmãos que não são amigos, não tem graça.
Interessante, não tinham o hábito de investir em coisas, investia-se em pessoas, e está certo, a Igreja de Deus são as pessoas - um Deus vivo tem que ter uma casa viva. Eram alegres, singelos, gratos (louvando a Deus) - tinham consciência de que a única coisa que não podia deixar de acontecer com alguém era o encontro com Jesus, pois as conseqüências são eternas. Depois que alguém se encontra com Jesus, tudo o mais é lucro. Era gente que não ficava olhando para sua dor de barriga, como se fosse o centro do universo. Gente grata a Deus por tão grande salvação. Caíram na simpatia do povo. Gente que fazia bem para a comunidade onde estava inserida.
Como é possível você levar três mil pessoas a viverem uma vida como essa? A resposta é: de casa em casa. A igreja estava dividida (no bom sentido) em grupos caseiros e, com exceção da celebração, que acontecia no templo, tudo o mais acontecia nas casas.
A Igreja pode crescer sem grupos pequenos, porém, sem grupos pequenos a Igreja deixa de ser Igreja, pois o pastoreio se torna impossível. Pastorear é envolver-se com pessoas para que elas possam ser os cristãos que devem ser e a viverem na comunidade em que devem viver. Sem comunidade, o que há é movimento de massas. Sem grupos pequenos não há comunidade. É bom lembrar que os grupos pequenos eram os lugares onde o ensino, a oração, a ajuda e a Ceia aconteciam. Na grande reunião a gente faz festa, mas festa não gera Igreja. Igreja acontece onde gente se encontra e se chama pelo nome.

Conclusão:

Gosto muito da dinâmica de Cristo. Ele é sábio e inteligente na ação de expressar seus sentimentos e atos de amor para com as pessoas. É simplesmente fantástico o “jeitão” peculiar de Jesus – [Mateus 14:13-21]. A reação de Jesus, diante da presença da multidão no lugar que Ele havia reservado para descansar, foi inusitada. Ao invés de zangar-se, de dispensá-la para poder desfrutar do merecido descanso, Jesus compadece-se dela. A compaixão de Jesus é ativa, pois o leva a assumir-se como resposta às necessidades da multidão:
· Cura todos os enfermos [Mt. 14.14];
· Ministra-lhes o seu ensino com suas palavras de esperança [Mc 6.34];
· Mata a sua fome. É interessante notar que esse milagre acontece numa situação de extremos: de um lado uma enorme multidão, que somente de homens havia cerca de 5.000, de outro, a escassez de recursos - apenas 5 pães e dois peixes.


“O mundo esta com sede e com fome, mas não só de água e comida, mas de modelos em atitudes que possam ser seguidos”

Bem, talvez você esteja pensando: o que isto tem a ver com o título: "Uma abordagem à cidade"? É que pensamos que toda igreja que queira impactar a cidade tem de abordá-la como Jesus abordou a multidão. Vejamos bem:

1. Jesus foi ao sacrifício pela multidão:
Sem uma dose de sacrifício não conseguiremos alcançar a cidade, pois, a mesma não respeita tempos nem horário. A cidade tem o seu próprio ritmo, quem quiser alcançá-la tem de se adaptar. Não dá para manter nossas tradições e agenda, é necessário mudanças. É preciso assumir a dinâmica e o dinamismo da cidade se a quisermos alcança-la para Jesus.

2. Jesus aceitou a multidão:
A cidade está aí. A exemplo da multidão que foi até Jesus, e permaneceu ali. Não adianta fingir que ela não existe ou tentar adaptá-la à nossa realidade. A igreja que quiser ganhar a cidade terá de abrir mão da sua cosmovisão rural “aquele velho mundinho fechado para o novo”, como diz Robinson Cavalcanti; ao invés de brigar com a cidade devemos aceitá-la como um fato dado. Está aí, com suas virtudes e seus desafios.

3. Jesus amou compassivamente a cidade:
Se a igreja quiser impactar a cidade deve compadecer-se dela. Precisa vê-la como um rebanho sem pastor. Deve entender o processo de fome, que marca o relacionamento da cidade com os seus habitantes: gente que veio para a cidade em busca de alimento; de espaço social; de realização dos sonhos mais secretos. Gente que, hoje, além da fome que não foi mitigada, sofre da neurose da solidão, da competição, da falta de identidade e do medo; etc.
A igreja, portanto, precisa tornar-se um lugar de refúgio para o morador da cidade. Um lugar onde ele encontre comunidade, cooperação, identidade e segurança.

4. Jesus ensinou a multidão:
A igreja precisa entender que o homem urbano perdeu os seus referenciais, os seus valores. A igreja deve ajudá-lo a encontrar os verdadeiros valores, a encontrar Jesus, porém de uma maneira que se coadune com o azáfama da cidade. Não adianta apresentar um estilo de vida que somente pode ser vivido no campo. Por isso a igreja precisa desenvolver uma teologia da "urbi", que leve em conta sua realidade e carências.

5. Jesus curou todos os enfermos:
A igreja precisa ver-se como fonte de cura. Isso implica em desenvolver uma comunidade terapêutica; em ter possibilidade de exercer o poder curador e sobrenatural do Espírito Santo; em ter programas de assistência na área de saúde, usando bem os seus médicos, dentistas e enfermeiros.

6. Jesus satisfez a necessidade da multidão:
A igreja precisa envolver-se com os famintos, os excluídos da cidade, precisa ver-se como resposta de Deus para eles. A igreja que deseja impactar a cidade, deve gerar programa de desenvolvimento comunitário; de assistência aos moradores de rua, às crianças de rua, porém, não de forma paternalista. A ação social da igreja não deve gerar dependência sócio-econômica das pessoas, e sim, emancipação.
A igreja deve fazer isso como resposta à fé em Deus, com gratidão, lançando mão de seus recursos, independentemente da quantidade destes. Crendo, portanto, que Deus os multiplicará, tornando-se, consequentemente, cooperadora de Deus na multiplicação dos recursos utilizados.

7. Jesus repartiu a multidão em grupos para que pudessem comer juntos:
Acima, dissemos que a igreja tem de adaptar-se ao ritmo da cidade, porém nos referimos ao ritmo, não aos erros. A igreja não deve, jamais, conformar-se à cidade, ao contrário, deve ser fator de transformação. A igreja não pode, jamais, tornar-se um movimento de massas, onde pessoas entram e saem sem serem reconhecidas. O alvo da igreja é a humanização da cidade. Uma multidão não precisa ser um ajuntamento amorfo, um empurra-empurra em uma competição pelo pão. Uma multidão pode ser um ajuntamento de comunidades - de grupos de pessoas que, juntas, compartilham do pão, isto é, de grupos de companheiros. A cidade também pode ser assim. Por isso a igreja deve envolver-se na criação de centros comunitários; na promoção de eventos que levem gente a conhecer gente. A igreja precisa ser agente de humanização da cidade, assim os homens verão as nossas boas obras e glorificarão ao nosso Pai, que está nos céus [Mt 5.16].

Bob Pierce (estabeleceu a Visão Mundial e a Bolsa do Samaritano) – “Que o meu coração seja quebrantado pelas coisas que quebrantam o coração de Deus

Aplicação: Pense rápido e responda: para onde foram direcionadas as últimas ações da sua Igreja? Você membro desta igreja, qual foi a última vez que alguém esperou receber alguma coisa de você e se satisfez? Estas e outras perguntas são importantes para redirecionarem nossa visão para sermos uma igreja militante e vitoriosa.

Fica evidente que é necessário...
a) Reajustar o grau do nosso amor;
b) Reajustar o grau da nossa convicção de missão;
c) Reajustar o grau do nosso chamado por Deus.

O mundo ainda há de ver o que Deus pode fazer com, por e através de um homem que for inteiramente consagrado a ele












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