terça-feira, 19 de dezembro de 2006

“A práxis pastoral de acordo com a visão petrina”

Base: 1 Pedro 5:1-3


Em nossa sociedade intensamente individualista, temos a tendência de nos esquecer de que somos seres sociais. Vivemos numa cultura perniciosa que nos leva a agir de forma autônoma, como indivíduos. E, no entanto, uma rápida reflexão deveria nos fazer lembrar do quanto o “outro” é múltiplo, até mesmo dentro de nós. Você e eu vivemos com corpos. Vivemos como homens ou mulheres. Eu até falo freqüentemente comigo mesmo. E, eticamente, meu comportamento é circunscrito pela necessidade de levar os outros em consideração. Acima de tudo, tenho que viver diante de um Deus que é um Outro transcendente. Preciso, no mínimo, estar consciente da realidade social além de mim mesmo. Esses diversos “outros” na minha vida desmentem a ilusão de que posso “viver sozinho” ou buscar uma “vida de auto-realização”.

Como o pastor que é um ser humano e não um extra-terreste, ele está sujeito a passar e viver por estas tensões da vida hipermodernista e deixar de lado o seu ministério, que envolve um compromisso com o outro. Tal compromisso exige tempo, dedicação, investimento e um profundo relacionamento que permita o outro entrar no seu modo de vida.

Na vida cotidiana, assumimos como certezas muitas coisas que se as examinássemos melhor, descobriríamos que são tão contraditórias. Somente uma reflexão profunda permitirá que saibamos onde pisar.

Não há mais uma leitura disciplinada na entrega total desta passagem. Digo isto porque pensar profundamente neste texto irá mexer com o que há de mais precioso no coração depravado do homem, a sede de poder. Existe uma proposta que vai de encontro aos nossos valores e princípios de vida: sermos servos.

No nosso sistema governamental de sociedade, o capitalismo impera fortemente. O que mais me entristece é que esta forma de vida corrompeu a vida do ministro do evangelho. Não existe mais a preocupação do cuidado pelo rebanho. Vejamos bem, não estou generalizando, mas a grande maioria perdeu o sentido para o qual foi salvo e chamado pelo Senhor da Igreja. É perceptível que, no decorrer do tempo, o pastor que não busca uma fonte de abastecimento para o seu ministério poderá se frustrar ou desanimar. Lembra as Escrituras que o pastor é chamado para cuidar, zelar, velar e, muitas vezes, animar o seu rebanho.

Há uma espécie de pastor na atual história ministerial que não é encontrada nas Escrituras. Pastores mandões, quando são contrariados ficam enfurecidos, não gostam de ouvir sugestões, são os verdadeiros sabichões de tudo. Existem aqueles que oprimem o rebanho, causam ciúmes ao próprio diabo, escravizam o povo com fábulas, mentiras engenhosas; levam o medo com suas palavras, pregam o que a Bíblia não diz e fazem as ovelhas viverem como legalistas. Há aqueles que não sabem se relacionar, pensam que a comunhão com os irmãos da igreja irá prejudicar o seu ministério, eles têm necessidade de se manterem longe das pessoas para terem uma posição de santos, o que na verdade não são. E o hipócrita, que prega e não vive o que prega, é pior que os políticos do nosso governo, se tornaram tagarelas, mas as suas mensagens não causam nenhum impacto, porque a sua vida não condiz com sua pregação.

É clara a exortação que Pedro faz – o pastor deve pastorear o rebanho de Deus. E isso não pode ser exercido com má vontade ou por obrigação, mas de livre vontade – “eksios” no grego, com prazer e alegria. O apóstolo Pedro não ordena, exorta. Não reivindica poder de governo sobre todos os pastores e igrejas. A honra particular de Pedro – e de outros poucos – era ser testemunha dos sofrimentos de Cristo; porém, é privilégio de todo crente verdadeiro participar da glória que há de ser revelada.

Não podemos nos esquecer que a imagem não é a realidade. O pastor é gente e o rebanho também. O pastor não irá tratar com animais, mas com pessoas que merecem toda atenção e respeito.

No grego as duas palavras têm a mesma raiz, poimnion (rebanho) e poimen (pastor). A ordem aos líderes é, então, pastorear, guiar os outros, atentar pastoralmente (com o mesmo cuidado e dedicação de um pastor de ovelhas).
Quem não é chamado não deve aceitar tal desafio como o de ser pastor. Na verdade, o que se tem visto são pastores que foram assobiados e não chamados e vivem em um completo engano e fazem o rebanho perecer, porque não sabem pastorear.

Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados (...)” [v. 1a] ·.

A maior realização de um ser humano é a de deixar Deus ajudá-loSören Kierkegaard
A maior realização de uma ovelha é de ter um pastor que possa ajudá-la” (Paráfrase do autor)

Existe um problema para aqueles que são pastores por obrigação: é o termo grego Kata theon – “da forma como Deus o faz”, porém o mais provável é que o sentido seja mesmo “de um modo que agrada a Deus”, “que seja como Ele acha que deve ser”. Bom, se o texto está dizendo que deve ser da forma de Deus e não da forma do homem, então, a grande maioria dos pastores não sabe pastorear. Fica uma pergunta – o seu jeito de pastorear é o certo? Com que critério você julga que faz o certo?

Vejamos alguns detalhes: Deus não mente para o seu rebanho, enquanto o pastor mente. Deus não finge que ouve, Ele de fato escuta e dá atenção aos seus filhos, enquanto o pastor finge que escuta. Deus não obriga, o pastor impõe os seus métodos de trabalho. Deus se rebaixa a um ser humano, enquanto vários pastores querem ser “deuses”. Deus o respeita quando você não concorda com as suas Escrituras, enquanto que o que pastor diz e escreve deve ser cumprido ao pé da letra, sendo que ele mesmo não vive nada do que diz ser o correto. Deus não o exclui do seu reino se você for em algum momento desobediente, enquanto o pastor se acha no direito de excluir quem ele quiser, somente porque alguém lhe desobedeceu em algum ponto. Ainda pergunto: você se enquadra nos pastores que Deus aprova?

Os pastores não querem ensinar. Passam quatro anos dentro de um seminário, fazem mestrados e doutorados, simplesmente para se fartarem de conhecimento, enquanto os líderes da igreja e sua membresia padecem de esclarecimentos. Vivem aprisionados, cheios de medo e pavor, passam uma vida inteira baseada em mitos e crendices da fé, porque não tiveram um pastor que chegasse perto para orientá-las. Quantas pessoas não sabem ler e interpretar as Escrituras e quando vão procurar o pastor, ele diz para a ovelha orar, porque o Espírito Santo vai lhe ensinar tudo? Que hipocrisia! Cuidar do rebanho é sentar junto com a ovelha e lhe ensinar, lhe esclarecer todas as dúvidas possíveis, é dar a atenção que ela merece, não é para marcar uma hora na agenda do pastor e ser atendida um mês depois, isso não é cuidar do rebanho, isso é uma atitude de mercenário, que vive à custa da igreja, mas não corresponde às demandas da mesma, não supre a carência que a igreja tem de um verdadeiro pastor. Penso que esta falta de compreensão do que é ser um pastor se deve à falta da compreensão que os pastores têm do Sumo Pastor.

Em relação à Reforma, a nossa práxis no ministério pastoral é como o computador primitivo: não possui memória, apenas uma vaga lembrança. Eu creio que a lealdade à Reforma implica uma deslealdade a muitas expressões do pastorado atual. Recordo-me do grande e inesquecível pastor e teólogo Jonathan Edwards, que teve o seu ministério pastoral caçado. Em 1750, ele foi exonerado do seu ministério em Northampton, quando decidiu ir contra a maré da tradição da Nova Inglaterra. Esta que defendia que a profissão de fé salvadora não era necessária para que alguém participasse da Ceia do Senhor. Edwards rejeitou este conceito, por considerá-lo antibíblico, e escreveu um livro para defender sua causa.

Semelhante ao pastor reformado Jonathan Edwards, que teve todo o cuidado possível para não enganar o seu rebanho e para nutri-los de fato com a sã doutrina do evangelho, necessitamos hoje de pastores ousados, que não tenham medo de perder o ministério, mas que zela pelo cuidado do seu rebanho e que seja capaz de fazer tudo para que as suas ovelhas estejam bem nutridas. Portanto, quantos de nós estamos dispostos a colocar o nosso ministério à disposição para ficar ao lado da Palavra, ao lado de Deus? Existem poucos Edwards, existem poucos como Jesus Cristo.

Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir” [v. 2b]

É vaidade buscar riquezas que perecerão e depositar nelas a esperança. É vaidade também aspirar a honras e subir até elevada posição. É vaidade seguir a luxúria da carne
Thomas de Kempis

Acusações de ganho ilícito eram sempre feitas contra professores que lecionavam sobre moral no mundo antigo, e era necessário que os cristãos evitassem até mesmo a aparência de impropriedade. Como certos oficiais na comunidade judaica, esses líderes cristãos distribuíram dinheiro aos pobres. Faltam compreensão e conhecimento para muitos pastores. Muitos não conhecem a história e não se preocupam com ela.

Na história da igreja existiu um homem chamado Basílio de Cesaréia, que nasceu em 330 d.C. na Capadócia (atual Kayseri, no centro da Turquia). Para Basílio, a vida comunitária era essencial. Ele mesmo realizava as tarefas mais humildes entre os monges. A vida monástica era um luxo do qual Basílio não poderia desfrutar por muito tempo. Houve um tempo que Cesáreia passou por uma situação terrível de escassez. O mau tempo tinha causado falta de alimentos, e a fome se abateu sobre toda a Capadócia. Além disso, a região estava mergulhada em crise moral, econômica, política e teológica. Como bispo, Basílio procurou pôr em prática a vida cristã e chamou suas paróquias a fazerem o mesmo. Ele dizia que, se cada um tomasse apenas o suficiente e desse o restante aos que estavam precisando, não haveria ricos e nem pobres. E atacou fortemente aquelas pessoas que acumulavam riquezas, enquanto outras morriam de fome, acusando-as de homicidas, declarando que quem tivesse sapatos e não os calçasse, enquanto outros andavam descalços, não era melhor que um ladrão. Então lembramos do que Pedro nos alerta – “Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir” [v. 2b].

Ganhe tudo o que puder, economize tudo o que puder, doe tudo o que puder
João Wesley

Devemos aprender com o príncipe dos pastores, Cristo Jesus. A vida e o ministério Dele devem ser a baliza do pastor atual. Tendo o exemplo de Cristo, vejamos alguns detalhes importantes: 1) Jesus quando envia os doze, diz para nenhum deles levar nada, o sustento seria de acordo com o trabalho [Mt. 10: 9]; 2) outro fator importante é que o próprio Cristo não tinha onde reclinar a cabeça [Mt. 8:20]; 3) a proposta de Cristo é dar de graça aquilo que recebemos de graça [Mt. 10:8b].
Vamos notar a contradição com os pontos acima, dentro da visão do exercício ministerial que alguns têm desenvolvido: 1) Deus não quer gananciosos na sua obra, pastores que somente querem tirar proveito da sua situação e lucrarem em cima do rebanho; 2) Pastores que moram em mansões, enquanto o seu povo está morando na favela; 3) Pastores que cobram por orações realizadas, isto é verdade dentro do Brasil. Pastores que cobram por suas mensagens. Isto é mercantilizar a fé, que veio de graça e todos devem receber de graça.

O pregador pode ser popular, mas não é necessariamente poderoso, porque a popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição

A práxis pastoral está catastrófica. Está muito difícil encontrar pastores com o perfil dado pelo profeta Jeremias: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” [Jeremias 3:15]. Aqui entra um problema seriíssimo. Bom, então, eu posso dizer que um pastor que não apascenta com amor, dedicação, com conhecimento e inteligência, não é um pastor enviado por Deus, tal pastor não procede de Deus? Então fica uma pergunta – de onde vem tal pastor?

O que não falta hoje é pastores incultos de teologia e de Bíblia. Hoje em dia dependendo da igreja, os membros engolem o pastor, porque sabem mais do que ele. Eu já cansei de ver membros ensinando pastores velhos de ministério a como se portar. Não estou afirmando que o pastor não tenha nada a apreender, mas as coisas básicas do ministério estão sendo ensinadas por algumas ovelhas. Ao invés de aprenderem são elas que ensinam; isto é vergonhoso! Pastores despreparados, que não sabem nada de teologia acham que isto simplesmente foi no tempo de seminário, cometem várias heresias no ministério por falta de conhecimento, não sabem nem o que pregar. É como dizia o velho Lutero: "são puras palhas no púlpito”. Certa vez, ouvi um pastor dizer que precisamos pedir a Deus para vermos a face do diabo para sabermos como ele é. Isto é coisa para dizer no púlpito e ensinar as ovelhas?

Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados(...)” [v.3]

O pastor não deve exercer um mandato de domínio autocrático sobre aqueles que estão sob sua jurisdição. A imagem de um pastor é a de um guia preocupado, não a de um dirigente severo (embora a imagem de pastores houvesse sido aplicada a dirigentes ou governantes em partes do antigo Oriente Próximo).

João 4:18 – “Não há temor no amor; ao contrário: o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor implica castigo, e o que teme não chegou à perfeição do amor

A religião nunca será capaz de reformar a humanidade porque religião é uma escravidãoIngersoll
"Muitos pastores não são capazes de formarem indivíduos, porque os tornam escravos" (Paráfrase do autor)

Não existe mais aquele discurso tenebroso de causar pânico – “cuidado com o Deus do Antigo Testamento”. Não estou descartando a imutabilidade de Deus, mas Deus não trabalha mais com a imposição do medo, do pânico e do pavor. Jesus Cristo veio para jogar fora este sentimento tão destrutivo que alguns gostam de usar para escravizar as pessoas. Deus não criou cavalos para usar uma rédea. O castigo é isto, ele encabresta o ser humano.

Não podemos nos calar diante dos que utilizam seu poder de persuasão para subjugar seus liderados, reduzindo-os a uma escória de analfabetos, de pessoas que não opinam e nem sabem discernir a mão esquerda da direita. Marcos traz a essência do ministério de Cristo – “Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” [Marcos 10:45].
Não podemos nos tornar complacentes com o erro e nem com a diplomacia política que as pessoas exercem dentro da comunidade chamada igreja. É como o apóstolo Paulo disse – “Verdade é que alguns pregam a Cristo até por inveja e contenda (...)” [Filipenses 1: 15].

Não tenham medo, nada vai acontecer a vocês. Deus não colocará nenhuma maldição e nem trazer a desgraça sobre vocês. São as pessoas que utilizam o nome de Deus em vão para amedrontar os que estão ao seu redor, dizendo – “cuidado Deus está comigo, ele pode trazer uma tragédia sobre você e sobre a sua família”. Papo furado. Uma porque em Cristo não há nenhuma maldição, estamos debaixo da cobertura da graça indizível, das mãos dadivosas de Cristo. É preciso protestar, é preciso contestar. Gosto muito de uma frase que o grande perseguido, menosprezado, rejeitado e odiado pela nação americana, Martin Luther King Jr. disse: “Não fico enfurecido pelas atitudes injustas dos ímpios, mas sim pelo silêncio dos justos”.

A Justiça de Deus não virá para esta nação, enquanto os pastores da igreja de Cristo não se consertarem. Uma coisa eu sei – a igreja necessita de líderes que manifestem as suas opiniões e as façam notórias diante de toda assembléia. Existe um escritor e teólogo chamado Rubem Alves, no seu livro “Religião e Repressão” ele diz algo muito interessante: a igreja é uma gaiola que prende e sufoca as pessoas, e as pessoas são pássaros que precisam cantar e voar. É como o próprio Karl Marx disse – “A igreja (religião) é o ópio do povo”, na verdade – os pastores são o ópio do povo (Paráfrase do autor). Percebo que Rubem Alves e Karl Marx disseram tais palavras devido ao jugo que os líderes e pastores colocavam nas pessoas.

Governar acorrentando à mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a forçaHipácia

É muito complicado para um líder dirigir um grupo onde existam pessoas que pensam mais do que ele. Isso traz uma insegurança, um desconforto muito grande. Não existe nenhuma diferença entre a política do governo e a política pastoral, ambas não querem educar o povo, senão o povo irá enxergar melhor, saberá reivindicar seus direitos e exigirá prestações de contas. É mais fácil conduzir um povo em que seu líder pense por eles, é ele que vai ditar o que é bom ou ruim. Mas fico a pensar, sabe o homem o que de fato é bom? Foram as palavras de Jesus ao jovem rico, quando ele se aproximou de Jesus, ele o chamou de bom, e a resposta de Jesus foi – “bom é um só, ele está no céu”[Marcos 10:18]. Se o homem sabe o que é bom, por que toma para si mesmo decisões erradas?

Homens convictos são prisioneirosNietzsche

Vai mal no casamento, não sabe lidar com as crises. Como é que ele pode ditar o que é bom para os outros? O que é bom para mim não pode necessariamente ser bom para outra pessoa. Isso dentro da disciplina da sociologia e da história é denominado “monopólio do saber”. Só um sabe e sabe por todos e está bom.

Existe uma profunda amnésia nos pastores. É realizado um sacramento todos os primeiros domingos de cada mês (de acordo com algumas igrejas batistas), o que chamamos de Ceia. Neste ato, o pastor serve aos diáconos ou àqueles que estão servindo a Ceia no momento, sendo estes servos. O ato de o pastor servi-los simboliza a sua posição como servo dos servos, esta, sim, é a real posição do pastor, servir.

Às vezes, os pastores têm a tendência de acharem que os seus liderados são “ovelhinhas” com as quais se pode fazer qualquer coisa. Os membros da comunidade são aqui descritos como “ton Kleron”, os que foram confiados (lit. “os que vos couberam por sorte”). A imagem agora é a de divisão de uma herança, das partes de um todo, entregues à responsabilidade de alguém ou de alguns. Certamente essas imagens não comunicam a impressão de um grupo passivo de cristãos comandados por alguém que executa todo o trabalho e toma todas as decisões. O pastor não dita a vida da sua ovelha e nem o que ela deve comer ou beber. A função do pastor é orientar e não ser um oráculo do seu rebanho, como se ele tivesse recebido da parte de Deus todas as respostas e todos os modos de vida que o cristão deve ter.
Conclusão:

Qual é então o trabalho do pastor? O que significa ser um pastor?
Provavelmente três coisas dentro do atual contexto:
Posso ser um pastor que ora – Quero cultivar meu relacionamento com Deus.
Posso ser um pastor que prega – Quero falar a Palavra de Deus que é as Escrituras. Recebo um espaço de tempo honrado e protegido a cada semana para isso. O púlpito é um grande dom e quero utilizar-me bem dele.
Posso ser um pastor que ouve – Muitas pessoas me procuram durante a semana para contar-me o que se passa em suas vidas.
Pode ser que você se enquadre no pensamento de Fernando Pessoa em seu poema “O Guardador de Rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como de um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho


Os pastores e os poetas fazem muitas coisas em comum: usam palavras com reverência, se envolvem nos particulares de cada dia, espiam as glórias das banalidades, advertem sobre as ilusões, cuidam das ligações sutis entre ritmo, significado e espírito.

Você pode ser um pastor contemplativo, como o pastor de rebanhos mencionado por Fernando Pessoa, somente contempla, mas não faz nada. Todo pastor das regiões montanhosas da Judéia precisa saber quais animais selvagens precisa enfrentar enquanto procura apascentar o rebanho sob seus cuidados. Será que irá se deparar com leões? Ursos? Este conhecimento vai influenciar a forma como conduzirá o rebanho e onde o levará para pastar, se poderá recolher o rebanho ao aprisco durante a noite, se ele mesmo vai poder dormir ou não. Também precisa saber se há alguma doença que está enfraquecendo o rebanho, se há ovelhas que precisam de uma alimentação especial ou que devem ficar isoladas das demais. Um pastor de verdade deve dar atenção a estas mesmas questões? Quais são os inimigos que o rebanho enfrenta hoje em dia?
A voz do pastor é o instrumento através do qual ele guia e dirige as ovelhas. A vara do pastor é uma arma parecida com um bordão que ele usa para se defender contra inimigos específicos. O cajado do pastor é um instrumento de resgate, de recuperação. O topo encurvado trás as ovelhas perdidas de volta, puxa a ovelha caída de dentro das fendas do terreno montanhoso. Portanto, pastores, façam com que seus ministérios sejam marcados pela cura, pelo tratamento do perdão, da aceitação e da misericórdia. Lembremos do Supremo Pastor “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” [João 10:10]. Pastores, vocês devem gerar vida e não morte para o seu rebanho. Pastores opressores, iracundos e verdugos são antibíblicos e não procedem de Deus.
Segue a exortação de Pedro - “pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados (...)” [v. 1a] - “de um modo que agrada a Deus”, “que seja como Ele acha que deve ser”.














Um comentário:

Anônimo disse...

Chris ... Parabéns pelo blog!
Fico feliz por ver que vc está sendo usando por Deus!!!
Vc vai longe!!!!
Te Amo... bjos
Mi