quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A minha oração diária...

Tenho refletido muito sobre a minha vocação. Creio que uma virtude que o ministro do evangelho deve ter é reconsiderar o rumo de sua vida. Não é vergonhoso e nem contraditório rever conceitos. Mudar de opiniões que já foram defendidas ferrenhamente. No tratamento de Deus o ministro passa por um funil. E a cada dia fica mais apertado e difícil. Sábio é o Pai Eterno que tem os seus jeitos infalíveis de tratar com os seus.

No processo de muitas decisões tenho recorrido as orações puritanas e meditado sobre elas. Aqui segue uma que aprecio muito. Tem sido o meu clamor diário.

Vocação

Uma Oração Puritana

PAI CELESTIAL,

Deste-me um lugar na igreja

a qual teu Filho adquiriu com seu próprio sangue.

Concede graça sobre graça para que eu possa viver de acordo

com a minha vocação.

Sou um peregrino cruzando o oceano da vida;

Salvo na arca celeste, que eu possa atravessar

um mundo confuso

até ao porto do descanso eterno.

Eu sou um arbusto do vinhedo que tu plantaste.

Concede que eu não seja infecundo,

com imprestáveis folhas e uvas selvagens;

Poda-me dos ramos inúteis;

Rega-me com orvalhos de benção.

Sou parte da noiva do Cordeiro, a igreja.

Ajuda-me a ser verdadeiro, fiel, casto, amoroso,

puro, devoto;

Não permita que nenhuma forte afeição me leve

a flertar com o mundo.

Que eu possa viver acima do amor às coisas temporais,

santificado, limpo, incontaminado, consagrado

pela graça, [sendo]

teu amor minha plenitude,

tua glória minha alegria,

teus preceitos meu caminho,

tua cruz meu lugar de descanso.

Meu coração nem sempre é uma chama de amor em adoração,

Mas, descansando na redenção do teu Filho,

Eu almejo os dias do céu,

onde nenhuma apatia oprime

nenhuma inquietude traz frieza,

nenhuma sombra de incredulidade escurece a vista,

nenhum zelo se fatiga.

Pai, estes pensamentos são a base, o lastro,

e o conforto de minh’alma.



BENNETT, Arthur. (org). The Valley of Vision: A Collection of Puritan Prayers & Devotions. Tradução Márcio Santana Sobrinho. p. 174.

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