Algumas pessoas consideram uma doença mental invocar ao Senhor. Para tais pessoas é desnecessário importunar a Deus. Elas entendem que o ser humano precisa ser autônomo. Não há necessidade de orar sobre uma determinada questão. Na visão desses teólogos uma dependência de Deus gera uma infantilização. O homem não pensa. O homem não evolui. O que na verdade eles querem dizer é que Deus é descartável. Cria então, a idéia esquizofrênica da vida cristã – na concepção deles.
Existe uma incoerência nisso. Se Deus é abandonado, eles devem abandonar os seus supostos gurus da liberdade. Abandona-se a Deus, mas se apegam a Marx, Nietzsche e Freud. Você deixa de ser infantil na dependência de Deus, e passa a ser infantil na dependência desses pensadores. Ou seja, a mente não é propriamente sua, ela se torna terra de outros. Você não exerce uma autonomia no seu pensar.
Será possível uma mentalidade social ocidental ser construída sobre uma base da ignorância? Na perspectiva desses teólogos o Cristianismo é a ignorância afirmada na mentalidade humana. Eles conseguem ignorar toda a colaboração que o Cristianismo ofereceu para o avanço do saber científico. E não adianta dizer que a religião cristã matou pessoas porque contrariavam o dogma. Isso é deturpação da fé cristã. O genuíno Cristianismo abriu portas para o crescimento do homem. É totalmente possível ser livre ou autônomo no Cristianismo. Já dizia o velho e bom Lutero na sua Obra “A Liberdade do Cristão” (1520) que o “cristão é absolutamente o mais livre senhor de tudo, sujeito a ninguém; o cristão é absolutamente o mais responsável servo de todos, sujeito a todos”. Lutero admite que as duas proposições parecem ser contraditoras, então pretende harmonizá-las. Em outras palavras, ele procura um imperativo moral dentro de um sistema moral que é potencialmente passivo por ser baseado na liberdade total.
Se existe esta suposta “liberdade do pensar” é preciso então, lançar fora toda influência recebida, e criar as próprias lucubrações. A questão é: você deixa de ser dependente de Deus e passa a ser dependente de homens. A infantilização continua. No grito do salve a liberdade, salve a autonomia, eles na verdade estão a clamar – salve a mediocridade, salve a utopia, salve a bestialização do homem.
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