domingo, 3 de agosto de 2008

Espiritualidade ou chatice...

Existem algumas pessoas que são insuportáveis. Elas forçam algo que não são. Tenho pra mim que é mais uma imposição contraditória do próprio comportamento do que uma espiritualidade desenvolvida saudavelmente. Estas pessoas acabam com seus relacionamentos interpessoais. Falo com propriedade, pois um dia eu fui assim. Tudo era pecado para mim. As pessoas ficavam incomodadas comigo. O problema é que eu tinha vontade de fazer um monte de coisa, e reprimia os sentimentos e desejos. Era uma espécie de estóico.

Conheço pessoas que tem vontade de fazer tantas coisas que não são pecados. Mas o senso de “espiritualidade” que elas desenvolveram não permite. É uma falsa vida.

Entendo que Deus faz parte da vida como um tudo. Não existe secular e santo. Principalmente para a teologia puritana, a qual sou adepto. Mas a espiritualidade dos puritanos era saudável. Eles falavam abertamente de sexo. Desfrutavam de um bom vinho. Estavam inseridos na cultura. Ouviam de “tudo” – o melhor da sociedade. Mas certas pessoas criaram um pietismo barato e horrível. Deus não permite nada. A Bíblia condena tudo. Penso que estas pessoas sofrem de uma mentalidade doentia. Desenvolvem uma esquizofrenia perigosa. Sofrem de depressões. Sentem dores por toda parte do corpo. Tudo porque não vivem a liberdade do evangelho. Não vivem a liberdade de serem seres humanos.

É muito chato conversar com uma pessoa assim. Não existe diálogo. A pessoa vive tanto presa no seu mundo perdido que não sabe falar de outra coisa que não seja a Bíblia. Falar de Bíblia não é ruim. Não é errado. Mas a Bíblia se aplica a realidade. Outro fator, Deus não quer pessoas radicais, fanáticas e alienadas. Uma espiritualidade saudável toca a realidade e a transforma. Viver piedosamente não é necessariamente ser uma pessoa chata, insociável e insuportável.

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